Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 23 de junho de 2012

O esplêndido e inesquecível Grande Uivo.



O esplêndido e inesquecível Grande Uivo.

(Toda vez que escrevo sobre lobos, me vem à mente o Chefe Blair de Miranda Mendes. Sem depreciar grandes conhecedores do lobismo, ele para mim foi o melhor. Fui amigo dele e quem sabe mais que amigo, um irmão. Fizemos mil e uma atividades, mil e uma aventuras juntos. Blair e eu fizemos história. Hoje, não falamos mais. Ainda está no movimento. DCIM dos bons. E eu aqui repito, tive a honra de ser seu amigo. Uma honra! Meu abraço Chefe Blair!).
     
“GRANDE UIVO significa uma forma de mostrar que os Lobinhos estão prontos para obedecer às ordens do Akelá e, mais do que isso, fazê-lo da forma Melhor Possível! Assim, é também uma maneira de reafirmar a sua Promessa e dar boas vindas aos visitantes ou uma data festiva”.

              Não! Claro que não. Não vou ensinar como se faz grande Uivo. Nunca! Não vim aqui para isto. Só quero contar o que senti na primeira vez. Ou quem sabe muitos aqui que estão lendo este artigo sabem o que quero dizer. Acredito que mesmo a Akelá, o Bagheera, o Balu, a Kaa e tantos outros que são os irmãos mais velhos dos lobinhos devem também sentir quando o Grande Uivo é realizado. Muito ainda não sabem a importância desta cerimonia em sí que por sinal é linda. Talvez a mais linda de tudo que o movimento Escoteiro nos oferece. Pode até ser que se compare a uma investidura pioneira nos moldes do passado. Claro talvez não como eu fiz um dia, há muito tempo atrás, no fundo de uma gruta brilhante a luz dos lampiões, estalactites mil, lá para os lados de Lagoa Santa em Minas em uma caverna ainda inexplorada, mas isto é outra história e não interessa aqui.
             É incrível ver a face dos lobinhos, das lobinhas quando pela primeira vez fazem o Grande Uivo. É inesquecível. Os olhos? Brilham mais que a luz das estrelas. A face fica corada, o corpo tremendo, e quando entram no círculo e ficam naquela espera angustiante para saber que vai representar os lobos, é de tirar o fôlego. O olhar da Akelá, a perscrutar aqui e ali quem seria. O seu olhar de seriedade, o seu sorriso o piscar de olhos e pronto. Escolheu! E ela com sua voz meiga, simpática, amiga e todos a olhando como se estivessem na Roca do Conselho, lá no alto da montanha, ela firme no centro do círculo com o felizardo já escolhido que sorri de felicidade diz olhando para ele: Melhor! Melhor! Melhor e melhor?
             Se você já foi um deles, se você está presente sempre nesta cerimonia, se você sente aquele amor que os lobos tem por aquela cerimônia, então pode ser que vá perder o fôlego como eu faço sempre. E o final daquele momento culminante marca. Eles saltam no ar, como se fossem voar, e com aquela força própria de lobos corajosos, dizem – Simmmm! Melhor! Melhor! Melhor e melhor! Meus amigos, nesta hora sentimos o chão tremer. O coração bater. E aí, o vento começa a soprar, o sol se sente embaraçado e se é noite de luar, fica aquela bola grande brilhante no céu dançando ao redor dos cometas que também dançam com aquele espetáculo inesquecível. Se fossemos eternos sonhadores veríamos os pássaros se aproximar e cantar sobre a Alcatéia numa homenagem aqueles lobinhos e lobinhas maravilhosos.
           Uma mística que vem lá de dentro da Jângal. Uma mística que não acaba. Que não cansa. Que dá alegria e todas as vezes que é realizada os lobinhos saltitantes se preparam com amor. O Grande Uivo tem um valor inestimável. Lobo! Lobo! Lobo! - Lôoobooo! Hora de formar, hora de gritar! Melhor? Melhor? Melhor? E melhor?
- E, nunca esqueço aquele dia, problemas mil, sentado na escada da sede, pensando como fazer e resolver e eis que a minha frente aparece uma lobinha sorridente, linda no seu uniforme azul, fica em posição de sentido e diz – Melhor Possível Chefe! Risos. O que dizer? Fiquei em pé rápido, posição de sentido e respondi – Melhor Possível jovem lobinha. Ela saiu sorridente e eu pensando que meus problemas eram nada. Ah! Estes lobinhos maravilhosos e suas maravilhosas poses e sorrisos!                 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Os meus doces sonhos da primavera



Os meus doces sonhos da primavera

                    Foi meu primeiro acampamento. Jurei que seria o último. Uma experiência que nunca esqueci. Raios, trovões caindo perto, arvores caindo, uma chuva torrencial achei que o mundo ia acabar. Gritava de medo. E não foi só isto. Pensei que era diferente. Um passeio gostoso no bosque? Bah! Armar a barraca tudo bem. Foi divertido mas depois cortar bambu, furar buraco no chão e a comida? Horrível! Não teve graça. Minhas mãos estavam cheias de calos se tivessem deixado levar o celular tinha ligado para minha mãe ir me buscar. Pedi a Chefe mas ela nem aí. Bem eu sabia que nunca mais voltaria em um. Um verdadeiro desastre. Prometeram-me tanto e quase morri de trabalhar, de correr e porque não dizer de medo. Nunca pensei em ser Escoteira. Nunca mesmo. Marlene minha amiga de colégio foi quem deu a ideia. Uma amiga sua era escoteiras desde lobinha e adorava. O uniforme era lindo. Tinha meninos lindos. – Vai ser sopa, falou. Vamos lá escolheremos um belo namorado e damos o fora. E riu com gosto.
                  Minha mãe foi comigo. Meu pai é falecido. Ficaram um tempão falando e falando. Perguntei se não poderia ir para o pátio e brincar com todo mundo. Never, never. Disse o Chefe. Você deve assistir e ouvir o que estamos conversando. Eu e sua mãe. Vai te interessar. Bobão. Ele não sabia do meu interesse. Depois disse que minha mãe tinha de fazer um curso. Blá, blá, blá. Quanta besteira! Um dia foi aceita. Esqueci, me chamo Isabelle. Sou bonita, assim dizem os rapazes, mas até hoje não arrumei nenhum namorado. Minha mãe dá risada. Isa, você só tem 12 anos! É, ele não sabe que já conheço a vida como ninguém. Não sou mais uma menininha que ele colocava no colo. Bem voltamos aos escoteiros. Colocaram-me numa tal de Patrulha Pantera. Só meninas. E os meninos perguntei? Eles tem a patrulha deles. Bem tinha de experimentar.
                  Estava marcado um acampamento de quatro dias. Um feriado prolongado. Até que gostei da ideia. Ceceia me contou uma vez que fez um acampamento. Só que daqueles em fazenda, onde se paga e tem tudo. Almoço café, jantar e monitores lindos. Tipo os dos filmes que assistir varias vezes. Minha mãe comprou tudo que pedi. Coitada, passávamos por uma dificuldade financeira muito grande. Éramos só ela e eu. Fazia tudo por mim. Gostei da mochila, do cantil, do canivete e os danados dos chefes não deixaram ir de uniforme. Disseram que tinha de fazer promessa. Promessa! Que diabos é isso? Comprei uma camiseta vermelha escrita o nome do grupo. Comprei logo duas, pois sabia que uma ia sujar e não gosto de roupa suja e nem de lavar.
                  No dia do acampamento mamãe me levou até a sede. Lotada. Pais tios, avós todo mundo abraçando e chorando pensando que todos os meninos e meninas iam morrer e não voltar mais. Quando entramos no ônibus foi àquela festa. Cantorias sem fins e os pais lá fora dando adeusinho. Quanta cafonice. Mas me diverti muito na viagem. Havia escoteiros lindos no ônibus. Namorei com o olhar muitos deles mas nenhum me olhou assim, como devia. Chegamos descarregar e aí começou meu inferno astral pessoal. Era um tal de armar barraca, cortar bambu, buscar água, cortar lenha seca, correr daqui e dali. Estava “pregada” e a monitora me chamando de “folgada”. Ajudei o mais que pude. Minhas mãos em frangalhos. Calos e calos um até sangrava. E o almoço? Aquilo era almoço? Uma Escoteira que dizia cozinheira fez um arroz grudendo e enfumaçado. Quando fui comer estava doce. Não colocou sal. O bife? Um horror! Não passou direito. Estava sangrando de um lado. Fizeram ainda uma salada de tomate esta pelo menos eu coloquei o sal que queria.
                  E a noite, cansada “prá dedeu” ainda inventaram um jogo noturno para se esconder no meio do mato. Eu e Verinha juntos e nós morrendo de medo. Uma cobra! Um escorpião? Um jacaré? Meu Deus! Quem sabe aparece uma onça? E se viesse uma manada de elefantes correndo o que fazer? E o pior, cansada e toda dolorida fui dormir. Raios, trovões, uma tempestade desabou sobre nós. A barraca começou a encher-se de água. Comecei a chorar e pedir mamãe! Uma ventania derrubou a barraca. Corremos para debaixo de uma árvore. Um raio a cortou no meio. Meus olhos estavam esbugalhados. Minha voz não saia. Nem rezar eu lembrei. Maldito Escoteiro, nunca mais. Quando chegar em casa quero distância. Nunca me verão nas reuniões. Acampamentos? Deus me livre. Aqui nunca mais!
                 Passaram muitos anos depois disto. Hoje sou a Chefe das Escoteiras. Tenho minha Insígnia de Madeira, muitos amigos escoteiros, casei com um que não é Escoteiro e quando minha filha tiver idade acho que vai ser uma. Sempre dei muitas risadas quando lembrava do meu primeiro acampamento. Olhe quantas saudades! Hoje tenho mais de 150 noites de acampamento. Fui em muitos lugares. Tenho orgulho da minha vida Escoteira e amo o escotismo. Mas o primeiro acampamento dizem que ninguém esquece, e eu não esqueci mesmo! Risos.  

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Do destino ninguém foge - parte II.



Meus amigos, se ainda não leram a parte I minha sugestão é ler para entender bem a história.

Do destino ninguém foge - parte II.

Prólogo

“Saiu de casa para conversar com um amigo e contar para ele a novidade”. Vibrava com a possibilidade de ser Escoteiro. Ao atravessar a rua, foi pego por um carro a toda a velocidade, fugindo da policia que vinha logo atrás. Foi arremessado à grande distancia. Ficou inconsciente.
Levado ao hospital ficou em coma dois meses. Saiu do coma, mas sem movimentos no corpo, ficara paraplégico.
Durante um bom tempo não lembrou mais de seus sonhos. Agora eram outros. “Pensou que com o tempo seus movimentos voltariam, ele não desanimou e o tempo passou.”

Quatro anos se passaram quando seus pais o levaram para casa. Nenhum movimento durante este tempo. Conseguiu mexer os braços isto depois de muito tratamento em um centro de reabilitação. Mas as pernas não. O corpo também não. No primeiro ano não falava. Não tinha o que dizer. A voz engasgada. Uma terapeuta fez tudo para ele sorrir e nada. Não acreditava em que diziam a ele. O dia mais feliz de sua vida se foi como uma grande tempestade. Ele agora só via raios e trovões a lhe auscultar o cérebro. Seu atropelamento foi um desastre. Matou seu sonho e até sua vontade de viver. Treze anos uma vida a começar assim interrompida. Sua mãe sempre com os olhos vermelhos. Seu pai fez tudo que podia, gastou o que não tinha até que os médicos disseram que era melhor ele ir para casa. Seu corpo não mais reagia ao tratamento.
Em casa pediu a sua mãe que colocasse o uniforme Escoteiro no baú do seu pai. Ele não queria vê-lo nunca mais. Seu quarto era aconchegante, a janela dava para um pequeno jardim que sua mãe cuidava diariamente. Mas ele não sentia mais o perfume das flores e o sol e a lua para ele não tinha diferença. Dormia de dia ficava acordado a noite. Dormia a noite e ficava acordado durante o dia. Trocava sempre à noite pelo dia. Nada lhe faltou. Sua mãe sempre presente. Banhos, fraldas, refeições, virá-lo sempre para não dar ferida ao corpo, enfim uma mãe incansável para que seu filho pelo menos sorrisse.
Uma tarde bateram em sua porta. Sua mãe atendeu. Surpresa. Dois escoteiros uniformizados queriam falar com Miltinho. Ele não entendeu nada. Não os conhecia. Nunca os viu e esteve na sede deles por pouco tempo. – O que querem? Falou. Sejam breve estou sem tempo agora! Mal educado. Nunca pensou que um dia falaria assim. Eles sorriram. Nós não queremos nada de você. É você que vai querer de nós. Chega de auto-piedade. Você só sabe sentir compaixão de sí mesmo? Está com dozinha de você? Lastimando-se? Não vê que tem pessoas sofrendo a sua volta? Afinal, você é um homem ou um rato? – Quem são voces? Quem dá o direito de falarem assim comigo? – Eles não responderam.  Mudaram de assunto. – Sábado que vem vamos vir aqui e levar você para a reunião escoteira. Afinal não era seu sonho? Só porque se acidentou se acovardou?
Miltinho não escondia sua surpresa e eles foram embora. Chamou sua mãe e perguntou quem eram eles? Eles quem? Ela disse. Os dois escoteiros que aqui estiveram. – Meu filho, não veio ninguém aqui hoje. Miltinho ficou mudo. Por quê? Quem eram? Assombração? Afinal ele já estava com dezesseis anos e não tinha medo de nada mesmo entrevado numa cama. Mas porque, porque, insistiu com seu pensamento. No sábado bateram a porta. Lá estava os dois de novo. Vamos – disseram. Ir com voces? Voces são fantasmas! Não ando com fantasmas. Eles riram. Pegaram Miltinho, colocaram-no em uma cadeira de rodas e saíram de casa rumo à sede Escoteira. Nem despediu de sua mãe e seu pai. Os dois a pé empurrando a cadeira de rodas. Uma festa. Aplausos de todos os jovens. Abraçaram-no, e foi para uma Patrulha Sênior com duas meninas e dois meninos. Ele era o quinto. Claro na cadeira de rodas.
Miltinho! Largue esta cadeira, agora vamos fazer um jogo e não dá para você ficar sentado feito um folgado! Um deles sem ele esperar o levantou e outro empurrou a cadeira para o canto do pátio. Miltinho pensou que ia cair, mas suas pernas se firmaram. Ele não acreditava! Vamos molenga! Diziam todos! Miltinho sorriu, correu, brincou, suou e de volta a sua casa quando entrou viu que esqueceu a cadeira de rodas na sede. Que fique lá para sempre, disse para si mesmo. Aperto de mão, abraços e Sempre Alerta e lá foram os dois escoteiros.
Sua mãe o chamou várias vezes e ele custou para acordar. – Mãe a senhora me viu chegar ontem dos escoteiros? Como? Ela disse. Eu fui lá com os dois escoteiros. Sua mãe sorriu. Mas e a cadeira de rodas? Ela não veio! Meu filho, você nunca teve uma cadeira de rodas. Não pode sentar. É bom que ele sonhe pensou sua mãe. Pelo menos não fica tão triste como estava. Se isto lhe faz bem vou ajudar. E eis que Miltinho senta na cama, se levanta e diz a sua mãe – Deixa que eu vá ao banheiro, escovar os dentes e depois vamos todos nós tomar juntos o café da manhã. Há tempos não fazemos isto! Sua mãe estava boquiaberta! Meu Deus! Um milagre? Ela não sabia se ria ou chorava. Gritava de alegria e chamou seu pai que veio correndo. O abraçou. Quem visse veria uma família maravilhada e sorrindo como ninguém sorriu antes.
Miltinho voltou a estudar. Seu pai o levou aos escoteiros. Ele se tornou um jovem tão feliz que o mundo mudou e ele acompanhou. Sei que hoje é muito requisitado na fábrica que trabalha pela sua felicidade. Os outros querem saber como fazer para ser feliz. Miltinho lembra-se de tudo que aconteceu. Não sabe explicar o que houve quem eram os escoteiros e qual o grupo que foi. Não importava. Se Deus quis assim, agradecemos a Deus por ter me dado à vida de novo. Os escoteiros do sonho nunca mais apareceram. Mas Miltinho nunca os esqueceu. Casou e teve um filho. Quase não tinha tempo para ele. Quando fez treze anos disse que queria ser Escoteiro. Miltinho sorriu. Sim ele também se chamava Miltinho. Deu para ele seu uniforme. Vou lá com você no sábado, seu filho sorria de alegria.
De manhã abriu a janela, agradeceu a Deus pela vida e sua alegria em ser Escoteiro. Correu a casa de um amigo para contar a novidade. Ele seria escoteiro como seu pai fora. Ao atravessar a rua viu um carro em alta velocidade fugindo de um carro da policia. Pneus rangeram uma batida forte. Alguém gritava. Miltinho por sorte escapara.  Não sabe como não foi atropelado. Alguém o empurrou antes da batida. O carro dos bandidos bateu em um poste. Um morto e outro ferido. Miltinho respirava forte. Graças a Deus, Graças a Deus. Olhou no final da rua e viu os dois escoteiros acenando. Eram os escoteiros do sonho de seu pai. Acenou também. Meus anjos da guarda pensou. A vida nos reserva surpresas sem explicação. Fazer o que? Aceitar o seu destino, pois Miltinho sabia que do destino ninguém foge!  

terça-feira, 19 de junho de 2012

Sugestões de um "Velho" Escoteiro



Sugestões de um "Velho" Escoteiro

A Patrulha de Serviço

Devemos se possível (caso não tenham) criar a Patrulha de serviço no grupo Escoteiro. Anualmente o Conselho de Chefes e cada sessão em particular determina a patrulha de serviço do dia. A responsabilidade deve ser repartida com todos. Afinal a sede Escoteira e as atividades ali programadas tem o objetivo da formação do jovem e este deve também ser responsável pelo andamento, limpeza apresentação.
Compete à patrulha de serviço, limpar a sede durante a semana (será vistoriada e vale para a inspeção diária), preparar as bandeiras, arriar e hastear as mesmas no inicio e fim de reunião. Quando da Alcatéia pode ser feito pelos primos e segundos assessorados por um assistente do ramo. Em qualquer caso, uma comissão formada pelo Diretor Técnico, chefes de sessão e um pai, sempre deverão dar suas opiniões sobre o serviço realizado e até pode ser que atingindo uma determinada nota, recebam um parabéns especial que pode ser uma bandeirola ou um premio qualquer.

Conselho de Chefes

Nenhum grupo sobrevive sem um bom Conselho de Chefes. Deles participam os Escotistas do Grupo Escoteiro, inclusive os novos ainda sem promessa. Todos com direito a voz e voto. O Diretor Técnico que preside a reunião deve ter uma pauta a ser seguida, pauta esta feita após ouvir os Escotistas de cada seção antes do inicio, sobre quais assuntos devem ser levados à discussão para aprovação ou informação. A pauta é importante para evitar improvisações.
Compete ao conselho, além do que é determinado no POR e outras normas no Regimento Interno ou nos Estatutos, manter um bom relacionamento entre todos, dando voz e voto a cada um no destino do Grupo, relacionados às sessões. O Diretor Técnico pode apresentar temas oriundos dos Diretores do Grupo. No entanto ali eles não participam (os diretores) a não ser se convidados. Os temas se necessários poderá ser decidido por votação, e esta pode ser aberta ou secreta.  Neste caso a decisão é de todos os participantes. Lembramos que a democracia é importante para que todos respeitem e sejam respeitados.
No Conselho de Chefes é onde se vão dirimir dúvidas, discutir temas apresentados pelos chefes, aprovar atividades nacionais, programar o registro do grupo junto a UEB, sabe como e onde terão cursos realizados e como inscrever, aprovação de gastos nas seções (claro que a parte financeira tem que ser aprovada pela Comissão Executiva). O Conselho de Chefes também é o responsável pelo programa anual e neste caso o Grupo formaliza como ele deve ser feito e seguido.
Cada Grupo Escoteiro deve observar suas normas internas, sempre informando aos escotistas seus direitos e deveres. Estas sugestões estão sujeitas as normas e diretrizes da direção nacional.

Sobre admissão de novos (noviços)

