Lendas Escoteiras
As aventuras de Marquito, o lobinho que queria voar.
Marquito não pensava em outra coisa. Tudo bem que era estudioso e
obediente, mas tinha uma ideia fixa. Uma verdadeira obsessão. Ele sonhava em
voar. Aquilo ficava em sua mente desde que acordava até quando ia dormir. Como
fazer? Como deslizar pelo céu como se fosse uma águia dourada levada pelo
vento? Ele pensava. Havia de ter um jeito. Sua mãe começou a ficar preocupada.
Leu sobre meninos que vestindo uniforme de Batman, Super Homem pulavam de
árvores ou de sacadas de apartamentos. Ela tinha medo e conversava sempre com
ele. - Não se preocupe mamãe, nunca colocarei minha vida em perigo. Ela
acreditava. Sabia que Marquito além de ser um bom filho era também um grande
lobinho. Sempre recitava para ela as Leis do Lobinho e nunca deixava de dizer
que o Lobinho ouve sempre os velhos lobos.
Na
Alcatéia todos sabiam do seu sonho. Ninguém ria dele, pois o respeitavam muito.
Nonô e Maryangela de sua matilha verde sempre eram seus ouvintes favoritos. Ele
contava tudo que aprendia e lia sobre como voar pelos céus. Um dia sua mãe
comprou um computador para ele. Ele sonhava em ter um. Fazer pesquisas, já
pensou? Não deu outra. Voltando da escola, após fazer seus deveres escolares lá
estava Marquito pesquisando – Um Ultra Leve pode com facilidade ser montado ou
armados na área de decolagem. E também desmontados ou desarmados na área de
pouso. Um Ultra Leve deve ter o peso máximo igual ou inferior a 70 kgf.
Marquito anotava tudo. Agora os materiais para construir um em casa. Aço inox?
Impossível. Tela de poliéster e fibra de vidro? Nem sabia o que era isto. Mas
embaixo uma noticia o animou. Com madeira você pode construir um ultraleve por
menos de dez mil reais, claro sem o motor. Ele não tinha, mas sabia onde
conseguir. Na Madeireira do Seu Leopoldo. Ele lhe daria tinha certeza. Afinal
era o pai de Maryangela e da diretoria do Grupo Escoteiro.
Não
foi fácil convencê-lo. Ele e Maryangela ficaram horas falando e falando. – Tudo
bem, vou lhe dar disse – Mas quero ver toda semana seu trabalho. Beleza! Mãos a
obra. Pegaram o desenho na internet. A alcatéia em peso ia todos os dias no
quintal da casa de Marquito para ver sua construção e ajudar. Não foi fácil.
Terminaram três meses depois. Uma geringonça de madeira. Seu Leopoldo deu
risadas. Isto nunca vai voar. A akelá foi lá para ver. – Valeu Marquito. Valeu
o esforço. Quem sabe agora ele desistia desta ideia estapafúrdia de voar? –
Nada disto. Com a colaboração da Matilha azul, amarela e a sua a verde, levaram
o ultraleve para um morro próximo. – Sem motor? - Perguntou Nonô. – Não se
preocupe. Ele vai voar disse Marquito. Parecia que ele adivinhava. Um pé de
vento se aproximava. Marquito e Maryangela se amarraram na geringonça. O vento
os pegou em cheio. Subiram aos céus. Alto. Muito. O vento se foi. O Ultraleve
plainava. Incrível!
A
cidade inteira na rua. Os carros pararam. O povo boquiaberto. Lá em cima
Marquito e Maryangela cantavam a plenos pulmões – “A promessa de Mowgly era
matar o Shery Cann, para a paz de seu povo de Akelá e o seu Clã!” – Uma festa.
Foguetes apareceram não se sabia de onde. Pousaram no Aero Club local. Dois
pilotos o seu Jonas e o seu Martinho foram olhar. Não entenderam nada. Como
aquele monte de taboas pregadas de qualquer jeito plainou? O povo todo chegou
ao Aero Club. Uma salva de palma. Marquito e Maryangela foram carregados. No
sábado na reunião, abraços, parabéns e ambos foram chamados na diretoria. Sorrisos.
Era a vez dos Diretores darem os parabéns pensaram.
Lá estavam os diretores do grupo, o Diretor Técnico,
A Akelá o Balú o delegado, o tenente da aeronáutica e sua mãe! Nossa! Mas não foi nada do que eles pensaram. Falaram tanto. Das normas de segurança para aviação, de voar sem permissão, de ser menor de idade, enfim, eles ouviram tudo calados. O tenente pediu a Marquito que nunca mais fizesse isto. Ele prometeu. Voltaram para a reunião de Alcatéia. Cabisbaixos. Olhando seus amigos de esguelha. Todos vieram correndo para abraçá-los. Marquito sorriu, mas ele tinha palavra prometeu que nunca mais faria aquilo e o lobinho diz sempre a verdade.
A Akelá o Balú o delegado, o tenente da aeronáutica e sua mãe! Nossa! Mas não foi nada do que eles pensaram. Falaram tanto. Das normas de segurança para aviação, de voar sem permissão, de ser menor de idade, enfim, eles ouviram tudo calados. O tenente pediu a Marquito que nunca mais fizesse isto. Ele prometeu. Voltaram para a reunião de Alcatéia. Cabisbaixos. Olhando seus amigos de esguelha. Todos vieram correndo para abraçá-los. Marquito sorriu, mas ele tinha palavra prometeu que nunca mais faria aquilo e o lobinho diz sempre a verdade.
Um dia sua mãe o viu pesquisando na internet. O que procura Marquito?
Nada mamãe, eu estou vendo o que é ser abduzido. Dizem que os alienígenas
abduzem os terráqueos para levá-los em seu disco voador. Já pensou se eu fosse
voar em um? A mãe de Marquito se assustou. De novo? - Não se preocupe mamãe. Prometi
não voar mais lembra? Bem, a história termina aqui. Mas os sonhos de Marquito?
Não sei. Dizem que sonhos de criança não terminam nunca. Eu que os diga nos
meus sonhos aventureiros que um dia fiz neste mundão de meu Deus!
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