Orgulho de ser Escoteiro.
Eu prometo, pela minha honra!
Que semana meu
Deus! Minha cabeça a mil. Sonhava com o próximo sábado e ao mesmo tempo meu
corpo tremia. De medo? Claro que não. O Chefe tinha dito que nós escoteiros não
temos medo. Mas sinceramente? Eu tinha sim. Seria um dia que ficaria marcado na
minha vida para sempre. Afinal era o dia da minha Promessa Escoteira. Flavio me
disse que eu estava pronto. Flavio é meu monitor. Disse que a Corte de Honra
aprovou. O Chefe Gildo me chamou na reunião e disse – Sábado que vem você fará
sua promessa. Acha que está pronto? Fiquei em duvida na hora. Sim Chefe. Eu
estou pronto. Você conhece a Lei dos Escoteiros? Conheço Chefe, ainda não sei
de cor, mas prometo que no sábado o Senhor pode perguntar. Direi todas.
Passei a semana
lendo, decorando, pensando e amando o que eu estava fazendo. Amava mesmo o
escotismo. Na sexta fui para a pracinha do meu bairro. Ela era meu recanto
favorito. Lá eu pensava em mim, na minha mãe, no meu pai e na minha Irmã
Constance. Era o meu refugio. Agora estava voltando ao passado. Quatro meses
antes. Eu os vi passando na minha rua. Fui atrás. Vi onde se reuniam. Adorei.
Amei. Tinha de ser mais um. Minha mãe demorou a dizer sim. Meu pai trabalhava
longe. O Chefe entendeu. Fui apresentado. Flavio me apresentou a Patrulha Leão.
Todos me deram a mão esquerda. Não sabia o que era, mas nunca mais esqueci este
dia.
Não parava de
dizer na minha mente, não podia esquecer agora e nunca mais. “Prometo, pela
minha honra, fazer o melhor possível para...”, e a Lei? Difícil. Muito difícil
para entender tudo, mas eu consegui. Saber que tinha de ser leal, ter uma só
palavra, ser amigo de todos, irmão dos demais, ser puro nos meus pensamentos.
Que lei! Mas ia prometer que faria tudo para obedecê-la. Meu uniforme estava
pronto. Não sei quantas vezes o vesti alí no quarto e me olhava no espelho.
Gostava do que via. Estava perfeito! Seria um orgulho de mim mesmo!
O sábado
chegou. Tomei um banho pensando. Era meu dia. O mais lindo dia da minha vida.
No meu quarto coloquei peça por peça. Bem passado. Meu chapéu perfeito! Ensinaram-me
as dobras do meião. Era a primeira vez. Na tropa só podíamos vestir o uniforme
a partir da promessa. Lá fui eu rumo à sede. Assoviava baixinho. “De BP trago o
espírito, sempre na mente!” Adorava esta canção. A turma estava lá, patrulhas
em seus cantos. Sempre Alerta meus irmãos! Abraços. Era assim nossa Patrulha. O
apito do Chefe. Bandeira! Ferradura! As bandeiras tremularam ao vento! Subiram
aos céus dos escoteiros! Uma oração. Eu a fiz. Meus olhos cheios de lágrimas.
Chefe! Tenho
um patrulheiro para a promessa! Traga-o Marcio. Lá fui eu a frente com o
Marcio. – Marley! Você está preparado? Sim Chefe! Meu corpo tremia. – Sabe a
lei Escoteira e entende o seu significado? Sim Chefe, e sem ele esperar falei
uma por uma. Todos assustaram. Nunca ninguém disse assim. A tropa Escoteira
está de acordo com a promessa do Marley? Todos gritaram sim. Levante a mão
direita, faça a meia saudação e repita comigo. Interrompi o Chefe. Poderia eu
dizê-la sozinho por completo Chefe? Claro. – Estava ali, orgulhoso e agora não
mais tremia – “Prometo, pela minha honra, fazer o melhor possível para: -
Cumprir o meu Dever para com Deus e minha pátria, ajudar o próximo em toda e
qualquer ocasião e obedecer à lei do Escoteiro”!
Que dia meu
Deus! Incrível! Meu lenço foi colocado, meu querido distinto de promessa que
seria meu para sempre! Um certificado que mandei encadernar. Agora era um
Escoteiro. Orgulhoso! Para sempre teria aquele dia na memória. O grito de
Patrulha foi dado, abracei a todos com carinho, a tropa deu o Anrê. Que tarde
linda, que beleza de vida! Como eu era feliz! Ser Escoteiro para sempre eu
dizia para mim. Minha mãe apareceu, não sabia. A Mana também. Choravam de
emoção.
Dizer mais o que? Foi o meu dia, um dia que jamais em toda minha
vida esquecerei! Orgulho de ser Escoteiro! Claro, para sempre!
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