“Tininha”.
Abriu os olhos lentamente.
Tateou com sua mão direita procurando Fofinho seu ursinho de estimação. Nada! –
olhou para o lado e viu Betinha sua amiga lobinha deitada ao seu lado. Levantou
a cabeça e se assustou. Não era seu quarto. Olhou para a porta de lona
esperando sua mãe entrar para dizer que estava na hora da escola. Sua Mamãe não
entrou. Ouviu uma voz conhecida gritando Lobo, Lobo, Lobo! Levantar com este
frio? Nem morta. Virou para o lado e tentou dormir mais. Sua mente passeava.
Onde estava? O que fazia ali? Dormia em uma barraca e nunca dormiu assim.
Sorriu, era diferente era bom demais. Sabia que gostava. Lembrou que era
Lobinha e as lobinhas são espertas, obedientes e disciplinadas. Será que tinha
de lavar o rosto e escovar os dentes como sua mãe fazia quando acordava?
Outra vez o mesmo grito.
Desta vez mais forte. Lobo, Lobo, Lobo! Levantou. Betinha acordou e olhou para
fora da barraca. Já é hora? Tininha sorriu. Saiu devagar da barraca, um frio de
rachar. Pegou sua blusa de frio. A Alcatéia se formava, mas faltavam muitos que
ainda dormiam. O Balu e a Bagheera iam de barraca em barraca. Tininha sorriu.
Foi à primeira vez que dormiu em uma barraca de pano. Acantonou antes, mas dormiram
em um quarto bagunçado de tantos lobinhos. Gostava. Divertia-se, se sentia bem
com as outras lobinhas. A Akelá era simpática, o Balu fazia cara de feroz, mas
logo em seguida dava uma boa gargalhada. Bagueera era mãe, pai, tia e avó.
Olhou para o céu e viu o sol chegando. Olhou para a Akelá e ela sorria.
Sabia que seria mais um
dia divertido. Correu a formar. O dia passou e ela nem se lembrou da mamãe, do
papai e do Fredinho seu irmão e do seu urso Fofinho. Quantos dias ainda estaria
ali? Não sabia, não importava, amava muito tudo isto. Na matilha Azul ouviu um
trinar de um passarinho. Olhou e ele estava em um galho próximo cantando. O
mundo sorria, Tininha sorria, a Akelá sorria. Isto era bom demais. Sabia que
seria uma Lobinha da selva de Mowgly para sempre. – Melhor Possivel Akelá!
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