Papeando nas areias do Waingunga.
O Ramo Lobinho. Parte II.
O Ramo Lobinho. Parte II.
O que disseram os Chefes sobre o artigo.
Ontem publiquei um artigo
sobre o Ramo Lobinho e sua provável evasão após a passagem. Dentro das minhas
ponderações não sei se me fiz claro do que os Lobos Modernos aprendem, e os
Escoteiros Modernos dão continuidade. Se tivéssemos em volta da fogueira mil Akelás
interagindo sobre o tema não sei o que iria acontecer. Sei que tem chefes de
alcateia que buscam ideias e aprendizado, mas sei também que tem aqueles para
quem os lobos da alcateia se tornam filhos. São os pais e as mães de Mowgly. Quem
sabe baseados na figura de Akelá e Raksha.
Por outro lado é fato notório
que muitas tropas ainda não estão preparadas para receber os lobinhos.
Lobinhos? Esse diminuitivo é a diversão na Patrulha. Eu disse que a maioria que
passa são diminuídos em sua importância e às vezes menosprezados até mesmo pelo
noviço que entrou há poucos meses. Do que adiantou seus três ou quatro anos de
lobo? De que adiantou suas etapas ou mesmo seu Cruzeiro do Sul? Quem sabe você pode analisar.
Quem sabe um dirigente, um formador ou um Assessor
Pessoal poderiam dar subsídios para isto não acontecer. Sinceramente nem sei se
estes temas são motivos nos Distritos, regiões e outras atividades nacionais.
Temas que poderiam ser
discutidos a dois, a três ou até mesmo no Conselho de Chefes são relegados ao
esquecimento. A importância é de quem escreve um bom manual, uma boa literatura
dizendo o que devem fazer os chefes de lobos e escoteiros. A ideia de uma família
no Grupo Escoteiro muitas vezes é esquecida ou postergada. Ouvir, escutar,
perceber, entender e sentir parece não fazer mais parte no Dicionário do Grupo
Escoteiro.
Poderia eu escrever aqui
centenas de artigos que poucos iriam levar em consideração. Dirigentes e formadores
aqui não aparecem e nem dão sua opinião. Eles gostam mesmo é de uma boa
palestra e ali em frente aos alunos se tornam a autoridade no assunto. Achei
interessante postar aqui o pensamento de algumas chefes de lobo e de tropa que
comentaram o artigo. Quem sabe pode trazer subsídios para uma futura avaliação
dos resultados. Fiquem a vontade para discordar. (Em OF para evitar constrangimentos).
Comentários
do Artigo Papeando nas areias do Waingunga. O Ramo Lobinho.
Comentários
I. - Sentimos mesmo essa diferença... Nesse tempo observamos que poucos lobos
seguem em frente após a passagem para outra sessão... Perdemos por vezes jovens
motivados, pela chefia não entender que ele acabou de chegar e ainda tem o lobo
nele e precisa ser trabalhado para tornar-se um escoteiro.
Comentários
II - A grande questão é que na maioria dos grupos a alcateia atua isolada do
ramo escoteiro. Ao contrário das tropas escoteira e sênior que há um vínculo
maior. É comum vermos escoteiros e seniores interagindo, até porque os vínculos
já foram criados na tropa escoteira. Já os lobinhos vivem totalmente a parte de
tudo isso. É difícil ver essa amizade entre os lobinhos e os escoteiros.
Enquanto o jovem está na alcateia ele vive uma realidade muito diferente da
tropa. Quando o lobinho passa para Tropa ele não é acolhido pelos escoteiros,
na verdade o pensamento é quase unânime por parte da tropa "Esse lobinho
vai ver só. Ele vai se ferrar na nossa mão. Ou ele vira um escoteiro de verdade
ou sai do grupo.".
Comentários
III - E o resultado todos nós sabemos qual é. O grande problema disso tudo é o
choque de realidade. Hoje o universo da alcateia é totalmente diferente dos
outros ramos. E eu acho que a alcateia, está sim virando uma sala de aula. Não
digo um jardim de infância, mas uma sala de aula. Fico cada vez mais perplexa com
as atividades apresentadas hoje para o ramo lobinho. Um monte de recursos
audiovisuais, papel colorido, tintas, canetas, colas, tintas, fantasias, etc...
Eu fui professora primária e me sinto como se estivesse voltado à sala de
aula. As crianças fazem isso à semana inteira, e quando chegam ao grupo no
sábado à alcateia parece uma extensão da escola. Quando começou a evasão dos
lobinhos do nosso grupo, eu fui conversar com alguns pais e a resposta era a
mesma... “Ele está desmotivado”!
Comentários IV - E
alguns pais bem sinceros chegaram para mim e falaram: - “Chefe, estive
observando algumas atividades e elas são chatas, não atrai a criança, escotismo
é natureza e não se vê mais isso”. Quando as crianças não estão dentro da alcateia,
estão em atividades dentro de ginásios, cinemas, teatros, museus. Chefe... - Me
disse o pai: - Isso eu faço com meu filho nos dias de chuva que não tem aonde a
gente ir. Fala-se tanto que devemos ouvir os jovens. Mas não me parece
que os jovens estejam sendo ouvidos. Só se ouvem os sábios pedagogos do
escotismo moderno que acreditam cegamente que estão fazendo o melhor para o
escotismo e que essa é a melhor forma de atrair e manter os jovens no ME.
Triste realidade a que vivemos.
Comentários V - Minha
briga sempre foi essa Porque lobinhos tem que estudar pra fazer promessa
escoteira? Eles já prometeram seguir uma lei, não seria apenas renovar? Porque
tem menos direitos se já aprenderam a cumprir a lei e a fazerem nós e fogo e
mais algumas cositas? Não ganhei a briga, pois as desculpas não me convenceram.
Mas continuo a luta.
Comentários
VI - Lendo com calma, vi que acabamos passando por isso na alcateia; as
crianças vivem a fantasia no mundo da Jangál e quando partem para a cidade dos
homens, poucos continuam. Para eles é difícil deixar a fantasia e viver a realidade.
Comentários
VII - Bom dia chefe. Tenho ido a vários cursos, tudo é ensinado para cursantes.
Mas porque eles não fazem como aprendem. Vejo chefes, próximos a mim,
inventando coisas desnecessárias e até absurdas. E esquece-se de ensinar aos
jovens o necessário.
Nota –
E então, deu para tirar alguma conclusão? Eu tenho a minha e sei que você tem a
sua. Mas sabe a melhor de todas? É Ver os lobos fazendo a passagem para Tropa
Escoteira, ficando lá quatro anos e finalmente entrando na Rota Sênior. Quem
não iria sorrir e pensar... Fiz minha parte... Valeu!
Obs. –
As fotos publicadas são antigas. É possível que a maioria dos lobos já tenham
feito à passagem. Espero que estejam firmes e escoteirando por aí!
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