Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 16 de agosto de 2014

Para onde vai o Escotismo?


Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Para onde vai o Escotismo?

                 Tenho pensado bastante sobre isto. Até tenho evitado escrever aqui e em meus blogs como escrevia no passado dizendo o que pensava das mudanças e alterações que os dirigentes estão fazendo. Todos são unânimes em dizer que temos que crescer e para isto precisamos mudar. Mudar a forma de ser, o uniforme, a apresentação e muito mais. Tenho visto no site da UEB grandes ideias dos dirigentes. Os cursos estão aí para todos conhecerem melhor nosso movimento. Cada um deles de tirar o chapéu. Já existe membros da corte dizendo que até 2.023 chegaremos a um milhão de escoteiros. Será? Não sou um estudioso no tema. Sei de alguns países que chegaram e passaram de um milhão de membros. Cada um deles com seu estilo e outros com a mão do governo fazendo um escotismo quase obrigatório.

                        Aqui não conheço os planos para este milhão. Só sei que a UEB ainda mantem com mão de ferro suas ideias, elas não transparentes, não existe consulta e quando decidem determinam suas ideias que são aceitas quase que normalmente. Veja o caso da vestimenta. Três anos discutindo estudando e planejando. Todos aguardando para saber o que seria. Poucos sabiam e poucos foram informados. E eles continuaram vendendo o traje para os jovens e adultos sabendo que ele seria extinto. Agora um plano feito a poucas mãos. Os associados levados de roldão. Ninguém sabe de nada a não que consultem os dirigentes ou seu site ou alguém ligado à direção contar para eles. Claro, eu sei que nunca consultaram e quando dizem que consultam só pode ser meia dúzia de grupos dos mais próximos.

                    Hoje temos uma vestimenta com vários tipos para que cada um faça sua escolha. Pensei em outras organizações sem considerar as militares onde seria possivel escolher o que quer vestir. Se existe desconheço. Para todos a UEB sempre tem uma explicação e dizendo por que. O caqui dizem continua. Porque ninguém da alta direção o veste? Porque para sair do Brasil só vale a vestimenta? Porque nos escritos e no site da UEB não aparece o caqui? E porque nossos dirigentes dos estados não usam o caqui? Porque aconselharam todos da cúpula que usassem o novo para dar exemplo. Se eles acharam melhor a vestimenta parabéns! Interessante que publico uma foto de uma tropa escoteira com todos bem uniformizados de caqui e as curtidas passam de 100 com muitos comentários nas minhas duas paginas e dois grupos. E olhe só escrevi que  o verdadeiro uniforme no meu modo de pensar era este.  

                Se vocês tiverem um tempinho para ler os últimos artigos do blog Café Mateiro terão uma surpresa. Uma direção que resolve sem consulta, que indica apadrinhados para seus diversos cargos, que se mantém no poder sem dividir, que não tem um canal aberto com todos. Sei que a UEB fez uma página aqui. Mas não sei se ela não vai ajudar a mostrar os descontentes. Muitos se calam, pois sabem que podem ter represálias. Quem duvida disto? Eles sabem o que acontece se aparecem. Agora leio esta história da Carochinha que poderemos ter até 2023 um milhão de Escoteiros. Pensando baixo teríamos que arregimentar um pouco mais de 100.000 Escoteiros por ano. Um sonho que nunca será realizado. Com um bom trabalho quem sabe lá pelos anos de 2.099 conseguiremos?

Enfim, as mudanças que fizerem já foram efetivadas e outras estão vindo por aí. Como somos um movimento obediente e disciplinado, pois sempre nos cobram a lealdade, pois discordar é considerado anti Escoteiro, não vejo como seria feito uma mudança geral nisto tudo. Afinal a UEB tem os politicamente corretos espalhados por todo Brasil. Em vez de ficar defendendo porque todos não pedem uma nova forma de consultas? Pedir que sejam mais transparentes. Parecem com o papai e a mamãe com os brinquedos que o Papai Noel no natal trouxe para as crianças. Muitos eles escolheram achando que os filhos queriam. É desculpem, mas ainda somos levados pela mão em um movimento que tem tudo para ser uma grande ajuda na formação de caráter e ética, e olhe estamos precisando disto em nosso país.

