Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

quinta-feira, 19 de abril de 2012

SENIORISMO, UM DESAFIO!



SENIORISMO, UM DESAFIO!

A brisa da noite era gostosa e convidava a ficar ali apreciando o silencio. O céu estava cheio de estrelas e podíamos ver os satélites que iam e vinham na imensidão do universo. Aquele fevereiro prometia. Não houve chuvas e o Acampamento Sênior tinha tudo para dar certo, pois se o tempo ficasse firme o programa estava fadado ao sucesso!

Estávamos acampados em um parque do Estado, na área mais distante, onde o público não tinha acesso e a floresta de eucaliptos totalmente agreste se misturava a outras vegetações mostrando que quando a natureza não é interrompida ela se faz. Corria o ano de 1963.

Dentro da floresta havia uma antiga estrada de ferro e sabíamos que ligava duas usinas de produção de cimento, hoje desativadas e abandonadas. Três vagões estavam e guias na hora. Empurrar um vagão na subida e marcar o tempo na descida. Diversão das boas. Eles e elas se divertiam à beça e a anarquia organizada era o sabor de aventura e de sucesso na atividade.

No dia anterior, uma atividade aventureira, programada com antecedência, mas em local desconhecido foi realizada. Receberam mapas, croquis, e até breve. Vamos ver qual a primeira Patrulha chegaria a Lagoa do Marfim. Iniciamos com o nascer do sol e terminaria com o pôr do sol. Neste período, Só nós os chefes ficamos no acampamento. Nada para fazer porque não “pioneirar?” (fazer pioneirias). Chegaram no horário programado. Cansados, banhos na lagoa, jantar.

A noite um fogo sem muita pretensão. Todos estavam cansados e ainda teríamos mais três dias de campo. Após uma atividade noturna, alguns se recolheram e outros ficaram ali conversando em volta de uma pequena fogueira e muitos assuntos foram comentados. Sorrisos não faltaram até que o último Sênior e a última guia resolveram ir dormir.

Fiquei eu duas chefes femininas e mais dois chefes masculinos. Calados, deitados em cima de uma lona, em volta do fogo, olhando o céu, as estrelas, os satélites. A imensidão do universo era um espetáculo à parte. Até um ou outro cometa foi visto varando o espaço onde a vista podia alcançar. Ali estava visível em toda sua nitidez, o “escorpião”, as “três Marias” o “Cruzeiro do Sul” e tantas outras constelações nossas conhecidas. Um dos chefes comentou sobre a beleza do universo e o total desconhecimento da nossa civilização em saber a mínima parte do que ele é e até onde podemos ir e entender. Já estávamos filosofando. A grandeza de tudo aquilo era esplendida, mas totalmente incompreensível.

Eu, inerte e olhando também para o alto, deixava meu pensamento ficar a vontade, sem forçá-lo a uma busca do desconhecido. Uma coruja piou num carvalho próximo. Atraiu nossa atenção. Voltamos à realidade. Era um acampamento Sênior com uma Patrulha de Guias. Não podíamos nunca se esquecer de tudo que estávamos vendo e que Deus está presente ali em toda a sua plenitude. Só não vê quem não quer. Não era o meu primeiro acampamento. Ouve outros. Meu aprendizado estava seguindo o curso normal.

Após algum tempo, em que não se pode medir, voltamos à realidade e as conversas avançaram até altas horas da noite. Comentávamos as dificuldades em manter na ativa aqueles jovens, cujo programa era difícil de manter. Nosso Conselho de Tropa funcionava muito bem. Quase todos vieram da Tropa Escoteira com exceção de três. Eram três patrulhas com cinco seniores em cada uma e uma de guia com seis jovens. No ano anterior eram só três.
  
Todos os dirigentes das duas tropas eram jovens, na faixa dos seus 24 a 28 anos, inclusive eu. Tínhamos facilidades em estar junto a eles em atividades paralelas principalmente com suas famílias onde sempre fomos bem recebidos. Sentíamos dificuldade em manter um padrão de programas aceito e feito pôr eles. Divertiam-se muito nas atividades e adoravam os acampamentos e excursões programadas. No entanto as reuniões de sede não eram bem sucedidas.

