Conversa
ao pé do fogo.
Retrospectiva
escoteira de 2016.
E teve? Fiquei mais em casa que na
companhia de meus amados escoteiros. Recebi muitos convites e na hora H eis que
o danado e amado pulmão reclama assim como minhas belas pernas sempre admiradas.
– Vado Escoteiro não saia se não corto seu ar! Ou então faço você cair! Estou
mesmo pensando em levar os dois que estão comigo há setenta e cinco anos (setenta
e seis em janeiro próximo) na minha Corte de Honra e deixar que minha antiga Patrulha
Lobo decida seu destino. Mas queira ou não, eu não posso reclamar. Ri muito sem
gargalhar, chorei um pouco sem berrar, me diverti com minhas escoteiradas no
Facebook. Não foi um ano feliz em participar com amigos fora da minha Taba onde
com minha amada Célia finquei o pé para não sair. Como um Urso, hibernando para
sempre.
Houve convites. Não tantos, mas fiz
tudo para ir. E na hora H lá vem o pulmãozinho e a perninha que não me dão
socego. Por outro lado escrevi centenas de histórias contando as sagas de
escoteirinhos, lobinhos, seniores e guias, não me esqueci dos pioneiros, chefes
e chefas de lobos e o escambal. Coloquei a disposição artigos, histórias e
tantos temas escoteiros que foram mais de 1.500 chefes a pedirem meus escritos
via e-mail. Como não sou sentimental (risos, logo eu?) escrevi artigos do que
penso da nossa liderança escoteira nacional. Arre! Da regional pouco. Do
distrito onde estou permaneci calado. Não gosto do que vejo, mas quem sou eu
para criticar? Afinal se não me registrei na EB porque não quero ser dependente,
pois sempre tem um para dizer que devemos ser obedientes e disciplinados. De
uma coisa eu sei, dezenas de amigos partiram para as estrelas e logo irei
encontrar todos eles para farrear escoteiramente.
O bom de tudo é que recebi visitas. Bem não
tanto, mas me fizeram feliz. Muitos me contaram seus dissabores, seus amores,
suas jornadas Escoteiras e o que fizeram em 2016. Um Chefe uma vez me disse que
no meu passado também existiu mau escotismo, chefes sem qualificações e etecetera
e tal. Costumo dizer que no passado éramos poucos, mas francamente, nosso
escotismo era gostoso (o tal Chefe disse que os meninos de hoje dizem o mesmo)
continuando, nossas patrulhas ficavam por anos as fio juntas. Você chegava à
reunião e lá estava à maioria com estrelinhas de metal de atividades de três quatro
ou cinco anos, com fundo amarelo ou verde na camisa. Amizade era demais. Vivíamos
juntos escoteirando por este mundo de Deus. Sem essa de pedir permissão a Deus e
o mundo para escoteirar. EB! - “Liberta que sera tamen”.
E hoje? A evasão bate a porta de muitos
Grupos Escoteiros. Lá se vão meninos meninas e chefes voluntários. Dou risada de
um comentário de um amigo: Voluntário é a pessoa que ajuda sem esperar nada em
troca. Exceto o Voluntário Escoteiro que tem de pagar para ajudar e não esperar
nada em troca. Boa essa! - Enfim não tiro o chapéu para muitos dirigentes. Já
perdi a conta de cursos que aplicam ano a ano. Não era para ter melhorado? Sei
lá se há preocupação com atividades de campo, pois isto é a chave do sucesso. Se
nem tudo é doce de leite e ele está salgado a culpa é de quem? – Mestre, me disse
uma escoteira, é da nossa liderança que tem muito papo sabem cobrar, mas o
escotismo permanece no mesmo lugar. Caranguejo Chefe, um prá frente e dois prá trás.
Para não dizer que não sai fui visitar
amigos (poucos) em uma sede maravilhosa, arborizada e lá sentados ao redor do
fogo, cantamos conversamos e vimos que fraternidade não tem hora e nem lugar.
Foi para mim um bálsamo que estava precisando. Uma doce e saudosa recordação
das centenas de fogos que participei. 2017 vêm aí. Não sei se terei mais
condições de dar meus pulos fora da minha Taba armada no alto do Monte de
Osasco. Sei que alguns irão me convidar. Farei tudo para ir. Dependo agora de
meus filhos para me levarem. Dependo também do danado do meu pulmão e minha
perna para colaborar. Espero que a Corte de Honra dê um jeito neles. Entro em
2017 acreditando que será melhor que o que se vai. Falei muito de flores e
pouco de politica. Iria resolver? Esqueci, foi 2016 o ano que mais amigos se
aproximaram e me desejaram tudo de bom. A Eles tenho que fazer uma curvatura de
quarenta e cinco graus, tirar meu chapéu e dizer:
- OBRIGADO!
Vocês fizeram parte de da minha vida. Eternamente agradecido. Seja no céu ou
não farei questão de estar por lá para oferecer um abraço, um aperto de mão e
um sorriso sincero. Até então, ou melhor, como diz o mineiro: - Inté migão ou
migona!
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