                Assunto polêmico? Sei não. Dizer que os estatutos dão liberdade para que cada um se manifeste é uma utopia. São poucos que chegam ao topo e a maioria precisou de bons amigos para indicar. Não quero unanimidade, para mim ela é “burra” em uma democracia. Agora cada um deve pensar se o caminho é este. Se ficar por mais vinte anos no escotismo então diga se tudo que planejaram aconteceu, se foi verdade, se os tais milhões apareceram. Só para São Tomé - Quem viver verá! 


                E NÃO DEIXEM DE LER OS ARTIGOS DO BLOG CAFÉ MATEIRO. Lá todos poderão entender bem como funciona a engrenagem da Direção Nacional. E depois tem aquele que vem dizer: - Não concorda? Va a Assembleia e mostre como deve ser! Só rindo. Ir a Assembleia? Experimente e depois me diga como foi.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O último apague as luzes...


Crônicas de Um comissário de Distrito.
O último apague as luzes...

Conto escrito pelo Chefe Kleber Sidvzinski

                         - Pois é Chefe Adriano, não vejo outra saída – disse o Comissário Distrital, tirando os olhos do relatório e fitando aquela figura cabisbaixa na cadeira a sua frente – sei o que representa este grupo na sua vida e a importância que ele tinha na sociedade, mas já tentamos de tudo, palestras informativas, atividades de divulgação com outros grupos, trouxemos cursos preliminares para vocês, tentamos conversar com as lideranças locais, mas infelizmente não tem como fazer escotismo com as moscas. São mais de dois anos nesta situação. Chefe Adriano tomou o relatório das mãos do Chefe Leandro, mais que um Comissário Distrital, um amigo e confidente. Olhou para o papel, mas não conseguia fixar em nada. Onde foi que errara? Como ele, com toda sua experiência, com toda sua paixão pelo escotismo tinha deixado que isso acontecesse? Um grupo com 27 anos de existência, com um lindo histórico de formação de jovens, conhecido em toda a região...

                         Um filme se passava pela sua cabeça, lembrou-se das primeiras reuniões para a fundação do grupo, a escolha do nome, as cores do lenço, o desenho do símbolo do grupo. Parecia que tinha sido ontem. Lembrava claramente das sugestões para o nome, eram tantos, mas nenhum agradara tanto como o nome da rocha que dera nome a cidade – Pedra Azul. E o lenço? Foram quatro modelos, todos costurados a mão pelas esposas dos membros fundadores, havia sido uma difícil escolha, mas o escolhido era lindo, para eles o mais belo até então. Lembrava claramente do dia da inauguração, as primeiras promessas, a música alegre da banda municipal, os belos discursos...

- Hoje Pedra Azul escreve mais um importante capítulo de sua história – assim começara o discurso de Pedro Saviola, prefeito na época, hoje já falecido. O brilho nos olhos dos primeiros escoteiros promessados, as primeiras patrulhas. Fora uma época de ouro, os melhores de sua vida. Sua alegria só não tinha sido maior do que a promessa de seus dois filhos, Martina e Luccas. Quantos momentos de alegria intensa não vivenciaram junto com sua família? Acampamentos, jornadas, excursões, enfim, um mundo mágico, onde não existia monotonia, não existia tristeza. Os melhores momentos da sua vida ele viveu dentro daquele grupo, construíra fortes amizades, adquirira respeito, conhecimento.

Correu os olhos nas prateleiras daquela pequena sala. Olhou os troféus das conquistas das patrulhas. Eram dezenas, conseguia se lembrar de quase todos, afinal quase sempre esteve presente em todos os eventos do grupo, fosse das seções, fosse do grupo. Era um chefe extremamente ativo, participante, gostava de estar junto com a galera, vibrava com eles a cada conquista.

Primeiro foram os Chefes Jonas e sua esposa Eulália, ele um excelente assistente de tropa escoteira ela a primeira Akelá do grupo, cozinhava como poucas. A desculpa havia sido por problemas profissionais, muito serviço, pouco tempo para se dedicar, mas todos sabiam que depois que uma nova diretoria nomeou outra para o cargo de Akelá ela ficara muito desmotivada. Aos pouco foi deixando as obrigações, começaram a faltar, isso também foi desmotivando Carlinhos, o filho, e acabaram saindo todos.

Depois foi a vez dos Chefes Tino e sua esposa Vanessa, ambos da tropa sênior, eram os chefes da seção, animados, criativos, carismáticos. Mas depois da participação em um curso no campo escola regional de onde haviam chegado cheios de ideias, querendo fazer mudanças, questionando velhos dogmas e encontraram forte resistência por parte da diretoria, chegando a entrar em atritos várias vezes, também se desmotivaram até sair, o filho Cássio saiu alguns meses depois.

E assim foi um após outro, os membros fundadores do grupo foram saindo, pelos motivos mais diversos, brigas, sede de poder, falta de capacidade, falta de carisma, falta de comprometimento, enfim, os problemas e desculpas eram vários. E os que chegavam, mesmo se maravilhando com o escotismo, pouco tempo depois por um motivo ou outro acabavam saindo. Lembrava-se de quase todos, tentara de todas as formas evitar as perdas, sabia que a cada saída de um adulto a perda de jovens era certa e a reposição do adulto capacitado, motivado, envolvido era muito difícil.

Correu os dedos pelo seu colar da insígnia da madeira, cujo merecimento foi demorado e muito festejado pela sua tropa escoteira, pelo seu grupo, era a primeira e única do grupo e uma das poucas de toda a região. Infelizmente nem com os conhecimentos adquiridos com ela haviam sido suficientes para tentar reverter àquela situação. Levantou-se da cadeira lentamente, não conseguia olhar nos olhos do Chefe Leandro.

Olhou a coleção de lenços que enfeitava uma parede inteira daquela sala, tantas emoções, tantos momentos vividos, cada lenço tinha uma história. Aquela parede representava muito bem tudo que tinha vivido nestes anos todos de movimento. - Sabe que eu tentei de tudo, faz três anos que tenho registrado uma diretoria “fantasma” somente para manter os cinco escoteiros do grupo... Porque estes tipos de coisas acontecem? O que vou dizer para estes cinco jovens? - Disse sem se voltar para o Chefe Leandro, como se estivesse envergonhado com aquele momento. Seus olhos estavam mareados. Sentia-se um incapaz, um derrotado.

- Bem a ideia de você levá-los ao grupo de Cerro Verde é boa, e ainda de quebra você mesmo irá dar uma mão ao grupo também. Para eles será um grande reforço e para vocês uma forma de continuar no movimento. Quem sabe não conseguem voltar depois? Realmente. Havia ainda uma luz no fim do túnel, quem sabe depois de certo tempo não voltasse o interesse dos moradores da cidade? Quem sabe seus antigos escoteiros depois de terem a vida encaminhada não voltariam dispostos a ajudá-lo a reerguer o grupo? Pensar nesta possibilidade lhe deu certo alento.


Virou-se lentamente, pegou o velho e surrado chapelão escoteiro que estava sobre a mesa, colocou-o meio desajeitado sobre a cabeça, dobrou cuidadosamente o relatório que estava sobre a mesa, colocou no bolso do seu impecável uniforme, exatamente no bolso onde estava pregado o distintivo de sua promessa. Fitou firmemente o Ch. Leandro, um meio sorriso surgiu em sua boca. - Eu sou escoteiro e não desisto jamais... O escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades. Este guerreiro irá apenas adormecer, mas voltará, criará mais forças, buscará mais informações, reforços, mas voltará. A bela história deste bravo guerreiro não irá acabar em minhas mãos... Palavra de escoteiro.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Vocês conhecem a guerra no Brasil?


As crônicas de um aposentado.
Vocês conhecem a guerra no Brasil?

             Não gosto de misturar alhos com bugalhos. Considero-me um expert em escotismo. Conheço profundamente. Arrosto mesmo que sou bom nisto, sei fazer já fiz e os resultados foram bons. Escotismo para mim não tem segredos. Mas estive pensando se não devia escrever outros temas do nosso dia a dia. Alternar escotismo e as coisas da vida. Claro que no livro arbítrio todos têm direitos a pensar e acreditar em suas convicções e de maneira nenhuma quero mudar uma concepção de ideologia ou pensamento. Vamos lá. Alguns estão postando nas redes sociais sua discordância ou revolta do que se passa em Gaza, na Palestina por forças armadas de Israel. O numero de mortos a cada dia aumenta. Muitas crianças e ficamos a pensar até onde vamos. Não dou razão a ninguém. A guerra, dizem que só os mortos conhecem seu fim. Mas vocês sabiam que temos uma guerra surda e muda em nosso país? Uma guerra que a cada dia tira a vida de um jovem ou adulto, que não respeita a cor, o credo ou a classe social?

               Os acidentes em moto estão ceifando a vida de muitos. Quem se sente dolorido por ter perdido um ente querido sabe como é. Não adianta falar que respeito às leis de trânsito resolvem. Eu mesmo fico boquiaberto quando estou dirigindo nas ruas de São Paulo. Tenho um filho que usa uma moto para trabalhar. Rezo por ele todos os dias. Ele tem esposa e dois filhos. E quantos a cada dia morrem deixando para trás seus filhos e esposa? Você sabia que só em São Paulo Morrem cinco por dia? Mais que o dobro é internado em hospitais? Muitos destes voltaram para casa em uma cadeira de rodas. Li que as mortes em todo Brasil superam as 40 por dia. 40? Isto mesmo. Faça o calculo 120 por mês, 1.440 por ano. E os feridos quantos são? Isto não é uma guerra? É, temos mesmo uma guerra no Brasil. Sei que muitos desfraldaram uma bandeira para evitar esta guerra. Ela machuca, ela dói quem perde um ente querido sabe como é.

                As guerras existem deste o começo do mundo. Nós humanos sempre queremos defender nossas ideologias, nossas crenças, nossas raízes e é um orgulho em dizer que se for preciso darei minha vida pelo meu país. Mas aqui temos uma guerra e pouco se comenta. As leis são criadas, mas que se preocupa? Lei? Ora a lei! Se ela é boa para mim ótimo. Se não que ela se dane. Culpar o motorista? O motoqueiro? Culpar as leis? Porque não acabar com esta guerra? Qual a solução? Não perguntem para mim, perguntem para quem morreu quem bateu, quem está chorando a morte de um que se foi ou então para as autoridades e aqueles que estão a pedir votos prometendo tudo. Afinal guerra é guerra, e vence sempre o mais forte. O automóvel. Ele seria o culpado? Procurar culpas não sei se adianta, pois prantear um ente querido que nunca mais vai voltar não é fácil. É como um punhal encravado no coração para sempre em uma mãe, em um pai e em irmãos que o amavam.


                    Vamos lutar para que acabe as guerras no mundo. Não só a da Palestina. Existem muitas outras que devemos levantar nossas bandeiras. O Cristo veio ao mundo para muitas coisas, a principal é que ele sempre dizia - Amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Não é só palavras para tentar amenizar a dor de uma perda. Atos e fatos e ambos os lados deveriam parar por um minuto nas estradas, nas ruas e pensar – O que posso fazer para ajudar? Sei que isto é impossível. Voltemos nosso pensamento para o Brasil. Morrem jovens, morrem adultos, morrem velhos, São mais de 1.400 mortes de motoqueiros por ano. O mesmo número ou mais que serão condenados a viver em uma cadeira de rodas pelo resto da vida. Quem sabe o dobro daqueles que terão sequelas pelo resto da vida. As doenças que matam existem em todo o mundo, mas aqui fora as doenças temos uma guerra. Tem muitos perdendo a vida por nada. Não adianta esconder, aqui também tem uma guerra que mata sem dó e sem piedade. Mas afinal, quem liga? Quem se preocupa? O que estes candidatos hoje dizem? Tem solução?

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Não dá para desistir.


Não dá para desistir.

                  Algumas vezes eu penso em parar de postar as minhas reminiscências, minhas criações, minhas lendas e descansar um pouco. As forças aos poucos vão se extinguindo. Escrever para mim tornou-se um vicio e dizem que vício não se deve deixar crescer, pois um dia poderemos sofrer com ele. Quando as crises pioram fico alguns dias sem postar nada. Sei que para a maioria isto não seja importante se eu posto ou não, mas quer saber? Tem uma minoria que me obriga a não deixar nunca de postar, pois eles fazem a diferença. Tenho mil e tantos amigos, mas alguns deles são tão importantes que me sinto na obrigação de estar presente aqui. Eles escrevem, comentam, me mandam e-mails, deixam recados e até fico embevecido. Se por um lado eu gosto de escrever e agradeço a Deus por me dar esta graça, por outro lado para alguns a leitura faz parte do dia a dia na internet.

                Teria centenas de casos para exemplificar, mas veja alguns deles:

- Chefe, eu e meu filho não dormimos enquanto o senhor não posta uma história. Ficamos eu e ele lendo e então vamos dormir. Muito obrigado – Incrível não?
- Chefe, eu fico sempre a esperar suas histórias. Não consigo dormir sem ler uma delas. Quando o senhor não posta, tenho insônias e não durmo bem. – Falar o que?
- Chefe, eu não conhecia as histórias dos Escoteiros, através do senhor tudo mudou. Resolvi participar só porque gostei de tudo que li. – bem vindo amigo!
- Chefe eu não aguentei. Tive de chorar. Nunca vi uma história tão linda que me marcou tanto! Ah! Meu coração! - Dizer o que? Eu também choro quando escrevo.
- Adoro seus contos. Aqui é o cantinho do Chefe Osvaldo! – Danada de simpatia.
- Chefe, nosso grupo faz questão de ter suas histórias sempre à mão para os lobos, Escoteiros e seniores. Lá todos admiram seu trabalho! – Me desmancho todo com estes elogios.
- Chefe, tem dia que minhas ideias para programas não andam boas, e através de suas histórias minhas reuniões tem sido elogiada por todos e os monitores pedem mais. - Puxa vida!
- Chefe, eu não sou Escoteira e nem conhecia o movimento. Foram suas histórias que me abriram a mente para este movimento tão maravilhoso – Já pensou minha alegria?
- Chefe no último fogo do conselho suas histórias nos serviram para o jogral. Foi sucesso absoluto. Agora se tornou obrigação de em todos ter uma história sua– Que vontade de estar lá para ver!
- Chefe, tornou-se um costume eu ler suas histórias nas reuniões da Alcateia. Os lobinhos adoram! – Melhor possivel!
- Chefe, eu quero seu autógrafo! Olho e lá vejo um compêndio dos meus contos devidamente organizados como se fosse um livro. Nossa! Pediram meu autógrafo!
- Chefe eu não aguentei. Estou sorrindo até agora de felicidade. Minha família me olha espantada e explicar para eles o final da história que li, não vão entender – Bravoô!
- Chefe, sem os seus contos aqui no Facebook fica sem graça. São eles a razão de eu estar sempre aqui. Obrigado – Aceite meu aperto de mão e meu abraço!
-  Chefe, na última Corte de Honra nós discutimos um dos seus contos. Os monitores fizeram questão de dizer que eles têm enorme valor para eles! – Bom demais!
- Chefe Osvaldo, “pai” das grandes histórias do escotismo! Conheço o cara, gente fina!
- Osvaldo, você tem sido um bom pai para todos nós, aprendemos muito com tuas histórias. Obrigado por todos os momentos de leitura!
-  Chefe Osvaldo Escoteiro, eu preciso lhe dizer uma coisa. Quando o conheci mais jovem, sua figura austera, sempre alinhada e de rosto sério, chegava a dar medo na gente. Mas depois de conhecê-lo um pouquinho víamos o quanto o senhor era humano e o quanto tinha a nos ensinar. Agora, o senhor está com cara de Papai Noel. Sua alma tomou conta de seu corpo e transparece quem o senhor é internamente. Meus olhos enchem-se de lágrimas!

                 E assim prosseguem outros tantos. Já disse que não são muitos, mas quem foi que disse: - “Nunca tantos deveram tanto a tão poucos”! Parece-me que foi o primeiro ministro britânico Winston Churchil pela bravura dos ingleses na segunda guerra. Eu digo o mesmo, quem sabe alterar para “Nunca eu fiquei devendo tanto para tão poucos”. Não importa aqueles que não gostam. Eles de vez em quando aparecem com suas chatices. Entra em um ouvido e sai no outro. Sinceridade é fundamental. Quando o elogio vem do fundo do coração ele marca, conquista e faz da gente escravo daquilo que provocou o elogio. Ainda bem que me sinto bem entre os chefes que demonstram a simplicidade e é isto que mantém uma boa amizade. Meu abraço é mais forte no Chefe que se mostra meu amigo. Não procuro nele olhos azuis, lenço de Giwell, nem porte de atleta. Ele vale como é. Nada contra, tenho amigos chefões, não sei quantas contas no pescoço, formador, diretor e Presidente. Mas eu gosto mesmo é daqueles simples, sem afetação, com um sorriso verdadeiro nos lábios e a mente pura vivendo com intensidade o que BP nos deixou.


                   Não dá para parar. Quem para parte deste mundo mais depressa. Quero viver ainda muito, claro aceitando o que Deus me reservou. Os que não gostam das minhas postagens, pois tem alguns que não acreditam que tenho o Espírito Escoteiro, paciência. Eu escrevo de acordo com minha consciência. Nunca pretendi ofender, mas não defendo os desmandos, a prepotência e o orgulho de alguns que se acham mestres escoteiros. O escotismo é fraterno amigo e isto deve fazer ponto de honra para todos nós. Os poucos que citei já é para mim uma multidão. E é esta multidão de uma dezena que me faz continuar. E por eles não vou parar. E vocês meus amigos que gostam do que escrevo eu só tenho a dizer – MUITO OBRIGADO! Vocês estão como BP na minha mente, na minha alma e no meu coração!       

domingo, 10 de agosto de 2014

A árvore das folhas rosa.


Crônicas de um Chefe Escoteiro.
A árvore das folhas rosa.

                   Era uma visão incrível. Apareceu assim do nada. Fez-se presente para sempre em nossas vidas. Dizem por aí que só os escoteiros têm o privilegio de ver e ouvir coisas, pois eles têm o dom de enxergar de outra maneira a natureza hoje perseguida de maneira implacável pelos homens. Acredito piamente que isto é real. Estava eu em uma pequena trilha, mais quatro amigos escoteiros, todos em fila indiana, tentando cortar caminho para chegar ao Tanque dos Afogados. Desculpem, não morreu ninguém lá e nem é um tanque. Uma represa pequena, dócil, rasa, de águas cristalinas que por duas vezes ali estivemos acampando. Sempre passamos pelo caminho do Marquês mais de doze quilômetros. Não lembro quem deu a ideia de cortar caminho em um vale entre duas montanhas. Nem sempre as boas ideias prevalecem. Passava da uma da tarde. Um sol a pico e queimando. Quase quatro horas de caminhada. O suor escorrendo pelo rosto, os olhos vermelhos e o chapelão de três bicos faziam às vezes de um protetor carinhoso, mas que pouco ajudava.

