O custo para ser
escotista vale à pena?
Para o chefe ou a chefe escoteira meditar...
Não é um tema
interessante? Não sei. Pode ser que não. Mas eu lhe pergunto quanto você gasta
para ser Chefe Escoteiro? Ou uma Chefe Escoteira? Muito pouco? Razoável? Além
do que pode gastar? Os amigos devem estar estranhando porque entrei nesse tema.
Por quê? Olhem, tenho tentado defender por todos os meios o que os dirigentes
de Regiões, distritos ou a própria UEB fazem. Contam-me cada uma. Não vou
repetir aqui todas aqui, mas as principais se referem à tecnocracia de alguns
dirigentes, ou mesmo a “arrogância de outros” “ou o profissionalismo de muitos”
pensando que os gastos são absorvidos com facilidade pelos chefes escoteiros.
Acho que os únicos voluntários que gastam do seu próprio bolso para ajudar e
colaborar estão no escotismo. E como gastam.
Verdade. Para
alguns pode não ser muito. Para outros, que no fim do mês olham as contas de
água, luz, telefone, gás, internet, prestação A, B e C, colégio ou material
didático dos filhos ficam deveras assustados. E o salário? Sumindo! E agora vem
aquele curso, aquele Jamboree, e o acampamento, aquela atividade linda
programada pelo Distrito. Como fazer? - Grupos Escoteiros devem estar
estruturados para isso. São eles que arcam com essas despesas, dizem. Verdade
mesmo? Vocês acreditam nisso? Eu não. Pode ser que uma porcentagem pequena o
faça, mas a grande maioria não.
Se a esposa, ou a
família não participa, sempre existe aquele ressentimento. Você devia pagar
isso, comprar aquilo e não ficar gastando com o escotismo. Mas o menino não
tinha condições! Tinha de ajudá-lo. E o curso? Precisava fazer. E assim vai. - Família!
Eu acho que eu vou ao Jamboree. São apenas uns oitocentos reais. Se calcularem
bem não é caro. Ele esqueceu-se das despesas de transporte, alimentação ida e
volta e tantas outras. E o curso? A diária é mínima. Já me disseram que é menor
do que uma diária de um hotel cinco estrelas! Afinal preciso “tirar” minha Insígnia
da Madeira. Será que ele não está enganando a si próprio? Sabe que irá gastar
logo no inicio do ano, onde tantas contas para pagar estão sobre a mesa e mesmo
assim acha que dá para fazer o tal curso ou ir naquela atividade escoteira?
Depois ele
chega lá, e vê tantos figurões, gente linda, bem uniformizada, (?) de lenço da
Insígnia, e diz para si próprio – Agora sim, vou aprender tudo! Desculpem a
brincadeira. Sem ofensas aos bravos membros formadores da UEB. Bravos sim. Sei
do trabalho insano que fazem para ajudar o Escotismo Brasileiro. Eu fui um deles
no passado. Sofri como eles. E claro, gastei do meu bolso como eles!
Recompensa? Ver o sorriso, o abraço de alunos e dizer para sí próprio: - “Foi
um lindo curso”. Dou risadas é na avaliação final. Poucos discordam. Claro,
ainda não receberam o certificado de aprovação. Vá discordar para ver.
Risos.
Sem criticas.
Sou “danado” para criticar. Risos. Não estou lá agora. Nem sei como é. Mas sei
como era. Lutava para baratear a taxa. Brigava mesmo por isso. O regional fora
de série. Pensava como eu. Tinha um executivo. Ele andava. Visitava supermercados.
De uniforme, ganhava muita coisa do cardápio. Eu mesmo convidava pais ou outros
chefes para ajudar na cozinha. O pau de toda obra era a Patrulha de Serviço.
Jovens de grupos que nos ajudavam. Grandes jovens. Devíamos muito a eles na
época. A região não nadava em dinheiro (agora sei que também não), mas as taxas
sempre ela cobria uma parte. No final todos podiam pagar sem prejudicar suas
finanças pessoais. Fazíamos um escotismo sem pretensão de sobrar valores da
taxa para a região. (e com uma prestação de contas perfeita).
Estão rindo?
Outra época? Deve ser. Hoje os profissionais substituíram os amadores do
passado. Acho que eu era um amador. Podem dizer assim, eu gostava mesmo de ser
um amador. De conseguir auxilio em todos os lugares para ajudar aos jovens a participar
de atividades regionais, ou mesmo distritais. Foram diversas. Uma taxa
“pequenina, pequeninita”, infinitamente pequena. Com orgulho lá estavam
patrulhas de toda a região ou do distrito. Muitos que abandonam o escotismo
sempre reclamam do alto custo. Todos já disseram e eu repito, quando Baden
Powell fundou o escotismo, era para os jovens humildes e pobres. Hoje ele
caminha para a elite.
Perguntem aos
chefes escoteiros do Brasil. Perguntem aos que se foram. Principalmente a
muitos Insígnias da Madeira que não mais estão na ativa. Não perguntem a mim. São eles que comentam
sempre. Das dificuldades de um Escotista hoje ser um participante ativo em
todas as atividades nacionais, regionais e distritais. (sem considerar a de
grupo). Claro que muitos vão dizer – Eu amo o escotismo, trabalho por ele e
acredito que posso ajudar. Portanto não reclamo em gastar! Certo. Cada um faz o
que gosta e eu aceito.
Ei! Será que não dá para diminuir um pouco estas
taxas? Não? Vocês as acham pequenas? Um aqui do meu estado disse que são
menores que diárias de hotéis. Risos. Hotéis? Só para quem não conhece como é.
Mas bateria palma sim para quando me convencerem que tudo agora é de graça.
Risos. Beleza! Parodiando minha Avó, “quem
pode, pode, quem não pode se sacode”! Enquanto isto encha os bolsos se quiser
ser um voluntário e colaborar para a formação de nossa juventude Escoteira.
Eu não sou pobre, apenas um rico em dificuldade...
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