Conversa
ao pé do fogo.
A
Canção da Despedida.
Diga-me quem não a conhece? Quem
nunca se emocionou a ponto de chorar quando a cantou pela primeira vez?
Impossível dizer que existe alguém assim. Não importa a idade, a cor, a crença,
a religião. A Canção da Despedida marca. Ela entra na gente e nos faz tremer de
emoção. Ela é incrível quando cantada em volta do fogo, olhos dormentes a
entorpecer o corpo, mãos firmes entrelaçadas, um circulo perdido em sonhos de
nunca mais perder as esperanças. Ah! Quantas esperanças de nos tornar a ver.
Nesta hora não dá para olhar o amigo do lado. Os olhos estão marejados de
lágrimas. Seria tristeza? Seria alegria? Difícil explicar. “Os antigos
conhecidos deveriam ser esquecidos e nunca lembrados”? Diz sua letra original.
Nunca poderiam dizer. “Pelos velhos tempos, nunca vamos esquecer um dos outros.
Iremos correr as colinas, colher as margaridas, mas já vamos a tantos lugares e
estamos cansados, vamos ainda recordar os velhos tempos”? É... A letra original
é bem diferente da nossa.
Bendito Robert Burns que escreveu a letra.
Das terras da Escócia alcançou o mundo e Guy Lombardo
criou a musica. Deus do céu! O mundo mudou depois desta linda canção. Tornou-se
tradição nas comemorações de ano novo em centenas de países. Seu nome em Inglês
é Auld Lang Syne. Dizem que significa Velho longo, uma vez que, ou outros dizem
que seria muito tempo atrás, dias de muito tempo, pelos velhos tempos ou quem
sabe para os bons e velhos tempos. De uma coisa eu sei, ela sempre que nos vem
à mente nos emociona mesmo nos longínquos tempos. Quando surgiu no passado já
significava que era importante lembrar amizades de hoje e de ontem. Nós
mantemos a tradição de cantar sempre nos Fogos de Conselho, em nossos encontros
Escoteiros, em atividades mil. Ela virou uma tradição também em outras partes
do mundo. Pelos velhos e bons tempos que vivemos neste mundo! E melhor ainda,
pois nunca iremos perder a esperança de nos ver novamente!
Cada um de nós tem uma história para
contar. Uma história que esta canção faz parte da vida, da história Escoteira e
que quem sabe de tão linda poderia ser escrita no livro da vida de cada um
Badeniano. Poderia dizer que a vida escoteira se tornaria sem sentido sem ela.
Esquecer que não é mais que um até logo? É um breve adeus meu amigo, você sabe
haverá outros dias e junto ao fogo vamos de novo nos ver e nos encontrar. A
Canção da Despedida marca. Ela entra em nós como se fosse um novo mundo para
vivermos. Temos mil canções, mas esta é especial. Nunca descobri quem foi que
fez a letra para os Escoteiros e esteja onde estiver ele estava iluminado pela
maravilhosa letra que escreveu. “Com as mãos entrelaçadas, ao redor do calor,
formemos esta noite um circulo de amor” Maravilhoso! Espetacular! Incrível a
emoção quando se canta apertando as mãos dos companheiros que estão junto a nós
e olhando o crepitar da fogueira, das fagulhas se perdendo no céu.
Ah! Meus fogos de Conselho.
Lembranças que não se apagam. A gente ali, com muitos amigos em volta, o fogo
crepitando, quem sabe alguma tocha vermelha iluminando ao redor. A escoteirada
gargalhando, apresentações lindas, Do Rei da Macedônia, do Professor Pardal e
do Serafim – Aquele que fica assim! Demais, demais mesmo. As palmas se
desdobrando, são tantas. Adorava a do peixinho, do trem, do sapo falante da
batida no corpo, da mexicana, e claro da nossa mais famosa palma Escoteira. A
noite alta, o fogo terminando, a gente olha para o céu estrelado e pensa que
não tem mais nada tão lindo para viver. É uma hora de plena felicidade. Todos
esperam ansiosa a última apresentação. De todos. Agora é hora de entrelaçar as
mãos. Sentir o calor do seu amigo ou da amiga, ver seu sorriso, olhar nos seus
olhos e ver a esperança nascendo, pois ele assim como os outros sabem que a
Canção da Despedida marca, hora de chorar? Para alguns não dá para evitar.