No segundo dia do acampamento pela manhã, tivemos uma bela surpresa. Chegaram três ônibus cheios de jovens, uniformizados e a principio achamos ser algum grupo aproveitando o feriado prolongado. A surpresa foi maior, pois não eram do Movimento Escoteiro e sim Desbravadores. Cerca de 150 jovens, na faixa etária de 9 a 18 anos. Moças e rapazes. Junto, uns 20 adultos, mães, pais e chefes.

Estranharam a nossa presença, mas logo nos entrosamos quanto à divisão do local. Os seniores estavam mais afastados, dentro da própria mata e a chefia um pouco fora da área mais aberta. Mais próxima aos seniores. Havia sem problemas local para todos. Mas como seus sistemas diferiam do nosso uma área aberta próximo ao campo da chefia seria essencial. Os mais velhos montaram barracas grandes e uma cozinha que deduzimos ser para todos. As atividades mostravam que o Sistema de Patrulhas era totalmente desconhecido.

Alguns ficavam com os menores e outros com os maiores, andavam para ali para lá, cantavam hinos faziam um ou outro jogo e na maioria das vezes ficavam sem fazer nada. Aos poucos começaram a observar os seniores. Os padrões, o método e querendo aprender foram se aproximando e as amizades foram feitas com facilidades. No terceiro e penúltimo dia, os seniores já estavam formando patrulhas entre eles, dando atividades técnicas enfim, nosso programa foi totalmente alterado e aceito pela chefia, pois era um novo desafio. Não se discutia religião. Ali a fraternidade falava mais alto.

Até o fogo de Conselho que era considerado uma tradição foi alterado. Fizemos em conjunto com os Desbravadores. Eu que não gosto muito de tais tipos de Fogo de Conselho, me diverti a beça. Para eles foi o máximo. No último dia participaram conosco na Cadeia da Fraternidade. Uma grande emoção para os participantes. Pelas lágrimas de ambos os lados, sentia-se a confraternização de dois movimentos que parecia um só. Não sei o resultado para eles, mas para nós foi uma injeção de ânimo que perdurou pôr muitos meses. Durante certo tempo recebemos as visitas deles assim como as patrulhas também os visitaram.

Acho que valeu. Não sei se isto é um desafio Sênior. Hoje tem muitos. Mas quando volto naquele acampamento, fico pensando se aqueles seniores e guias que ali estavam lembram-se dele até hoje. Acho que sim. São fatos assim que marcam e que não esquecemos nunca. 

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Olá Moço, desculpe, mas não posso aceitar!



Olá Moço, desculpe, mas não posso aceitar!

Obrigado pelo convite. Sei que ele é sincero. Sabe, eu tenho pensado sobre isso. Já tive outros que disseram que eu devia participar. Mas confesso que estou em dúvida. Por quê? Olhe um dia no passado eu tinha um caderno, meu pai comprou para mim. Um lindo caderno. Mas a capa! Oh! Moço. A capa era linda. Muitos escoteiros em uma montanha, bem perto do céu, com uma linda bandeira do Brasil desfraldada. Era incrível Moço! A “coisa” mais linda que tinha visto.

Pensei logo em ser um deles. Já pensou? Um dia eu lá com aquele lindo uniforme, com aquele chapéu “bacana”, correndo pelas campinas com a minha querida bandeira do Brasil desfraldada ao vento? Pois é Moço. Eu queria mesmo ser um deles. Pensava e sonhava com grandes aventuras, sabe Moço. Dormir numa barraca? Era meu sonho Moço. Lá na floresta bem longe da civilização. Olhe Moço, queria ouvir o cantar da passarada e tomar um banho gelado na cascata. Acredite Moço, queria ver os peixes, ouvir a voz do vento, sentir o cheiro da terra que aqui na cidade não tem. 

Então Moço, eu ia sorrir, gritar e cantar com minha Patrulha, e sabe mais? Eu ia usar a minha machadinha que iria comprar, queria mesmo construir belas construções que vocês dizem ser pioneirias. Queria com meus amigos fazer um jogo cheio de aventuras, quem sabe a busca do Tesouro? Assisti a tantos filmes que pensava que seria maravilhoso encontrar enterrado na encosta do morro do Papagaio um tesouro que foi escondido a muitos e muitos anos na gruta do Pirata.

Pois é Moço, um amigo me contou que a noite eles acendem uma fogueira, que cantam que riem que olham para o céu e sabem de cor todas as constelações. Quando ele dizia isso eu vibrava. Mas Moço, não foi isso que encontrei. Não foi mesmo. Meu pai me levou um dia a um Grupo Escoteiro. Moço, Moço, foi triste. Nem apresentado aos outros eu fui. Jogaram-me em uma Patrulha. Não fui bem recebido. Mas Moço foi triste mesmo. Só o "Chefe" Escoteiro falava. Ninguém dizia nada. O tempo todo o "Chefe" Escoteiro dizendo, faça isso faça aquilo.

Aí Moço eu fiquei mais triste ainda. Levavam-me para a cidade desfilar, plantar árvores, ir em atividades que não me agradavam. O pior Moço é que o uniforme que sonhei ficou na terra do nunca. Deram-me um lenço Moço. Um lenço. E o chapéu? Aquela calça caqui e a camisa?  E o cinto de couro? Não Moço não era mesmo o que sonhei. Tudo bem Moço. Podíamos sim fazer isso se tivesse as outras coisas que sonhei um dia encontrar ali. Olhe Moço, eu queria mesmo aprender sinais de pista, sinais de longas distancias, queria aprender dezenas de nós. Queria mesmo aprender a usar o facão, a armar sozinho a barraca, mas veja o Monitor não deixava. Era ele quem fazia tudo quando o "Chefe" Escoteiro não estava junto.

Então Moço resolvi não ficar mais lá. Moço, foi difícil tomar esta decisão. Fiquei somente seis meses e olhe que muitos que entraram comigo e depois de mim também saíram. Neste tempo Moço só tive um acampamento. E o pior Moço. Perto de muitas casas. Foi ruim mesmo. Não fizemos nada. Alguns pais faziam tudo. Bem gostei do tal jogo da lama, mas sempre o mesmo moço. Sabe moço, se o "Chefe" Escoteiro tivesse me perguntado eu diria para ele o que eu queria encontrar quando entrei na Patrulha. Diria para ele o que sonhava. Em ir a um acampamento de verdade. Mas ele Moço nunca me perguntou. Era ele quem decidia tudo. Triste, muito triste Moço.

Obrigado mesmo Moço. Sei que seu convite é sincero. Mas agradeço. Não dá mesmo Moço. Até meus amigos de turma do bairro dão risadas quando falamos em ser escoteiros. Eles dizem que seus programas são melhores e quem sabe são mesmo Moço? Olhe, estamos juntos com a turma há muitos anos. Só o Neném que foi embora da cidade não está lá mais. E sabe Moço? Lá não tem chefes!

Quem sabe Moço quando crescer eu mesmo vou ser um "Chefe" Escoteiro? Aí Moço eu vou deixar que os meninos que ali entrarem encontrem seus sonhos que fizeram quando resolveram participar. Moço, eu vou deixar eles decidirem quase tudo. Vou mostrar a eles a capa do meu caderno que guardo até hoje e dizer: Podem sorrir turma, agora é para valer! Segurem nossa bandeira, desfraldem-na contra o vento, pois vamos para o nosso acampamento e lá vamos viver mil aventuras!

Obrigado mesmo Moço. Desejo tudo de bom para o senhor. Quero acreditar que outros meninos vão aceitar seu convite, mas eu Moço, não posso. Infelizmente são diferentes dos meus sonhos e olhe moço, não fique triste, seja feliz e aceite o meu Sempre Alerta, de um menino triste que foi Escoteiro por seis meses e não encontrou a felicidade dos seus sonhos! Adeus, adeus Moço!

terça-feira, 17 de abril de 2012

O politicamente correto


O caráter é como uma árvore e a reputação como sua sombra. A sombra é o que nós pensamos dela; a árvore é a coisa real."
(Abraham Lincoln)

O politicamente correto

O politicamente correto (ou correção política) se refere a uma suposta política que consiste em tornar a linguagem neutra em termos de discriminação e evitar que possa ser ofensiva para certas pessoas ou grupos sociais, como a linguagem e o imaginário racista ou sexista. O politicamente incorreto, por outro lado, são uma forma de expressão que procura externalizar os preconceitos sociais sem receios de nenhuma ordem. 

 Estou boquiaberto! Um "Velho" Escoteiro, com 65 anos de escotismo, 71 de idade que não tinha ainda estudado e visto o que significava o Politicamente Correto. Mas como? Pergunto-me. Nunca tinha visto nada igual até hoje. Será que não é coisa da UEB? Risos. Brincadeira.  Bem ainda dá tempo de aprender. Todos sabem que sou uma oposição sadia da UEB. Sempre lutei para que ela fosse forte, grande e atuasse como nós esperamos no aumento quantitativo e qualitativo dos jovens em nossa nação. Claro, interpretações a parte e direito de expressar, nada posso fazer se não usar minhas armas. A ESCRITA. As outras, lutando em campo aberto eu o fiz por longos anos. Agora não dá mais.

Depois de tanta celeuma me pergunto de algumas fotos divertidas de jovens com uniforme “diferente” postadas no face, será que os politicamente corretos já leram a literatura da composição da UEB? Sabem como funciona sua estrutura? O que faz a Assembleia Nacional? Elege quem? O que é o CAN? E como é eleito o DEN? Sabem o nome do Presidente e vice do DEN, conhecem pelo menos dois delegados nacionais em sua região? Será que já leram e compreenderam os Estatutos da UEB conhecem bem o Regimento Interno?

Tem uma boa noção do POR e tomaram conhecimento das novas Normas Disciplinares com informações e determinações sobre como deve agir as Comissões de Ética recém-aprimorada? Nisso a UEB é “batuta” Taxativa! Errou paga! Risos (só faltou dizer como a pessoa seria... melhor esquecer). Sei que centenas que vão ler este artigo sabem tudo isso. Dirijo-me aqueles que são politicamente corretos e discordam de todos e ficam de olhos fechados para o que acontece em sua volta.
    
Pergunto-me se sabem a quem a UEB é afiliada mundialmente, se existem outras organizações mundiais? Conhecem as outras organizações escoteiras que existem no Brasil e no Mundo? Como funcionam? Mas deixo de lado esta complexidade. Vou mais fundo. Será que já analisaram as causas da evasão no movimento Escoteiro? Que a cada um que entra sai outro? Culpa de quem? Outro dia li que em cada adulto que sai saem cinco jovens com ele e o mesmo acontece na entrada. Não seria uma evasão prejudicial? Já viram isso em seus grupos?

Pergunto-me se nas matilhas os lobinhos e lobinhas (mais de oitenta por cento) permanecem por mais de dois anos na alcatéia? E as patrulhas? Bem adestradas? Pelo menos setenta por cento com mais de três anos continuam na tropa? Monitores bem formados? Capaz de liderar como ser liderado? Será que cada um deles na Patrulha tem pelo menos dez noites de campo por ano? Será que pelo menos trinta por cento da tropa atingem o grau Liz de Ouro? E as patrulhas seniores/guias tem o mesmo número da tropa ou estão naquela de uma ou duas? E o Escoteiro da Pátria, pelo menos vinte por cento deles alcançam?

Pergunto-me se os jovens sugerem seus programas anuais? Se a democracia no grupo existe com um Bom entrosamento Conselho de Chefes/Diretoria? Do Grupo Escoteiro para outro assunto. Pergunto-me. Será que agora estão satisfeitos com tudo que vem das autoridades escoteiras? Ela é infalível? Um deles me disse que o local para discutir é a Assembleia Regional e Nacional. Pergunto-me, sabem como chegar lá? Para ter voz e voto? Conhece quantos que são delegados nacionais? E do seu estado? É fácil ser eleito? Pergunto-me se eles não gostariam de ser consultados sobre algum tema importante que são impostos sem consulta?

Sobre a Assembleia, pergunto? – Já estiveram lá? Teve oportunidade de discordar e apresentar novas sugestões e essa ser aprovada? O tempo das discussões é suficiente para artigos importantes? Agora mesmo irão apresentar o tal novo uniforme ou traje. Como vai ser? Quem foi o autor da ideia? Um só? Mais de um? Mas somos 67.000 será que os jovens não interessam em opinar? Afinal eles é quem irão usar tal traje.

Poderia perguntar mais, se estão questionando, se estão ao par como são eleitos e escolhidos os dirigentes nacionais? Pergunto-me se aqueles que dizem que o importante é o jovem já viram e conhecem os resultados do seu grupo na comunidade em que residem? Homens e mulheres de caráter em número razoável para dizer a todos que o escotismo é uma forma de formação de caráter e estão a batalhar junto às autoridades em beneficio do escotismo local?

Claro que muitos dirão que sim e vou acreditar. Tem mesmo boa parte dos nossos escotistas que lutam por um escotismo melhor. Mas saibam que até 1978/80, nosso efetivo era de mais de 45.000 membros. Trinta anos depois temos 67.000 e isto com a entrada do movimento feminino que deveria ter dado um substancial aumento (alguns discordam deste numero). Ninguém até hoje analisou do porque nestes trinta anos não crescemos. Por quê? O programa não era bom? Mas foram os notáveis que mudaram.

Minha luta vai continuar. Não concordo com nosso sistema. Ele não nos dá o direito de escolha. Agora mesmo em uma lista que participo, onde tem bons escotistas opinando, são todos de opinião que precisamos mudar, mas ninguém sabe como. É como os deputados e senadores que quando aparece projetos ou leis que podem interferir em suas “lambanças” engavetam. Sabiam que no Congresso Nacional menos de 0,5% do nosso efetivo votam e decidem? Isto não existe em nenhuma democracia plena.

Mas que venham os politicamente corretos. Só espero que daqui a vinte, trinta cinquenta anos eles estejam ainda no escotismo. Para verem se acertaram ou se erraram. Baden Powell (BP) sempre disse – IMPORTANTES SÃO OS RESULTADOS. Que eles sejam bons, pois até agora produzimos muito pouco em termos de quantidade e qualidade.

Tenho ouvido e conversado com muitos escotistas de norte a sul do Brasil. Um deles me disse que um colégio eleitoral (no caso nossas assembleias) é sistema típico de ditaduras. De regimes de exceção. Continua ele – O atual sistema de escolha dentro da UEB beneficia somente, e tão somente os grupos que se revezam há décadas no poder em todas as esferas. Continua ele – Articulações politicas e de interesse são fatos. Por óbvio que é mais fácil garantir votos com meia dúzia de associados ”delegados” votando do que deixar na mão de todos os adultos envolvidos no Movimento Escoteiro.

 Acha ele que os pais dos jovens servem para bancar seus filhos no ME, mas não para decidir o destino dele. Outro amigo diz – Falar de propostas no Congresso é uma bobagem. As que são aprovadas ao nível regional são levadas a nacional e pronto. Não tem ali como fazer propostas ou se dar voz a ninguém. Exceto para fazer alguma pergunta a um palestrante sobre alguma novidade e que em geral, são respondidas com uma tremenda má vontade, em especial se a pergunta questiona a validade do que sendo feito.

