Hora de dormir, amanhã é outro
dia...
Balada do vento amigo.
Deixa o vento soprar em meu
rosto.
Os ventos que às vezes tiram
algo que amamos, são os
mesmos que trazem algo que aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim,
aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é
realmente nosso, nunca se vai para sempre...
mesmos que trazem algo que aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim,
aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é
realmente nosso, nunca se vai para sempre...
Eu já ouvi o vento soprar, forte e viçoso nas montanhas douradas do
Baependi. Ele rasgava o dia e as noites através das folhagens como se estivesse
reclamando da invasão dos seus domínios. Eu já ouvi o vento soprar, nas imensas
planícies do Vale Feliz. Ele procurava espantar as borboletas coloridas que ali
estavam à procura do mel escondido nas flores que caiam no outono. Quando eu
olho para o oeste, seguindo o sol que busca se esconder nos vales verdejantes,
eu ouço o vento soprar. Ela canta suavemente para me entreter na busca do
infinito. Dentro de uma barraca que parece sair voando, o vento sul açoita sem
pedir permissão. As vozes das tempestades são enfurecidas por ele. Ele o vento
não pede passagem, ele vai onde quer e ninguém ousa interromper.
Eu gosto do vento. Não importa de onde vem e para onde vai. Já estive
com os ventos da primavera, que traziam o doce perfume das flores, das matas,
das florestas distante. Eu já estive com os ventos do verão, com as bravias
chuvas espicaçadas por ele. Ele mandava trovões, raios inimagináveis e depois
da chuva ele trazia a bonança com ventos calmos, pacíficos e o cheiro da terra,
o perfume das folhas molhadas, nos mais altos galhos a passarada a cantar
toadas maravilhosas ao sabor do vento cuja chuva o vento levou. Eu já vi passar
os ventos do norte nos picos gelados das Agulhas Negras, ela parecia sorrir com
a vasta imensidão a perder de vista. Eu já vi os ventos das ventanias que
jogavam tudo ao chão. Eu já vi os ventos das borrascas cinzentas no mar gelado.
Era bom olhar o infinito e ver as gaivotas na sua eterna luta com os ventos.
Elas sabiam que iam perder por isto aprenderam a voar com os ventos.
Quando em marcha de
estrada e o sol a pino, eu me entregava sempre aos ventos para me dizerem o
melhor caminho. Beber a água da fonte, em uma sombra e os ventos soprando é
indescritível. Eu já ouvi os ventos. Muitos. Os que se transformavam em arco
íris, os que se transformavam em brisas, gostosas, sopradas de uma cascata
borbulhante ou na madrugada a nos apanhar sem barracas tendo o céu de estrelas
como casas, elas molhavam nossos rostos ao luar. Ventos do norte e sul, ventos
do oeste e este, que eles soprem sempre trazendo a todos nós a alegria que
merecemos. Um dia alguém me falou do vento – Sabes Escoteiro, se tens vento e
depois água, deixe andar que não faz magoa, mas olhe se tens água e depois
vento, põe-te em guarda e toma tento! É eu já ouvi o vento passar...
Deixa passar o vento
Sem lhe perguntar nada.
Seu sentido é apenas
Ser o vento que passa…
Consegui que desta hora
O sacrifical fumo
Subisse até ao Olimpo.
E escrevi estes versos
Pra que os deuses voltassem.
Ricardo Reis.
Boa noite. Uma linda noite de
sono. Um lindo amanhecer e uma bela semana cheia de sorrisos e felicidades!
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