Melhor é deixar as lágrimas rolarem pela face, e dizer – É de alegrias seu
moço!
A Canção da Despedida seja aonde for é um espetáculo a parte. Cantar e
deixar-se levar pela brisa, pelo vento, é um encantamento. Agora é deixar as
lágrimas rolarem, elas fazem parte de você agora e você sabe isto acontece com
todos. A cada estrofe olhamos para o céu estrelado e pensamos quão pequenos
somos neste imenso universo. Mas ali, com as mãos entrelaçadas e junto aos
amigos Escoteiros temos uma força enorme. Elevamos nosso pensamento ao criador
para agradecer o que estamos recebendo. Uma força incomum nos move como a dizer
que nunca haverá um adeus, sabemos que sempre haverá a realização de um sonho,
um sonho Escoteiro, um sonho que fica marcado para sempre em nossos corações. E
finalmente já com a mente posta um no outro, onde podemos dizer que somos
irmãos para sempre, e finalmente agradecer a ele, pois nos trouxe a alegria de
viver e conhecer que a felicidade está ali, junto a nós, entrando devagar em
nossos corações.
Pois o
Senhor que nos protege
E nos vai abençoar
Um dia certamente
Vai de novo nos juntar.
Lindo seu depoimento.
ResponderExcluirE a emoção com que coloca cada coisa.
Cheguei ao seu blog pois estava escutando músicas celtas, e de repente vem na Cabeça a Canção da Despedida. E aqui no seu texto, vi que a música tem origem na Escócia mesmo... países celtas. Que maravilhoso.
Obrigada!
Comecei no escotismo a pouco tempo e toda vez que escuto essa música me emociono. Maravilhosa
ResponderExcluirEstou tentando encontrar o autor da letra!
ResponderExcluirAuld Lang Syne é uma frase do dialeto escocês que, significa algo como “muito tempo atrás“, “nos bons e velhos tempos“, “velhos tempos“. Tratava-se de um poema escrito por Robert Burns no ano de 1788 que foi logo adaptado ao ritmo de uma tradicional canção escocesa.
ResponderExcluirFonte: Site de músicas escocesas.
É tudo verdade. Aquela emocão era muito forte e ainda é, cantanto todos juntos a noite com as mãos entrelaçadas e o movendo o corpo como uma onda acompanhando nossas vozes adolescentes vibrantes sob o brilho da lua cheia....é de chorar só a lembrança....que o.mundo cante esta canção para sempre não apenas no final do ano, mas todos os dias como uma linda oração de paz, amor, união e solidariedade
ResponderExcluirAcredito que seu autor tenha sido Dr João Ribeiro dos Santos. Ele é autor do hino do Ajuri Nacional de 1957:
ResponderExcluirViemos do norte,
do sul e do leste,
viemos do oeste,
de todo Brasil.
Das praias, dos papas,
Dos campos dos montes e
Dos horizontes de todo Brasil.
Das grandes cidades,
Das vilas mais belas,
Das casas singelas
De todo Brasil.
Mochila nas costas bandeiras ao vento
Para o acampamento de todo o Brasil
O Ajuri Nacional,
Do Rio de Janeiro,
É o marco triunfal do ano escoteiro,
Comemoramos o centenário de Baden Powel o fundador,
E do escotismo o cinqüentenário,
Do acampamento da Ilha de Browsea,
Na Ilha do Governador.
Se ele é gaúcho.
Você do amazonas,
De baixo da lona são todos irmãos
Qualquer cor ou classe,
Qualquer raça ou credo
Despertam bem cedo são todos irmãos
Fazendo a comida universitários
Peões e operários
São todos irmãos
Nascido em palácio, nascido em favela
Lavando a panela, são todos irmãos
O Ajuri Nacional,
Do Rio de Janeiro,
É o marco triunfal do ano escoteiro,
Comemoramos o centenário de Baden Powel o fundador,
E do escotismo o cinqüentenário,
Do acampamento da Ilha de Browsea,
Na Ilha do Governador.
Muito bom!
ResponderExcluir