Continua ele (é um participante ativo nestes congressos) – Poderia mencionar as tais “reuniões” e “almoços” reservado à cúpula. Ali é que são costuradas as politicas os conchavos. Lembra ele o que aconteceu Brasília no último Congresso. Uma comissão de notáveis com portas fechadas para ver se conseguiam apoio para candidatos ao CAN entre outros temas importantes. Rindo ele disse que as assembleias servem sim, para rever amigos, turismo, pois a realidade é bem diferente do que se espera de uma verdadeira estrutura democrática. Termina dizendo – Não se pode fugir das influências. O poder está na mão de meia dúzia.
"Bom caráter é para ser mais enaltecido do que talento extraordinário. A maioria dos talentos é de uma certa forma um dom. Bom caráter, em contraste, não nos é dado. Temos que construi-lo peça por peça... por pensamentos, escolhas, coragem, e determinação." 
 (John Luther).

Escotismo e assistencialismo



Escotismo e assistencialismo

O assistencialismo é a ação de pessoas, organizações governamentais e entidades sociais junto às camadas sociais mais desfavorecidas, marginalizadas e carentes, caracterizada pela ajuda momentânea, filantrópica, pontual (doações de alimentos e medicamentos, por exemplo). Tal prática, desprovida de teoria, não é capaz de transformar a realidade social das comunidades mais pobres, pois atende apenas às necessidades individuais e a ajuda é feita por meio de doações. A falta de mudanças estruturais significativas não tira os necessitados da condição de carentes, pois não há elaboração projetos e políticas assistenciais. Um dos problemas suscitados pelo assistencialismo é a conservação da situação de carência das camadas marginalizadas por finalidades político-econômicas, visto que, por ser uma prática de doação, é um ótimo meio de construção de uma imagem favorável dos doadores em relação a certos públicos (principalmente os mais desinformados). (definição de Fabio Procópio, retirado em seu blog na internet).

O escotismo procura atual individualmente na formação do jovem, deixando que ele próprio tome a iniciativa, com a colaboração de um adulto dentro dos padrões que nos deixou Baden Powell (BP). A formação simples, vivenciadas em atividades mateiras, pretende colaborar com a família, a escola e a sua religião. O método é simples, com atividades ao ar livre, deixando que o jovem aprenda a fazer fazendo. Seus objetivos são a formação de homens e mulheres dentro da sociedade, visando uma integração sadia, formada de caráter, ética e ajuda ao próximo.

Não pretendo polemizar sobre uniforme, quem pode e quem não pode. Dou o assunto como encerrado. Para mim a maneira de fazer fazendo é simples, pois atuei muito em comunidades carentes com resultados excelentes. Filho de sapateiro sei muito bem o que é sonhar com um uniforme, participar desta grande fraternidade. Quando jovem toda a tropa era composta de jovens carentes, mas fizemos um belo escotismo. Sempre considerei que os menos aquinhoados também tem seus sonhos e nós devemos fazer tudo para dar a eles a oportunidade que tivemos
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No entanto hoje muitos se justificam com um uniforme simples, considerando que isto vai dar oportunidade a todos que adentram as hostes escoteiras, principalmente os que não tem condição financeira para se manterem. É uma polêmica que não quero participar mais e que aceito que os voluntários que assim pensam continuem a trabalhar conforme reza sua consciência. Infelizmente, o tal traje está sendo muito bem aproveitado por aqueles em melhores condições financeiras, e não pelos mais pobres, haja visto que em Jamborees ou encontros nacionais ou regionais, lá estão rapazes e moças alegres, sorridentes com seus trajes coloridos e dispenderam uma boa quantia para estarem ali. (Nada contra, apoio total).

Certo ou errado, acredito que sem as bases sólidas que o escotismo oferece, vivenciando uma alcatéia dentro da mística da Jângal, com número razoável de chefes atuantes sem pensar em quantidade e com patrulhas bem formadas, bons monitores, e muitas atividades ao ar livre, permanência por pelo menos mais de dois anos como membro Escoteiro, sabendo que os pais entendem e aprovam sua participação, este é o escotismo que acredito e assim sendo o uniforme é um mal menor.

Que cada um defina o que considera importante na formação escoteira, e neste caso o uniforme ou traje deixa de ter para mim a importância na condução de um grupo Escoteiro. Como dizia Baden Powell (BP), O RESULTADO É QUE É IMPORTANTE!