Crônicas de um Chefe Escoteiro.
O inverno se foi. Quem sabe no verão?
Dei uma folga nas
minhas histórias, nos meus folguedos, onde tudo é azul e as estrelas desmaiam
no céu como dizia o Lobo Gris. Afinal em 2008 enterraram o coitado do relatório
e tentei levantá-lo novamente e nada. Claro, recebi “pitacos” diversos de
alguns que me escreveram. Outros comentaram contra e alguns disseram amém. Pensei
com meus botões, não adianta. O Dr. Jean Cassaigneau perdeu seu tempo. Pagaram
ele para nada. Epa! Têm vários que juram que não. Um até me disse coisas que
pensei – Caramba! Será que disse isso? Fiquei preocupado. Afinal já me chamaram
de tantas coisas, mas dizer que odeio os dirigentes da UEB é demais. Afinal
eles são humanos, escoteiros, fizeram uma promessa e não vamos negar o esforço abnegação
de cada um no cumprimento do dever.
Sabe o que
sempre bato na mesma tecla? É à maneira da condução que nossos dirigentes dão
ao escotismo. Vejam bem, são poucos como eu que dizem o que pensam em voz alta.
Tem muitos como eu, mas ainda não fizeram sua revolução. Alguns preferiram sair
e ir para outra. Não é minha praia. Não vou sair, mas claro alguns dizem você
já saiu. Nem registro tem. Risos. Deverás! Não tenho mesmo. Mas nada muda em
meu coração. Fiz uma promessa. Foi na UEB. Queira ela sim ou não, me sinto
ligado. De corpo e alma. Aldous Huxler na sua segunda parte do Livro Admirável
Mundo Novo, escreveu que uma organização não é consciente nem viva. Seu valor é
instrumental e derivado. Não é boa em sí, é boa apenas na medida em que
promoveu o bem dos indivíduos que são parte do todo. Dar primazia às
organizações sobre as pessoas é subordinar os fins aos meios. Finaliza dizendo
que tudo estaria a salvo se permitisse que todas as espécies de opiniões fossem
dirigidas aos homens, pela palavra ou pela escrita e se pelo voto, os homens
pudessem eleger um legislativo que representasse as opiniões que tivessem adotado!
Democracia! Isto
mesmo. Bato na tecla que ainda não somos um movimento democrático. Dizer que
temos porque nossos dirigentes são escolhidos por um colegiado eleito não me
satisfaz. Não arredo pé que uma eleição deve ter o voto de todos os adultos
devidamente registrados na UEB. Como? Difícil? Difícil porque temos um Estatuto
e Regimento que não mudam através dos anos. A nossa organização sem perceber ou
percebendo, foi aos poucos alterando aqui e ali, e o passado virou cinzas. Os
novos se adaptaram o que é natural e muito deles são perfeitos “Cavaleiros do
Rei” defendendo com unhas e dentes o que vivem e acreditam ser o certo.
Não sei quanto de
voces leram e analisaram com carinho o relatório do Doutor Jean Cassaigneau,
antigo Secretário Geral Adjunto da Organização Mundial do Movimento Escoteiro
(OMME) ou mesmo se fizeram alguma comparação de 2007 até hoje. Muitos juram
para mim e alguns até com palavras ofensivas (no meu e-mail) dizendo o que não disse
e que muito foi aproveitado. Talvez por ser um alienado (palavras de um) e
sempre um opositor de tudo (palavras de outro – Hay Govierno? soy contra) não
descobri as mudanças que vieram. Pode até ser que me enganei. Mas uma coisa não
engano nunca. A democracia Escoteira plena conforme temos em muitas outras
organizações nós não a temos no escotismo brasileiro. E o nosso crescimento?
Interessante que
escrevo sobre isto desde 1975 e há tres anos comecei o meu primeiro blog
dizendo as mesmas coisas. Quem já o visitou e leu meus artigos polêmicos então
poderá me julgar. Escrever aqui seria impossível. São dezenas de artigos.
Acredito e afirmo que tem muitos escotistas em nosso país com grandes
conhecimentos escoteiros. Escotistas que conhecem e leram com carinho todos os
Estatutos e Regimento Interno do passado ao presente. Se eles aplaudem nada
posso fazer. Não posso aplaudir uma direção que não se preocupa em fazer
pesquisa de mercado quando lança produtos, que não se preocupa em ouvir
opiniões de todos não só de uma minoria.
Este relatório
me fez acordar. Não estava dormindo. Afinal o inverno se foi e aí vem o verão. Melhor
encerrar lembrando-se das palavras de um Chefe Escoteiro que recebeu o
relatório, leu e me disse – Chefe, a UEB não vai gostar. O senhor ficará mal
visto! Será? Risos. Gosto do inverno adoro o outono quando as flores se foram e
as chuvas retornaram. Mas a primavera, ah! A primavera é perfeita! E ela quem
nos trás a felicidade completa!
E risos e muitos risos, não me venham dizer que o importante são
os jovens. E quem disse o contrário?
Obs. 1) Quem se interessar a ler o relatório, peça pelo meu
e-mail elioso@terra.com.br
2) Quem quiser
conhecer meus artigos, leiam o blog http://vado1941.blogspot.com.
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