Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 31 de dezembro de 2011

PALAVRAS DE BADEN POWELL



Um amigo me enviou esse artigo hoje. Um bom amigo. Novo nos meus contatos mas direto nas suas idéias. Não o consultei, mas aqui reproduzo. Façam bom uso.

Baden-Powell na publicação The Scouter - 1921

 Um dirigente escoteiro veio a mim outro dia com um esquema para organizar o Movimento de uma forma melhor da já existente. Contemplava certa quantia em dinheiro para gastar com dirigentes, secretárias em tempo completo, etc; mas seu plano consistia em arrecadar contribuições dos distritos (associações locais, no texto original)

 Uma parte da ideia consistia na criação de um comitê eleito de forma geral para administrar a organização; a vantagem era eliminar a desigualdade com que os distritos administram seus programas. Seria mais centralizado e organizado, poder-se-ia ter um registro que salvaguardasse o desenvolvimento, um padrão de eficiência nas tropas, mantendo uma supervisão geral.

 Já estava me descrevendo outras vantagens do esquema quando me senti obrigado a poupá-lo do enredo, assim que me adiantei com o seguinte comentário: Meu querido camarada! Mas você não precisa sustentar o escotismo. Por uma razão: o escotismo se estende além do Reino Unido e teu comitê deve representar todas as partes do império. Como a eleição irá fornecer os especialistas necessários para os diversos departamentos do escritório central? Os distritos desejariam gastar dinheiro para manter um escritório central? Acho que não. Estas são meras objeções materiais. Mas existe uma consideração maior: nós somos um movimento, não uma organização.

 Nós trabalhamos através do amor e da legislação, e isto é o que nos diferencia de muitos outros sistemas; pode ser incorreto, mas é nossa maneira e, apesar dela, trabalhamos para fazer algo nos doze anos de nossa existência.

 Acabo de voltar de uma bela viagem escoteira em outras partes do mundo e confirmei minha convicção de trabalhar por amor ao jovem, lealdade ao Movimento e camaradagem, que é através do espírito escoteiro e é a maneira de nos mantermos na linha correta.

 É provável que muitos, como meu amigo, não conseguiram manter o espírito, mas por outro lado, muitos conseguiram e outros o estão adquirindo. A propagação da capacitação de dirigentes (18 autorizados este verão no Reino Unido) está ajudando no desenvolvimento. Nossa maneira de administrar está baseada em um verdadeiro e nobre princípio.

 Um dirigente (o qual faleceu e, portanto, posso falar abertamente) me perguntou em uma ocasião sobre a recompensa monetária pelo, segundo ele, trabalho que realizou para mim na sua qualidade de dirigente escoteiro. Tive que lhe explicar algo que ele me confessou nunca ter entendido: e era que ele trabalhava para os jovens e não para mim.

 A proposta do escotismo é oferecida àqueles que se importam de coração com seu país e sua gente. Os homens que colaboram não são uma força de mestres e servidores, oficiais e soldados, senão uma equipe de patriotas unidos por um ideal comum; e esse ideal é a melhoria dos garotos.

Aqueles que têm um grande autocontrole, ou que estão totalmente absortos no trabalho, falam pouco. Palavra e ação juntas não andam bem. Repare na natureza: trabalha continuamente, mas em silêncio.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

DE QUEM É A CULPA?



Reflexões de um Velho Lobo

Elmer S. Pessoa

DE  QUEM  É  A  CULPA?

Estamos hoje na era da tecnologia, onde o computador, a indústria e a ciência estão num constante e ininterrupto processo de desenvolvimento.

Vivemos, entretanto, uma época violenta... Violência contra a natureza, contra a vida, contra os princípios e costumes, abalando nossos conceitos do que é certo ou errado!

Os jornais, rádios e TVs comprovam!

A marginalidade, o tóxico e o crime crescem assustadoramente. O processo é abrangente e parece que somente com a educação e a participação de todos, pode-se melhorar, modificando este quadro assustador.

Quando se fala em educar, volta-se para a criança.

Ao adulto, o que se pode fazer é condicioná-lo, isto é, não proceder erradamente pelo medo da punição, pois a impunidade é um agente estimulador...

A criança que for educada, não pratica o erro, por formação. Para tanto, o  Movimento Escoteiro trabalha com Valores e eles devem ser cultivados desde criança, oferecendo atividades sadias e capazes de atrair o jovem em todas as faixas etárias, e, ao mesmo tempo, transmitindo mensagens positivas de fraternidade, amor a Deus, à família, e à Pátria.

Estará sendo preparada para assumir seu próprio desenvolvimento.

Dez anos após, esta criança estará entre 17 e 25 anos, com boa formação, livre de se tornar vítima de um traficante, e, sem dúvida alguma, um adulto responsável para cumprir seus deveres como cidadão.

Aprenderá com a vivência do bem, que existem direitos, deveres e obrigações!

O Escotismo está um pouco esquecido, talvez por falta de divulgação. Embora todos conheçam o Escoteiro, o Escotismo continua desconhecido. A imagem continua positiva, reflexa de anos servindo ao próximo e a comunidade e,  principalmente, às crianças e jovens de todo o mundo.

A lembrança do “Escoteiro ajudando a velhinha a atravessar a rua” ainda persiste como uma recordação positiva, mas, felizmente, o Escotismo vai muito, além disso!

E então por que ainda é tão desconhecido, mesmo tendo ultrapassado 100 anos?
Naturalmente, a culpa é nossa!

Nós, praticantes desde magnífico movimento, atribulados com nossos problemas particulares (que naturalmente existem) muitas vezes negligenciamos nossas reuniões semanais a aplicação de programas rotineiros, esquecendo muitas vezes de atuar em nossa comunidade.

Claro, temos motivos relevantes para agir assim, mas será que com um planejamento mais elaborado não conseguiríamos reverter esse processo?

Infelizmente, o mundo é regido por interesses. Se não mostrarmos à comunidade o valor do Escotismo, nunca tomarão conhecimento de seu potencial educativo e, como conseqüência, o apoio será restrito, quase sempre com aspectos negativos de caridade.

Por que às pessoas que temos a oportunidade de explicar, divulgar nossos princípios e método, sempre se tornam colaboradores entusiastas?

Simplesmente porque ficaram conhecendo o Escotismo!

