Conversando com o
"Velho" Escoteiro
Não era um tema novo. Repeteco por assim dizer. A realidade é
cruel, mas eu já tinha conversado com o "Velho" Escoteiro muitas
vezes a esse respeito. Não adianta dizer que temos de fazer “assim e
assado“. A realidade está presente em
nossa vida, no Grupo, Região e na própria Direção Nacional. Ou aceitamos e
insistimos em nossos ideais ou nos afastamos. Cada um tem sua maneira de ser,
de pensar e agir.
Ele me dizia sempre que não importa o cargo. Importa o que está
sendo feito, mesmo que leve tempo. Aquela senhora que vai lá sempre, varre a
sede, é prestativa é tão importante com o Chefe de sessão ou o presidente. -
Nós dependemos de todos - dizia - O Grupo Escoteiro é como uma grande família.
Cada um tem suas obrigações e responsabilidades. Se ali tem amizade e
fraternidade, os jovens têm a ganhar. Garanto que o grupo que atua assim está
no caminho certo.
Conheci Grupos que não iam bem. Havia divergências entre novos e
antigos. Os Escotistas achavam que os Diretores eram pessoas que estavam ali
para servi-los. Estes pôr sua vez, tinham dúvidas de suas responsabilidades,
pois sempre confundiam técnica escoteira com atividades burocráticas ou
paralelas. O Método e Programa não eram bem conhecidos. Durante algum tempo
aceitavam a liderança e depois se afastavam.
Outros mais interessados deixavam suas funções de dirigentes e
participavam como Escotistas. Achavam que a falta de bons chefes poderia ser
suprida, pois o elemento humano qualificado não existia e se havia interesse
porque não participar? A partir do momento que começavam a aprender a conhecer
e participavam em atividades próprias de adultos, mais se entregavam a tarefa
de educadores. O movimento precisava deles e eles sentiam isso. Infelizmente
uns poucos não compreendiam bem suas novas responsabilidades. Alguns faziam o
certo, outros tentavam modificar e com o tempo as divergências começavam a
aparecer. Em qualquer atividade você podia contar quantos vieram do próprio grupo.
Participei de muitas reuniões de Executiva em todos os níveis.
Na maioria dos casos sempre se voltavam para o Diretor Técnico, tentando achar
as respostas ou seu apoio. Acredito que o que falta é uma melhor compreensão
das responsabilidades e deveres de cada um. Tenho meus direitos e deveres, mas todos
que colaboram na organização também os têm. Quando não tinha nada o que fazer
no Grupo que prestava a minha colaboração, gostava de observar não só os
jovens, mas os pais e parentes que acompanhavam seus filhos as reuniões e podia
observar o interesse deles.
O Escotismo é interessante. Você nunca ouviu falar e quando ouve
não interessa muito (os leigos). No entanto se observar e participar
espontaneamente pôr algum tempo é picado pelo mosquito invisível e basta um
convite e lá está você, de uniforme e tentando dar o melhor de si. O "Velho"
Escoteiro sempre me dizia que tudo é válido, se os resultados esperados são
alcançados. Infelizmente sou obrigado a dar razão a ele em alguns pontos. –
Olhe meu caro jovem Chefe, dizia ele, o amor dos chefes é grande, muito. Fazem
de tudo para que a juventude que está em suas mãos floresça conforme é o
propósito do escotismo. Mas tudo é muito difícil.
Você hoje dificilmente
encontra um grupo com todas as suas sessões completas. No passado, tive a oportunidade
de ver tudo isto. Grupos com vinte quatro lobinhos, vinte e quatro lobinhas,
tropa Escoteira masculina e feminina ambas com trinta jovens. E a Sênior e a
guia? Três patrulhas? Quatro? Pioneiros?
Pelo menos doze? Você tem visto isto hoje? E olhe, era comum no passado.
Fiquei pensando no
que o "Velho" Escoteiro dissera. Uma exceção quando se encontrava grupos
assim. Programas. Método, alegria, fazer o jovem se sentir feliz e querer
voltar sempre. Um tema que eu iria abordar com o "Velho" Escoteiro em
uma próxima vez. E você? O grupo que colabora tem condições de ter sessões completas?
Escotistas atuantes, interessados e bem adestrados?
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