Pais, o que fazer com eles?
Já escrevi diversos artigos nos meus blogs sobre o tema. Não sei
se serviram ou se simplesmente quem os leu sorriu e disse para si mesmo – Tenho
outras ideias. Claro que deve ser assim. Quem não pensa e não segue seus projetos
de vida e não têm objetivos nunca será nada na vida. Nem saberá como alcançá-los.
Mas eles os pais são a razão da existência do Grupo Escoteiro. Infelizmente quando
eles chegam veem tudo diferente. Parece que o dono de tudo é o Chefe Escoteiro.
Esta é a impressão e acontece mesmo na maioria dos grupos escoteiros. É comum
dizerem – “Meu” grupo, “Minha” tropa, “meu” Escoteiro, “minha” sede, comprou
tudo! Ninguém disse a ele que é apenas o irmão mais "Velho". Nada mais
que isto. Continuando, acho que na Loja Escoteira seja da sua região ou da
nacional deve ter vários livros abordando o tema. Nos cursos hoje chamados de
formação deve ter havido varias sessões para comentar e discutir o tema. Portanto
o que escrevo não deve ser seguido à risca.
Mas acreditem. Vivi isto a minha vida Escoteira. Todos dizem que
quem entra para o Grupo Escoteiro é o pai e não o filho. Verdade? Acreditam
nisto? Eu sempre acreditei, mas o que vejo é escotistas reclamando da falta de
participação deles. E ainda tem alguns a dizerem – O que fazer? O jovem é
excelente! Grande Escoteiro! Os pais não ligam e eu o que faço? Claro, não o
deixarei só. Se necessário sua manutenção no grupo fica por minha conta. Lindo
não? Um Chefe abnegado. Mas ele está certo? Para muitos sim para mim não. Você
é um voluntário. Um Escotista. Não é o pai, não é um religioso e nem é o
professor ou professora dele e nunca vai substitui-los. Sua função? Colaborar
no seu crescimento visando sua formação na escola, na igreja e no seu lar.
Enfim você um colaborador e se o pai não entende isto tem muita coisa errada no
seu modo de proceder.
É claro que em muitos grupos os pais tem receio em se aproximar.
Os chefes se colocam em posição tal que são considerados “seres do outro mundo”
(risos) perante aos pais. Quantos quiseram ajudar e o receio de não entender
nada? Parece que escotismo é um bicho de sete cabeças! Claro, tem os outros que
nem aparecem lá no Grupo Escoteiro. Culpa de quem? Do Chefe é claro. Já vi
casos que um outro Chefe levou um jovem e o inscreveu dizendo – O pai é gente
boa. Meu amigo ou meu irmão ou meu vizinho. Se precisarmos ele estará pronto a
ajudar. É Certo isto? Totalmente errado. Conheço outros casos. O pai ou a mãe e
claro na maioria das vezes sempre é a mãe, pois o pai não liga ou está ocupado.
(?) Telefona ou passa rapidamente no grupo e diz – Chefe meu filho que ser
Escoteiro. Pode fazer sua inscrição. Estou sem tempo agora, mas outro dia volto
aqui para a gente conversar mais!
E assim vem caso sobre caso. Os erros vão se avolumando e o
grupo passa a ser mantido por poucos e muitos escotistas financiando seus
jovens. Um belo dia alguém em sua casa diz – Fulano! Você ganha pouco e ainda
está gastando tudo no escotismo? E sua casa? Como é que ficamos? Claro, você
pagou taxas dos meninos, pagou uniforme, e financiou seu próprio conhecimento
técnico pagando as taxas de cursos que fez. E os pais? Para quem você está
fazendo tudo isto? Para os filhos dos outros? É certo? – Meus amigos, torno a
repetir quem entra para o Grupo Escoteiro são os pais, os filhos os acompanham.
E só.
No dia que alguém os procurar, sejam claros. A presença de ambos
é necessária. E não aceite desculpas. Serão dadas as dezenas. Quando aparecerem
não faça pose de chefão. Procure sorrir, cumprimentar, apresentar-se, falar um
pouco do que faz se tem família e depois ouvi-los. Deixe-os falar. Não fale
nada! E só após isto, após ter uma abertura comece explicando o que é o
escotismo e o que pretende. O que espera dele o pai e da mãe. O que ele o
movimento fará pelos seus filhos desde que eles estejam presentes. Sem eles
você não conseguirá nada.
Perca pelo menos uma hora com eles. Você está ali para isto. Se
fizer tudo certo no primeiro dia um passo importante foi dado. Agora não abra
uma exceção para o filho começar no primeiro dia. Eu sem um cursinho de pelo
menos quatro horas com a presença de ambos não aceitava a inscrição. Mas admito
que outros façam diferentes. Marquem duas semanas depois. Apresentem os pais ao
grupo após o cerimonial de bandeira. Depois apresente o filho. Que o grupo os
receba com uma palma Escoteira, que o filho ou a filha receba as boas vindas da
sessão que vai ficar.
Teria aqui mais mil ideias, mas fica para uma continuação. Só
para terminar, ligue telefone, visite. Você tem a obrigação de conhecer a
família. Se conseguir ser amigo meu caro, você conseguiu tudo. E olhe, não o
deixe de fora. Uma atividade social em casa dele e depois em outras se
revezando. Todos levam bebidas (alcoólicas pode até ser, mas cuidado) e
salgados. Tente reunir todos e quem sabe jogar? Claro porque não? Bons jogos
com os pais são união e força e um belo caminho para eles no grupo. Se os pais
são presentes, você terá dor de cabeça para dar função a todos. E nunca mais
vai tirar do seu bolso o que pertence a sua família. E isto é muito bom! E vais
sorrir nos cursos, pois pode fazer todos. Agora são os pais que pagam! Não
acredita? Eu fiz assim. E conheço muitos que ainda fazem. Como diz o nosso
amigo Lord Baden Powell (BP), este é o CAMINHO PARA O SUCESSO!
Aguardem uma segunda parte deste artigo brevemente.
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