Não bastam “Acampamentos Demonstrativos” que, embora importantes, transmitem uma idéia que somos somente “bons mateiros”, qualidade que os pais não acham imprescindível para a formação de seus filhos nos dias de hoje. Temos que mostrar atividades práticas de interesse geral, atuando na comunidade, próximo às necessidades reais do meio que vivemos.

Não se trata de substituir atividades tradicionais e sim, somar outras ao nosso currículo, direcionando nossa participação em assuntos de momento, em que todos (escoteiros ou não) estão interessados: tóxicos, AIDS, ecologia, desenvolvimento comunitário, preservação da natureza, defesa civil, sustentabilidade e campanhas que estão sendo realizadas no momento.

Temos que mostrar “a todo mundo” que estas preocupações também são nossas e que já estamos atuando positivamente nestas áreas, trabalhando e colaborando nas soluções.

Eles provavelmente desconhecem esta face do Escotismo! 

Então, de quem é a culpa?

Elmer S. Pessoa
55º Morvan - Santos/SP

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A PROMESSA ESCOTEIRA




Não vamos tentar consertar a culpa do passado vamos aceitar nossa responsabilidade pelo futuro.

A PROMESSA ESCOTEIRA
                           
A Promessa Escoteira tem um valor enorme para todos que entram para o Movimento Escoteiro. Muitos ainda não analisaram sua importância.  Irá fazer parte por toda a vida. Não importa se participando ou não. Conheço alguns grupos que ainda fazem a promessa do jovem para que ela seja uma lembrança para sempre. Outros, no entanto ainda não raciocinaram de seu valor.

Meu pequeno comentário não pretende modificar ou mesmo influir nos Grupos Escoteiros que realizam a Promessa conforme aprenderam ou faz parte de uma tradição em seu Grupo Escoteiro. Sei que todos procuram dar a ênfase para que o dia seja muito especial para o noviço e para que sua permanência seja frutífera por muitos e muitos anos. Seja ele lobinho (a), escoteiro (a) sênior, guia pioneiro (a) ou escotista.

Quem já a fez sabe. É um dia esperado, contado, sonhado, e que deverá ficar marcado para sempre. É uma cerimônia individual e não coletiva. Ele é a pessoa mais importante naquele dia. Para isto os escotistas responsáveis devem estar preparados para pequenas regras que irão dar um valor enorme ao dia do promessado.

Acredito e não tenho nenhuma sombra de dúvida que é uma cerimônia da sessão, privada, sem a presença de outras sessões do grupo. A participação é exclusiva para o Diretor Técnico e os escotistas da seção. Se houver mais de um preparado para a promessa, esta deve ser realizada em dias diferentes. Afinal para que a pressa? Colocar dois, três ou mais fazendo a promessa simultaneamente não é benéfico. Já disse, é um dia especial, para aquele que vai fazer. A ele todas as honras do dia.

Quando for entrega de certificados, seja de tempo de atividade, especialidades, ou ourtoga de Liz de Ouro, Escoteiro da Pátria, e claros os cordões de eficiência, aí sim, deve ser entregue na presença de todo o Grupo Escoteiro. (dentro das possibilidades é claro). A promessa não. É um dia de festa, de alegria, quem sabe um bolo ou o que a tradição mandar. Sim, deve-se criar uma tradição.

Já vi Tropas que fazem a promessa, próximo a uma lagoa ou um rio, ao entardecer. O por do sol trás um encanto inesquecível. Outras que faziam em acampamentos, quando do fogo de conselho. A Bandeira do Brasil ficava postada em um mastro especifico para ela. Outras no próprio acampamento faziam uma cerimônia especial durante a promessa. Não digo o que é melhor. Melhor é a aprovada em Corte de Honra.

Lembro ainda que fiz a minha em um fogo do conselho. Fui o responsável para acender o fogo, usando só um palito de fósforos. Que sensação! Todos olhando e eu tremendo! Risos. Treinei semanas. Após a promessa, saltei o fogo três vezes com os olhos vendados seguro pelo monitor e recebi meu nome de guerra que guardo até hoje. Tupã. Era uma tradição na tropa. De anos. Risos, eu sei, alguns acham que isso é impossível. Não se pode, não é assim que aprenderam em cursos. Claro eu sei o que aprenderam. Aprenderam o que os diretores ensinaram e que aprenderam eu seus grupos de origem. Risos.

Um adendo, também não sou a favor da entrega de Insígnias da Madeira, condecorações ou certificados de agradecimento em Congressos ou encontro nacionais ou regionais. Ora, ora, o Escotistas ou o agraciado trabalhou em seu grupo a vida inteira que não pode ver a cerimônia de ver seu querido chefe neste dia maravilhoso. Está outorga é importante demais para que não seja celebrada com aqueles que participaram da vida e do crescimento do interessado em seu habitat natural.

Voltando para a Promessa, admite-se em alguns casos (eu não o faria) pode-se até convidar os pais ou responsáveis. Quem sabe reforça o orgulho do (a) noviço (a) e claro dos pais, pois vão se orgulhar e muito daquele dia. Por favor, não convide autoridades, políticos, a não ser se estão de uma maneira ou de outra ligada na cerimônia. Repito, não é uma cerimônia pública.

A propaganda, o proselitismo e o marketing não fazem parte da promessa na comunidade. Existem outras formas para isto. Já vi diversas cerimônias sendo feitas por uma gama enorme de Grupos Escoteiros com todos perfilados levantando a mão a direita e repetindo com o dirigente o que diz a promessa. Claro, como dizia BP o importante é o resultado. E se deram bons frutos não se muda o que está dando certo. Mas que não marca não marca.

Mais parece militares em dia de fim de curso. Só falta jogar o chapéu ou boné para cima. (risos). Agora se deu resultado me calo. Veja resultado é fazer com que o jovem fique por mais de três anos na seção. Todos. Não um pequeno número.

Não se faz uma promessa sem uma preparação com antecedência. Não importa quem seja. Do Lobinho ao Escotista. A Promessa não é um prêmio, ela é um fato importante em toda a vida do jovem. É tão simples saber no caso de tropas quando o noviço está preparado. Seu monitor sabe. O Conselho de Patrulha sabe. A Corte de Honra sabe. E no caso do adulto o Conselho de Chefes sabe. Não é o Diretor Técnico que decide.

Acreditamos que as etapas solicitadas por cada sessão, foram cumpridas. Acreditamos também que no caso dos lobinhos, o responsável já conversou com ele, mostrou sua responsabilidade (lembrar sempre do melhor possível), o que se espera dele, o significado da Promessa e da Lei do Lobinho. O orgulho do uniforme (só veste neste dia), sua manutenção, apresentação, do garbo e finalmente se ele ou ela estão prontos para a Promessa.

As condições para a realização da promessa, a conversa individual, o de acordo da Corte de Honra acredito que todos sabem como é. BP era enfático ao dizer que qualquer um pode ingressar em um Grupo Escoteiro, mas ser escoteiro não é para qualquer um (disse em outras palavras). O Espírito Escoteiro, tão delineado e comentado faz parte da iniciação quando da promessa e segue por toda a vida escoteira. 

Muitos escotistas acham que a promessa deve ser repetida pelo jovem e não dita diretamente. Eu fico com a segunda parte. Acho que o jovem deve saber bem a promessa e dizê-la com toda clareza. Isto vai fazer com que o significado seja bem maior. Nesta parte, acho que cada um deve analisar qual é a melhor para a cerimônia.

O responsável pela cerimônia é o chefe da seção. Cabe a ele dirigir. Como fazer depende de cada sessão. Se ainda não foi criada uma tradição então que se faça conforme é feito atualmente. Mas sempre aconselho deixar que a Corte de Honra discuta o tema entre as patrulhas e crie uma tradição. Ela marca!


Tenho visto promessas de escotistas, que nem sabiam que iam fazer a promessa. São pegos de surpresa. Por quê? Ele também é como o jovem, ele espera o dia, sonha com ele, cada reunião é uma agonia. Será hoje? Um dia ele cansa e se vai, sem fazer a promessa.

Muitos não vão concordar comigo, mas olhem, querem valorizar o uniforme? Não deixem que ninguém coloque peças antes da promessa. Nunca! Nem o Escotista noviço. Porque? Para valorizarem, para saberem que quando o portarem terão feito sua promessa, terão orgulho dele!

A promessa é somente a ponta do iceberg para que possamos atrair e manter o jovem e o adulto no movimento escoteiro.  Muito do que realizamos em nossos Grupos Escoteiros o fazemos sem olhar para frente e para o passado. Quantos somos e o que seremos fica uma incógnita. Isto vai depender de todos. De mim, de você e de todos os escotistas brasileiros.

Tente fazer sua própria pesquisa em seu Grupo Escoteiro. Seja leal com você mesmo. Não enxergue somente a alegria de hoje nos jovens que participam. Tentem ver os que não estão mais. Analise o porquê. Procure meditar pesquisando a falta de adultos em seu grupo. (claro se isto acontece) Se o escotismo é formidável, se você não pode viver sem ele, se ele é a razão do seu modo de ser é interessante analisar porque também os outros não participam. Onde está o erro?

Infelizmente estamos pisando o mesmo caminho há anos. Uns poucos resolveram mudar e a mudança não sei se é a que iremos ao caminho para o sucesso. Quando falamos em tradições em manter o que fomos, o que somos hoje e no que seremos amanhã, então teremos dado um passo gigantesco para o crescimento escoteiro em nosso país.

 E para terminar, pergunte a você mesmo o que pode fazer para que a evasão acabe. Para que milhares e milhares de jovens corram aos grupos escoteiros para participarem. Plagiando John Kennedy repito as palavras dele de forma escoteira: - “Meus irmãos escotistas do Movimento, não perguntem o que o escotismo podem fazer por vocês. Perguntem o que vocês podem fazer para o escotismo. Que ele seja grande e forte e possa dar a juventude brasileira o que nós recebemos”. Honra, ética e caráter!!!

Não conheço nenhuma fórmula infalível para obter o sucesso, mas conheço uma forma infalível de fracassar: tentar agradar a todos

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

2012 - UM NOVO ANO, UM NOVO COMEÇO, ATÉ ONDE IR?



2012 - Um novo ano, um novo começo. Até onde ir?

Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça...

                  Não faz tanto tempo assim que comecei minha saga na internet. Fico pensando como o mundo da voltas. Usar uma internet para falar com amigos espalhados por todos os lugares? Nunca pensei isso. Mas um dia aconteceu. Claro já escrevia muito do que penso e do que aprendi no escotismo, mas em maquinas simples de datilografia. Um dia achei que poderia começar. Abruptamente fiz um blog. Acho que foi em março de 2010, parece que foi ontem! Risos.

                  Até hoje me pergunto se valeu à pena. A resposta minha é sim, a dos meus amigos e leitores não sei. A cada dia procuro ver através da minha pequena visão se este foi o Caminho para o Sucesso. Se isto significa ou significou alguma coisa. Claro, todos sabem que hoje não participo mais diretamente em grupos escoteiros, a saúde me reservou surpresas. Talvez este tenha sido um dos motivos dos blogs.

                 No meu primeiro blog tentei criar um estilo. Meu estilo. Amo a UEB nasci com ela no movimento, mas nunca concordei com tudo que fizeram (e fazem). Amigos meus dizem que não, mas acho que nossos líderes não são tão simpáticos e se agarram a função como se estas lhes pertencessem. (risos, só eu penso assim) É como se morassem em um castelo onde determinam o valor dos impostos e quem não pagar será expulso da terra sem nenhum direito (risos)

                Em troca dão pequenas sugestões sem ver as necessidades dos seus súditos. Não consultam a burguesia. Para comentar o que pensava criei o Blogspot do chefe Osvaldo em março de 2010. Rabisquei outros artigos, pois sabia que bater só numa tecla não seria bem recebido ou compreendido pelos futuros leitores. Confirmei que esta não era uma preocupação de todos os escotistas. Postei um pouco dos meus conhecimentos técnicos na condução de seções. Senti que a maioria se interessava por estes artigos e não os outros.

                Não pretendia ensinar nós, orientação ou sinais de pistas. Isto se encontra em centenas de blogs existentes e nos livros da UEB. A idéia era outra. Quatro meses depois o blog se deslanchou. Publicava e publico um artigo a cada vinte dias. Gostava e gosto do blog. Mas sempre tive uma queda por contar historias, pois passei por situações sui-generis na minha vida escoteira. (muitos acham que as historias foram vividas por mim, engano)

Porque não fazer outro blog? Como já tinha diversos fascículos do "Velho" Escoteiro prontos desde a década de 70, surgiu então o blog do "Velho" Escoteiro e suas historias. No principio foi muito fácil. Tinha mais de 40 fascículos escritos. Ao escrever os fascículos me baseei em um antigo Escotista, já falecido. Depois adaptei outras situações me lembrando de uma das melhores coleções escoteiras já escritas. “Opiniões do Delta”. O blog foi criado em setembro de 2010. Neste coloco um fascículo novo a cada 30 dias.
              
