Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

terça-feira, 29 de maio de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Meu Escoteiro e meu Lobinho são o “Cara”



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Meu Escoteiro e meu Lobinho são o “Cara”

- O Presidente Obama usou esta expressão para definir o Presidente lula há alguns anos passados. O “cara” poderia significar que ele era o homem certo, o líder, o motivador etc. – Tenho lá meus motivos para dizer que naquela época Obama ainda não conhecia por dentro o presidente lula. Mas meu artigo não é para denegrir ou elogiar o ex-presidente. Meu tema é escoteiro. Quem afinal não tem em sua tropa ou alcateia, aquele jovem ou aquela jovem que mostram serem os melhores que os demais? Os mais interessados, os mais dedicados? Acho que quase todos que ficaram ou estão à frente de uma sessão tem alguém assim.

- Eles são os primeiros a chegar à sede e os últimos a sair. Nos acampamentos, acantonamentos, atividades extra sede ç[a estão eles com seu equipamento individual, bem uniformizados e sorrindo. Não reclamam são bons estudantes e os pais os consideram filhos modelos. As vezes a gente pensa que eles nasceram com o “Espírito Escoteiro”. São o exemplo e o orgulho em qualquer situação. Claro, desejaríamos que todos fossem assim, mas sabemos que isto não acontece.   

- Porque os demais não são do mesmo jeito? Afinal o programa é o mesmo para todos e se uns poucos se destacam não seria coerente que os demais fossem assim também? Se fosse verdade teríamos uma tropa ou uma alcateia considerada elite e facilmente o objetivo a que nos propomos fosse alcançado mais facilmente. A realidade sabemos é outra. Temos aqueles que perderam o interesse, faltam às reuniões, chegam atrasados e sempre tem uma desculpa para explicar o porquê não são como aqueles outros, ou seja, “O Cara”!

- Dizem que um dos maiores problemas que enfrentamos é o “filho do Chefe”. Considero o “Filho do Chefe” um caso a parte. É o mais prejudicado por ser cobrado a dar o exemplo do pai e esses exigem dele mais que os outros. Cobram o tempo todo, dão sorrisos mostram fotos aos amigos e vizinhos quando conquistam alguma insígnia, distintivo e isto é sinal de festa em família. Sempre dizendo ao rebento: Você é um escoteiro ou lobinho, a promessa para é ponto de honra, deve ser sempre o melhor para mostrar que puxou aos seus pais.

- Conheci muitos casos assim. Via no jovem uma revolta silenciosa, mesmo mostrando o prazer aos seus pais de tudo que esforçou para conquistar. Sei que muitos pais pensam diferentes, agem diferentes, mas a maioria não. Já vi casos de muitos que entraram para o escotismo para ficar ao lado deles muitas vezes prejudicando seu crescimento já que pretendemos dar a eles um caminho a seguir quando chegar a hora da decisão do livro arbítrio que um dia irão tomar.

- Tive quatro filhos no escotismo. Sei bem como é. Por ter tido uma vida escoteira independente dos meus pais, deixei-os seguir com os outros aprendendo fazendo caindo e a se levantar sem minha ajuda. Aceitei suas escolhas e quando muito dava uma palavra de estímulo. Conheci e conheço pais que agem dando livre arbítrio ao Chefe, sem menosprezar ou reclamar do modo como ele está sendo tratado. Muitos quando cresceram tiveram oportunidade de reconhecer seus chefes independentes da maneira que seus pais pensavam a respeito.

- Não é tarefa fácil manter o “filho do Chefe” em uma sessão escoteira quando os pais querem o melhor para seus filhos esquecendo que os demais merecem ter o mesmo tratamento. Vai chegar o dia que ele o jovem vai tomar suas decisões e se ele aprendeu assim no Movimento Escoteiro melhor para ele. Livre arbítrio não é fácil de ser interpretado e realizado. Se os Chefes não estão devidamente preparados para agir nestes casos sempre acontecerão dissidências, conversas truncadas que nunca serão benéficas para os filhos.

- Quando temos o “cara” em nossa sessão e os demais não são, acredito que o Chefe não está ainda devidamente preparado para conduzir a todos de uma maneira igual. Vemos muitos saindo seja o jovem seja o adulto por que não houve entendimentos entre um e outro e isso quem sabe é falta de maturidade e vivencia na condução dos jovens na sessão. Não sei se este tema vez ou outra é comentado nos cursos de hoje em dia. Uma boa prosa em uma dinâmica de grupo costuma dar grandes resultados.

 Em um grupo escoteiro somos uma grande família, onde todos olham por todos independentes da linhagem e da idade que nascemos e vivemos. Ter o “Cara” e não ter os demais com a mesma chama escoteira é hora de parar, pensar, raciocinar onde estamos errando. Muitos Grupos Escoteiros conseguem alcançar o caminho para o sucesso e outros não. Não é o que eu acho que importa, é o que todos nos achamos, do lobo ao Presidente do Grupo.

- Entender os motivos, conversar, trocar ideias, aparar arestas é função do Chefe e muito mais do Diretor Técnico. Um Conselho de Chefes cujas reuniões são feitas em um clima de fraternidade e compreensão, sempre dão resultados cujo benefício irá servir para todos os participantes. Aprender a ouvir e calar muitas vezes é o caminho para evitar uma discussão inútil e tola que não leva a lugar nenhum.

Nota - “De todas as lutas” e mágoas que enfrentamos na vida, sempre nos será mais fácil falar das que já vencemos de há muito, cujas lições já aprendemos e nos reconhecemos melhorados, do que relatar fatos recentes, quando as emoções ainda permanecem a descompassar nossos corações carentes de aprendizagem e de mais equilíbrio.

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