Conversa ao pé do fogo.
Programas de reuniões de Tropa.
Vez ou outra chefes me
mandam e-mail perguntando sobre Programas de Reuniões. Quando comento o que eu
acho alguns dizem sim, tudo bem e mudam de assunto. Acredito que fazem de uma
maneira e esperavam que eu confirmasse o que fazem o que não aconteceu. Um bom
programa de reunião vem de diversas situações que a tropa a patrulha e os
monitores participam ativamente e foi dado a eles oportunidade para comentar e
sugerir. No entanto muitos acham que devia haver um manual com programas para o
ano todo. Deveria mesmo? Já vi diversos formadores emitirem suas opiniões e
muitas delas muito válidas. Afirmo, no entanto que cada Tropa tem um espirito Escoteiro
diferente. Afirmo que sem a colaboração da Tropa e principalmente dos monitores
muitos programas deixam de ter a importância que deviam ter para adestrar e manter
o jovem na Tropa.
Não tenho o dom natural em dizer que o programa que fiz deu resultados satisfatórios
e que ele é melhor do que os outros. Consegui manter uma Tropa com 28
escoteiros e quase todos atingiram dois ou três anos de atividade. Sei que
muitas outras tropas conseguiram diferente do que fiz. Discutir em conselho de
chefes é o melhor caminho. Abaixo alguns exemplos de que a maioria dos escotistas da tropa hoje em dia faz para montar seus
programas:
- Na semana ou no mês,
com auxilio de assistentes ou em casa de um deles, prepararam o programa, item
por item, costumam fazer programas para um trimestre ou mais. Não sei como eles
sabem do sucesso do programa e se isto é feito com os jovens em patrulha ou
toda a Tropa. Também não sei como sabem do crescimento dos jovens para cobrar
dos monitores o que a patrulha tem feito em cada reunião. Nestes programas
alguns são sucintos determinando as funções, jogos, palestras e se elas tem
tempo livre para comentarem entre si se estão gostando ou não. Têm também aqueles
que fazem o programa em sua casa e mandam via e-mail aos seus assistentes
determinado a responsabilidade de cada um. Outros no dia da reunião quase na hora de ir
para o Grupo, ele corre para rabiscar um programa, somente para ter em mãos um
lembrete e não esquecer o desenrolar da reunião, pois o contrário ele iria se
perder e não seria nada bom;
- Existem muitos que nem
programa fazem. Estes acreditam um bom Escotista não precisa de programas. Ele
é daqueles que vestem o uniforme na sede, chegam correndo respirando o ar como
se tivessem trabalhado duro até esse momento. Aprendeu a improvisar sem ver se
está dando certo, se os jovens gostam e se voltam na reunião seguinte. Tem
aqueles que preferem deixar a escoteirada se divertir com um “racha” de bola,
ou jogos já batidos, mas que fazem sucesso sempre que colocados em ação. Se no sábado seguinte alguns
faltam ele muitas sempre se entristece ou então ameaça uma expulsão. Claro são
minorias. A grande maioria realiza bons programas dentro do que foi proposto no
sistema de patrulhas.
Para que possamos saber se o programa
vai agradar não podemos esquecer que somos coadjuvantes. Se a tropa vive e aplica
o sistema de patrulha não tem erro. Nas reuniões de tropa é importante o tempo
livre para que as patrulhas conversem se adestrem e troquem ideias para a
reunião seguinte. É importantíssimo deixar a patrulha conversar. Chefe não
interrompe enquanto o tempo livre existir. Corrigir se preciso é com o monitor
educadamente dando explicações e ouvir quais os itens que gostariam de ter nos
programas de tropa. Algumas tropas costumam ter reuniões de patrulha na semana,
em casa de um deles ou se possivel na sede. Vejamos como poderia se fazer um
bom programa:
- Conselho de Patrulha -
Reunião programada pelo monitor, semanalmente, antes ou depois da reunião, onde
se discutirá além de outros assuntos, as sugestões de programas para a chefia,
visando o adestramento progressivo, jogos e sugerindo outras atividades que
porventura podem dar mais conhecimentos a patrulha.
Corte de Honra -
Realizada uma vez por mês, sob a supervisão de um dos monitores eleito para
presidente (vide informações sobre Corte de Honra a parte) e dentre diversos
assuntos apresentados às sugestões dos programas de reuniões sempre faz parte. Cada
monitor apresenta seu relatório devidamente anotado pelo escriba da patrulha.
Nestes casos o Chefe de posse do relatório da patrulha se reunirá com seus
assistentes e acatando a maioria das sugestões irão preparar os programas do
mês. Isto deve ser levada a sério. Se verificarem que as suas sugestões não
foram posta em práticas muitas vezes ele desistem e não dão mais ideias seja em
patrulha ou Corte de honra. Cabe a chefia, tornar possível a realização do
programa, ver necessidades de jogos, distribuir horários, e caso aparecer algum
item discordante não deixar de comentar com a patrulha que sugeriu.
Sei que feito pela primeira
gera dúvidas, muitos não saberão o que fazer e falhas vão acontecer. É bom
lembrar que eles nunca fizeram e precisam aprender a pescar. Tomemos como
exemplo que estes jovens em suas turmas no bairro e sem a supervisão de adultos
têm seus próprios programas e nunca reclamam. Ouvir o que eles tem a dizer é
primordial. Li não sei onde que a aplicação destes programas mostrou que as
tropas que fazem seu próprio programa e em alguns casos atividades ao ar livre
sem a supervisão de adultos, mantém em suas fileiras por mais tempo seus
membros com pouca evasão e com resultados surpreendentes. Muitos deles costuma
voltar já adulto para colaborar com o grupo, claro eles sabem que receberam o
melhor do escotismo.
Costumo afirmar que o
escotismo é para os jovens. Os adultos são meros colaboradores e responsáveis
pelo desenvolvimento. Não cabe a eles fazer e nem tomarem a frente de tudo.
Conheço tropas que em muitos casos os monitores são partes importantes nos
programas não só na sua confecção como atuantes nos jogos e outros. A Patrulha
de monitores é a fonte do sucesso.
Em breve a continuação
destas sugestões aos meus amigos chefes de Tropa.
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