Falando de Escotismo.
Toninho de Lorena.
Não sou
muito de falar de pessoas nominalmente. Chefe, escotistas, dirigente seja lá o
que for. Como floreio muitos meus escritos pode ser que venha a destoar do
contexto e alguém não gostar. Toninho de Lorena é diferente. Para mim é
especial. Assim como eu e acredito que muitos outros que conviveram ou convivem
com ele dizem o mesmo. Quem o conhece pessoalmente sabe que além de ser um
excelente Escoteiro é um excelente adestrador. Resolvi escrever sobre ele porque
ele me manda sempre seu jornalzinho o Cuco do Vale. Escrito a mão. Em letra de
forma. Xerocado. Disseram-me que ele não gosta da modernidade e nem olha para
ao computador. Queria conversar com ele aqui, mas ele nem dá as caras. Outro
dia vi uma foto sua e está tão "Velho" como eu. Mas na minha mente
ainda guardo na memoria sua face nem tão novo nem tão "Velho". Um
companheirão. Porque digo isto?
Sem entrar em
polemica, cheguei a São Paulo em 1977.
Um mês depois fui à região e deixei lá meu curriculum Escoteiro e me
colocando a disposição. Afinal em Minas fui regional e dirigi centenas de
cursos. Enquanto aguardava contato da região entrei em um Grupo Escoteiro para
ajudar. Não podia ficar parado. Nunca a região me chamou. Sabia que tinha
estados que os membros da equipe não aceitavam intrusos. Acho que já tinham
suas equipes formadas e eu era carta fora do baralho. Durantes oito meses
esperei. Depois resolvi fazer meus cursos por conta própria em dois distritos,
mas devidamente legais com autorização da Equipe Nacional de Adestramento.
Sabia como fazer.
A dificuldade
começou quando precisava contar com colaboradores ou assistentes. Conhecia
pouca gente. Fui mais por informação. Consegui fazer amizade com dois Insígnia
e uns três DCB. Um deles me falou do Toninho de Lorena. Convite feito convite
aceito. Começou uma ótima amizade entre nós e um respeito mútuo. Conheci outro
grande amigo O Professor José Renato dos Santos. Tinha assumido como regional
(grande Escoteiro, lutamos juntos por anos a fio para modificar as coisas, mas
não deu). Convidou-me para ser o Diretor de Adestramento Regional (todas as
nomenclaturas agora foram alteradas). Convite feito convite aceito. Enviei
correspondência para todos os adestradores, DCBs e DCIMs para uma reunião.
Poucos compareceram. Dos antigos lá estava o meu hoje muito querido Chefe
Elmer, o prestativo Walter Dohme (grande adestrador) e mais uns três que não
conhecia. Os demais não apareceram.
O Toninho era
uma figura. Um dos melhores técnicos em arte mateira que conheci e conhecedor
emérito de escotismo. Ficamos amigos. Fui a Lorena diversas vezes. Acampei com
o grupo que colaborava em Piquete próximo ao Pico dos Marins. Conhecido no
Brasil inteiro. Ele deu um apoio que nunca esqueci. Quantas e quantas noites
após os alunos irem dormir, ficamos no Campo Escola do Jaraguá jogando conversa
fora. Várias vezes formávamos uma rodinha onde poderiam estar presente o
Pedestre, o Walter, o Jair Mantenauer lá de São Vicente e alguns outros que não
lembro os nomes agora. (eles, por favor, me desculpem). O Toninho ficava horas
e horas contando “causos” falando de técnicas escoteiras e muito mais. Nunca em
tempo algum ele disse não aos meus convites. Nunca me disse para a região pagar
suas despesa de viagem de Lorena a São Paulo. Acho que os mais de oitenta
cursos que dirigi na capital e interior pelo menos quarenta ele estava ombro a
ombro comigo.
Depois
tivemos muitos outros adestradores DCBs e DCIMs participantes. DCIM só o Elmer.
Ficamos amigos. Foi para mim uma época de ouro. Mais de 1.500 alunos tive a honra de conhecer
no Estado de São Paulo. Acho que se não fosse o Toninho de Lorena, ou melhor, o
hoje DCIM Antônio Rodrigues (na época só IM) não teria conseguido o que
consegui fazer durante aqueles belos anos de 1978 a 1985. Os tempos correram céleres.
Outro Regional. Bay Bay Osvaldo. Os convites para cursos rarearam.
Gostaria que alguém lá da sua área que
estivesse lendo este comentário se possível tirasse uma cópia e enviasse ao
Toninho. Gostaria que ele soubesse que me orgulho em ter sido seu amigo. Para
mim uma honra. Ainda tenho vontade de ir a Lorena levar a ele meu abraço. Para
mim hoje é impossível. Todos me obedecem menos minhas pernas e meu pulmão. Um
dia ainda dou um jeito neles (risos). Quando leio o Cuco do Vale e Leio tudo é
como se o Toninho estivesse pessoalmente comentando. A confecção do jornalzinho
é sagrado para ele. Ali ficamos sabendo de tantas coisas mesmo não estando
presente junto a ele. Toninho, meu abraço. Que seja muito feliz, pois nós os
adestradores de outrora (eu, pois sei que ele ainda continua na lida) temos
orgulho do que fizemos principalmente em sua companhia. Certo ou não todos nós
vivemos felizes em uma época de ouro.
Sempre Alerta Toninho de Lorena!
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