A boa ação escoteira.
Por Lord Baden- Powell.
- Impressões do Chefe: - Recentemente um amigo Chefe Escoteiro publicou
um artigo sobre a Boa Ação, representada pela moeda estupendamente reconhecida
em vários países onde se pratica o escotismo. Poderíamos completar com o nó na
ponta do lenço, com a vareta mágica, com a volta da moeda do bolso direto para
o esquerdo várias vezes ao dia. A Boa Ação faz parte de nossa educação
escoteira e é como o lema Sempre Alerta muito reconhecido por parte da
comunidade internacional. Ela é constantemente lembrada aos jovens, dando
exemplos e a mais célebre é ajudar os velhos a atravessarem um sinal de
transito ou em uma rua qualquer. Um site que acredito desconhece nossas habilidades
em ajudar ao próximo, disse: - Nós todos queremos fazer o bem, seja para nós,
nossos entes queridos, o planeta, ou a sociedade em geral. E ideias de boas
ações não faltam! Não importa quão grande ou pequeno, boas ações sempre têm um impacto
positivo. Pelo lado espiritual sabemos que sem caridade não há salvação. A boa
ação precisa ser viva, exercida e praticada, não pode ser só meditada, admirada,
contemplada... Ela precisa ser atuante. Quando a boa ação não está viva em nossa
vida, o nosso espírito cristão arrefece.
Sabemos que em muitos países se valoriza o trabalho voluntário
principalmente os voltados para a caridade. Escotismo através do seu método desenvolve
o espírito da boa ação, do amor, e da fraternidade. É doar sem receber e passar
isso para os jovens é nosso principal objetivo. Devemos incentivar a boa ação individual,
a boa ação por Patrulha, a feita pela sessão seja de lobos escoteiros seniores
e os pioneiros que se identificam com o lema “Servir”. Existe a boa ação feita
por todo o grupo e esta todos comparecem. Entretanto a individual tem por
principio maior validade. Desperta o amor, a ajuda ao próximo e a alegria no
jovem participante do escotismo, e de ter ajudado a alguém. Vejamos o que conta
a história sobre ela vivida pelo nosso fundador Baden-Powell.
- No Centenário do Escotismo comemorou-se cem anos após o Acampamento
Experimental de 1907, mas, quanto ao início das ideias de Baden-Powell para a
juventude, que terão estado na origem do Escotismo, torna-se mais difícil uma
localização no tempo. O Cerco de Mafeking fez de B-P um herói nacional,
conhecido além-fronteiras e venerado no Império Britânico - tanto por adultos,
como por jovens. Por essa altura, coexistiam na Inglaterra várias associações e
clubes dedicadas à formação dos jovens, como a YMCA (Young Mens. Christian
Association) e a Boys’ Brigade. Um desses clubes escreveu a B-P, que se
encontrava a braços com a formação da Polícia Sul Africana, pedindo-lhe que
enviasse uma mensagem para os seus rapazes. B-P respondeu a 21 de Julho
de 1901, a partir de Zuurfontein, no Transvaal (África do Sul), com
uma mensagem alusiva a um dos aspectos que mais contribuiu para imortalizar a
imagem do escoteiro: a Boa Ação!
Meus caros rapazes,
O regulamento da vossa associação obriga-vos
a manterem-se longe das bebidas, do tabaco, do jogo ilícito, do uso dos
palavrões, etc. Não há nada melhor do que seguir essas regras e admiro-vos por
as seguirem. Outros rapazes, que não têm a coragem de se juntar a vocês nem de se
manterem fiéis a essas regras, provavelmente ganharão maus hábitos dos quais
nunca se conseguirão libertar e, em muitos casos, as suas vidas tornar-se-ão
histórias de miséria e fracasso: enquanto que vocês, saindo do vosso clube
sóbrios e com a mente limpa, provavelmente sair-se-ão bem na vida, quando
crescerem – se continuarem a aderir a essas regras.
Mas lembrem-se disto: Quando os soldados defendem um local, não ficam sentados, mas lançam contra-ataques para fazer debandar o inimigo. Por isso, não devem contentar-se em ficar sentados para se defenderem dos maus hábitos, mas devem também ser ativos para fazer o bem. Por “fazer o bem” quero dizer tornarem-se úteis e fazerem pequenos gestos de bondade a outras pessoas – sejam amigos ou desconhecidos. Não é algo difícil, e a melhor maneira de concretizá-lo é decidirem fazer pelo menos uma “boa ação” a alguém todos os dias, ganhando, assim, o hábito de fazerem sempre boas ações. Não importa o quão pequena possa ser a “boa ação” – nem que seja apenas ajudar uma senhora de idade a atravessar a rua, ou dizer uma palavra amiga em favor de alguém que foi difamado. O importante é fazer algo.
Quando um homem está a morrer, não está com
tanto medo de morrer como de sentir que podia ter feito melhor uso do seu tempo
enquanto viveu. O homem que fez “boas ações” toda a sua vida não tem nada a
temer quando estiver a morrer. Se esse
homem sentir que fez algo de bom aos seus semelhantes sentir-se-á ainda mais
feliz do que aquele que apenas se manteve afastado dos maus hábitos. Por isso,
sugiro a cada um de vós, que leem esta carta, que devem, não só afastar-se da
bebida e dos maus caminhos que lhe estão associados, mas também tentar. “Fazer boas ações às pessoas à vossa
volta”. "Podem começar já hoje e, se quiserem escrever e contar-me
sobre a vossa primeira “boa ação”, terei todo o gosto em conhecê-la.”.
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