Filosofando...
Os sons da
natureza.
Chefe! A juventude de hoje não
tem mais aquele espirito de ver na natureza a vida como ela é. Tento mostrar que
tudo que veio antes de nós, mesmo que seja inexplicável tem como padrão a
filosofia da natureza. Se vamos para o campo e mostro as flores silvestres eles
não dão valor. Um dia subimos até um Pico no Alto da Serra e ficamos lá até o
sol se por. Eles Chefe, ficavam conversando, não prestando atenção ao
espetáculo e mesmo que eu insistisse para que eles analisassem se tudo que
estavam poderia ter algum valor. Disse para eles que a natureza é o que é e não
aquilo que queremos que seja. Ela pode ser a areia do mar, os átomos, a visão,
o instinto e porque não a vida e a morte?
- E ele continuou dizendo: - Chefe
eu tentei mostrar que a natureza aparece em todas as épocas do ano, nas
estações do tempo, no frio ou no calor. Como admirar o dia e a noite? Como amar
a lua e o Sol? Como contar estrelas no céu? Até declamei aquele poema famoso: -
“Por entre junco e hera verdejante, correm
nascentes de água límpida, Junta-se à sede da minha alma ímpia, esta cascata
pura e refrescante. Já são audíveis os sons da cachoeira, num simulacro à magia
da natureza Insetos e pássaros voam na certeza que Deus existe e a fé é
verdadeira”. E mesmo assim Chefe, eles riram de mim. São bons escoteiros
eu sei, mas não tem mais aquela filosofia de amar o infinito de amar o que não veem,
de não ter a noção das cores que se mostram na vida que vivemos.
Chefe, eu tentei mostrar o maravilhoso
som do regato, das cachoeiras cheias de peixes coloridos, pulando acima das
águas como querer se mostrar para nós. Tentei mostrar a eles a lagoa com suas
águas escuras, escutar um sapinho coaxando, o bater de asas de papagaios soltos
e grasnando no ar. Mostrei como podemos ouvir o som das abelhas, dos beija flor
que procuram o néctar pra sobreviver. Me arrepiei Chefe quando disse para
sentirem o vento soprando em uma campina, as plantações querendo seguir o mesmo
rumo formando ondas como se o mar estivesse ali. A natureza é bela Chefe, mas
meus jovens escoteiros não tem mais aquela alma aquela beleza de ver a maravilha
da natureza tão bela e cheia de amor.
- Chefe o que devo fazer para
que eles possam sentir e amar a natureza com seus sons, melodias, trinar de
pássaros, corujas com seus enormes olhos perscrutando tudo a sua volta. Como
ensinar a eles Chefe como se aquecer a noite o dia, ouvir deles uma exclamação de
sentimentos com o vermelhão ao nascer e o por do sol? Fiz tudo chefes tentando
mostrar como é belo o som da chuva, o cheiro da terra molhada, do riacho manso
que corre para o mar. Lembrei a eles dos Sons das ondas, das gaivotas, dos
falcões, dos macacos guinchando nos galhos como se estivessem a rir de nós.
Sons das estrelas, da lua, do sol. Sons imperdíveis da nevoa da madrugada.
- Não sabia dar uma resposta. A
modernidade nos fizeram esquecer do simbolismo e a beleza da natureza. Não
existem mais sonhos como no passado, não existem mais o belo a não ser aquele
que se toca e sente. Como ensinar a eles os jovens escoteiros que ainda existe
um Deus? Se a natureza é a verdade sabemos que Deus mora ali. Neste exato
momento, onde você está agora à natureza está ao seu lado. Ela não é uma tela,
uma máquina um programa ou um perfil uma imitação de imagem. Assim como a
natureza é nossa maior virtude, ela está na simplicidade e nos olhos de quem
realmente pode ver, e quando não exploramos as belezas ao nosso redor, perdemos
a capacidade de sentir, de filosofar e nos tornamos estrangeiros em nossa própria
terra.
- Tudo tem um começo um meio e
um fim. Se estamos no meio voltemos ao começo. Escoteiro! Você é gente. Mostre
que pode sentir o vento, pode cansar a vista olhando o sol, pode ouvir o som da
cascata, pode ouvir o trinar dos pássaros. Tente ver a beleza de uma flor.
Deixe escoteiro o som da natureza invadir o seu ser. Tente entender a melodia
dos pássaros, das arvores, dos ventos. Se assim o fizerdes terás então
entendido o que é a natureza para nós. Escoteiros do campo, da serra, das
matas, dos rios e das campinas que gostam de sentir a força dos ventos em suas
tenras flores e folhas que balançam ao sabor da natureza.
nota: - - Eu não
tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza
não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a
amo, e amo-a por isso
Porque quem
ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por
que ama, nem o que é amar...
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