É de responsabilidade do Chefe do Grupo, ou de alguém indicado por ele. É necessária uma norma, visando valorizar a admissão, a Tropa e o Grupo Escoteiro. Muitos grupos já possuem uma planificação e nossa sugestão é só para aqueles que ainda não a possuem.
Uma boa admissão, feita corretamente traz dividendos excelentes. É a hora de fazer com que os pais sintam suas responsabilidades, participem da vida do grupo. Costumo dizer que tudo que é fácil não se dá valor. Exigir dos pais quem sabe um cursinho informativo, onde teriam melhores condições de saber o que é o Movimento Escoteiro. Dificilmente a inscrição aceita no mesmo dia e nem o jovem é conduzido à patrulha, matilha sem antes cumprir etapas já formalizadas. Pensar em facilidades é prejudicar o futuro onde os pais irão achar que não são imprescindíveis e mais cedo ou mais tarde deixarem tudo sobre a responsabilidade dos chefes.
No primeiro dia, os pais devem estar presentes. Ambos. Se não podem, ver outra data onde poderão ser recebidos. O Chefe do Grupo explica as normas, o que se pretende dos pais, do jovem, o que o escotismo tem a oferecer, sua organização, as atividades ao ar livre, as viagens, as responsabilidades e finalmente os pais preenchem na hora a ficha de inscrição, com assinatura de ambos.
Eles se comprometem a participar das reuniões de pais feitas pelas seções, ficam sabendo de suas responsabilidades como conselheiros do grupo, da reunião anual ou extraordinária do Conselho (assembleia) do Grupo, da indicação de prováveis conselheiros regionais, dos acampamentos, das excursões, da colaboração que o grupo fará na formação do jovem junto a sociedade, a igreja e na educação extraescolar. Importantes que saibam que o chefe também tem família trabalha e está ali para ajudar.
Feito todo o roteiro e dependendo de vagas nas sessões os jovens serão apresentados com certo formalismo. Sempre sós. Nada de ter mais de um ou dois pais neste dia. O Diretor Técnico é quem apresenta o jovem e seus pais ao grupo. Após o Chefe da sessão onde ele ficará, o apresenta a todos de sua tropa ou Alcatéia. Isto sempre é feito após o cerimonial e deve ser rápido para não atrapalhar a programação já feita. Quando do termino, uma palma Escoteira, o grito da Patrulha onde o jovem vai participar. Na alcatéia quando da realização do Grande Uivo o Akelá irá apresentar o noviço a todos, claro ele só ira assistir, pois ainda não está pronto para participar do Grande Uivo.
Feito assim, valorizando os pais os dividendos serão enormes. Não esquecer que o contato com os pais não deve ser só no primeiro dia. Mensalmente um telefonema, um e-mail é importante para manter o vinculo até que ele possa ser aproveitado em alguma atividade ou responsabilidade maior no grupo Escoteiro. Conheço grupos que fazem atividades sociais em casa de um ou outro pai uma vez por quinzena, após as reuniões de sábado (lá pelas oito nove da noite). Os comes e bebes são divididos. Sem caráter de obrigação, mas dão ótimos resultados.
Por hoje é só. Meu abraço cordial. 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Eu adoro a calça curta!



Eu adoro a calça curta!
 
