Melhor falar ou calar?
Ontem
recebi um e-mail. Dizia: - Senhor Osvaldo, gosto de suas publicações no
facebook. Já vi outras em seus blogs, mas sabe, tem muito ali que não concordo.
O senhor não sabe como é o escotismo hoje. Tudo mudou. A educação do jovem já
não é a mesma. Claro não podíamos continuar vinculados ao passado. Tudo está
evoluindo e o escotismo tem de acompanhar esta evolução. Achei interessante sua
maneira franca. Queria saber se o "Chefe" que me enviou tal e-mail
viu os resultados do escotismo moderno. Poderia enumerar mil observações.
Preferi me abster. Mas uma só queria colocar e não coloquei. – Amigo! Espero
que você tenha ajudado nas reformulações. Espero mesmo que esteja acompanhando
e discutindo os resultados.
É. Tem
muito a ser visto. Mas é fácil dizer: - Escotismo moderno. Acompanhar a
evolução dos tempos. Mas quem está criando tudo isto? Você? E não me diga que
tem os órgãos para que possamos sugerir e participar. Eu os conheço todos. Mas
já falei sobre isto. Falar de novo? Não. Chega. Agora vou falar de outro
assunto. Bem melhor. Vou falar de alguns que ainda insistem em me mandar
e-mails contando suas agruras no grupo de origem. Claro, são poucos. Mas esses
poucos representam muitos.
Vejamos um
deles. "Chefe"! No grupo que participo os chefes colocam cada tipo de
cobertura que não esta no “gibi”. Pergunto a eles se está no POR. Nem me dão “bola”.
Insisto – Olhe se você der este exemplo veja a tropa, ela vai te seguir! Ele
apenas ri e diz que não me deve satisfações! Usa o que gosta. Procuro o Diretor
Técnico. Difícil dialogar com ele. Olhe "Chefe" estou pensando em ir
para outro grupo. Não tenho ambiente mais lá. E olhe que eles reclamam a falta
de chefes!
Agora
outro e-mail – "Chefe"! Como fazer para que haja mais sorriso no
grupo que colaboro? Quando chega alguém o Diretor Técnico ou outro
"Chefe" querem mostrar que são os tais. São todos “posudos”. Tem um
que tem três tacos e olhe, parece que BP foi seu aluno. Só fala com a gente
como se estivesse dando uma palestra. Ele, o sabe tudo. Quando levo alguém para
ajudar no grupo ele desanima logo. Pede-me desculpas, mas não gostou do que
viu. E na tropa que ajudo? O titular nem dá bola, trata os assistentes como se
nós estivemos ali de favor. Risos. E olhe, não sei se foi o senhor quem disse –
É o escotismo que precisa dos chefes e não contrário!
Mais uma
pérola de e-mail recebido. Chefe – Tenho lido e feito alguns cursos, mas não
consigo por em execução minhas ideias. Outro dia li que o senhor disse que
sempre tem aqueles donos de tudo. Meu grupo, minha tropa, meus escoteiros, meus
lobinhos e por aí vai. No grupo em que ajudo é assim também. E a Lei Escoteira?
A começar dos chefes é palavrão por todo lado. Eu queria fazer um bom
acampamento nos moldes de Gilwell (aprendi em um curso), mas não deixaram.
Foram para uma atividade do Distrito alguns e outros para um tal Encontrão. Os
que não puderam pagar ficaram na sede. Isto é escotismo "Chefe"?
Fico rindo
comigo mesmo. Escotismo moderno. Bons tempos àqueles que quando recebíamos
alguém na sede faltava pouco a gente carregá-lo. E se viesse de outra cidade?
Uma briga para ver quem o levava para sua casa. Ficávamos horas em nossas casas
falando de escotismo. Bons tempos. Ops! Desculpe, hoje é escotismo moderno. É.
Bons tempos mesmo. Tempos em que o respeito, o cumprimento da Lei era olhado de
outra maneira. Tempos em que nos abraçávamos e era uma verdadeira festa o nosso
encontro. Ainda lembro-me das nossas atividades intergrupos. Duzentos trezentos
em uma confraternização que marcava. Uma briga para conseguir tudo de graça
para os visitantes. Uma fraternidade sem igual. Sem interesses. E cada um mais
elegante no uniforme que o outro. Fazendo escotismo sério, amigo, fraterno e
com respeito. Bons tempos.
Mas sou
sincero quando digo que desejo que todos os chefes de hoje que falam assim, espero
que daqui a quarenta ou cinquenta anos ainda estejam no escotismo para dizer o
que digo sempre. Bons tempos! Afinal foram 65 anos “participando, fazendo ou
falando de escotismo”. Bons tempos mesmo. Deu certo. Juro que deu. Provei a mim
mesmo que o escotismo venceu. E nem precisei sugerir. Meus chefes fizeram tudo
para mim. Graças a Deus! Recebi tudo de “mão beijada”. Sempre esperei que tudo
desse certo e deu. Não me dei ao trabalho de fazer nada. Só trabalhei em
“minha” tropa. Como gostaria de ver aquele "Velho" Escoteiro chato e
metido a “besta” de novo. Dizer a ele – Está vendo? Você achou que só seus
velhos tempos valeram? Mas esqueceu de ficar vivo até hoje para ver o meu! Bons
tempos! Risos.
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