Sonhos escoteiros, o belo que a natureza tem.
Nota... Eu desejo que sua semana seja maravilhosa quando for acampar. Quanto verdes irias ver, o desabrochar de uma rosa, que exala seu perfume, como de costume quando o sol começa a esquentar, ou como seu singelo beijo que me deixa lá nas nuvens, lugar onde o cheiro do seu perfume costuma me levar!
Estão a me dizer que os sonhos dos jovens
de hoje são outros. Repetem a todo o momento que o mundo da simplicidade, da
natureza, da fonte de água limpa e do canto dos pássaros que um dia foi um
pedaço do céu e a voz de Deus para os escoteiros, são poucos que conseguem
ouvir. Um dia você acorda e vê que não é mais o menino de outrora que a vida
mudou e suas escolhas são outras. Esqueceu seu estilo de apreciar gostar e amar
a natureza vivendo cada momento, cada pensamento, tudo que recebemos de Deus e
da natureza a vida. Agora você vê que o aprendizado o estilo e o hábito nos faz
amar e sentir a natureza em todo seu esplendor acabou. Um poeta dizia que é
acreditando nas rosas que as fazemos desabrochar. Já nos perguntamos qual o
propósito dos pássaros cantarem, pois o canto é o seu prazer uma vez que foram
criados para cantar? Devemos voltar à mente humana sem se inquietar com a
extensão dos segredos dos céus? A diversidade do fenômeno da natureza é tão
vasta e os tesouros escondidos em nossa mente não são mais aqueles que um dia
procuramos sem encontrar? É, e quando chega à primavera podemos ver o espetáculo
do desabrochar das flores, o vento que sopra mais formoso e os habitantes da
floresta sentem na pele o florescer para a vida.
Quantos de nós chefes motivamos nossos jovens
para ver a beleza e o encantamento da natureza? Será que ainda vivemos para dar
aos jovens sonhos de uma vida em pleno campo, deixar que eles viagem pelas
estrelas, pelo firmamento e sentir o perfume da floresta em flor? Será que
podemos mostrar a eles o cheiro da terra, o silencio e o ronronar da mata?
Quantos de nós ensinamos aos nossos jovens a dormir sob o manto da noite, a
ouvir o vento e tentar entender porque ele viaja nos trazendo a brisa, deixar
que ele nos leve para longe. Quantos que um dia dormiram sob as estrelas, uma
barraca que fica armada no firmamento. E ao acordar com o lusco fusco da manhã,
rosto molhado do orvalho do amanhecer, pássaros cantando voando em bandos para
mais um dia de esplendor. Quem teve o privilégio de ver a nevoa crescendo em
cima das águas calmas de um riacho, lindas cascatas de águas cristalinas e fria
brotando da terra? E quem aprendeu a não se assustar sem sentir ameaçado com um
lobo guará que aparece sua frente quem sabe querendo dizer: - Somos irmãos tu e
eu! Não importa o tempo, se soubermos amar a natureza amamos a liberdade, a
tempestade o frio e o calor. Mesmo com seus perigos a selva nos ensina e nos
mostra o som da chuva, o clarão dos raios que pipocam no céu. O medo do trovão acaba
o vento acalma, os grilos repicam canções de ninar. O pisca-pisca dos vagalumes
é uma doce visão para nunca mais esquecer. O cantar da cigarra, o ribombar
surdo, ressoando fortemente na queda de águas cristalinas de uma cachoeira
encantada. Viajar, pés no chão a caminhar olhando cada passo que nos leva para
as criações do Criador. Um animal que passa, um beija flor que para no tempo a
ver onde pode ter o seu caule da vida.
Nada se perde tudo se transforma quando se
ama a natureza. As delicias de uma sombra embaixo de uma árvore centenária,
ouvir o ranger dos seus galhos ao ver e sentir o vento passar. Procurar através
de suas folhas uma nesga do sol ou pássaro cantante invisível que canta tão
belamente. É lindo sentir a harmonia, a estética da mata que foi feita para
nosso deleite de sombras e cantos invisíveis só para os que não querem
acreditar. Bom demais ver os insetos apressados, um frescor diferente do aroma
das flores silvestres tudo é lindo tudo parece dizer que a natureza quer falar
com você. E o cheiro da terra? Impossível descrever. Coisas de velhos mateiros
que aprenderam a viver com a natureza no respeito que é devido de um Escoteiro.
Acampe, em montanhas, em vales, em serras
ou várzeas onde os animais pastam, onde a busca da sobrevivência faz parte da
vida daqueles que são os donos da natureza. Acampar em uma praia deserta é
extraordinário. Sons maravilhosos do mar ao subir ou descer da maré uma obra
tão bem feita que sabemos que ali mora o Redentor. O bater de asas de um
albatroz, de uma gaivota a se exibir no ar, de um trinta-réis ou de um Atobás.
Se tiver sortes quem sabe aparece uns tesourões gritando no espaço a procura de
um cardume que lhe dará o alimento do dia. Ah! Sonhar com a natureza, viver com
a natureza, sentir todo seu esplendor entrando em seus poros e fazendo sentir o
espetáculo que um dia Deus nos deu e nada cobrou. É como as tempestades que
deixam cair às folhas verdes assustadas ainda no outono que um dia brotaram no desabrochar dos lindos campos, suas
essências... Deixadas como folhas em vendavais. Voando, vagando, sem destino;
por entre pensamentos, como mãos que tocam almas, fazendo das harpas sons
siderais.
Não há como esquecer o som do regato,
dos peixinhos que pulam a procura de um inseto, no coaxar de um sapinho, do
lindo som de uma cachoeira fantástica, do bater de asas de papagaios
coloridos. Os sons das abelhas e dos
beija flores a procura do néctar nas flores, de olhar uma campina verdejante e
ver o vento tocar as folhas do capim, das flores silvestres e elas como se
fosse uma onda verde vão e vem no horizonte. São tantos os sons da natureza que
é impossível dizer que Deus não está ali. Sons e sons. Da noite do dia. Do
nascer e do por do sol. Sons da chuva, da terra molhada, do riacho manso que
corre para o mar. Sons das ondas, das gaivotas, dos falcões, dos macacos
guinchando nos galhos como se estivessem a rir de nós. Sons das estrelas, da
lua, do sol. Sons imperdíveis da nevoa da madrugada. Quantas saudades daqueles
dias que o som da natureza me invadia e tomava conta do meu ser. Um som como se
estivesse ouvindo melodias nunca antes tocadas por nenhuma orquestra deste
mundo. Sons da natureza!
Nenhum comentário:
Postar um comentário