Conversa ao
pé do fogo.
Dissecando um
artigo publicado.
Postei há dias um artigo sobre o
portador da Insígnia de Madeira. Foi baseado em muitas publicações que li e
também o que pensava Baden-Powell. Alguns poucos comentam que a IM era bem
considerada no passado e hoje não mais. Sei que todos conhecem a história do
curso, do lenço, das contas e de suas místicas e simbolismo motivo de orgulho
para todos nós escoteiros. Até hoje em todo o mundo o caminho é um só. Ter a
honra de pertencer ao 1º Grupo de Gilwell. O volta a Gilwell tão bem cantado em
rodas de Insígnias da Madeira dão o tom às místicas que envolvem aos portadores
da IM.
Não importa que o 1º Grupo de Gilwell
seja apenas uma quimera, uma criação hipotética. Ele existe na imaginação e faz
parte da Mística do Escotismo que começou em 1910. Quando Baden-Powell escreveu
e publicou o “Escotismo para rapazes” ele jamais imaginou as dimensões que sua
criação chegaria a ter. O aprendizado dos primeiros chefes não tinha uma
organização formal e na maioria das vezes era baseada no conhecimento geral. Baden-Powell
viu a necessidade de organizar a formação dos chefes escoteiros de uma maneira
mais metódica. Alguns cursos foram realizados em Richmond/Londres em 1909 e
1910 sob a liderança do próprio Baden-Powell. Eram cursos rápidos e o maior
deles foi realizado em fevereiro de 1911. Com o advento da primeira guerra os
cursos deram uma pausa para voltar posteriormente.
Em 1918 com o fim da guerra o
Movimento escoteiro crescia em ritmo acelerado. Precisam ter um local que
servissem como área de acampamento e como um centro de formação escoteira. A
história de Gilwell Park é conhecida de todos. Graças a Rosneath, de
Dumbartonshire na Escócia que doou uma quantia em libras foi possível adquirir
um local próprio uma área chamava de Gilwell Hall. Gilwell Park já com novo
nome teve de ser totalmente reformado e foi inaugurado em 26 de junho de 1919.
O primeiro curso de formação escoteira aconteceu de 8 a 19 de setembro de 1919
(onze dias, muito diferente de hoje) e dirigido por Francis Gidney, o primeiro Chefe
de Campo de Gilwell contando com a participação do próprio Baden-Powell.
As histórias reais e imaginárias,
as místicas e simbolismo se sucederam após este primeiro curso. A Insígnia, o
lenço suas contas hoje é do conhecimento geral. Anos se passaram e o sistema
praticado em Gilwell rodou mundo e aportou no Brasil. Os cursos do passado eram
realizados com copias mimeografados cedidos por Gilwell Park, muitos de 8 a 11
dias. A modernidade deu possibilidade de se modificar e alterar muito do que
existiu. Bom ou não poucos ainda hoje usam o modelo Gilwellano. Felizmente ou infelizmente
muitas das alterações feitas não só no curriculum do curso como em muitos
programas foram feitos a poucas mãos.
A disciplina, a lei e a promessa são
invocadas a cada um que discorda ou quer sugerir. O mote do vá a Assembleia não
passa de uma ilusão. Enquanto não for alterado o Estatuto da União dos Escoteiros
do Brasil, teremos decisões que muitas vezes são contrárias ao pensamento
geral. A União dos Escoteiros do Brasil parece se satisfazer com a grande rotatividade/evasão
ou em inglês Turnover. Isso faz com que muitos novos aceitem sem discutir ou
argumentar o que ela diz através dos seus atos.
Nada que faz ou decide tem
alcance maior do que sua máquina dirigente de poucos membros. A consulta às
bases nunca aconteceu. Opiniões são desprezadas desde que vão de encontro ao
pensamento dos dirigentes. As pesquisas entre seus membros e unidades locais
nunca aconteceram. Infelizmente a IM tornou-se um símbolo de nobreza ou
elevação de Status que muitos ainda não entenderam sua posição junto aos
jovens. Nem todos se enquadram com o que escrevo e penso. Temos muitos chefes
que merecem nossa admiração e respeito. Sejam eles IMs ou não.
A importância de ser
um portador da Insígnia de Madeira vai além da formação de caráter e do
entendimento que o escotismo foi criado para os jovens e o Chefe é um ator
coadjuvante. Para eles todos deveriam se voltar com cortesia e respeito. Se
hoje os que não concordam tivessem sua IM poderíamos dar uma nova fisionomia do
que pensamos e agimos. Reclamar só não nos leva a nenhuma solução. Ficar entre
paredes e pátio fazendo um escotismo arredio acreditando ser a melhor solução
tenho minhas dúvidas. A continuidade e a perseverança principalmente dos jovens
deve ser o objetivo final.
Ainda tenho sonhos que os fiz
desde os primórdios de minha existência escoteira. Conviver em fraternidade, harmonia,
respeito e ética entre todos participantes do escotismo do Brasil e do mundo.
Luto por uma democracia escoteira plena sem dono e com raiz. Onde o poder emana
dos associados e há todos eles devem ser dada a possibilidade de eleger, votar e
ser votado não importando seu cargo eletivo no escotismo nacional o sucesso é
garantido.
Quando arregaçarmos as mangas do
uniforme, dizendo vamos em frente e saber que a
união faz a força, o poder faz um milagre e a derrota um vencedor
teremos sim um escotismo respeitado e reconhecido pelas autoridades e pela população
brasileira, independente de ser um IM ou não.
Obrigado. Chefe Osvaldo.
Nota de rodapé: - Não deveria ser o artigo de hoje. Meu
artigo o Portador da Insígnia de Madeira produziu inúmeros comentários em
minhas paginas grupos e muitos que compartilharam. Alguns concordando e outros
discordando. É bom isso quando vemos o meio escoteiro adulto participando mais
e vendo onde irá colocar seus passos escoteiros no futuro. É apenas um
pensamento de um Velho Chefe Escoteiro que pode estar errado já que não sou
nenhuma sumidade ou entendido do Escotismo de Baden Powell. Tudo que sei aprendi
na Escola da Vida.
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