Lendas Escoteiras.
Martinha escoteira e o
Rei da cidade de Galiza.
- Porque
não posso passar? Perguntou Martinha. – Porque não. Ordens do Rei da Galiza. –
Não conheço e nunca ouvi falar – Não importa aqui vocês não passam. Martinha
olhou de soslaio aquele enorme homem vestido com uma túnica vermelha, um
capacete azul e uma grande espada na cintura. Martinha era Submonitora da
Patrulha Touro. Estavam acampados próximo ao arraial do Martelo que pertencia à
cidade de Taumi. Ela e Laurinha estavam à cata de lenha para o jantar e um fogo
noturno onde uma gostosa Conversa ao Pé do Fogo sempre acontecia à noite antes
de dormir.
Não estavam
longe do campo de patrulha. Avistaram um descampado e foram surpreendidas por
este homem vestindo a moda romana. Seria alguma prova da Chefe Marta? Mas qual
o objetivo? - Mas moço, insistiu Martinha ali do outro lado tem muita lenha e
precisamos. Ainda não terminamos o jantar e a noite tem conversa ao pé do fogo.
O que direi a monitora? – O homem da túnica vermelha pensou e pensou. – Será
que poderia deixar? E o Rei da Galiza o que diria depois? – Vá, mas só até
aquela árvore. Se passar eu terei que levar você na presença do Rei. Martinha
pensou e Laurinha riu. – Acha que este homem é real? – Não sei falou Martinha.
Mas sabe, gostaria de conhecer este Rei da Galiza. – Você vai comigo? – E agora
pensou Laurinha. Não estavam obedecendo às ordens do Chefe e da Monitora. Mas
conhecer um Rei? – Vamos, seja o que Deus quiser. E atravessaram a cerca e
passaram dos limites permitidos.
O homem da
túnica vermelha não titubeou. Pegou as duas pelo braço, soprou no horizonte e
uma ponte com um lindo arco íris apareceu. Elas atravessaram a ponte com ele no
meio das nuvens brancas e avistaram o Castelo do Rei da Galiza. Passaram pelo
portão e quando entraram no castelo viram um magnífico salão de refeições, as
mesas faiscando de ouro e prata, carregadas de finos manjares, as vestes
suntuosas que envergavam o Rei e seus cortezões e os nobres e veneráveis
semblantes de todos os presentes, ficaram cheias de espanto e admiração pelo
esplendor da corte do Rei da Galiza. Nunca poderiam imaginar nem em sonhos mais
arrojados que conheceriam a metade do esplendor e da sabedoria que estavam conhecendo.
O Rei mandou que se aproximassem.
Mandou-as sentar ao seu lado e servirem a elas todos os manjares – Quem são vocês?
Perguntou. Senhor Rei da Galiza, somos escoteiras da Patrulha Touro. Do Grupo
Escoteiro Lua Azul. – O rei olhou para todos e espantado perguntou: Escoteiras?
E que fazem? – Nós Senhor Rei, gostamos de acampar, excursionar, viver a natureza,
amar a Deus sobre todas as coisas, fazemos boas ações, somos alegres, respeitamos
os direitos dos outros, temos palavra, somos leais, somos amigos de todos e até
dos animais. E também Senhor Rei da Galiza, temos por obrigação ser pura em
nossos pensamentos, nossas palavras e nossas ações!
O Rei da Galiza
ficou estupefato. Chamou o Grão Vizir e disse a ele para anotar tudo. A partir
daquele dia, todo seu reino seria como as escoteiras. Que suas palavras fossem levadas
nas escolas, nas ruas, nos campos de trigo, nas casas e em todos habitantes do
castelo. Levantou e abraçou as escoteiras com carinho. Depois do jantar mandou
o Homem da Túnica vermelha as levarem até onde estavam acampadas. Já estava
escurecendo. Atravessaram o Arco Iris cheio de luzes e o homem desapareceu.
Martinha e Laurinha pensaram muito se contariam a Patrulha. Acharam melhor
contar em forma de esquete a noite no fogo de conselho. Assim foi feito. As
escoteiras riram muito. – De onde tiraram a ideia do Rei da Galiza? Perguntou a
monitora. Martinha olhou para Laurinha e deram muitas risadas. Mas estavam
alegres, pois agora o reino iria aprender muito da Lei das Escoteiras. Estavam
orgulhosas por ajudarem.
E sempre, por
anos a fio, quando Martinha e Laurinha acampavam ali, encontravam o homem da
Túnica Vermelha e iam visitar o Rei da Galiza. Ficaram amigos para sempre.
Guardaram o segredo, pois o Rei assim o quis. E até hoje, ambas nunca deixaram
de fazer uma visita naquele reino onde à palavra à ética e a honra se tornaram um
modo de vida de seus habitantes!
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