                  Um local descampado, sem árvores, quem sabe para pasto do gado que ao longe pastava calmamente. Pensei em parar, mas sempre um animando dizia: - Vamos chegar! Vamos chegar! É só encontrar o vale das Vertentes. E esse não chegava nunca. Uma fome brava. Nem um biscoitinho a solta. Já respirava com dificuldade quando avistei o paraíso. Uma árvore. Não uma árvore qualquer. Era enorme. Incrivelmente linda! Nunca tinha visto uma cerejeira igual. Florida, folhas e flores rosa destoando da natureza ao seu redor. Só ela, ali, imponente e ao seu lado um pequeno riacho de águas claras. Visão maravilhosa. Um oásis dos deuses do paraíso naquele campo seco. Incrivelmente maravilhosa. Molhei o rosto calmamente. A sombra da cerejeira nos dava uma sensação de calma silenciosa e gostosa. Uma brisa fresca soprava de este para oeste. Sentamos embaixo próximo ao tronco. Pés levantados. Dizem ser bom para a circulação. Dez minutos, quinze, vinte. Uma hora. Ninguém animava em partir. Estavam todos no mundo dos sonhos coloridos que só os escoteiros possuem.

                 A tarde chegou mansamente. O sol estava se despedindo e prometendo voltar amanhã. Vermelho atrás das montanhas verdejantes. Ainda de olhos fechados lembrei que tinha lido não sei onde – “A flor de cerejeira cai da árvore na primeira brisa mais forte, mas não dizemos que ela nunca viveu. Uma flor que só dura um dia, não é menos bonita por isso”. Não queria abrir os olhos. Não queria partir. Eu tinha encontrado o paraíso. Não disseram que o tempo é relativo? Que a flor da cerejeira, por exemplo, dura apenas uma semana e mesmo se durasse mil anos ainda seria efêmera? Flor tão bela como ela não merecia durar eternamente? E o que é eterno se não o que dura com tamanha intensidade? Dormi. Não queira acordar. Agora a cerejeira não dava mais sombra. Não precisava, a noite chegou escura, mas logo o clarão das estrelas no céu dava o seu espetáculo a parte.

                Reunião de Patrulha. Partir? Cinco a zero para ficar. Um foguinho. Uma sopa, um café na brasa. Cantando baixinho a Árvore da Montanha. O céu estrelado ainda dando seu espetáculo maravilhoso. Um cometa passou correndo deixando um rastro brilhante. Fiz um pedido. Que a cerejeira em flor durasse para sempre! Aos poucos alguns dormiam. A cerejeira das folhas rosa era nossa barraca. O tempo passou. Ao lado algum anjo velava o sono dos escoteiros. Abri os olhos mansamente, uma réstia de luz aportava lá por trás das montanhas distantes. Era a madrugada chegando. O sol já ia nascer. O novo dia chegava sem fazer alarde. O orvalho caia de mansinho. A brisa eterna amiga não nos deixou. Um acalanto para nos dar um novo vigor no dia que chegava sem fazer ruído.


                 O riacho ao lado parecia cantar canções de ninar. Pequenos peixinhos nadavam como a nos dizer bom dia!  Mochila as costas. Olhares e sorrisos entre nós. Escoteiros avante! Pé na estrada, pois o sol agora já estava firme no horizonte. Nosso destino? O Tanque dos Afogados. O ultimo olhar para a árvore das folhas rosa que nos deu abrigo.  E lá fomos nós, em marcha de estrada sorrindo, mas saibam que nunca mais, em tempo algum, nós nos esquecemos da árvore das folhas rosa. Cerejeira em flor. Um amor, uma lembrança que ficou marcada para sempre!