Conversa ao pé do fogo.
Programas de reuniões de Tropa.
Não sei dar muitos pitacos
em programas de reuniões de tropa. Bem eu sei que fiz várias centenas deles e
participei como jovem em outros tantos. Não dou porque sempre confiei nos
monitores e deixava tudo nas mãos das patrulhas. Se eu não gostava não
importava, se eles gostavam então eu sabia que estava no caminho certo. Não foi
assim que BP criou o método escoteiro? Eu não se como são preparados os chefes
nas UD (unidades Didáticas) de cursos de formação que se referem ao tema – Programando
o Programa. Pode ser que diferem muito do que eu acredito como devia ser. Como
sei que tem muitos chefes que estão acertando não posso dizer para mudar. Vejamos o que a maioria dos escotistas da
tropa hoje em dia estão fazendo para montar seus programas:
- Na semana ou no mês, com auxilio de assistentes (ou mesmo só)
em casa de um deles, prepararam o programa, um ou vários, determinando as
funções de cada um, horários e adestramento progressivo; Tem aqueles que
resolvem o quer fazer e mandam via e-mail aos seus assistentes o programa sem
dizer qual seria a responsabilidade deles. - Em um sábado, quase na hora de ir
para o Grupo, o Escotista corre para rabiscar um programa, meio sem eira nem
beira, somente para ter em mãos e não esquecer o desenrolar da reunião, pois o
contrário ele iria se perder e não seria nada bom;
- Sem tempo, ele acredita que é um bom Escotista e não precisa
de programa. E a improvisação faz parte do dia. A garotada se diverte com um
“racha” de bola, ou jogos já batidos, mas que fazem sucesso sempre que
colocados em ação. No sábado seguinte ele verifica que alguns
não vieram e sempre mandam um aviso ameaçando os faltosos disto e daquilo. Desculpe
isto é minoria. A grande maioria dos chefes realizam bons programas dentro do
que foi proposto no sistema de patrulhas. Sei que eles sabem que na tropa são
coadjuvantes. Se a tropa aplica o sistema de patrulha não tem erro. Sei que
hoje em dia em qualquer reunião de tropa é dado tempo para que as patrulhas se reúnam
entre elas e os monitores lideram como deveriam liderar. Dando liberdade aos
patrulheiros de opinar e divergir. Quem sabe a tropa ainda funciona no verdadeiro
sistema de Patrulhas? Vejamos como penso que deveria ser:
- Conselho de Patrulha -
Reunião programada pelo monitor, semanalmente, antes ou depois da reunião, onde
se discutirá além de outros assuntos, as sugestões de programas para a chefia,
visando o adestramento progressivo, e sugerindo outras atividades extra sede
que porventura podem dar mais conhecimentos a patrulha. Ops. Aonde eles irão
sem supervisão da chefia o local deve oferece condições para isto.
- Conselho de Monitores – Ideal para montar programas de
reunião, com sugestões da patrulha. Nada há ver com a Corte de Honra. Pode ser
realizada uma vez por mês na sede, na casa de um Monitor ou na casa do Chefe.
Sempre haverá a presença do Chefe e seus assistentes. Ali de posse das sugestões
dos monitores o Chefe e Assistentes terão condições de montar programas a
curto, médio e longo prazo. Poderão também colocar programas surpresa ou jogos
ainda não testados. Já vi tropas usando este método e com bons resultados. Os
jovens quando participam dão mais valor. A Corte de Honra poderá analisar
melhor os resultados.
Aprender a fazer fazendo, faz parte do programa escoteiro e
talvez um dos principais. Se a patrulha não tem esta liberdade ela não cria,
não cresce individualmente e muitos jovens se sentem alijados motivo pela qual
muitas vezes não participam das reuniões e preferem deixar o escotismo. Isto é
importante, pois a experiência sempre mostrou que as tropas que fazem seu
próprio programa e em alguns casos atividades ao ar livre sem a supervisão de
adultos, mantém em suas fileiras por mais tempo seus membros e isto diminui a
evasão e ajuda em muito no futuro. Conheço Grupos Escoteiros que além da ajuda
dos pais sempre tem dois ou três chefes oriundos do próprio Grupo.
O Sistema de Patrulhas e o método deixado por BP é enfático em
dizer que o escotismo é para os jovens. Os adultos são meros colaboradores e
responsáveis pelo desenvolvimento sadio da tropa. Não cabe a eles fazer e nem
tomarem a frente de tudo. Conheço tropas que em muitos casos os monitores são
partes importantes nos programas e em todas as atividades da tropa. Eles
valorizam muito quando tem sua própria patrulha de monitores e acampam com seus
chefes aprendendo e trocando ideias. Um bom Chefe lidera como irmão mais Velho sua
tropa e está de mãos dadas com a Patrulha de Monitores. Acampamentos,
atividades e passeios com os monitores e subs fazem do chefe um líder amigo
cujos benefícios serão conhecidos em pouco tempo.
Lembro que muitos escotistas procedem de outra forma. Não sou
contra. Baden-Powell sempre disse que o importante é o resultado. Se ele é o
esperado então deve continuar com faz hoje. A melhor maneira de analisar é ver
se a evasão é pequena. Ela sim diz se o caminho percorrido foi válido. Aqueles
que têm boas patrulhas, bons monitores, patrulheiros/patrulheiras motivados e
com mais de um ano de atividade eles sim estão caminhando para o sucesso
esperado. A melhor tropa é aquela que está sempre se motivando, procurando
fazer o que gostam se sentindo parte do todo e dificilmente deixando as
fileiras escoteiras.
Nota - Quando me refiro aqui aos meninos, é claro que também se
aplica e muito bem as meninas, que por sua natureza são mais conservadoras,
interessadas e sabem organizar o que querem de uma maneira prática e objetiva.
Risos, melhor ainda em tropas separadas.
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