Conversa ao pé do fogo.
Programando o programa.
Todo mundo conhece, todos os escotistas
fazem. Afinal nada se produz sem ele. Alguns simples, outros complexos, mas
todos com o mesmo objetivo. Conheci em minhas atividades escoteiras, muitos
programas bons, outros nem tanto. Junto a tantos outros amigos escotistas,
fizemos programas de sessões, de Diretoria, de Conselho de Chefes, de
Atividades Especiais, de Grandes Jogos, de Região Escoteira, De Ajuris, de
Elos, de Adestramento, de Atividades Nacionais e até algumas internacionais. Quando
planejamos os programas das sessões e do grupo eles devem se entrelaçar. Como?
Pensando em termos que todos os órgãos do grupo os têm (um programa). Alguns
grupos todo final do ano fazem uma reunião própria para este tema, (Indabas dos
chefes em regime de acampamento é muito válido) e costumam convidar a diretoria
e alguns pais que sempre colaboram nos programas anuais. Isto facilita muito
para se planejar adequadamente.
Se um programa geral é feito isto ajuda em
muito as sessões escoteiras para fazerem os seus e a diretoria do grupo.
Ninguém gosta quando um programa diz uma coisa e a diretoria programa outra sem
avisar. Conheço Grupos Escoteiros que no final do ano sempre dão oportunidade
aos jovens para sugerir datas do ano seguinte. Quantas excursões, quantos
acampamentos, quantas atividades aventureiras e assim por diante. Os lobos
também quem sabe podem ser consultados. O Diretor Técnico é responsável para
que não haja comprometimento de alguma atividade que não conste do programa
geral do grupo. Difícil imaginar um bom programa onde ele sofre constantemente
modificações, adaptações e é fustigado por terceiros para sempre colocarem ali,
mais um ou outro parágrafo que antes não estava programado.
O Diretor Técnico, o Conselho de Chefes e
a Diretoria tem a obrigação de manter o programa conforme se discutiu e foi
aprovado. É importante notar que os melhores programas de sessões e que mantem
os jovens ativos e Até BP no Escotismo para Rapazes dizia que o melhor programa
é aquele desenvolvido pelos rapazes e moças. Afinal são eles a parte
interessada e eles o fazem com perfeição em seus bairros, na sua rua, com os
amigos que ali estão sempre juntos por anos e anos a fio. Difícil? Não. É bom
lembrar que quem deve gostar do programa são eles. Nós chefes estamos ali para
ajudar, orientar e finalizar os dados que ficaram faltando.
Alguns chefes discordam. Eles acham que
os jovens não estão preparados. Alguns dizem que se eles o fizerem, não haverá
nada prático. Muitos até irão sair, pois vão ver tudo diferente. Pode até ser.
Mas foi tentado? Foi dado a eles ideias sugestões, instruções e aberto um leque
de oportunidades? Claro, não estou aqui a dizer que o que escreverem será
feito. Tampouco será deixado de lado. Para isto tudo deve ser discutido
minuciosamente no Conselho de Patrulhas, no Conselho de Monitores e só após
junto a Corte de Honra (muitas tropa só tem a Corte de Honra) será tomada uma
decisão de qual programa será o escolhido.
Nenhum programa ficará sem o “tempero” do
chefe e dos assistentes. O que seria o “tempero”? – Jogos, canções, Conversa ao
Pé do Fogo, e claro as sugestões que não estarão ao alcance deles. Tais como,
atividades distritais, regionais e nacionais. Mas é importante que estas não
ocupem nada mais que 10% do programa anual. Qualquer atividade que apareça sem constar
no programa os chefes devem meditar muito antes de mudar. Não aceitar não é
sinal de indisciplina é sinal de organização. Ninguém deve ser obrigado a fazer
um programa que não foi planejado. Ninguém gosta de sugerir, aprovar e ver tudo
alterado sem uma explicação lógica. Aqueles que ainda não trabalham com os
jovens nesta área eu sugiro que tentem. Mas não uma vez só. Lembrem-se que
aprender a fazer fazendo e acertar até corrigir o erro faz parte do programa
Escoteiro. Se derem oportunidade aos jovens na sua sessão para fazer, montar e
quem sabe até dirigir um programa em sua tropa, eu garanto que a evasão irá
diminuir e muito. Deixe que façam sempre e verifiquem se a presença está
melhorando, se os sorrisos aumentaram e se a procura agora é maior. Se for assim
estão no caminho certo.
Aquela velha tendência de reunir chefes
e assistentes para montarem programas a curto e médio prazo sem ter um esboço
feito pela tropa nem sempre alcança os resultados desejados. É possível reunir
jovens e fazer estes programas. Mas quanto tempo uma patrulha se mantem com
seus próprios elementos por anos? Nenhum Chefe gosta de chegar à sede e ver as
patrulhas formando com três ou quatro. Ninguém vai deixar seu programa com os
amigos da escola ou do bairro, que fazem há anos e gostam por uma reunião de
sábado onde não existe motivação e os programas não são agradáveis (para eles).
Lembramos sempre que BP criou um estilo,
um método e fugir dele é saber que os resultados não irão acontecer. Temos hoje
uma evasão desconhecida. Quase ninguém fala dela, mas muitas tropas e alcateias
sentem na pele a saída dos jovens. O pior, sempre depois das férias muitos não
voltam mais. Crescimento técnico, intelectual, e claro, caminhar com as
próprias pernas. É tão bom saber que uma patrulha está junta por anos e podemos
confiar que tudo vai dar certo. E depois do passar dos anos, ver aqueles que
foram nossos jovens, estarem dentro da comunidade agindo como verdadeiros
escoteiros.
O melhor caminho vencido é aquele em que
os rapazes e moças estarão reunidos por um bom tempo, onde sempre estarão à
espera da próxima reunião, o próximo acampamento ou a próxima atividade com ansiedade
conforme o programa que sugeriram. Um Grupo Escoteiro é uma família. Unida.
Fraterna. Onde o respeito mostra o grau de crescimento de cada um. Você faz
parte da família. Veja onde é seu lugar e trabalhe para que todos sintam
felizes no desenvolvimento de suas tarefas.
Não existe tarefa fácil. Formar caráter
não é fácil. Mas o Movimento Escoteiro através do seu método simples facilita
sobremaneira a atingir esse objetivo. E é um orgulho quando podemos ver homens
e mulheres que um dia conheceram a maravilhosa Lei Escoteira. E sabemos que
atingimos nosso objetivo. Honra e caráter e porque não dizer – Ética e altruísmo!
E para isto acontecer precisamos ter programas agradáveis e que satisfação
àqueles jovens que procuraram a senda escoteira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário