Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

sábado, 28 de julho de 2012

Espírito Escoteiro



Espirito Escoteiro 

            Como seria o Espirito Escoteiro? Conheço uma infinidade de definições. Claro existe a clássica onde dizem – Cumpridor da Lei e digno de sua Promessa. Essa é simples. Como dizem por aí, curta, seca e grossa. Risos. Mas eu gosto dela. Tem aqueles que exaltam o escotismo com tiradas tais como: Escotismo é minha vida! – Escotismo mudou todo meu modo de pensar! – Viver e morrer pelo Escotismo (esta é boa mesmo, eu não sei se eu morreria – risos). Mas todas elas são frases que podem de algum modo definir o Espírito Escoteiro.
            Conheci centenas de jovens que sonhavam com o escotismo. Sempre falando nele. Ao chegar à sede se você olhasse com atenção, veria em seu sorriso, em sua voz e em seu Sempre Alerta, uma emoção que eu poderia sem sombra de dúvida dizer que aquilo era o Espírito Escoteiro. Outro dia vi uma foto, me chamou mesmo a atenção, a tropa formada, alguém fazendo a promessa e um jovem ao lado sorrindo ao lado do Monitor na formatura e olhando com uma expressão extraordinária ao promessado. Ele na minha modesta opinião tinha o Espírito Escoteiro. Aqui mesmo, vejo fotos em que mesmo sem conhecer o Escoteiro acredito que em seu coração o Espirito Escoteiro existe. Outros dizem que quem obedece à lei e a promessa também tem o Espírito Escoteiro. Esta é difícil. Muito. Obedecer a Lei no seu todo não sei não.
            Olhe não me levem a mal. Notaram que faço muito sobre jovens. Sempre falo neles. Gosto de fotos com eles. De vê-los sorrindo em um acampamento, em marcha de estrada, principalmente quando não tem chefes no meio deles. Risos. E se estão bem uniformizados me sinto realizado.  Escotistas para mim são para colaborar com a formação dos jovens e, portanto não vou dizer muito sobre eles. Mas sem sombra de dúvida que tem muitos chefes com Espírito Escoteiro. E sou até sincero, o Espírito Escoteiro nos acompanha através de décadas. Eu que o diga. Deste pequeno até hoje. E não pensem que tenho o Espírito Escoteiro. Acho que não.  Infelizmente tem muitos chefes que a têm e outros que ainda não. Juram que tem, não dizem nada a ninguém, mas no seu pensamento são mestres em dizer que eles são mais que os outros no Espírito Escoteiro.
           O que adianta falar que os jovens é que são importantes, que estamos aqui por causa deles, que sem eles o escotismo não teria razão de ser? Não sei. Isto é falado e repetido por todos, mas sempre vejo os adultos na frente, resolvendo, fazendo e não se lembram de que não estão aqui para isto. E têm aqueles outros que acreditam que devemos dar as mãos, perdoar, dizem belas palavras, mas será que estão fazendo o escotismo conforme o Espírito Escoteiro que todos pensam? Mas o que eu penso? E você? Pensamos da mesma maneira? Não acredito. Podemos ter até as mesmas ideias, os mesmo ideais, mas a maneira de agir nem sempre é a mesma.
           Agora por outro lado, aqueles que se rebelam, que acham que as coisas deveriam ser de outro modo, que não concordam com tudo que os dirigentes determinam estes não tem o Espírito Escoteiro? Já disse aqui muitas vezes sobre as próprias palavras de BP. Olhar além da ponta do seu nariz. Descobrir novos horizontes. Pensar sobre tudo sem concordar com tudo. Claro não foi assim que ele escreveu, mas parecido. Se alguém não concorda logo dizem “gatos e lebres” sobre ele. Não tem Espírito Escoteiro, não sabe o sétimo artigo da lei. E assim vai.
           Mas ainda bem que temos o Espírito Escoteiro como filosofia escoteira. Duas palavras que ajudam em muito nossa chama de motivação escoteira. Se não fosse elas (as palavras) seriamos hoje uma Torre de Babel. Onde todos falariam uma língua diferente e ninguém se entenderia. Em Hamlet, a tragédia da dúvida do solitário príncipe e da violência do mundo, William Shakespeare escreveu que “há mais coisas entre o céu e a terra, do que supõe vossa vã filosofia”. Acho que temos muito ainda para aprender sobre o Espírito Escoteiro.
         E afinal se cada um de nós imbuídos no Espírito Escoteiro que achamos ter, quem sabe iremos encontrar o caminho a seguir, olhando e vivenciando com aqueles que viveram os “Velhos Tempos” e iremos olhar um pouco adiante do nosso nariz, passar também a pensar, pois acredito que ninguém nasceu para gansinho (“Daquele que vai atrás, nas pegadas do pai ganso que nem sabe aonde vai”) e poderíamos afinal achar o nosso Caminho para o Sucesso?
E para terminar, parodiando ainda Shakespeare, quando ainda acredito que estamos procurando o nosso caminho em uma estrada fácil de ser seguida, eis que o Espírito Escoteiro nos aparece em uma bifurcação como a nos dizer: SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO! E não sei. Será mesmo que eu tenho o Espírito Escoteiro? 

Conversa ao pé do fogo – Parte II



Conversa ao pé do fogo – Parte II

É comum que os novos principalmente pais ou escotistas recém-chegados ao Grupo Escoteiro se sintam constrangidos no primeiro e em dias posteriores. Sempre olham para o Escotista uniformizado como se fosse o técnico, o sabe tudo e até hoje ainda vejo que muitos não sabem explanar bem o que é e o que pretende o movimento Escoteiro. Quais as vantagens para o jovem. O objetivo que se propõe no futuro. O conhecimento de como explicar e dizer deve fazer parte de todos os escotistas do grupo. Outro fato é a demora de um candidato a Escotista demorar meses para fazer a promessa. Devemos lembrar que precisamos dele e ficar adiando como se ele só fizesse com cursos de formação não é correto. O que pode acontecer é ele ir embora.

Uma vez, vi um Escotista sendo entrevistado por uma emissora de rádio. Não sabia nada como dizer e falar. Mesmo com a ajuda do entrevistador ele ficou por fora de todas as perguntas, pois não estava devidamente preparado para isso. Todos nós adultos no escotismo devemos estar sempre prontos para responder quaisquer perguntas inerentes ao movimento Escoteiro. Outra vez vi outro, desta vez na TV junto com mais algumas pessoas. Tratava-se de uma discussão sobre ecologia. O Escotista convidado se esqueceu de que estava sendo visto por milhares de pessoas e deixou uma péssima impressão do escotismo. Preparar sempre e saber o que vai acontecer deve ser prioridade para qualquer um que um dia for convidado.

Muitas vezes os programas de reuniões de sessões são quase sempre parecidos. A rotina muitas vezes até se torna cansativa. Porque não conversar com seus monitores? Seus primos? Mas saber dirigir uma reunião com eles tem uma pequena técnica. Eles irão responder aquilo que o Chefe quer. Já sabem como ele é. Assim o melhor é não estar presente. Eles precisam de tempo para assimilar a pensar por sí próprio. Nem sempre em uma reunião se consegue atingir o objetivo. Não interfira e nem critique. Se escreveram que querem atividades impossíveis, porque não pedir mais detalhes? Discussão com a Patrulha ou matilha? O importante é ouvir para saber se você está no caminho certo. Programas não são fáceis. Apesar de uma vez por semana por duas ou três horas muitas vezes ficamos complicados. Pense bem, deixe que eles participem e porque não designar um Monitor mais antigo para dirigir a reunião naqueles sábado?  Já fez isto? Não? Experimente. Vais ter uma bela surpresa. Mas lembre-se não INTERFIRA!

