Conversa ao pé do fogo.
Porque não se orgulhar do que somos?
Lembre-se, você é responsável pelo que faz.
Não e não, eu sei que você tem uma
explicação, lógica para você, mas ilógica para mim. Pode me dizer o que quiser
que o mundo seja outro que agora vivemos outro estilo de vida e mesmo assim não
vou concordar com você. Nosso uniforme não está numa passarela de um desfile de
modas e nem tampouco pode julgar que a moda agora é assim. Eu sei que você
gosta, é seu estilo, achou bonito e porque não modificar e usar? Esqueceu que
do outro lado você representa uma organização? Já pensou se todos que usam seus
uniformes escolhessem o que acham bonito como ficaríamos? Sei que não dá bola
para o que dizem que sua vida é sua, mas quando representa uma organização como
a nossa você tem a obrigação de representá-la bem. Sei que nossos lideres não
foram razoáveis nas alterações e nem se preocuparam em ser mais severos com as
normas. Mas isto não nos dá o direito de vestir e postar o que achamos válido
para nossa vaidade.
Eu lhe pergunto, será que as outras
organizações fazem isto? Veja os militares, claro que não somos militares, mas
na uniformização somos iguais. O que você diria se um representante das forças
armadas ou das policias estaduais e locais vestindo de qualquer jeito,
chinelos, quepe virado, camisa solta em cima da calça, cabelos despenteados? E
nos colégios? Cada um vestisse o que quiser claro levando em conta que aquele
colégio tem normas? Eles estarão certos se apresentando assim e que no jargão
de muitos que dizem ser desleixo, indisciplina e tantas outras colocações? Não
e não. Eu não posso aceitar. Eu sou daqueles que acreditam na boa uniformização
e ela é quem nos diz quem somos. Não me venha com a história de que quem faz a
pessoa é ele mesmo e não o seu uniforme. Você pode acreditar nisto, mas eu não.
Quer saber? Nosso movimento deixou de ter credibilidade para muitos por
pensarmos assim e será que não temos culpa?
Quando nosso movimento começou havia
uma centelha se espalhando por todos os continentes. Todos viam os Escoteiros
de uma forma educacional, formação do caráter com crescimento individual e o
apoio se firmou em todos os lugares onde ele começou. Na Inglaterra em 1910
quando ele tomou pé e começou a se espalhar como um rastilho de pólvora foram
dez países que acreditaram na ideia de BP e eles disseram avante formando sua
organização. Destes 10 nós éramos um deles. Hoje se alegram porque chegamos aos
85 mil e daqui a alguns anos chegaremos com 100 mil. E os outros nove que começaram
junto conosco? Nenhum deles tem menos de 200 mil e alguns passaram do milhão de
membros com uma população bem menor que a nossa. Em todos eles o escotismo é
visto como uma força de formação da juventude, as autoridades educacionais dão
o maior apoio, a imprensa falada e escrita sempre diz – Palavra de Escoteiro e
todos sabem do que se trata. Nestes países o escotismo é um orgulho da nação.
Porque perdemos com o passar do tempo esta corrida de afirmação de identidade?
Porque mudamos tanto? Vais dizer que são coisas de saudosistas? Que são coisas
daqueles que se apegaram a uma tradição e nem sabe mais porque ela existe e de
que se trata?
Por favor, não me diga que hoje somos
outra organização. Para mim ela é e será sempre a mesma. Claro há não ser que
mudem o método e o programa. E também os objetivos a que nos propomos com a
formação dos jovens. Portanto meu amigo e minha amiga quando você em público se
porta mal, uniformização desleixada (pense nestas palavras) e apresentação
pessoal sem pensar no que diz a lei escoteira é claro que seremos criticados. E
olhe, você sabe, não seja uma “Maria vai com as outras”. Dizem que vendemos
biscoitos. Quem dera! Melhor vender biscoito que vender imagens distorcidas do
que somos ou podemos oferecer a uma juventude que cresce a olhos vistos longe
das fileiras escoteiras. Poucos nos dão
as mãos. Temos que correr atrás de colaboração das autoridades que sorriem para
nós só nas épocas de eleições e esta nem sempre é dada com prazer. Somos sempre
subservientes colocando lenços e dizendo – Você agora é um de nós! Você
acredita mesmo nisto? Sei que cada um tem uma opinião de tudo e isto não nego
que seja um direito. Mas acredito que ainda não temos uma democracia autêntica
onde todos podem sugerir através da voz e voto.
Se ainda não tens a força das
palavras, se ainda não tem o dom da oratória, pelo menos esforce na sua
apresentação pessoal. Esqueça estes adágios que correm por aí que ser Escoteiro
não é vestir uniforme e sim ter o amor no coração. Um não vive sem o outro.
Ambos são importantes não só para o seu crescimento como para o reconhecimento
da nossa organização. Seja ela em qualquer âmbito. No grupo, no distrito na
região e na Nacional. Nem também venha dizer que uma andorinha só não faz
verão. Faz sim. Se uma pessoa olha para você e diz – Veja esta jovem ou este
jovem como estão garbosos. Será que isto não vai dar mais força ao escotismo?
Lute com todas as suas forças para que possamos ser reconhecidos como uma
organização de jovens que tem tudo para colaborar na formação e afirmação do
nosso País. Você faz parte e não tente mudar as coisas conforme sua escolha
pessoal e nem seja como o papagaio que faz tudo que os outros fazem.
Bah! Abaixo as mudanças sem
normas, abaixo o desleixo, abaixo aos que copiam o que os outros fazem abaixo a
tudo que nos denegrida. Temos que levantar a cabeça e dizer: Somos Escoteiros
de corpo e alma. Foi por sua causa que mudamos nosso estilo de vida, a ele
vivenciamos uma nova concepção de ser alguém, foi por ele que nos deu o dom da
observação da natureza que ficamos sabemos que o aprendizado teve um Caminho
para o Sucesso. Bendito o dia que todos dirão que o escotismo fez parte do
crescimento da nação, que a formação do caráter da ética e da verdade está no
coração de todos nossos dirigentes, sejam eles políticos, empresariais e por
que não naqueles que vivem com o pensamento em Deus?
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