Conversa
ao pé do fogo.
Namoro no
escotismo.
Um tema polemico. Para mim é claro. Não sou
psicólogo e nem um professor no assunto. Criei quatro filhos com liberdade, mas
com respeito. Hoje não é ontem e o amanhã eu desconheço. Algum tempo atrás
entrei nesta seara, mas apareceram tantos sábios e psicólogos a me contradizer
que coloquei um pé atrás e desisti do tema. O modernismo hoje é defendido com
unhas e dentes. Até mesmo por chefes de ambos os sexos que defendem pontos de
vista acima do que pensam os educadores do tema. Sempre pensei que o escotismo
era para formar, ensinar, adestrar e preparar o jovem e a jovem dentro dos
princípios que nos legou Baden Powell. Não vejo com bons olhos o que anda
acontecendo por aí. Para dizer a verdade tem muitos que nos sites de
relacionamentos postam mensagens que não me agradam. Não posso concordar que
isto leva a ser o tão falado Espírito Escoteiro. E o palavreado então? Outro
dia um se dirigiu a mim (não foi o primeiro) como se eu fosse da idade dele.
Lembrei educadamente que seria bom ele chamar os mais velhos de Chefe ou de
Senhor, isto é próprio dos escoteiros disse. Sabe o que ele disse? Que não sou
melhor que ninguém, que eu podia ir a m.! Claro que ele tinha o uniforme e à
promessa, mas não tinha nada de Escoteiro. Isto é culpa de quem? Do seu Chefe?
Dos seus pais? Ou será que ele está certo e o errado sou eu? Quando vejo grupos
(nem todos) comentando atividades nacionais, lá estão jovens seniores, guias,
pioneiros, pioneiras e escotistas falando de uma maneira que para mim é grego
fico pasmado. Não precisam repetir que eu estou fazendo horas extras e deveria
bater o cartão e ir embora.
Não
entraria de novo no tema se não fosse alguns chefes e algumas jovens que me
mandaram mensagens nas últimas semanas. Pouco? Claro que sim. Eles não
representam de nenhuma maneira o universo dos mais de dez mil membros
registrados (acima de quinze anos). E também não serve como amostragem para
dizer que é geral. Nada disto, mas um dia isto vai prejudicar em muito o nome
do escotismo em nosso pais. Centenas de tropas mistas, sem ter uma Chefe
feminina ou então sem ter um Chefe masculino. Deram-me exemplo da escola. Lá
tem professores masculinos e femininos. Bah! Não me convenceram. Contaram-me as
jovens coisas incríveis que andam acontecendo no grupo deles. Isto é escotismo?
Discordei e discordo de uma Patrulha mista. Acho que não tem como dar certo. Sempre
acreditei que as patrulhas deveriam ser autônomas. Cada uma agindo com suas
próprias forças. Concordo plenamente com atividades conjuntas. Nada mais que
isto. Mas deixo claro que tem outros com mais qualidades e experiências do que
eu. Podem fazer o que eu não faria. Tenho minhas duvidas se o método será
alcançado desta maneira. Não julgo o hoje, penso no amanhã quando estes jovens
estiverem na idade adulta. E alguns chefes? (nem todos, entendam bem) não tem a
mínima condição de manter um diálogo ou mesmo orientar como devia aos jovens de
sua sessão. Eles são culpados? Parte sim parte não. Se de muitos cujo diálogo é
impossível. Gritam, ameaçam, suspendem e nem mesmo os pais ficam sabendo.
Muitas vezes eles nunca utilizaram a Corte de Honra e nos seus grupos o Conselho
de Chefes inexiste. Suas ações ficam restritas ao grupo e os pais nunca são informados.
Esquecem que quando eles entram estão junto com seus filhos.
Muitos
jovens são enfáticos em perguntar sobre o namoro no escotismo. Namoro? Pensei
que o escotismo tinha outras finalidades. Uns dizem que os chefes implicam, outros
acham que nas reuniões e atividades extra-sede é para fazer escotismo e não
namorar. Mas é claro, por acaso perguntaram aos pais se estão de acordo com o
namoro dos seus filhos na tropa? Nas reuniões nos acampamentos? Discutiram com
eles os prós e os contras? Ou será que o Chefe Escoteiro tem todas as
qualidades para assumir esta responsabilidade que deveria caber aos pais? Quando
começamos com o movimento feminino havia tropas separadas lideradas por chefes
femininas. Tive a honra de dirigir o primeiro CAB Escoteiro com as chefes
femininas. Mas muitos me garantem que os tempos são outros. Falar o que? São
tantos a desfazerem minhas ideias que fico pensando se eles têm experiência
suficiente e se os resultados no futuro serão bons.
Poderia
afirmar que mesmo aceitando uma tropa mista ela não poderia existir com um
Chefe só. Como sou um pai a antiga não aceitaria minha filha ou meu filho em
uma tropa dirigida por um Chefe masculino sem a participação de um adulto
feminino. Mas cada um é cada um e sabe onde o calo aperta. Para mim seria
obrigatório ter representantes de ambos os sexos. Explicar o porquê seria me
alongar. Escotismo tem métodos próprios e mesmo tentando adaptar-se aos novos
tempos, acredito que a honra, a ética, o respeito e a responsabilidade não
podem desaparecer. Liberdade sim, mas abuso não. Chega de ver meninos e
meninas, jovens de todas as idades mal uniformizados, camisas soltas, lenços
pendurados, sem meia, de chinelos, e indo para estas atividades nacionais ou
regionais sempre pensando em rever os amores que lá fizeram.
Não sou uma
autoridade no tema. Nem quero que pensem que estou generalizando. Sei de muitas
tropas que funcionam com ambos os sexos e muito bem. Mas e os outros que não
estão preparados? Será que um dia estes podem trazer consequências as quais poderemos
nos arrepender? É bom lembrar que em muitos lares cada um tem seu quarto. Ainda
vestem de maneira diferente e são tratados pelos pais também de maneira
diferente. Costumo dizer que para um bom entendedor meia palavra basta. Se
acharem que estou errado paciência. Mas disciplina sem amizade, sem
fraternidade e respeito não é disciplina e, por favor, não confundir nunca com
libertinagem. Quer namorar? Fora das atividades escoteiras e com plena concordância
dos pais. Responsabilidades deles e não do Chefe. Parabéns aos que estão dentro
da linha do senso e do bom escotismo. Temos que pensar no crescimento dos
jovens com o respeito que ele merece, mas visando única e exclusivamente sua
formação moral. É isto que precisamos para um país sério que todos sonhamos. E
por favor, conversem com os pais. Esta é uma educação que parte deles devem participar
e autorizar. Amém!
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