A lenda
do Sapo Vermelho.
(Nesta historia simples,
coloquei o nome de muitos amigos meus do Facebook. As personagens nada têm a
ver com a personalidade de cada um. Fazem parte do desenrolar da história. Aos
demais amigos peço desculpas por não ter colocados todos na historia. Não ia
ser fácil. risos).
O Grupo Escoteiro Águia do Deserto
estava em polvorosa. O Chefe Castanha, Diretor Técnico conversava com o
presidente do grupo o Chefe Rogerio. Conclusões? Ninguém sabia. Como agir?
Diversas sugestões. O próprio Conselho de Chefes reunidos no dia anterior ficou
por mais de quatro horas tentando achar uma solução. Eram e sempre foram um
Grupo Escoteiro padrão e bem respeitado em sua cidade. Hiury o Chefe da Tropa
estava lá. Esteban o Mestre Pioneiro quase não falou. Hilda da Tropa de Guias
era uma grande amiga da família de Milinho. Antônio Carlos calado. Sempre fora
assim. Felipão um assistente muito
falante falava sem parar. Carlos Adl da tropa Escoteira que sonhava em receber
sua insígnia não perdoava. Rodrigo assistente nos seniores e Rosa assistente da
tropa das escoteiras eram os mais exaltados. Os pais de Milinho (Murilo) Rui e
Marcia choravam durante a reunião. Pensavam o que fizeram para ter um filho assim.
Foi uma discussão das boas.
Era verdade. Milinho o lobinho
não era flor que se cheire. Traquinas era pouco para chamá-lo. Quase pôs fogo
na sede na semana anterior quando acendeu cinco velas para chamar o “Espirito
de Mowgly” como ele dizia. Ainda bem que a Bagheera Elizete chegou a tempo para
evitar a catástrofe. Na Alcatéia todos gostavam dele. Vanessinha pata tenra era
sua preferida. Talvez porque ela sempre o ajudou nas suas “lambanças”, mas
sabida, ficava com um pé atrás com cara de inocente arrependida. Milinho tinha
sido expulso de duas escolas primárias. Mesmo os pais insistindo, pois ele só
tinha sete anos Dona dryka à diretora disse que não aguentava mais. Na classe
nenhuma professora podia dar aula. A professora Aline um dia achou que ia
vencer a batalha com ele. Colocou de castigo na ultima carteira e assim ninguém
veria sua traquinagem. Sorrindo foi sentar quando sentiu uma pontada enorme no
traseiro. Alguém colocou na cadeira varias tachinhas e ela não aguentou mais. -
Já para a diretoria disse!
Os pais de Milinho eram pobres,
mas a vizinhança que gostava muito deles tentaram ajuda-los a pagar um
psicólogo e quem sabe ele melhoraria? Seu Nilton o presidente dos amigos do
bairro e sua esposa Dona Luiza foram a casa deles levar a boa notícia. Ao subir
na escada da varanda não viu uma cordinha esticada. Tropeçaram e caiu em suas
cabeças uma lata cheia de água. Os pais pediram desculpas. Na semana seguinte o
levaram ao psicólogo. O Doutor Marcelo Bezerra riu quando disseram como era
Milinho. – Deixa comigo disse. Vamos tentar ajudá-los. Tudo foi bem na primeira
consulta. Na Segunda o cheiro ruim invadiu o consultório. O Doutor Marcelo
descobriu um barbante que fedia à medida que queimava as pontas. Olhou para
Milinho e não disse nada. Bem foram só três consultas. – Olhem disse o Doutor
Marcelo, tentem os escoteiros. Se eles não puderem dar um jeito nem Deus pode.
E riu.
Ilda era da Matilha Verde.
Detestava Milinho. O mesmo pensavam Amanda e Anny duas lobinhas Cruzeiro do Sul.