Muitos de nós não damos valor a dois pesos pesados de um programa de reunião. A inspeção e a oração. Uma inspeção cheia de atrativos, com elogios verbais ou mesmo uma premiação no final do mês tem um valor enorme para ver como está procedendo o Escoteiro e a Patrulha. Boas ações individuais e coletivas realizadas e até porque não, uma menção dos pais por escrito como seu filho se desenvolve na disciplina em casa. Isto pode ser motivo de uma boa pontuação para a Patrulha e tem um valor muito positivo no seu desenvolvimento. A oração não deve ser copia uma da outra. Nada de decorar e falar. Sempre um Escoteiro diferente a cada dia. Valorizar sua oração feita espontaneamente, ou até quem sabe em forma de mensagem, ou jograis.

Quem determina datas para uma Corte de Honra? Claro isto se sua tropa tem realizado normalmente esta reunião. Muitas tropas os monitores determinam e não tem data fixa. É realizada de acordo com as necessidades. Em outras tropas existem reuniões ordinárias e extraordinárias. O certo é que as reuniões ordinárias devem ser feitas pelo menos a cada 30 ou 40 dias. A pauta fica a critério dos monitores e o Chefe ou assistentes que tiverem algum item devem apresentar ao Presidente da Corte de Honra. Nunca de surpresa na reunião. O que é o que faz a Corte acredito ser do conhecimento de todos. Outro dia em conversa com uma Escoteira soube que nunca houve Corte de Honra em sua tropa. Acredito que o Chefe está mal informado ou ainda não tem nenhum curso de formação.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

As aparições do Chefe Trovão – CONTO I



Este conto foi publicado no blog de histórias escoteiras. Para conhecê-lo completo, visitem o blog.

As aparições do Chefe Trovão – CONTO I

           Todo o sábado à tarde, levava meu filho para as reuniões da tropa escoteira que se realizavam em seu grupo. Ele se sentia realizado, e não aceitava faltar ou chegar atrasado. A princípio não achei tedioso, pois, ficava por ali esperando o término e aproveitava para ver o que faziam. Assim como eu vários pais ali também permaneciam. O Chefe Trovão ficava quase sempre conversando conosco. Não participava diretamente. Não era o Chefe do Grupo. Sabia que era bem reconhecido, pois todos o tratavam de maneira respeitosa. Soube depois que era um dos poucos que dirigia cursos, e conhecia como ninguém o fluxograma, o projeto e o intento do programa escoteiro.
           Tornou-se para nós um amigo e assim como os demais chefes após as reuniões sempre nos reuníamos em casa de alguém, para conversar, sorver é claro um uísque importado, claro que alguns preferindo cervejas ou refrigerantes. Com o tempo, o chefe Trovão convenceu a todos nós a participar mais diretamente no programa escoteiro, colaborando com o Grupo em questão.
Nada como experimentar. Reuniu 25 pais, e durante um dia inteiro aplicou em todos o preliminar. Foi divertido, mas logo nosso tempo aos sábados, domingos e alguns dias da semana começaram a ser tomados, em função única e somente para as atividades escoteiras.
         Nos primeiros meses estávamos em dúvida, mas com o passar do tempo ficou enraizado em nossos pensamentos e sem notar nos dedicamos de corpo e alma ao movimento escoteiro. Daí para um CAB e a parte II da Insígnia foi um pulo. No mês de julho, estava marcado um acampamento de cinco dias, numa pequena mata pertencente a um amigo do chefe Trovão, as tropas escoteiras e seniores iriam participar. Claro que também estaríamos presente. Aos poucos fomos aprendendo como preparar o material, a intendência, as caixas de patrulhas, ou seja, tudo aquilo que os escoteiros conhecem tão bem.
          Ficamos sabendo pelos outros chefes dos mitos do acampamento, e um fato chamou a atenção. O chefe Trovão fazia questão que todos participassem do banho das “três e meia” da madrugada no primeiro dia de acampamento. Para isto era preciso um sabonete especial, que seria emprestado pelo chefe. Era uma tradição. Ninguém podia faltar. “Que diabos” pensei. Por quê? Qual a finalidade? Como havia um respeito nato ao Chefe não perguntamos. Vamos ver o que é e depois comentar.
           No dia marcado partimos. Alegria geral. Chegamos cedo ao local. Lindo se querem saber. Uma grande lagoa tendo em volta uma pequena floresta nativa. Havia uma bela clareira e a poucos metros acima corria um córrego com águas limpas com uma pequena cascata. Chamada de Bica Molhada por todos que acamparam ali. Os monitores escolheram seu campo e nós ficamos em um campo próprio não muito distantes deles. Esqueci-me de explicar que há mais de três dias fazia um frio horroroso em nossa cidade, e verificamos que ali no campo, na madrugada chegaria tranquilamente abaixo de zero. Principalmente próximo à lagoa.
             Tudo transcorreu nos conformes.  À tardinha, ainda com sol, todos se lavaram junto ao lago, e nós fomos até uma bica bem abaixo, que corria em bambus formando uma ducha sem igual. Após o jantar, foi feito um jogo. Terminado a reunião como os monitores, cada um foi procurar o seu canto para dormir. Já tínhamos se esquecido de tudo e eis que o chefe Trovão nos chamou a todos dizendo que o horário de três e meia era sagrado, não gostaria que ninguém faltasse ou chegasse atrasado. Nesta hora foi que nos lembramos do tal banho. Achei um absurdo. Um frio de rachar. Isto no inicio da noite. Acreditei que estava de seis as dez graus.
              Já ia discordar quando o chefe Trovão me olhou enviesado e como estivesse lendo o meu pensamento, apontou para mim dizendo: - Sinto muito, quem faltar vou considerar como falta de “Espírito Escoteiro”. “Diacho” E agora? Como não podia fugir e os demais não comentaram, não falamos nada. Dormi preocupado. Era o cúmulo do absurdo. Se isto era escotismo meu pai era um macaco falante. Não aceitava tal idéia ou tal imposição. Pensei que no outro dia juntaria minhas tralhas e iria embora. Mas meu filho estava ali. Seria uma falta muito grande e uma tremenda decepção para ele. O jeito era esperar a madrugada, pois achava que aquilo não passava de uma piada.
              Não acordei às três e meia. Ninguém acordou. Não fomos chamados. Mas o Cléu um dos pais acordou dez minutos após e chamou a todos nós. Levantamos assustados, um frio de rachar. Enrolado em um cobertor nos reunimos no que restava do fogo aceso frente às barracas. O chefe Trovão não estava na sua. Já tinha partido sozinho. O que fazer então? Cada um deu sua opinião no final, resolvemos ir até a ducha e pedir desculpas ao chefe Trovão. Não era longe nem perto. Uns 400 metros abaixo da lagoa. Saímos tiritando de frio. Na trilha todos nós sentíamos calafrios. Não acredito em fantasmas nem em alma do outro mundo. Mas o medo me bambeava as pernas.
              Pé ante pé avistamos a ducha (ficava uns 10 metros abaixo de nós) e vimos o chefe Trovão com as mãos levantadas, abaixando junto ao corpo e ficando em pé repetindo sempre, a rezar numa linguagem inteligível até que uma luz brilhante apareceu. Olhe, estava tremendo igual vara verde. Nunca tinha visto nada igual. A luz foi aumentando e em poucos segundos, diversos vultos como sombras também lá estavam saudando o chefe Trovão. “Deus do Céu” que era aquilo? Ainda não tinha visto nada. O chefe levantou as mãos para o céu e ficou acima do chão uns dois metros continuando sua reza e os vultos numa espécie de dança ficaram rodando em sua volta.
              Um grande redemoinho foi formado. Não vi mais os vultos e o chefe. A luz brilhante começou a faiscar, lançando raios para todos os lados. Fugimos dalí, esbaforidos, tremendo, alguns garanto que tinham molhado os pijamas, ninguém falou nada, todos queriam ir à frente e ninguém atrás. Cada um entrou em sua barraca, ofegando, esperando a calma chegar. Que nada, a tremedeira não passava. Não estávamos acostumados com isto. Os minutos foram passando, estávamos acalmando e eis que bem no inicio da trilha, pela fresta da barraca avistamos o chefe Trovão.
               Com um short curto, a toalha jogada nos ombros, assoviava alegre o “Acampei lá na montanha”. Parecia estar em uma praia num escaldante verão. Não mostrou curiosidade em saber se estávamos acordados. Fez uma pequena ondulação com o corpo, mexeu com os braços e se dirigiu a sua barraca. Ao entrar se voltou e abanou as mãos em direção à mata. Nada vimos. No dia seguinte levantamos calados. Poucos conseguiram dormir. O acampamento cumpriu seu programa. Os escoteiros alegres, os seniores cantando enfim uma grande exultação de um programa que se não fosse o acontecido, poderia dizer sem similar.
             Retornamos no dia marcado. O Chefe Trovão parecia o mesmo.                  Professor, tutor, instrutor, mas sempre quando nos encarava, um sorriso maroto brotava para logo mostrar sua carranca de chefão. Na semana seguinte, notei que somente eu e mais dez pais ainda estávamos participando do grupo. Os demais mandaram as mães levar os filhos e avisar ao Chefe do Grupo que não poderiam continuar no movimento. Não sei por que, não houve comentário. Parece que um pacto de silencio acometeu a todos. Eu mesmo nem com minha esposa falei do assunto e do acontecido. Acho que todos tinham medo de serem ridicularizados.
Mas acredito e disso não tenho nenhuma dúvida, que o Chefe Trovão tem um pacto com o coisa-ruim ou então com espíritos amigos, cuja visita recebe sempre no afamado “banho das três e meia e seu sabonete mágico”. O porquê de seu convite pode ter alguma lógica. Se formos nada acontece se não sempre está só para seus encontros maquiavélicos. Ele sabe que aqueles que viram seu ritual nada dirão. O medo de tudo o receio de represálias, seu estilo dominador nos faz esquecer o fato.
          Continuo até hoje no escotismo. Sou escotista de tropa escoteira. O Chefe Trovão há alguns anos mudou de cidade. Não ouvi falar mais nele. Ninguém no grupo comenta o assunto. Dizem que o Chefe do Grupo também participa do ritual, mas eu não posso provar. Não vi.
          E a vida continua, falei por falar. Narrei por narrar. Não vi, não sei, não ouvi estou com os olhos fechados e minha mente não pensa.
E quem quiser, tem a continuação do Chefe Trovão em um formidável curso. Risos.
     