                  O blog não deslanchou, mas caminha com suas próprias pernas. Já tem seus seguidores. Estava na hora de fazer o que gosto. Contos Escoteiros. Escrevi em uma semana quatro contos. Montei o blog e em um só dia publiquei as quatro historias. Isto em fevereiro de 2011. Não fez o sucesso esperado no início. Vi que a maioria dos leitores são ávidos em temas técnicos. Por isso o motivo do sucesso do blogspot do chefe Osvaldo. Contos Escoteiros está crescendo. Já está em segundo lugar de freqüência de todos blogs que publico.

                   Três blogs. O tempo já não estava tão fácil de administrar. Como adoro escrever contos, sempre tenho três ou quatro prontos à espera de publicação. A cada vinte dias posto um lá. Mas não estava satisfeito. E se saísse da linha escoteira? Poderia escrever contos não escoteiros? Pelas barbas do profeta! Não deu outra. Escrevi dois contos em uma semana. O blog nasceu. Era uma vez um Conto Fantástico foi publicado em março de 2011. Publico um conto novo a cada trinta dias. Está indo. De vez em quando aumenta os leitores.

                  Gosto dele. É diferente. Mas estava difícil de manter todos eles com artigos e contos uma vez por mês. Se isso não acontece sei que o blog é abandonado. Agora eram quatro. Ainda bem que sou aposentado, mas não é fácil escrever todos os dias. E pensei em outro. Cinco? Mas este último seria mais fácil. Já tinha em meu poder diversas passagens da minha vida em situações divertidas. Porque não fazer um blog? Fiz. Não faço propaganda dele. Vai lá quem quer. Muitos não irão se interessar. Saudade não tem Idade recebe no máximo quinze visitas por mês. Acho que por curiosidade.

                    Não gostava do Facebook. Mas aprendi a gostar. Oferece mais oportunidades de conversar com amigos escoteiros que o Orkut. Aprendi e criei um grupo. Comecei a postar no grupo. Primeiro artigos diversos e depois pequenas adaptações de artigos e historias dos blogs. Diversos amigos também postam temas interessantes. Sempre tem algum novo a cada dia. Como os temas são de duas ou três paginas não posso publicar no Orkut. Ele não aceita. À medida que publicava outro artigo, os anteriores ficavam escondidos no grupo do Facebook.

                     E lá estava eu novamente. Em novembro de 2011 o blog ficou pronto. Alguns se interessaram em conhecer principalmente amigos do Orkut. Agora eram seis. SEIS blogs!!! Um trabalhão. Ainda bem que escrevo um artigo simples ou um conto escoteiro em poucas horas, mas tem outros que ficam guardados nos “meus arquivos” esperando surgir à idéia final. Nem sempre surgem. Para dizer a verdade tenho mais de dez lá esperando uma luz, um “eureka”- risos.                    

                   Uma vez, li uma frase do Chaplin que dizia “Gosto dos meu erros, não quero prescindir da liberdade deliciosa de me enganar”. Acredito que cada um saiba o que se aproveita ou não dos seus erros particulares, mas talvez a liberdade e a delícia de nos enganar, esteja exatamente naquele pequeno prazer de nos sentir certos sobre as decisões. Assim vou levando a vida e meus blogs. Claro, gostaria de ter inúmeros leitores. O número de leitores somando todos eles é razoável. Aproxima-se a quarenta visitas diárias. Só as cidades brasileiras que visitam o blog são aproximadamente de trezentos e noventa. Países aproximam-se de oitenta.

                    Ainda é pouco. Vejo blogs que dizem ter cem duzentas visitas por dia. Risos. Nunca alcançarei isso. Afinal não temos tantos escotistas e escoteiros assim que se interessam pelos meus escritos. Acredito que não vou desistir. Não sei quanto tempo poderei continuar a postar. A vida nos reserva surpresas e elas devem ser bem recebidas. De uma maneira ou de outra fui honesto nas minhas publicações. Sei que não terei aplausos dos membros diretores do nosso escotismo nacional. Paciência. Mas que eles saibam que desejo que acertem no seu caminho para o sucesso.

                    Se contribui com alguma coisa para uma abertura democrática no escotismo, fico satisfeito. Se minhas historias serviram para divertir quem as leu, mais satisfeito fico ainda. Talvez eu seja como aquele que por fora está desistindo. Por dentro, no entanto sempre encontro uma desculpa para recomeçar. Tenho o escotismo dentro de mim, nunca mudei minha maneira de pensar, mas adaptei muitas coisas que hoje já aceito melhor.

                     Acredito até que o escotismo poderá ser grande, forte e unido dentro dos seus padrões que hoje são definidos. Quem leu meus artigos sabe o que penso. Mas torço por uma maior aproximação das diversas organizações escoteiras em nosso país do mais alto escalão ao mais humilde. Não se faz escotismo só com dirigentes, se faz com chefes abnegados. Eles sim deveriam receber honrarias pelo seu trabalho. Mas como disse em um dos meus blogs, “Chega de caçenga, que os entretantos estão chegando”

Que o ano de 2012 seja um novo começo para o escotismo. Que todos que estão agora de lados opostos, possam sentar a mesa e confraternizar. Que não haja represálias e que o nome escotismo que Baden Powell nos trouxe, sejam de todos e não de um somente. Ninguém é dono de uma idéia. BP não deu direito alienável a ninguém. Assim começa uma democracia, aceitando que os outros possam viver felizes dentro dos princípios que o escotismo oferece.

Sempre Alerta para todos

Osvaldo um escoteiro

Apesar da força poder proteger em casos de emergência, apenas a justiça, decência, consideração e cooperação conseguem finalmente levar os homens para a aurora da paz eterna.


BLOGSPOT DO CHEFE OSVALDO    – http://vado1941.blogspot.com
CONTOS ESCOTEIROS                       -  http://historiasescoteiras.blogspot.com
O "Velho" ESC. E SUAS HISTÓRIAS – http://chefeosvaldo.blogspot.com
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O MISTERIOSO CASO DO CHEFE ESTRADA - Fasc. 59



O MISTERIOSO CASO DO CHEFE ESTRADA - Fascículo 59

Recebi um recado da Vovó. O "Velho" tinha passado mal e estava internado na UTI de um hospital próximo. Meu coração bateu forte. Uma tristeza invadiu meu coração. O "Velho" era tudo para mim. Meu pai, meu irmão mais velho, meu “Guru” escoteiro.

            Não perdi um segundo. Fui imediatamente para o hospital. Uma bela surpresa me esperava. Dezenas de escotistas lá estavam à procura de notícias do "Velho". Entrei cumprimentando a todos e procurei a Vovó que estava com sua filha e mais algumas amigas, todas do Movimento Escoteiro. Vovó me disse que estava tudo bem com ele. Resolveu fumar de novo seu cachimbo e a fumaça o fez perder o fôlego. Achou melhor trazê-lo e está na UTI somente para observação e fazer inalação.

           Fui até a o hall de entrada e avisei a todos que o "Velho" estava bem. Gritos de “Urras”, “Anrê” e uma grande palma escoteira se fez ouvir. Todos se abraçaram sorrindo. O "Velho" era muito querido. Eu me emocionei com tamanha fraternidade e dedicação. Fiquei no hospital até de manhã. Deram alta para o "Velho" e eu o levei para casa. No retorno ele com sua costumeira hospitalidade e agradecimento, me olhou e disse com aquela maneira sua tão peculiar – Achou que eu ia morrer hem? Enganou-se. Não vou morrer agora. Você vai ter de esperar muito mais tempo. Devolva a coroa de flores que comprou! – Sua festa fica para depois! É só o "Velho", ele tinha esse direito.

À noite quando voltei do trabalho, fui logo ver como estava o "Velho". Lá estava ele, em sua poltrona de vime favorita, a ler o livro "Crime e Castigo" de Dostoiévski. Na sua vitrola antiga, ouvia Der Hoelle Rache, ária da Rainha da Noite, da ópera A Flauta Mágica, e de 1º movimento, allegro, da Pequena Serenata Noturna. O "Velho" sabia escolher. Wolfgang Amadeus Mozart, nada mais que Joannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart seu nome de batismo.

         Ficamos ali por horas ouvindo a bela melodia de Mozart. Ele de olhos semicerrados e eu no meu banquinho de madeira de três pés encostado a parede. Adorava Mozart. Gostaria de ter nascido naquela época. Se pudesse iria ficar eternamente em Salzburg na Áustria, e vê-lo interpretar suas mais de 600 obras. É reconfortante poder sentir a magia de tão grande compositor.

       Sonhava na minha viagem impossível ao passado, quando o "Velho" falou algum que não entendi. – Pois não "Velho", não entendi. Pode repetir? – Estava aqui meditando e lembrando do Chefe Estrada, disse. Você não o conheceu. Fizemos a Insígnia Sênior juntos. No sexto dia, ele desapareceu. Sua tralha estava lá na barraca. Parecia que não havia levado nada se realmente tivesse partido. Interrompemos tudo para dar uma busca nas redondezas.

       Durante toda a tarde o procuramos. À noite o Diretor do Curso foi até a delegacia próxima fazer um boletim de ocorrência. O delegado sorriu e disse que aguardássemos até o dia seguinte. E ele iria aparecer. Achou que o Chefe Estrada era um mulherengo e conheceu alguma mulher. Era dar tempo ao tempo e ele iria aparecer. Mas passou toda a manhã do dia seguinte e o Chefe Estrada não apareceu. Ligaram para a telefonista de sua cidade (1952, poucos telefones) e ela disse que o conhecia. Iria ver se ele estava lá.

       - Já ia anoitecendo quando o Chefe Estrada chegou. Não disse nada. Procurou o Diretor do Curso e se colocou a disposição para que fosse excluído do curso já que saiu do campo sem avisar. Não quis explicar, mesmo sendo inquirido. Tinha um semblante sério e compenetrado. O Diretor de Curso já o conhecia de longa data. Mandou ele de volta a sua patrulha. Soube depois que foi aprovado. Ninguém ficou sabendo o que ouve.

       - Um dia, se não me falha a memória, encontrei o Chefe Estrada em um acampamento internacional de patrulhas no Chile. Faz anos. Muitos. Ele estava como dirigente do campo sênior. Sempre fomos muito íntimos é claro, a alegria estava estampada em cada um de nos. Velhos escotistas se encontrando, cumprimentando, dois chefes escoteiros amigos cuja fraternidade era ponto de honra.

       A noite chegou de mansinho. Não perdi tempo. Perguntei para o "Velho" o que havia acontecido ao chefe Estrada. Afinal ele começou e me deixou em suspense para saber sobre o misterioso caso. – O "Velho" não se fez de rogado. Suspirou fundo, se ajeitou melhor em sua poltrona de vime, olhou para o teto, e contou o pouco que sabia, pois o Chefe Estrada não era muito palrador.

     - Bem conforme dizia estava eu em uma Acampamento Internacional de patrulhas no Chile. Depois de ledices e alegrias pelo encontro, fomos até a cantina do campo, onde serviam cafés, doces e salgados. Bebidas somente refrigerantes. Procuramos um local agradável, próximo a uma araucária gigante, frondosa, e ali conversamos por longo tempo. A principio o Chefe Estrada não quis se abrir comigo.

     - Me contou que durante vários anos andou por vários estados brasileiros, pois fora admitido em uma multinacional alemã, e seu trabalho de campo (engenheiro de minas) requeria viagens em locais inóspitos, e passava a maior parte do seu tempo em minas de extração de minérios. Narrou-me um fato pitoresco, quando foi seqüestrado por uma tribo de índios Caiapós, próximo a fronteira do Pará com Mato Grosso, na região do rio Xingu.

    - Dizia o Chefe Estrada que por motivos profissionais estava fazendo uma pesquisa de um veio muito grande de bauxita. Ele se sentia bem ali, sempre gostava da vida ao ar livre. O escotismo o ensinou muitas coisas.

    - No oitavo dia à tarde, o sol se pondo e de súbito apareceram dezenas de índios Caiapós. A principio foram cordiais e afáveis. Depois exigiram que os acompanhássemos. Chegamos à comunidade deles, um aldeia com uma praça central e ao redor casas de cada família. O “Benadióro”, chefe de turma no entender deles me levou até ao cacique. Magro, com o corpo todo pintado, me recebeu com um sorriso. Disse que ficaria ali até o homem branco da Estrada de Ferro viesse conversar com ele.

