Conversa ao
pé do fogo.
Cem anos de
escotismo. Valeu?
Em 2010 o escotismo fez cem
anos. Muitos resultados a apresentar. Alguns calculam que mais de quinhentos milhões
de seres humanos passaram pelo escotismo. Um número surpreendente. Centenas de
milhares de homens e mulheres que documentaram o valor do escotismo. Posições
chaves em seus países, políticos, cantores, atores, muitos reconhecidos pela
sua performance em suas atividades profissionais e tantos outros dignificam e
dignificaram o método Badeniano. Agradecidos a BP pelo que representou em seu
modo atual de vida. Isto é o melhor Marketing, a melhor propaganda para
alavancar e tornar conhecido o escotismo em todos os tempos.
Em centenas de países o escotismo sobrevive
com sucesso e muitos lutando para que não se apague a chama escoteira que tão
bem nos conduziu pela trilha do sucesso de nosso fundador Baden-Powell.
Artigos, contos, marketing são escritos e mostrados na imprensa falada, escrita
e televisada. Alguns países se retraem outros crescem a passos largos. Queira
ou não a politica se sobressai juntamente com os egos de cada um. O “eu de cada
um” é o que caracteriza a personalidade de cada individuo. Nestes casos nem
sempre no escotismo isto leva ao “Caminho para o Sucesso”.
Não sou um emérito conhecedor
e estudioso do escotismo nos países que assentaram as bases Badeniana. Até
mesmo no nosso País costumo errar nos meus complexos artigos sobre o tema e
muitas vezes me deixo levar pelo amadorismo, ou melhor, pelo fascínio que me
torna um entusiasmado cobrador de resultados. Sei que se fala muito nos tempos
modernos e isto dá uma ênfase a qualquer tema nos tempos de hoje. Quem me dera
ser um conhecedor da psicologia social de Sigmund Freud. Um matuto mineiro não
pode pensar a tanto.
Alguns afirmam que o escotismo
em nosso País surgiu nos primórdios de sua fundação, quando o Primeiro Tenente
da Marinha de Guerra Eduardo Henrique Weaver e o suboficial Amélio Azevedo Marques
que presenciaram o nascimento do escotismo inglês trouxeram a ideia para o Brasil.
Afirmam historiadores que no dia 14 de junho de 1910, na casa número 13 do
Chinchorro no Catumbi, Rio de Janeiro eles se se reuniram pela primeira vez.
Assim nasceu o Centro de Boys Scouts do Brasil. Uma noticia nos jornais da
época assim foi publicada:
"À imprensa
desta capital, brilhante e poderoso fator de progresso, campeã de todas as
idéias nobres, vem o Centro de Boys Scouts do Brasil, solicitar o
auxílio de sua boa vontade, o esteio de que necessita para que em todos os
lares brasileiros penetre o conhecimento do quanto à Pátria pode ser útil à
instrução dos Boys Scouts".
Mais de cem anos passados.
Alguns afirmam que estas datas servem mais para a historia Escoteira e que a
realidade é outra. Historiadores comentam que nosso Movimento Badeniano no
Brasil só foi fundado quinze anos depois. Nos anos que se seguiram diversos homens
lutaram para dar uma fisionomia e credibilidade no método de Baden-Powell. O
tempo passou. Ainda não temos resultados absolutos apesar de que nossa
liderança afirma o contrário. Falta ainda muitos testemunhos daqueles que
passaram pela fileira escoteira para sermos devidamente reconhecidos como um
método importante na formação de jovens.
Cem anos de escotismo. Baden-Powell foi
enfático em dizer que precisaríamos manter nossos jovens por pelo menos anos no
escotismo. A verdade é que isto não é mais possível com a nova metodologia moderna
e educacional que muitos acreditam ser o encontro da modernidade com o presente
e o futuro. Ainda temos muito que fazer. Esquecer a metodologia Badeniana ou
aceitar o que dizem os pedagogos, pensadores, psicólogos e altos dignitários acadêmicos
sobre a nova formação de mentalidade dos jovens no dia de hoje ainda não se
provou autêntica.
Resultados. Eles que
interessam. Devemos esquecer Baden-Powell que criou um método diferente de tudo
que se conhecia há mais de cem anos? Tempos da diligencia, da bicicleta bem diferente
das tecnologias do dia de hoje. Difícil dizer. Não há mais serventia o facão, a
machadinha e a vida na natureza selvagem. A descoberta de novos encantamentos
existe hoje de outras formas. A chama do herói, de ser um bandeirante, de ser
um amante da natureza vai sendo substituída pelas maravilhas tecnológicas que
são oferecidas aos jovens de hoje.
Alguns dizem que
precisamos nos reencontrar. Quem sabe ouvir mais e falar menos. Quem sabe
nossos lideres saem a campo para ver até onde chegamos. Ver a realidade de
outra forma sem julgar caminhos que poderão ser contrários ao seu pensamento.
Precisamos sim fazer um mea-culpa. Aceitamos muito as ideias dos novos que
chegam e esquecemos que nosso passado foi escrito por um homem que até hoje é
considerado “Além de seu tempo”!
Termino o meu artigo plagiando Giancarlo
Valente que por si só se explica.
- Somos homens e mulheres provenientes
de caminhos diversos, mas unidos na convicção de que o escotismo é uma estrada
de liberdade para todas as estações da vida, assim como na de que a
felicidade está em servir aos outros a partir dos mais fracos e dos indefesos. O
adulto Escotista é uma mulher ou um homem de paz: homem livre, uma pessoa que
tem a coragem de ir “além de”, uma pessoa que olha o mundo com o olhar de um
jovem. O adulto Escotista é uma pessoa competente para transmitir o próprio
saber. Uma pessoa que sabe estar junto aos demais, tomando-lhes as mãos. Uma
pessoa que vive a historia com o espírito de serviço. O adulto Escotista é uma
pessoa que crê no futuro e é um sinal de esperança. Uma pessoa que não se
considera ter chegado à meta. Um velho sempre mais velho, fora do contexto social.
Se tudo permanecer como está!
O adulto Escotista consegue
maravilhar-se olhando ao seu redor. È o que serve sem esperar um muito
obrigado. È uma testemunha do empenho em direção aos últimos. O adulto Escotista
é um recurso da sociedade futura. È, também, a esperança de uma mudança. - Giancarlo
Valente.
Nota de rodapé: - Um artigo feito para meditar. Pensamentos
utópicos ou reais. Cem anos de escotismo já se passaram. Onde pisamos? O que
fazemos? Onde estão os resultados tão esperados? Cem anos. Quando iremos ver que
o escotismo de Baden-Powell tem de ser compreendido a luz da modernidade sem modificação?
De quem é a verdade? Os nossos dirigentes ou aqueles que foram esquecidos na
escuridão?
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