Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Aleluia! Os candidatos escoteiros estão chegando!
Faz
tempo. Quanto tempo? Uma eternidade. Em São Paulo duas chapas irão disputar a
direção regional no próximo ano. (já estou sendo informado que tem mais duas)
Estão fazendo seu marketing prometendo mudanças. Não conheço pessoalmente
nenhum deles. Alguns só aqui do facebook. Amigos virtuais fazem comentários e
todos são unânimes em dizer que seus candidatos são os melhores. Isto é bom. No
escotismo em muitas regiões as lideranças transformaram suas diretorias em
feudos. Algumas em capitanias hereditárias. Eles quando cansavam indicavam quem
devia assumir. Uma eleição de carta marcada. Isto aconteceu e acontece também
na direção nacional em todos os níveis. Soube que estão mudando também.
Infelizmente nós escotistas nunca nos preocupamos com isto. Em nome de uma
fraternidade leal e obediente nem dávamos conta que nossos direitos estavam e
ainda estão sendo usurpados.
Aqui
em São Paulo onde moro desde o final da década de setenta, eu conheço bem tudo
que se plantou na direção e os mandos e desmandos. (fui testemunha ocular). Na
primeira vez que montamos uma chapa perdemos por seis votos. Eram duas. Isto
nunca aconteceu. Fato inédito. Os continuístas continuaram por muitos e muitos
anos no poder. Sempre chapa única. Quem iria se arriscar? A tal disciplina e
lealdade dizia que devemos obedecer aos senhores feudais. Disseram-me que na
maioria das regiões ainda é assim. Não sei. Bem parece que estão soprando novos
tempos. Várias regiões estou sabendo que estão no mesmo caminho.
Sempre
lutei pela democracia Escoteira. Ainda sou contra o que diz o Regimento Interno
que determina quem pode ou não votar. Se em uma região todos os membros adultos
não podem votar e o que dizer na nacional? Não vou aprofundar aqui minhas
ideias e maneira de pensar. Dezenas de artigos sobre isto já publiquei em meus
blogs. Já tenho visto aqui e ali vários escotistas se manifestando. No passado
quem se manifestava era defenestrado. Não se enganem. A pressão silenciosa
ainda existe. Muitos ainda têm medo de se manifestar. Aqui mesmo no meu grupo e
em minha página já vi muitos se afastarem porque disseram a eles que sou
subversivo. Eles têm medo de se contaminarem. Risos. Logo eu. Um velhinho
inofensivo! Mas isto agora é passado. Novas águas da primavera estão chegando.
Se
isto for um exemplo, se em pouco tempo em todas as regiões pipocarem novas
chapas, se sangue novo vier a dirigir o escotismo regional, quem sabe os
Estatutos e o Regimento Interno em todos os níveis podem um dia ser mudados.
Para melhor. Ouvindo todos, nos mais longínquos rincões do país. Aí sim, iremos
partir para uma nova era no escotismo. Enquanto isto vamos ver como irão proceder
os novos eleitos. Um amigo virtual me mandou um artigo interessante. Já o
publiquei e acho que será um ponto de partida para ver se as mudanças serão
para melhor, vocês já devem ter lido, mas vale a pena lembrar uma parte:
Lembra-nos
ele que o escotista, o adulto, quer atuar onde a meritocracia funcione; quer
ser ouvido, quer estar onde possa apertar a mão de um comissário distrital; ter
uma conversa ao pé do fogo com algum dirigente regional e/ou nacional, receber
uma carta lhe congratulando. A associação, ao contrário, se distancia cada vez
mais do seu maior patrimônio, daquele que defende o nome da causa escoteira
esteja lá onde estiver: o adulto, o “chefe”.
Aí eu
pergunto: Irão mudar? Ou irão nomear assistentes para isto? Lembrem-se ninguém
quer falar com o vice. Lembrei-me do Senhor Presidente Lula. “Ele o americano é
o sub do sub, não manda nada”. Todos querem o presidente. Mãos a obra e pé na
estrada. Que o eleito vá atrás deles. Lá no interior. Aperte a mão de cada um.
Ouça o que ele tem dizer. Anote. Não fique nas promessas. Se for difícil
conhecer todos, faça indabas. Dezenas delas. Mas se achar que agora pertencem à
corte, que conseguiram mudar de “casta” que agora são importantes demais para
isto como muitos que fizeram assim, então as esperanças de mudanças se foram ao
sabor do vento. Apenas uma fantasia que se rasgou quando terminou o carnaval. Se
for um grande passo para o futuro, agora não passou de um pequeno passo para o
passado. Tudo não passou de promessa que nunca iriam ser cumpridas. Mas
esperanças nunca morrem.
Não
importa quem vença. Quem conseguir a simpatia da maioria dos votantes eu na
minha mais humilde opinião, desejarei de coração que consigam atravessar as
dificuldades e encontrem a trilha que os levará ao caminho para o sucesso! E
quem sabe vem aí uma nova luz para iluminar mais este grande e maravilhoso
movimento Escoteiro?