Crônicas de um
Velho Chefe Escoteiro.
“Sempre aos
Domingos”.
Há diferença é que muitos estão passeando,
olhando a vida de ontem e de hoje para ver se o caminho a seguir é este. Para
mim um aposentado, um Velho Chefe Escoteiro sem eira nem beira os domingos são
iguais. Não faço nada, escrevo, converso com meus familiares, atendo visitas
que vem ver o velho (são poucas hoje) e fico algum tempo em minha varanda onde
adoro imaginar que a vida é bela e merece um sorriso para continuar a viver. Lá
fora uma chuvinha miúda cai. Depois do calor da semana bem vinda. Ela me faz lembrar
tantas coisas que fecho os olhos e deixo minha mente voar nas asas da imaginação
e me levar.
Cada dia para mim não é
rotina. Faço dele um pedaço do meu viver. Porque não? Se não posso estender
minhas mãos pessoalmente porque não fazer isto pelas ondas da modernidade até
onde elas irão chegar? Pensamentos voam. Passeio pelos cantos do mundo. Muitos
sorrisos nas fotos montadas pelas páginas de um amigo ou amiga que se orgulha
por uma razão qualquer. Todos tem algum para mostrar. Alguns mostram tristezas,
outros a saudade da perda, outros dos dias que se foram e outros dos dias que
virão. Lá do sul vejo uma Chefe sorrindo, lá do norte alguém comentando que
suas vozes irão viajar pelos ares visitando escoteiros do Brasil e de outras
nações.
Não é do meu tempo. Hoje
muitos gostam de “coisas” que nunca fiz. Gritam no microfone aos quatro ventos
como se estivessem no Fogo do Conselho invocando os Ventos do Norte e do Sul.
Eles amam o que fazem. Alguns pensam que estão dando aos seus jovens uma nova
maneira de viver, outros pensando que isto os fará feliz. Um rádio potente, uma
onda correndo nos céus em busca de outros que lá estão escoteirando e
imaginando se o outro também está feliz a conversar e se entender
escoteiramente.
Eu na minha simplória trajetória
procuro outras razões para sorrir. Corro como um vento nas tempestades por
montanhas e vales, por trilhas e rios caudalosos, pego o trem da saudade, monto
na minha estrela e viajo até a mata do Tenente, vejo ao longe a bruma branca a
se formar na enorme cascata do Rio Formoso. Enquanto isto vai tocando na minha
vitrola canções que me fazem feliz. “Somewhere over the Rainbow”. Israel “IZ”
Kamakawiwo canta na minha imaginação. E então penso nela, penso nele, penso nos
jovens que se animam a escalar as serranias e alturas. Quem são eles? São
escoteiros do Brasil.
E bate fundo como uma
saudade um poema de um poeta escoteiro que nunca vi. – Já viste por acaso, a
luz das madrugadas, uns veleiros azuis singrando mar afora? Ou então em marcha
a cantar patriótica toada, um grupo que lá na serra alcantilada em plena mata
acampa e uma bandeira arvora? Desta flotilha azul, quem são os marinheiros, que
se animam a escalar da serrania e altura? Contemplais... São jovens escoteiros,
entusiastas joviais, briosos brasileiros que lá vão brincar ao léu de uma
aventura...
E o Velho Chefe
Escoteiro canta, quem sabe o Rataplã do mar. Canta o arrebol, canta o Rataplã
do coração. E a tarde vai chegando. Ele no seu afã de sorrir e fazer sorrir
corre para sua máquina de sonhos. Joga no ar uma saudade, saúda aos que estão
Joteando pelos quatro cantos do mundo. Olá! Voce que me lê, eu sou apenas um Velho
Escoteiro que gosta de você. Tente fazer alguém feliz, quem sabe seus amores e
esqueça suas dores.
E na hora de encerrar,
quem sabe finalizando o poema do poeta escoteiro que nunca vi eu falo por ele:
- E se você, que não é escoteiro, sem demora, traga seu concurso a nobre
instituição, e quando ouvirdes Rataplã lá fora, também direis: - Eu sou
escoteiro agora e dos jovens do Brasil tereis a gratidão!
Bom domingo, meu abraço fraterno e
sempre alerta!
Nota de rodapé: - Olá meus amigos minhas amigas. Nesta
tarde bolorenta onde cai uma chuvinha intermitente em minha cidade, sem ter um
microfone nas mãos para Jotear eu desejo a todos vocês muitas alegrias, que
levem suas palavras pelo mundo mostrando que o escotismo bate fundo e ainda
permanece no coração de muitos que sabem ser escoteiros do coração. Boa tarde.
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