A
empáfia de todos nós.
Não, todos
nós? Claro que não. Afinal dizer que todos nos somos possuidores de arrogância,
desdém, intolerância são adjetivos fortes demais. Porque não dizer que somos
prudentes, discretos, humildes, circunspecto? Isto assim seria melhor. Mas
seria isto mesmo o que eu queria dizer? Bem, procurei outros adjetivos e não
encontrei o que queria e quem sabe hoje não estou muito inspirado. Mas vejamos
será que estamos mesmos ouvindo os jovens em nossas sessões? O que? Claro que
sim irão me dizer. Mas eu ainda insisto, e porque tantos se afastam? Porque não
temos a maioria das sessões escoteiras em todo o país completas, sem vagas, e
com isto nosso movimento iria atingir proporções excelentes dentro da
comunidade?
É costume
ver por aí, alguns dizendo – Eu sei o que eles querem. Eu sei o que o meu
Escoteiro quer. Eu sei o que meu Monitor quer. Eu sei o que os lobinhos querem.
Eles sabem que eu os entendo. Dou o meu melhor. Mas porque não temos patrulhas
completas anos a fio? Agora é fácil dizer que sabe o que eles querem.
Aprendemos com nossos dirigentes. Eles sempre agem assim. Dizem saber o que
precisamos e o que nós queremos. Sei da boa intenção de todos, mas boas
intenções? Sem polemizar vejam a ata (no site da UEB) onde se comenta o novo uniforme.
Leiam calmamente. Analisem e pensem – Porque pelo menos não deram ciência ou
colocaram em votação na Assembleia Nacional? Notem que alguns dos membros falam
sobre isto. E no final dizem – Vamos mostrar no Jamboree. Mostrar e dizer – Eis
o uniforme novo. Podem bater palmas! Só nas lojas escoteiras!
Mas não
quero falar sobre uniforme. Já me enchi com os tais que se arrogam em
defensores de tais atos com justificativas plenas e abrangentes que satisfazem
a muitos. Eu sinto que temos uma falha muito grande em não sabermos fazer
pesquisas, ouvir a todos (dependendo do tema todos setenta mil como consta no
relatório) para se ter uma ideia do que fazer. Mas pesquisa não é coisa de
amadores. Hoje mesmo vi um artigo do Ombudsman da Folha de São Paulo, que
critica o jornal pelas pesquisas e diz coisas interessantes sobre ela – Não
devemos nos impressionar com milhares de entrevistas realizadas. – É preciso
saber como foi o questionário aplicado – Desconfiar sempre em pesquisas da
Internet – Transparência é importante. O tema é longo, e olhem não sou um
expert no assunto. Mas do jeito que anda as coisas está ruim. Atenção, nada a
ver com a explicação da UEB sobre a pesquisa que fizeram do novo uniforme.
Uma vez, dirigindo
um encontro de jovens (aproximadamente oitenta deles de todo o estado) o tema
principal fugiu devido à liderança de dois ou três que resolveram colocar em questão
o uniforme. Deixei a discussão andar. Oitenta discutindo? Nada disto. Não mais
que cinco ou seis. Os demais acompanhando sem opinar. E no final chegaram à
conclusão que o uniforme usado no exercito pelas forças de fronteiras (no
Amazonas) seria ótimo para os seniores. Bem, no ano seguinte as mesmas
discussões agora aprovaram outro. Das forças especiais americanas. Porque isto?
Cada ano uma escolha? Acredito que os chefes não ensinaram para eles os valores
básicos do escotismo e que dai se incluem as tradições.
Quando
ouço alguém falar que sabe o que é melhor para sua tropa fico preocupado. Se
verificarem bem todos que assim procederam pode ser que alguns não tiveram bons
resultados finais e não foi BP quem disse que só os resultados interessam? Até
hoje os resultados não foram os piores, mas também não foram os melhores. Estas
mudanças quem sabe influíram no nosso crescimento quantitativo e qualitativo.
Quando todos chegarem à conclusão que o Grupo Escoteiro é a parte mais
importante em toda a organização e para isto ele deve ser ouvido em qualquer
mudança então só assim poderemos acreditar na força do nosso movimento. Até lá
parece que não temos direitos e como dizem alguns nós somos a parte que devemos
preocupar como nossos jovens e fazer deles cidadãos de bem. E os dirigentes?
Liberdade para fazerem o que quiserem? Normas dirigidas por uma pequena fração
representativa?
Comece
agora a ouvir seus jovens. Faça-o como BP nos ensinou em seus livros
escoteiros. O Escotismo para Rapazes e o Guia do Chefe Escoteiro. Não acredite
no que dizem alguns que eles estão ultrapassados. Não estão. Adaptações sem
alterar o conteúdo são válidas. Mas ali está a essência do escotismo. Se isto
não tiver mais valor, é melhor chamar de outro nome, mudar a organização e
deixar de lado as bases do escotismo que deu enorme contribuição e pode ainda
dar muitas contribuições na formação da juventude de uma nação. Quem se arroga
como proprietária do nome Escoteiro no Brasil deveria honrar as tradições. Pelo
menos isto!
Nenhum comentário:
Postar um comentário