Foram oito meses de um lindo cativeiro, onde vivi e aprendi memoráveis aventuras, de caça, de pesca e grandes jornadas na selva. E olhe o que mais adorava era fazer pioneiras. Tinha tempo. E muito tempo. Construí um ninho de águia em uma seringueira, que tinha mais de 20 metros de altura. Aproveitei uma queda d’água próxima alta e em arvores enormes com bambus gigantes fiz um elevador movido à água! Foi maravilhoso. Claro tinha comigo vários assistentes. Os jovens da aldeia eram companhias constantes. Meus amigos. Cheguei mesmo a organizá-los em patrulhas, mas não deu certo. Eram deliciosos moleques travessos, só viviam sorrindo e brincando.

O governo mandou vários representantes da empresa para negociarem com os índios. Eu não me preocupava. Gostava dali, vivia com um povo simples, sem ódio, sem rancor, sem inveja, ninguém queria ser superior, a amizade era ponto de honra e as leis, todas muito simples e obedecidas com carinho. Olhe, quando chegaram a um acordo, preferi continuar ali. Pedi demissão da empresa. O cacique Babitonga era uma grande pessoa. Disse que eu era bem vindo.  Até fez meu casamento com a jovem índia Guaraci. Já éramos par constante. Eu e ela ficamos juntos por todo esse tempo que ali permaneci.

  - Mas dizem que tudo que é bom dura pouco. Uma manhã de setembro fui informado que minha mãe estava nas ultimas. Esse telegrama chegou as minhas mãos na aldeia um mês depois. Despedi de todos, Guaraci não quis ir comigo. Disse a ela que seria difícil minha volta. Mesmo assim preferiu continuar entre os seus. Disse-me que os homens brancos não se conhecem, são estranhos. Concordei com ela. Ainda bem que não tivemos filhos.

 Minha mãe já havia falecido quando consegui chegar a Iworth, em Cheshire na Inglaterra. Cumpri as cerimônias de praxe, pois ela era de família simples e não havia nenhuma herança a não ser sua casinha que vendi. Retornei ao Brasil poucos meses depois, após passar uns dias com meus amigos Makuxis e Wapixana em Kwazulu, na África do Sul..

Fiquei ali olhando para o Chefe Estrada e ele se fazendo de desentendido. Agulhei-o novamente. – Vamos homem, diga! Afinal não deve ter sido tão importante assim. – Olhe meu amigo, passei poucas e boas nessa vida, mas você sabe mentir não faz parte do meu feitio. Foi uma aventura tão inverossímil, que preferi mantê-la no anonimato. Mas vou contar para você. Se mostrar incredulidade, paro.

      - Não disse nada. Continue falei. – Olhei para ele, ele suspirou e começou uma história incrível. Ouçam-na – Logo após terminar a sessão das duas no curso, pedi ao dirigente para ir ao banheiro. Fui naquele lá no inicio do campo. Ao atravessar a trilha, vi um brilho intenso. Perdi o sentido. Acordei em uma cama enorme, Ao meu redor, pessoas estranhas, escuras, parecendo formigas gigantes com duas pernas. – Caramba! Pensei. O que tinha acontecido? Onde estava?

     - Respirei fundo. Seria verdade? – Chefe Estrada me olhava, querendo parar de narrar, mas meus olhos, minha atenção não deixava nenhuma dúvida. Começou termina. – Olhe meu amigo dizia, eu tinha sido abduzido. Você sabe, estava em uma grande nave, onde? Não sabia. Em algum lugar do espaço. Os ETs me olhavam e sentia que tinha agulhas em todo corpo. Minha mente parecia estar exposta. Ouvia-os falando e não entendia, eles pareciam saber o que eu pensava.

      - Acredite, eu olhava em volta, paredes circulares e o teto também com iluminação indireta. Uma luz estranha. Eles telepaticamente falavam comigo, para não preocupar, não iriam me fazer mal. Não demorou muito, me levantei, me sentia forte, eles não se opuseram. Em sua maneira, me contavam de onde eram. Um planeta distante que vocês o chamam de Ogle-TR-56b mais de cinco mil anos luz da terra, mas que eles cruzavam o espaço em velocidades que a mente não pode medir.

     - Olhava para o chefe Estrada e não sorria. Poderia ser verdade. – Ele continuou – Me disseram que ficamos mais de um mês no espaço e quando voltasse a terra, seriam menos de vinte quatro horas. Levaram-me até um local envidraçado. Um espetáculo. A nave parecia estar parada e milhões de estrelas passavam como um raio, uma profusão de luzes brilhantes e cintilantes, em um panorama incrível. Ver tudo aquilo compensava todas minhas pequenas dores que ainda sentia pelo corpo.

     - Me levaram depois a um salão, sem móveis, se despediram que não me preocupasse que iriam apagar tudo aquilo da memória e eu não ia lembrar-me de nada. Pedi que não fizessem aquilo. Não podia esquecer. Eles na tinham esse direito. Entreolharam-se e balançaram a cabeça concordando. Minha mente ficou nevoada. Desmaiei. Acordei no mesmo local. Daí para frente você sabe o fim da historia. Não podia contar a ninguém. Tinha prometido isso a eles.

    - A historia do chefe Estrada foi emblemática. Tinha ouvido historias assim, mas não acreditava. Agora não. Ele era um escoteiro. Desde criança. E o escoteiro tem uma só palavra e sua honra vale mais que sua própria vida. Ele se calou. – O "Velho" não falou mais nada. Fiquei ali parado olhando para ele, e vi dentro dos seus olhos lembranças do passado. – Ele abruptamente me olhou e disse – Olhe, nunca mais vi o Chefe Estrada. Não sei onde anda, se está vivo, ou se voltou para sua linda Guaraci junto aos Caiapós. Se ele voltou deve estar lá se divertindo, fazendo o seu escotismo junto a índios amigos. Olhe, eu o invejo. Hoje estou aqui, sem respirar o ar puro da mata, sem ver a força de um rio caudaloso, sem poder ver o sol nascer atrás de uma montanha. Daria minha vida para mudar tudo isso.