segunda-feira, 23 de julho de 2012

A rebelião da Tropa Escoteira Waiãpi.



A rebelião da Tropa Escoteira Waiãpi.

          Com surpresa recebi a visita da Escoteira Larissa no ultimo sábado pela manhã. Ela foi logo entrando no assunto que a levou lá. Achei estranho, pois não a conhecia e nem seu Grupo Escoteiro. Como ela soube de mim tampouco importa agora. – Chefe, ela disse, acha que vou sair do escotismo. Tenho uma Patrulha que por mais que queira eles não são unidos. Tento por varias vezes conversar com eles e não me dão atenção. Falei com o Chefe Mildred e nada. Conversei com a outra Patrulha sobre o que está havendo, mas o Monitor não está nem aí. Não temos Corte de Honra. Nunca teve. O Chefe acha que não precisa. Isto por somos só duas patrulhas. Conselho de Tropa? Nem pensar. Conselho de Patrulha? Difícil. Ninguém quer chegar mais cedo e nem ficar depois do horário.
         Jovem! Por esta não esperava. Mas tentou conversar com Chefe fora dos horários de reuniões?  - Sim Chefe, mas ele não me dá atenção. Se acha o dono de tudo. Olhe, estou lá na tropa a mais de dois anos. Só fizemos um acampamento mesmo assim aqui na sede. Excursões? Nunca. Agora ele quando recebe convite do distrito para plantar árvores e ou limpar uma praça lá estamos todos nós. – Duas patrulhas? Perguntei? E os membros delas, não cobram? Não dizem nada? – Não Chefe. Nunca reclamaram. Mas olhe eles não ficam nem seis meses na tropa e sempre tem um novato para substituir. – E voces não tem uma Chefe feminina? Não Chefe. Não temos.
          Pensei com meus botões.  O "Velho" distrital que não anda. Não vê isto. Só vê o que quer. Deve ser daqueles que adora chamar os chefes para uma reunião de última hora, informar de novas instruções escoteiras, novos cursos e aqueles acampamentos do distrito que vira e mexe quer fazer. Os jovens? Que se danem. Para isto sua obrigação é conversar com adultos. Paciência. Lembrei-me do Delta. Acho que poucos leram sobre ele. Ele dizia que um distrital é um "Velho" amigo. Aquele que visita seu grupo e lá todos o recebem como irmão. Hoje? Quando um vai ao grupo é para entregar um Liz de Ouro ou um Escoteiro da Pátria. E ela continuou: - Chefe estou tentando meu cordão e não consigo. Falta tirar uma especialidade e lá na tropa o Chefe nunca se prestou a me ajudar.
         E agora José? O que eu podia fazer? O escotismo está infestado destes tipos. Sempre gostam de ser procurados. “Venha a nós o vosso reino” é assim que pensam. Quando descobrem de algum errado com as crianças é tarde demais. Mas afinal, qual a função do Distrital? O Delta era claro em suas explanações. Estar lá junto ao Grupo Escoteiro. Fazer amizade com todos e ser conhecido pelos meninos e meninas. Ajudar no que for possível. Ouvir mais do que falar. Ter a experiência necessária para aconselhar. Mas será que a burocracia deixa? Não sei. – Olhe Larissa, só posso lhe dar um conselho. E você pode dizer a quem quiser que fui eu que lhe deu.
1)    Procure o Chefe. Diga a ele que se não for feito um bom escotismo com bons programas e atividades ao ar livre, você tira o boné e vai embora;
2)    Seja franco com sua Patrulha. Pergunte a cada um quantas noites de acampamento eles tem. Se estão satisfeitos com isto;
3)    Diga a sua Patrulha que você não pretende mais ser monitora. Prefere passar o bastão para outro ou sair do Grupo Escoteiro;
4)     Diga a eles que se não for feito um Conselho de Tropa onde todos poderão expor suas ideias do que acontece e também não for programada reuniões constantes de uma Corte de Honra que é melhor não fazer escotismo;
5)     Escreva tudo isto. Passe a limpo. Dê uma copia ao Chefe. Exija dele que haja como tal e que a tropa precisa urgente de uma assistente feminina;
6)     E para terminar, diga a ele que você está pronta a lutar pelos seus direitos e para tanto vai levar o assunto de sua reclamação para o distrito e região.
           Você sabe, vai ser um Deus nos acuda! Ele vai ficar possesso. Mas ou você exige uma aplicação na tropa do sistema de Patrulhas correto ou então aceita o que oferecem a você hoje. Caso contrário coloque seu boné e vai procurar outros Grupo Escoteiro.
           Distrital, um nome bonito e pomposo. Mas quantos estão realmente fazendo o escotismo que se espera deles? (sem menosprezar muitos que conheço que são bons no que fazem). Muito fácil nomear assistentes para tudo. As regiões fazem o mesmo. E cá prá nós... Uma tropa mista que não tem um representante de ambos os sexos não pode funcionar a contendo. Problemas de um não são o mesmo do outro.
O tema não para por aqui!