O esplêndido e inesquecível Grande Uivo.
(Toda vez que escrevo sobre lobos, me vem à mente o Chefe Blair
de Miranda Mendes. Sem depreciar grandes conhecedores do lobismo, ele para mim
foi o melhor. Fui amigo dele e quem sabe mais que amigo, um irmão. Fizemos mil
e uma atividades, mil e uma aventuras juntos. Blair e eu fizemos história.
Hoje, não falamos mais. Ainda está no movimento. DCIM dos bons. E eu aqui
repito, tive a honra de ser seu amigo. Uma honra! Meu abraço Chefe Blair!).
“GRANDE UIVO significa uma forma de mostrar que os Lobinhos
estão prontos para obedecer às ordens do Akelá e, mais do que isso, fazê-lo da
forma Melhor Possível! Assim, é também uma maneira de reafirmar a sua Promessa
e dar boas vindas aos visitantes ou uma data festiva”.
Não! Claro
que não. Não vou ensinar como se faz grande Uivo. Nunca! Não vim aqui para
isto. Só quero contar o que senti na primeira vez. Ou quem sabe muitos aqui que
estão lendo este artigo sabem o que quero dizer. Acredito que mesmo a Akelá, o
Bagheera, o Balu, a Kaa e tantos outros que são os irmãos mais velhos dos
lobinhos devem também sentir quando o Grande Uivo é realizado. Muito ainda não sabem
a importância desta cerimonia em sí que por sinal é linda. Talvez a mais linda
de tudo que o movimento Escoteiro nos oferece. Pode até ser que se compare a
uma investidura pioneira nos moldes do passado. Claro talvez não como eu fiz um
dia, há muito tempo atrás, no fundo de uma gruta brilhante a luz dos lampiões,
estalactites mil, lá para os lados de Lagoa Santa em Minas em uma caverna ainda
inexplorada, mas isto é outra história e não interessa aqui.
É incrível ver
a face dos lobinhos, das lobinhas quando pela primeira vez fazem o Grande Uivo.
É inesquecível. Os olhos? Brilham mais que a luz das estrelas. A face fica
corada, o corpo tremendo, e quando entram no círculo e ficam naquela espera
angustiante para saber que vai representar os lobos, é de tirar o fôlego. O
olhar da Akelá, a perscrutar aqui e ali quem seria. O seu olhar de seriedade, o
seu sorriso o piscar de olhos e pronto. Escolheu! E ela com sua voz meiga,
simpática, amiga e todos a olhando como se estivessem na Roca do Conselho, lá
no alto da montanha, ela firme no centro do círculo com o felizardo já
escolhido que sorri de felicidade diz olhando para ele: Melhor! Melhor! Melhor
e melhor?
Se você já
foi um deles, se você está presente sempre nesta cerimonia, se você sente
aquele amor que os lobos tem por aquela cerimônia, então pode ser que vá perder
o fôlego como eu faço sempre. E o final daquele momento culminante marca. Eles
saltam no ar, como se fossem voar, e com aquela força própria de lobos
corajosos, dizem – Simmmm! Melhor! Melhor! Melhor e melhor! Meus amigos, nesta
hora sentimos o chão tremer. O coração bater. E aí, o vento começa a soprar, o
sol se sente embaraçado e se é noite de luar, fica aquela bola grande brilhante
no céu dançando ao redor dos cometas que também dançam com aquele espetáculo
inesquecível. Se fossemos eternos sonhadores veríamos os pássaros se aproximar
e cantar sobre a Alcatéia numa homenagem aqueles lobinhos e lobinhas
maravilhosos.
Uma mística que
vem lá de dentro da Jângal. Uma mística que não acaba. Que não cansa. Que dá
alegria e todas as vezes que é realizada os lobinhos saltitantes se preparam
com amor. O Grande Uivo tem um valor inestimável. Lobo! Lobo! Lobo! - Lôoobooo!
Hora de formar, hora de gritar! Melhor? Melhor? Melhor? E melhor?
- E, nunca esqueço aquele dia, problemas mil, sentado na escada
da sede, pensando como fazer e resolver e eis que a minha frente aparece uma
lobinha sorridente, linda no seu uniforme azul, fica em posição de sentido e
diz – Melhor Possível Chefe! Risos. O que dizer? Fiquei em pé rápido, posição
de sentido e respondi – Melhor Possível jovem lobinha. Ela saiu sorridente e eu
pensando que meus problemas eram nada. Ah! Estes lobinhos maravilhosos e suas
maravilhosas poses e sorrisos!
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