    - O silencio reinou. Eram mais de onze da noite. Amanhã era outro dia. Ia me despedir do "Velho", mas ele estava com os olhos semicerrados, ouvindo Mozart. Symphony No. 32 em Sol Maior. Sai de mansinho sem fazer barulho. A Vovó estava na varanda, em sua cadeira de balanço a tricotar. Levantou-se, disse até logo e me fui, sorrindo pela rua deserta.

    Gosto do "Velho" tenho por ele grande apreço. Meu pai que Deus o tenha, iria se orgulhar também. Estava caminhando pela rua deserta, pensado no "Velho" nos seus conhecimentos escoteiros e nem olhei para os lados ao cruzar a esquina de minha casa. Uma forte buzina se fez ouvir. Saltei para o lado e um automóvel passou em disparada. Ufa! Quase dessa vez. Os dias irão passar e eu espero sempre o amanhã. Adoro estar com ele. Não só pelos seus conhecimentos escoteiros, mas pela grande pessoa que é. Valeu a pena conhecê-lo. Sinto-me realizado pela sua amizade. Eu realmente tenho um grande amor por esse "Velho" Escoteiro.  

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

FRASES DE BADEN POWELL





ALGUMAS DAS MUITAS FRASES E CITAÇÕES DE BADEN POWELL

                         BP era único. Seus ensinamentos sempre válidos nos deram um motivo para nos tornarmos escoteiros. Obrigado Lord Baden Powell;
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- - É uma pena que um homem tenha que viver sessenta anos para adquirir alguma experiência de vida e a leve para o túmulo, cabendo aos que o seguem começar tudo de novo, cometendo os mesmos erros e enfrentando os mesmos problemas... ”“.
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“Com oito anos de idade quis reformar o mundo e me tornei socialista. Escrevi” Leis para quando envelhecesse ““:
1 a. - Farei de tudo para que os pobres sejam ricos como nós;
2 a. - Ele terá direito a felicidade como nos;
3 a. - Nas encruzilhadas todos darão esmola aos pobres limpadores de ruas, agradecendo a Deus pelos bens recebidos;
4 a. - Deus fez pobre os pobres e ricos os ricos, mas é preciso pelejar para sermos bons todos;
5 a. - Pôr isso precisamos rezar muito a Deus e nos esforçar para sermos bons
                                                                    
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    “Para um bom explorador, seguir as pistas torna-se um costume”. Sem saber, ele esta sempre em busca de” pistas”, enquanto se ocupa de outros serviços”.
O Escotismo é uma arte em que a gente se exercita a vida toda, mas dificilmente um homem “branco” chega àquela perfeição a que tem um indígena (sudanês Bosquímano da África do Sul, Gonds da Índia ou negro Australiano). Onde o branco supera o indígena é no uso da inteligência para descobrir o significado dos sinais. Pôr pistas, não se entende só os passos, tudo aquilo que envolve sentidos, é pista.
Uma vez, uma menina inglesa me desafiou na interpretação de pistas.
- A filha do Lorde Meath, um dia no Jardim, descobrindo pistas no chão perguntou-me que pistas eram. - Respondi: “do gato comum” - E ela: - De que cor era o gato?”- Olhei no chão e nos galhos das arvores vizinhas. Não havia nenhum sinal. Então ela me respondeu:” O gato era de cor morena clara”. Perguntei-lhe -” Como é que você sabe? - e ela: - “Eu vi o gato passar...!”
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A ESCOLA DA VIDA
     _ A vida é bela quando não é complicada. (Robert Browwing);
      - Este mundo é duro para conquistar: Cada rosa tem seus espinhos, mas cada rosa tem sua beleza. ( Frank L. Stanton)
     - Ninguém passa a sua vida sem deixar suas pistas, assim como quem passa pela roça
     - Somos bobos quando somos jovens! Porque pensamos sermos mais sábios dos que passaram pela escola da vida, esquecendo que deveríamos aprender deles algo todos os dias.  (Janes na Fisbrug Gazette).
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                      Nos momentos difíceis, um sorriso nos 99% das dificuldades. Sedes constantes: - Muitos fracassam pôr falta de vontade, paciência e perseverança. Não me distingui em nada, mas provei muitas coisas que me permitiram gostar das alegrias que o mundo oferece.
Nunca pensaram que a vida de um homem adulto de 70 anos é feita de 291 mil horas de vigília?
A maioria das pessoas dorme 8 horas quanto bastam 7 horas. Quem dorme 7 horas, ganha na vida 3 anos!
Ozozozoz
“Aquele que achou uma boa esposa, achou bem, e receberá do Senhor um manancial de alegrias”.
“Um Cavalheiro” é um cara que mantém limpas ate as unhas do pé.”
Do livro Caminho para o sucesso
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“Agora estou imaginando melhor a pessoa que está lendo este livro. Ora, você não é a pessoa que eu queria que lesse o que escrevi. Você já tem interesse pelo seu futuro e só quer saber o “Caminho para o Sucesso”. Minhas idéias, portanto, irão se colocar sobre as outras que você tinha. Minhas idéias podem corrobar as suas ou talvez o desapontem. Em qualquer dos casos, espero que não se torne menos meu amigo.
Mas se já preparou para o futuro, não é a pessoa que realmente desejo como leitor deste livro.
Desejo aquele que nunca pensou no futuro sozinho ou que nunca planejou o porvir.
Deve haver uma enorme quantidade de rapazes em nossa Pátria que está sendo arrastado pelas más influências do seu ambiente porque nunca viu caminhos mais limpos. Esses rapazes não sabem que com um pequeno esforço pessoal podem elevar-se sobre o que os cerca e remar na sua rota para o sucesso“.
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        “Enquanto escrevo estas linhas, está acampado no meu Jardim um exemplo vivo do que eu espero que seja o resultado desse livro numa escala crescente.
               De todo o coração espero que isso aconteça. Ele é um vigoroso “PIONEIRO’ cerca de 18 anos de idade, portanto um camarada que está se adestrando para ser um homem adulto”.
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“Quando tudo vai mal e parece inclinado
A tornar-se pior e mais turvo a seguir,
Não dê coices, nem grite e não fique afobado;
Apenas basta sorrir.

Quando alguém, a você, quer passar para traz
E tomar mais que a parte que lhe competir,
Seja firme, gentil e paciente rapaz:
Apenas basta sorrir.

