As crônicas
de um aposentado.
Vocês
conhecem a guerra no Brasil?
Não gosto de misturar alhos com
bugalhos. Considero-me um expert em escotismo. Conheço profundamente. Arrosto
mesmo que sou bom nisto, sei fazer já fiz e os resultados foram bons. Escotismo
para mim não tem segredos. Mas estive pensando se não devia escrever outros
temas do nosso dia a dia. Alternar escotismo e as coisas da vida. Claro que no
livro arbítrio todos têm direitos a pensar e acreditar em suas convicções e de
maneira nenhuma quero mudar uma concepção de ideologia ou pensamento. Vamos lá.
Alguns estão postando nas redes sociais sua discordância ou revolta do que se
passa em Gaza, na Palestina por forças armadas de Israel. O numero de mortos a
cada dia aumenta. Muitas crianças e ficamos a pensar até onde vamos. Não dou
razão a ninguém. A guerra, dizem que só os mortos conhecem seu fim. Mas vocês
sabiam que temos uma guerra surda e muda em nosso país? Uma guerra que a cada
dia tira a vida de um jovem ou adulto, que não respeita a cor, o credo ou a
classe social?
Os acidentes em moto estão
ceifando a vida de muitos. Quem se sente dolorido por ter perdido um ente
querido sabe como é. Não adianta falar que respeito às leis de trânsito
resolvem. Eu mesmo fico boquiaberto quando estou dirigindo nas ruas de São
Paulo. Tenho um filho que usa uma moto para trabalhar. Rezo por ele todos os
dias. Ele tem esposa e dois filhos. E quantos a cada dia morrem deixando para
trás seus filhos e esposa? Você sabia que só em São Paulo Morrem cinco por dia?
Mais que o dobro é internado em hospitais? Muitos destes voltaram para casa em
uma cadeira de rodas. Li que as mortes em todo Brasil superam as 40 por dia.
40? Isto mesmo. Faça o calculo 120 por mês, 1.440 por ano. E os feridos quantos
são? Isto não é uma guerra? É, temos mesmo uma guerra no Brasil. Sei que muitos
desfraldaram uma bandeira para evitar esta guerra. Ela machuca, ela dói quem
perde um ente querido sabe como é.
As guerras existem deste o
começo do mundo. Nós humanos sempre queremos defender nossas ideologias, nossas
crenças, nossas raízes e é um orgulho em dizer que se for preciso darei minha
vida pelo meu país. Mas aqui temos uma guerra e pouco se comenta. As leis são
criadas, mas que se preocupa? Lei? Ora a lei! Se ela é boa para mim ótimo. Se
não que ela se dane. Culpar o motorista? O motoqueiro? Culpar as leis? Porque
não acabar com esta guerra? Qual a solução? Não perguntem para mim, perguntem
para quem morreu quem bateu, quem está chorando a morte de um que se foi ou
então para as autoridades e aqueles que estão a pedir votos prometendo tudo.
Afinal guerra é guerra, e vence sempre o mais forte. O automóvel. Ele seria o
culpado? Procurar culpas não sei se adianta, pois prantear um ente querido que nunca
mais vai voltar não é fácil. É como um punhal encravado no coração para sempre
em uma mãe, em um pai e em irmãos que o amavam.
Vamos lutar para que acabe
as guerras no mundo. Não só a da Palestina. Existem muitas outras que devemos
levantar nossas bandeiras. O Cristo veio ao mundo para muitas coisas, a
principal é que ele sempre dizia - Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
Não é só palavras para tentar amenizar a dor de uma perda. Atos e fatos e ambos
os lados deveriam parar por um minuto nas estradas, nas ruas e pensar – O que
posso fazer para ajudar? Sei que isto é impossível. Voltemos nosso pensamento
para o Brasil. Morrem jovens, morrem adultos, morrem velhos, São mais de 1.400
mortes de motoqueiros por ano. O mesmo número ou mais que serão condenados a
viver em uma cadeira de rodas pelo resto da vida. Quem sabe o dobro daqueles
que terão sequelas pelo resto da vida. As doenças que matam existem em todo o
mundo, mas aqui fora as doenças temos uma guerra. Tem muitos perdendo a vida
por nada. Não adianta esconder, aqui também tem uma guerra que mata sem dó e
sem piedade. Mas afinal, quem liga? Quem se preocupa? O que estes candidatos
hoje dizem? Tem solução?
Nenhum comentário:
Postar um comentário