Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

terça-feira, 21 de maio de 2019

Crônicas de um Chefe Escoteiro. O Caminho dos desgastados e caducos Velhos Escoteiros.




Crônicas de um Chefe Escoteiro.
O Caminho dos desgastados e caducos Velhos Escoteiros.

Prólogo: - Hoje ao voltar da minha caminhada diária pensei em pausar um pouco das minhas lides de escritor, coisa que não sou e tento sem saber aonde chegar. Eis que me pus a pensar o que pensam de mim e o que penso do mundo escoteiro que vivo. Sentei na cadeira, liguei a telinha, metí os dedos no teclado e escrevi... Tantas bobagens que nem sei se valeu. Se eu fosse você passava longe... Ler é perder tempo! Afinal sou ou não sou um Velho Escoteiro senil, arcaico e borocoxô? Risos.

Não sou mais o "Velho" leitor e estudioso do escotismo moderno. Vivo preso no passado e as amarras do tempo não me deixam sair. Ainda tento ler quando possível às novas mudanças escoteiras, mas sinto dificuldades em interpretá-las. Meus olhos e minha mente estão cansados. São tantas resoluções normas, artigos que fazem da minha cabeça um redemoinho. Sei que sem entender bem os novos ventos escoteiros não posso discutir os velhos ventos que já se perderam no tempo. Antes achava tudo muito simples. Três ou quatro e o feijão com arroz ficava pronto. Hoje não.

Outro dia recebi um email de um jovem Chefe. Dizia – Leio seus escritos. Alguns bons outros não. Se não vai até um grupo trabalhar, melhor não ficar dando opinião. Eu estou em uma tropa. Amo o escotismo. Porque não faz como eu?  O passado Osvaldo ficou para trás. Agora temos outro escotismo. Mais moderno mais atual. Chamava-me de Osvaldo. Não chefe Osvaldo ou escoteiro Osvaldo. Até aí tudo bem. Fiz um exame de consciência. Tentei me colocar com a idade que tenho como um novo voluntário em um Grupo Escoteiro. Sabem? Eu teria que aprender a “navegar” no PAXTU, aceitar exigências para minhas andanças quando de uniforme. Tudo muito complicado. Fazer continência para chefões seria o fim da picada. Fiquei pensando se deveria tentar, mas nos conformes vi que não iria me enquadrar em nada. Mas suponhamos que fosse aceito. Teria um “assessor pessoal”, (Deus do céu!) ele iria dizer o que deveria fazer e agir. Afinal não é assim que funciona?

Passado alguns meses, vi em sonhos o assessor pessoal dizendo ao seu superior o seguinte – Olhe chefe, acho que o "Velho" não serve. Não me ouve e sempre discute comigo o que tento passar para ele. Veja, ele no primeiro dia já criticou a forma como fazemos o cerimonial. Disse que devíamos ter uma patrulha de serviço ou matilha. Pode isso? Deixar para os meninos tamanha responsabilidade? O pior, nas reuniões fica dizendo aos chefes que não devem ficar dando palestras, por mais de 10 minutos, e procurar um local adequado com sombra. E enche a paciência comentando que devemos trabalhar com os monitores e eles com seus patrulheiros. E completou. Falar demais a todos depois de 10 minutos ninguém está mais prestando atenção!

E sabe o que mais? No acampamento criticou o tempo todo porque levamos os lobinhos, escoteiros, seniores todo mundo junto e fazíamos jogos e atividades escoteiras e devíamos fazer em separado. E olhe, falou um monte dos pais estarem lá e fazerem as refeições para todos. – “Usem as patrulhas, elas devem ser autônomas”. Uma piada chefe. O cara não dá é “carne de pescoço” vive cobrando que devemos fazer pelo menos uma reunião de chefes por mês. Reclama de tudo. Acha que somos ásperos e sorrimos poucos para a garotada. E ainda quer que nos transformemos em anjos. Detesta uma piadinha do “Bocage” e reclama dos meninos e meninas dizerem de vez em quando uns palavrões! E a Lei escoteira? Como é chato. Só reclama.

Cobra da gente tudo. Boa ação, treinamento dos monitores, um pouco de autonomia as matilhas, mais atividades no Waingunga e menos papeis coloridos. Disse-me na cara de pau que a alcateia esqueceu da Jângal, do Mowgly, da Kaa e da Bagheera e do Balu. Existe que recebamos os jovens com cavalheirismo e fraternidade. Reclama por que nos os chefes arrumamos a sede e não os escoteiros. Fala com nosso Diretor Técnico como se ele fosse seu professor. Vive enchendo a paciência que não somos democráticos. Não ouvimos o que os meninos têm a dizer. Outro dia fizemos a promessa de seis de uma vez. Foi uma festa. Sei que nosso grupo é bom. Padrão Ouro. Sei que muitos estão saindo, mas eu disse a ele que nem todo mundo nasceu para ser escoteiro. Se quiserem ir embora xau!

Reclama sempre porque o distrito faz muitas atividades. Reclama mais ainda porque nós os chefes sempre vamos a Jamborees, Grande atividades escoteiras e os meninos não vão e ainda pagamos para trabalhar como Staff. Pode? Afinal somos adultos. Podemos pagar. Para isso trabalhamos. Quando eles crescerem poderão fazer o mesmo não acha? Olhe se fosse enumerar tudo o mandaria para a “Tonga da milonga do cabuletê”. O cara é carne de pescoço mesmo! E olhe, fique lá conosco uma reunião e você vai ver o "Velho". Só “enchendo o saco”!

- É... Tenho que aceitar. O melhor é ficar na minha. São tantas atribulações e exigências que não iria ser aceito mesmo. E se me aceitassem o que diria o distrital? O Regional? Nem pensar na Nacional que fez uma norma para a entrada de Velhos Escoteiros e Antigos Escoteiros. Escreveram para tomar cuidado. Estes tipos se acham os melhores e podem atrapalhar o bom escotismo que estão fazendo. Eu sei que sou um "Velho chato” e não vou parar. Podem me chamar do que quiserem. Minhas idéias do que aprendi eu irei insistir até o fim da minha vida. Não sou perfeito eu sei, mas queira ou não é a única coisa que posso fazer. Lutar pelos meus ideais!

E por fim admito que sou um velho senil antigo e borocoxô. Vocês conhecem Velhos Escoteiros decrépitos e caducos? Ele é aquele que já viu de tudo, sabe de tudo, comeu de tudo, e se gaba de ter trabalhado e deu duro na vida. Foi sapateiro, fazendeiro, vaqueiro, técnico de alto forno, programador, gerente, lenhador, pescador, corneteiro soldado e metido a Escoteiro. Diz que em sua época serviu o exército e fez maravilhas que nem o Indiana Jones faria. Os peixes que ele pescava mal cabiam no mar. Adora falar sobre escotismo e sempre te dá conselhos... QUE VOCÊ NÃO DEVE SEGUIR! A esposa dele não é chata, é uma velhinha carinhosa e cansada, sentada numa cadeira, fazendo tricô, que só quer te oferecer pão de queijo bolinhos, biscoitos e cafezinho. Se a velhinha ficar viúva, aí lascou tudo... Ela é boazinha, mas quando fala não para mais. Se receber uma visita faz questão de te tratar como um príncipe, mas você não gosta de velhinhas e tá morrendo de pressa! Só passou na casa dela pra fazer dizer que foi conhecer o seu velho escoteiro. Pois é, a principal função dos velhinhos chatos é tomar o seu tempo e gastar os seus ouvidos!

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