              Ei! Nada contra de quem gosta da comprida caqui, amarela, cinza, azul, branca, marrom e agora verde. Nada contra. Mas eu? Eu adoro mesmo a calça curta. Quando visto meu uniforme caqui me sinto bem. Não sei por que. Sinto-me mais Escoteiro. Antigamente, lá pelos idos de 60, 70 e 80 havia uma norma no POR que dizia – Junto aos jovens e em atividades com eles se usa a o caqui tradicional (estava mesmo escrito tradicional). O cinza deve ser usado em cerimonias especiais, atividades sociais etc. Assim aquela norma valeu para mim até hoje. Sei que a jogaram pela janela e ela se foi com o vento sul que sopra forte para nunca mais voltar. Modernidade. Vento moderno.
               Sei que muitos hoje e até naquela época tinham vergonha. Aqui e ali alguns com a comprida caqui. Bem não era o meu caso. Nunca tive vergonha. Claro hoje vejo fotos de Baden Powell (BP) sempre de calças curtas nunca vi nenhuma foto com ele usando a comprida (estilo inglês podem me dizer) e me orgulho de ter feito o mesmo. Mas já me condenaram aqui por me arraigar nesta fútil ideia de manter uma tradição que não tem valor para eles. Claro. Respeito. Tradições? Bah! Para tradições. Mas insisto, eu adoro e sempre adorei minha calça curta. Quantas peripécias passei com ela. Mas as alegrias superaram. Chegar a uma cidade, com o grupo, com a tropa ou com a Patrulha o andar ereto em frente, sorrindo e vendo todos nas portas, janelas a admiraram aqueles esbeltos escoteiros (risos eu não era assim tão esbelto) a desfilarem, (Puts! Agora proibiram) bandeiras ao vento! As meninas nos vendo apaixonadas. De onde São? Olhe aquele ali, lindo! Risos.
              Claro, sempre provando a mim mesmo que enfrentaria multidões ou o que seja com ela. Um dia fui para a sede. A pé. Tinha a minha bicicleta. Era fácil ir com ela. Mas como era somente seis quarteirões porque não desfilar a pé? Fazia isto sempre (hoje se escondem em um automóvel e alguns nem o lenço colocam só na sede. Mas eles podem agora. É moderno). Ao passar em frente à Padaria do Osmar alguém gritou! Que belas pernas! Dez pratas para quem passar a mão! Engrossou! E agora? Dezessete anos, metido a valente, faca de um lado, machadinha pequena de outro. Um verdadeiro pistoleiro do oeste. Mão na cintura gritei! Quem se habilita? Quem vai ser o primeiro? Risos. Ninguém. Nunca mais falaram nada.
              A calça curta para nós era sagrada. Nossos chefes sempre usaram. Sempre eles são nosso exemplo. Hoje até dirigentes nacionais se vestem com o tal traje e participam de tudo. Exemplos? Claro. Quem os vê assim aprenderam e vão ensinar a todos a nova moda. Risos. E ainda me dizem que é barato simples e fácil de fazer. Mas e daí? Aumentou o numero de escoteiros por isto? E interessante, só vejo a maioria jovens e escotistas classe media usando. Principalmente em Jamborees, acampamentos nacionais e internacionais onde se paga uma pequena fábula para ir. Os humildes, os sem nada que nunca vão a estas atividades sonham em vestir um uniforme completo. Mas estou falando da calça curta. Desculpem. Saí do rumo. Perdi minha bússola prismática da minha lide “caqueana”. Vamos voltar ao percurso de Gilwell aqui comentado.
             Uma vez acampamos em Baixo Guandu. Um grupo começando. Mais de trintas jovens escoteiros. Esperaram-nos na estação. O trem chegou, olhamos espantados para eles, eles olharam espantados para nós. Eles de calça comprida. Todos. Nós de calça curta. Todos. E aí? Um Monitor me procurou. Por quê? Você curto e eu comprido? Não sei meu amigo não sei. Aprendi assim, nosso grupo é antigo. Sempre manteve as tradições. Fomos para o campo. A noite todos eles estavam de calças curtas. Risos. Arrumaram uma tesoura e picotaram a pobre da calça. Deus me livre!   
            Minha calça curta dos velhos tempos! Adoro você! Estranho até hoje quando vejo alguém de comprido caqui. Cinza até que vá lá. Mas como dizem os filósofos, tudo não passa de um hábito de comportamento e gosto não se discute. Aprendeu assim fará assim. Em breve estaremos todos de verde e caqui. Não sei se de chinelos ou sem meias, o calçado hoje pouco importa. Cobertura? Poderia ser um chapéu de cowboy vermelho vivo! Seria lindo, tudo colorido como se fosse um belo arco íris. Cacilda. Lá estou eu de novo a criticar e centenas a defender. Não tenho este direito, sou um "Velho" Escoteiro  chato, gagá e aposentado. Mas acreditem, não importa. Se eu vivesse mais cem, duzentos anos eu estaria envergando a minha linda, a minha gostosa, a minha deliciosa, a minha espetacular, a minha grandiosa, a minha imponente, a minha majestosa, a minha divina a minha linda muito linda calça curta!    

domingo, 17 de junho de 2012

Porque sou escoteiro?



Porque sou escoteiro?

Ei! Eu sei que você sabe. Acho que já falei aqui antes. Mas eu sou de outra geração. Dos cabeças brancas. Aqueles que dizem tradicionalistas e só atrapalham os novos que gostam da modernidade. Mas acreditem, sou um Escoteiro do coração. E sei que voces também o são. Eu sei que amam o escotismo como eu. Eu sei que pensam nele todo o tempo e que a cada sábado ele vem forte trazer a alegria e a fraternidade dos amigos que juntos irão fazer atividades mil. Mas se me permitem, confirmo meu pensamento do escotismo e porque sou Escoteiro.