Mas se um dia você ficar “cheio“ demais
(certas vezes você ficará abafado)
Não podendo sorrir, não se irrite jamais
Apenas fique calado”.

(OLE MARSTER-B. B.VALENTINE) Do livro CAMINHO PARA O SUCESSO
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“A farda escoteira, pela sua uniformidade, constitui agora num laço de fraternidade entre os rapazes do mundo inteiro.
O uso correto do uniforme e a elegância na aparência de cada Escoteiro, individualmente, torna-o um motivo de crédito para o nosso Movimento.
Mostra que está orgulhoso de si mesmo e da sua tropa. Pôr outro lado um escoteiro desleixado, mas vestido, pode causar aos olhos do público, uma péssima impressão sobre todo o movimento. Mostrem-me um desses tipos e lhes afianço que provarei que ele é um daqueles que não conseguiu pegar o verdadeiro Espírito Escoteiro e não se orgulha de ser membro da nossa Grande “Fraternidade“
Oxoxox
“‘Quero que vocês, monitores, entrem em ação e adestrem suas patrulhas inteiramente sozinhos e à sua moda, porque para vocês é perfeitamente possível pegar cada rapaz da Patrulha e fazer dele um bom camarada, um verdadeiro homem. De nada vale ter um ou dois rapazes admiráveis e o resto não prestando nada. Vocês devem procurar fazê-lo todos positivamente bons.
...Para conseguir isso a coisa mais importante é o próprio exemplo, porque, o que vocês fizerem os seus Escoteiros também o farão.
...Mostrem a todos eles que vocês sabem obedecer às ordens dadas, sejam elas ordens verbais, ou sejam regras que estejam escritas ou impressas e que vocês cumprem ordens, esteja ou não o chefe presente. Mostrem que conseguem conquistar distintivos de especialidades, e, com um pouco de persuasão, os seus rapazes seguirão o seu exemplo.
...Mas lembrem-se que vocês devem guiá-los e não empurrá-los”.
Oxoxox
         “Você é o líder dos seus monitores. Podemos até chamá-lo do monitor dos monitores. Dirija somente esta patrulha. Cabe a você orientá-los, fazer acampamentos e excursões, sempre visando o adestramento para que eles possam depois adestrar os escoteiros da patrulha. Esta é sua responsabilidade. Não fuja dela e experimente, pois tenho certeza que poderá alcançar o gostinho do sucesso.
Oxoxox
                A CORTE DE HONRA
“A Corte de Honra é parte importante do Sistema de Patrulhas. Trata-se de uma comissão permanente que resolve os negócios da Tropa.
            A Corte de Honra é formada pelo Chefe e pelos Monitores, ou caso se trata de tropa pequena, pelos Monitores e Submonitores. Em muitas Cortes, o Chefe assiste à reunião, mas não vota. Monitores reunidos em Corte de Honra tem muitas vezes mantido em atividade a Tropa na ausência do Chefe.
            A Corte de Honra toma decisões sobre programas de trabalho, acampamentos, recompensas e outros problemas relativos à administração da tropa. Os membros da Corte estão obrigados a guardar segredo.
            Somente as decisões que afetem a Tropa toda, isto é, competições, nomeações, programas etc., são trazidas a público”
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“Cada Tropa Escoteira é formada pôr duas ou mais Patrulhas de seis a oito rapazes. O principal objetivo do Sistema de Patrulhas é dar responsabilidade real a tantos rapazes quantos seja possível. Isto faz com que cada rapaz sinta que tem pessoalmente, alguma responsabilidade pelo bem de sua Patrulha. E leva cada Patrulha a ver sua responsabilidade definida para o bem da tropa. Através do Sistema de Patrulhas os escoteiros aprendem que tem uma considerável participação em tudo que a sua tropa faz”.
Oxoxox
“Tem gente que é um gansinho no modo que vai atrás,
Dos outros que vão à frente - nem sabe para onde vai...
Nas pisadas do pai ganso, vai pisando o filho atrás!
Ele nunca fará nada que não tenha feito o pai.
B.B.Valentine do livro Caminho para o Sucesso

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“Acorde, vá trabalhar! você só tem um dia na vida, portanto aproveite cada minuto. Dormirá melhor quando chegar a hora de dormir, se tiver trabalhado ativamente durante o dia inteiro.
A felicidade será sua se você remar a sua canoa como deve. Desejo de todo o coração que tenha sucesso e na linguagem escoteira: “BOM ACAMPAMENTO”
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- Levar-se muito a sério enquanto jovem é o primeiro passo para tornar-se um “PEDANTE”.
Um pouco de bom humor poderá tirá-lo deste perigo e também de muitas ocasiões desagradáveis.
- Aquele que se elogia é geralmente aquele que necessita de ajuda;
- Um cidadão equilibrado vale meia dúzias de extravagantes;
- Muitos querem seus direitos, antes de os terem merecido.

Oxoxox

A maior ameaça a uma democracia é o homem que não quer pensar pôr si mesmo e não quer aprender a pensar logicamente em linha reta, tal como aprendeu a andar em linha reta. A democracia pode salvar o mundo, porém jamais será salva enquanto os preguiçosos mentais não forem salvos de si mesmos.                                        
Eles não querem pensar, desejam apenas ir para frente, seguindo a ponta do nariz através da vida. E geralmente, estes, alguém os guia puxando-os pelo nariz!
- Saia da sua estreita rotina se quer alargar sua mente.
                             BADEN POWELL
 Desejo ardentemente que tenhas uma vida longa e feliz como a minha. Poderão com isto conseguir conservar com saúde e alegria a fim de poderes auxiliarem os outros. Vou dizer-te o meu segredo e tenho certeza que com o conhecimento dele serás como eu: tenho sempre me esforçado para cumprir a Promessa e a Lei Escoteira em todos os atos de minha vida. Se fizeres o possível para obteres sucesso na vida, assim procedendo, futuramente terão muita alegria, se viveres 80 anos.

                       Agora te peço para repetires intimamente comigo a Promessa Escoteira, não como um papagaio, mas como coração, e pensando:
Meia saudação e sussurrando comigo:

"Prometo pela minha honra cumprir meu dever para com Deus e minha Pátria. Ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião. Obedecer a Lei do Escoteiro."
Muito obrigado. De coração te desejo uma longa vida e feliz existência, bem como um grande número de Bons Acampamentos.
 (Ass.) 
Baden Powell.