Tirei o dia
para mudar o Brasil!
Há vagas para
Chefes Escoteiros como ministros de Estado.
Recebi um telegrama do Congresso
Nacional. Assustei, pois não confio em nenhum dos congressistas e nem tenho
amizade com nenhum. Senadores e Deputados são difíceis separar o joio do trigo.
A tal frente parlamentar escoteira é pura enganação. Abri o telegrama. Não é
sempre que recebo um e porque não ler?
Caro Chefe Osvaldo.
Se o Presidente atual da Republica do Brasil
for destituído do cargo, contamos com o senhor para substitui-lo. Fizemos uma
pesquisa e a maioria dos congressistas são a favor de sua escolha pelo modo
indireto. Se achar que deve ficar mais tempo, estamos de acordo. Mudaremos a
constituição e vamos aprovar todas as leis que o Senhor assim decidir! Soubemos
que os escoteiros são pessoas de honra, de caráter e levam a sério a ética seja
no escotismo ou fora dela. Sabemos do valor de sua palavra, de sua lealdade e
de assumir compromissos sem reclamar e dar tudo de si para que os sonhos dos
escoteiros sejam uma realidade.
Aguarde Chefe Osvaldo. Logo que o
atual presidente sair iremos até sua casa para conversarmos pessoalmente. Dos
seus amigos (?) do Congresso:
Presidente do Senado Eunicio de
Oliveira.
Presidente da Câmara Rodrigo Maia.
Chamei a Celia para dividir as
palavras do telegrama. Ela me olhou e disse: Marido não serei nunca uma
primeira dama. Não vou gastar com cabelereiros, com butiques de luxo. Não terei
cozinheiros famosos, pois adoro fazer descobertas na cozinha. Morar no Palácio
do Alvorada não é prá mim. Dizem que lá tem assombração! E olhe ter seguranças
atrás de mim é o fim da picada. Olhei em seus olhos e concordei. Vida dura até
hoje, pobre mas feliz o que faria como presidente? Deveria mudar minha maneira
de ser?
Pelo sim pelo não uma coisa eu faria
de imediato. Falaria a verdade. Se fizer promessas farei tudo para cumpri-las.
Iria mostrar aos três poderes, Executivo, Judiciário e Legislativo que não
haveria mais salários. A força dos lideres seriam seu altruísmo, sua abnegação
e sem ambição de ser o melhor. Ensinaria e iria exigir que a filantropia, a
caridade, a bondade seria condição para participar no Congresso Nacional. Seriamos
iguais perante a lei. Todos quando precisassem iriam utilizar o SUS para dar
exemplo. Não só eles suas famílias também.
Não teríamos escolas para ricos. Todos
iriam estudar onde a maioria dos estudantes brasileiros estudam. Ninguém iria
morar próximo ao lago Paranoá. As moradias seriam iguais aos que recebem hoje
pelo programa Minha casa, minha vida. Não aceitaria de maneira nenhuma Artistas
de TV, jogadores de futebol, cantores se candidatarem para o congresso
nacional. Eles que começassem primeiro como vereador e depois deputado
estadual. Teriam de aprender e mostrar suas qualidades pensando em servir e não
ser servido.
Acabaria com os partidos. Iria existir
somente um o Partido de B-P. Eu sei que não teria condições de governar
sozinho. Iria pedir ajuda dos amigos chefes escoteiros para lutarem ao meu
lado, sem salário é claro. Seria uma forma de abnegação para mostrar que não
vivemos e nem sonhamos com riqueza.
E assim fui pensando, pensando o que
poderia fazer como Presidente do Brasil. Será que teria condições? Será que
alguém algum dia iria me derrubar e assumir para voltar tudo como antes? Não
confio em alguns ministros do STF. Não sei e sinceramente? A ideia não me
agradava. E o escotismo brasileiro eu iria exigir do Ministro da Educação um
tratamento especial? Pensei e pensei. Se for com os arautos do poder que hoje
estão lá não vale a pena. Afinal a riqueza da UEB hoje não seria a minha UEB do
amanhã. Vestimenta a 400 paus? Melhor não comentar. Mas se fosse Presidente o que
poderia fazer para ajudar a escoteirada do Brasil a fazer um escotismo de raiz
e não de invenções da modernidade?
Minhas ideias como Presidente brotavam
sem parar. Melhor consultar a todos os associados da UEB e pedir opiniões.
Democracia, afinal não falo tanto sobre ela? Já estava me entusiasmando quando
centenas de carros começaram a chegar a minha porta. Eram chefes advindo de
todo Brasil. Todos querendo ajudar mas eis que aparece um Alto Dirigente da
UEB, aquele risonho dizendo: - Sem salários vão todos para a comissão de ética!
Fui até ao porão, peguei meu bastão de duas e meia polegada com ponteira de
aço. Iria mostrar quem era eu. Afinal logo seria o Presidente do Brasil.
Mas tudo que é bom ou mau dura o tempo
necessário para acordar. Sempre a Célia que me acorda me dando um beijo gostoso
na face e nos lábios. Marido, acorda, tem aí no portão quatro agentes de
segurança do congresso nacional. Disseram que vieram buscá-lo. O que eu digo
para eles? Putz Grila! E agora José?
Hoje é dia para escrever o dito pelo
não dito. No último que postei um Chefe não gostou. Saiu dos meus amigos e se
mandou. Paciência. Não vou escrever só o que todos gostariam de ler. Afinal
estou velho demais para dizer só o que alguns querem ouvir. Mas não se
esqueçam, se for Presidente vou contar com vocês. Ninguém vai ter rabo preso
com ninguém. Tudo é diversão. Se não gostar reclame com Baden-Powell, ele é o único
responsável por eu ainda ser escoteiro!
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