- Eu penso que um dia fiz uma promessa. Não brinquei de fazer. Levei a sério e a levo até hoje. E sei que muitos também são assim;
- Eu prezo o garbo e a boa ordem. Faço questão de vestir o uniforme com elegância. Do jeito que aprendi. Meu lenço quando coloco olho no espelho se está correto, bem postado, bem colocado. Meu cinto? Faço questão de limpar e engraxar. Meu sapato? Engraxado. Minha calça cinza de tergal comprida ou a curta caqui? Bem passada. Muito bem passada. Este será o meu uniforme. Não vou vestir outro;
- Horários? Em cima da hora. Nem um minuto mais nem um minuto menos. Pontualidade Escoteira para mim é mais que a inglesa. Se for chegar atrasado não vou. Se vai encontrar comigo não venha. Atraso? Nunca! Não gosto. Marque outro dia;
- Horários de reuniões? Só em casos especiais extrapolaram cinco dez minutos. Pedia desculpas aos pais quando atrasava;
- Cerimonial da bandeira? Um orgulho ver todos perfilados. Ninguém brincando, sérios e compenetrados com seu garbo e boa ordem. Sei que você também faz assim;
- Inspeção? Adoro. Fiz muitas e até deixei que fizessem comigo muitas vezes. Porque não? Alegria quando um Monitor me olhava de cima em baixo, sério e compenetrado. Olhava o chapéu, o cinto. Os botões abotoados, os quatro dedos da quebra do meião, as listas corretas e quando me pedia para ver as unhas? Olhava se minhas orelhas estavam limpas? Risos. O Monitor ficava orgulhoso em inspecionar o Chefe e eu orgulhoso do Monitor;
- Alvorada no acampamento? Para mim sempre uma tradição. Seis horas. Seis e quinze ginastica. Feita pelos monitores. Eu os tinha adestrado antes. Horário de dormir? Sagrado. Nunca depois de onze horas;
- Decidir sozinho os destinos da tropa ou do Grupo Escoteiro Nunca. Sem os monitores não sabia o que fazer. Sem os chefes me sentia só. Aprendi assim. Mudar? NUNCA!
- Aceitar uniforme pela metade? Mal colocado? Camisa do lado de fora? Lenço torto? Nunca. Nada como chamar o jovem e educadamente ensiná-lo como se porta um uniforme, e contar o que BP disse sobre ele. “Meu jovem, quando você está uniformizado você representa toda a organização Escoteira”. Quem olha para você acredita que ali todos tem orgulho do seu uniforme e sabem que o escotismo é um exemplo de cidadania;
- Sou Escoteiro da maneira que aprendi. Com uma mochila nas costas e fazendo aventuras por este “mundão” afora. Nunca gostei de ficar dando ordens sentado em uma cadeira ou apitando em uma reunião escoteira. Isto nunca foi minha “praia”;
- Sou Escoteiro como diz o Roberto Carlos, a moda antiga. Daqueles que gostam de um sorriso. De um abraço gostoso. De dizer eu gosto de você. Dos que gostam de ser o primeiro a dizer Sempre Alerta. De dizer muito obrigado a todos com que convivo no escotismo e fora dele;
- Sou Escoteiro porque amo o escotismo. O amei desde o primeiro dia que eu vergonhosamente olhei de soslaio para o meu Akelá e ele me recebeu na Alcatéia sério sem me dar um sorriso e depois eu o amei para sempre;
- Portanto meus amigos se notarem que sou diferente eu sou mesmo. Não tenho protocolos, não tenho cara feia, não faço continência por respeito, mas sim por amizade e gosto disto!
- Sou Escoteiro porque gosto de cantar (uma voz danada de feia e rouca) e em qualquer tempo, seja com chuva e com sol eu cantava, e como cantava!
- Sou escoteiro porque acredito no movimento e como Escoteiro me dou o direito de discordar de tudo que eu achar errado. Detesto castas, detesto gente metido só porque tem isto e aquilo. Não vão me ver nunca batendo palmas para dirigentes. Mas sempre irão me ver dando Anrê, palmas escoteiras, gritos de guerra a toda essa juventude que está firme nas fileiras escoteiras a qualquer tempo com sol ou com chuva;
- Sou Escoteiro porque depois que cresci acreditei que o escotismo é que precisa de mim e não eu dele. Mas me entreguei a ele de corpo e alma;
- Enquanto viver serei Escoteiro e não importa o que aconteça, pois mesmo não sendo flamenguista o hino deles eu canto Escoteiramente: – Uma vez Escoteiro sempre Escoteiro. Escoteiro eu sempre ei de ser, Escoteiro serei até morrer!