Quando entrou ele foi para a matilha delas. Mas em menos de duas reuniões as
mães dona Lilian e dona Taufica, sem contar o pai de uma o senhor Marcos
Roberto disseram que iam tirar as filha do grupo. Conversa daqui e dali tudo se
ajeitou. Foi Celia Regina e Isabel que o deixaram ser da matilha Azul. Nunca se
arrependeram, pois adoravam as trapalhadas de Milinho. A Patrulha da Onça
Pantaneira através do seu escriba o Escoteiro Jefferson resolveu contar sua
historias em um livro. O Monitor Mario não achou boa ideia. Dermival o sub
também não gostou. Mas a história foi escrita e muitos anos depois se tornou um
dos livros mais lidos em sua cidade.
No verão de 68, a Alcatéia foi
fazer um acampamento no sitio da Viúva Sabrina. Ela morava com sua irmã, Dona
Monica. Elas adorava os escoteiros e quando eles iam lá sempre se juntava a
eles. Joaquim Neto o caseiro não gostava principalmente quando Milinho ia
acantonar. Ele já o conhecia de longa data. A Akelá Ieda combinou com Moreira o
Balu e Eliana a Kaa ficarem de olho em Milinho. O lobinho era um desastre.
Ninguém entendia porque até hoje não o mandaram embora. Achavam que devia ser
os pais Rui e Marcia, pois sempre quando eram chamados só ficavam chorando e
todos tinham pena. Walkiria a lobinha da marrom corria quando via Milinho. Uma
tarde ele desapareceu. Tantos sempre o olhando que dormiram no ponto e ele
sumiu. Foi Luana a menina que sonhava ser Escoteira uma morena dos cabelos
negros e filha do caseiro que disse saber onde ele estava.
O lobinho Milinho se escondeu no
banheiro, pulou a janela e correu para um arvoredo próximo e lá deitou embaixo
de uma árvore. Deve ter dormido, pois se transformou em um horrendo sapo
vermelho. Ele tinha muito medo da lagoa, pois lá tinha uma cobra enorme e um
gavião que queriam comê-lo de todo jeito. Num canto da lagoa, Douglas o gavião
malvado olhava o Sapo Vermelho. Carla a cobra mansa e amiga de todos também
espreitava embaixo d’água. Milinho o Sapo Vermelho estava com sono, mas não
podia dormir. Acordou com o José Alves o Grilo Falante gritando – Corra Sapo!
Eles vem te comer! . Correr prá onde? Alberto Franco o Jacaré cinzento disse –
pule nas minhas costas eu o levarei a margem. E agora? Confiar neste jacaré? Mas
não se fez de rogado. Pulou. O jacaré afundou e levou Milinho o Sapo Vermelho
com ele. No fundo da lagoa estava o Jacaré, A cobra, O Gavião e até Vilma a
malvada Peixe Espada comedora de sapos. Paty a linda estrela cadente lá no céu
assistiu a tudo e deu belas risadas junto aos cometas Walter Dohme, Elmer e
Fernando Robleño que passavam. Na via láctea, Natalia Cristina e Cris outras
estrelas cadentes também sorriram.
Milinho acordou gritando. A
Akelá e todos os lobinhos estavam em volta dele. Todos davam enormes
gargalhadas. Vera uma mãe que ajudava veio abraçá-lo. Ele chorava e suava.
Bruno e Carlinha de sua matilha Azul também vieram abraçar Milinho. Ele olhou
todo mundo e ali mesmo fez um juramento. Juro Akelá que nunca mais farei
traquinagem. Acho que aprendi a lição. E foi assim que Murilo Homem, mais
conhecido como Milinho o traquina se transformou em um lobinho que todos
passaram a orgulhar. Foi um susto na Alcatéia. Chegaram a telefonar para o
delegado Ricardo Frugoli e o detetive Wagner que deram belas gargalhas com
tudo. Ainda bem que ele tinha muitos amigos e todos o ajudaram em ser um
cruzeiro do sul. Quando passou para a tropa, todas as patrulhas o queriam.
Uma história simples. Mais que
uma história uma lenda. De amigos de Milinho e amigos meus. Para ficar na
lembrança de todos os meus amigos aqui quando um dia eu me for. Que eles no
escotismo ajudem sempre a um Milinho dos milhares que existem por aí a ser um
bom Escoteiro. A lenda do Sapo Vermelho é um conto dedicado a todos. Obrigado!
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