Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

sábado, 21 de julho de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Wander Veloso Pires – Meu compadre Wander.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Wander Veloso Pires – Meu compadre Wander.

Poucos tiveram a honra de conhecê-lo. Muitos que o cumprimentaram nunca mais esqueceram. Dizem que no Escotismo temos o privilegio de fazer amigos dos bons. Amigos inesquecíveis que guardamos no coração para sempre. Eu sempre fui um privilegiado. Hoje tenho milhares deles espalhados pelo mundo e muitos não terei honra de conhecer e apertar a mão uma pena, mas que é bom isso é. Ter amigos fazem parte do nosso mundo e saber preservá-los melhor ainda. Tive amigos lobinhos, amigos escoteiros, amigos chefes, amigos dirigentes e amigos difícil de descrever por ter por eles um carinho especial.

Conhecer o Wander, ou melhor, o Chefe Wander, ou melhor, ainda o compadre Wander lá por voltas de 1960 onde fizemos o CAB Escoteiro e depois o CAA Escoteiro. Um sujeito fora de série. Fez amizade com todos no primeiro dia apertando a mão, conversando ouvindo e contando causos com um coração escoteiro enorme para dar e vender toda sua “performance” escoteira e fraterna como um verdadeiro anfitrião na capital de Minas Gerais. Wander sempre o primeiro a oferecer sua casa, sua amizade e seu carinho por todos que o visitavam não importando sua classe social, espiritual ou mesmo a cor da pele.

- Quando assumi o cargo de Comissário Regional por volta de 1968, Wander logo ofereceu colaboração. Fora Comissário por muitos anos e tinha muita experiência. Aliás, Wander se oferecia em tudo para ajudar. Ficamos amigos, amigos de família. Dona Lucia, sua esposa, ou melhor, Chefe Lucia, ou melhor, Comadre Lucia, pois Wander e Lucia batizaram meu caçula (hoje com 46 anos) e a amizade se tornou maior. Quem conheceu a Chefe Lúcia sabe do que estou falando. Uma senhora uma verdadeira Dama, um sorriso e uma bondade incrível só pecando pela simplicidade.

Ambos me ajudavam em tudo. Eu cursos e informativos pelo interior de Minas me levando pela sua celebre rural Willians aos rincões mais distantes de nosso estado. Um dia lá pelos idos de 1973 voltando de Pouso Alegre para um curso local, eu ele Chefe Lucia, Blair e a Célia paramos em um pequeno bar a beira da estrada e ele nos convidou para ir até próximo a uma lagoa, e ver o mais belo céu de estrelas já visto no Estado de Minas. Lindo demais. Deitamos na relva e ficamos ali por horas.

Wander correu o Brasil e a América do sul em sua Rural. Ficou conhecido de norte a sul do Brasil. Em sua casa hospedaram grandes personalidades escoteiras do Brasil e do exterior. Uma das mais belas amizades que tive em minha vida. Wander tinha um sorriso maravilhoso, uma bondade explicita que chegava a incomodar. Chefe Lucia era a esposa perfeita. Dama e cavalheiro forjados em um época onde a formação escoteira tinha a alegria e fraternidade no ar.

Pergunte ao seu Velho Escoteiro em sua cidade, pergunte pelo Wander e Lucia. Garanto que em cada grupo vai ter um que os conheceram. Ver o casal uniformizado era de uma fidalguia sem par. Perfeitos, sem invenções, sem criações ou escolhas que aquela adotada pelo nosso líder Baden-Powell.

Wander e Lucia se foram. Devem formar em alguma estrela brilhante uma nova escola de grandes homens escoteiros do céu. Eu e Celia tivemos a honra de tê-los como amigo. Honra que muitos como eu também tiveram. A Você Compadre Wander, e a Você Comadre Lucia meu Sempre Alerta e em sinal de respeito e admiração eu tiro o meu chapéu!  

Nota – Uma homenagem ao Chefe Wander Veloso Pires e sua Esposa Lucia Veloso Pires, amigos que nunca mais esqueci e que hoje estão escoteirando no céu do Senhor.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Lembranças de Baden Powell



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Lembranças de Baden Powell

Olhando para trás em minha própria vida, eu tenho no meu tempo me deparado com uma quantidade imensa de estupenda boa sorte. Eu, por exemplo, tive a sorte de viver na época mais interessante evolutiva na história do mundo, com seu rápido desenvolvimento de veículos motorizados, aviões, sem fio, Tutancâmon, a convulsão da Guerra Mundial, e assim por diante.

Então, também, eu me encontrei com uma notável quantidade de bondade em todos os lugares, não apenas de amigos, mas de estranhos também. Além disso, tive a sorte de viver duas vidas distintas. Uma como um soldado e uma como solteiro, depois como um pacifista e pai de família. Ambas com o atributo comum do Escotismo, e ambas intensamente felizes.

Isso não significa que eu não tive dificuldades e provações para enfrentar, mas estes têm sido o sal que saboreou a festa.

Para estes eu descobri que um sorriso é um pau que vai levar você por toda a direita, e em 99 casos em cada cem é o sorriso que faz o truque.

(Quando você está próximo preocupado ou com raiva, forçar-se a transformar-se os cantos de sua boca e sorriso e você não vai encontrar o valor dessa dica.).

"Suavemente, suavemente, pega o macaco," é o que dizem no Oeste Africano de um preceito muito valioso. Uma enorme quantidade de homens não conseguem por falta de persistência e paciência.

Olhando para trás
Quando se tem passado o marco 75 e tem a essa fase da vida em que você pensar duas vezes antes de decidir se é agora vale a pena pedir um casaco de noite novo, é permitida para um olhar para trás ao longo da estrada um tem viajado. A tendência natural é para pregar e avisar a outros viajantes de senões no caminho, mas não são o melhor sinal para eles algumas das alegrias pela maneira que eles poderiam perder?

A grande coisa que chama a atenção ao olhar para trás é a rapidez com que você vê muito breve é ​​o tempo de vida nesta terra. O aviso de que se poderia dar, por conseguinte, é que ele não é bem a desperdiçar afastado em coisas que não contam no final, nem, por outro lado é bom levar a vida tão a sério como alguns parecem fazer. Faça-lhe uma vida feliz, enquanto você tem. É aí que o sucesso é. Possível para cada homem.

Variadas são as ideias sobre o que constitui o "sucesso", por exemplo, dinheiro, posição, poder, realização, honras, e afins. Mas estes não são abertos a todo o homem, nem que eles trazem o que é sucesso real, ou seja, a felicidade. A felicidade é aberta a todos, uma vez que, quando você reduzi-lo, ele simplesmente consiste de contentamento com o que você tem e fazer o que puder para outras pessoas.

Como Sir Henry Newbolt resume: "O teste real do sucesso é se uma vida tem sido uma pessoa feliz e um feliz dar".
Baden-Powell 1912.

domingo, 15 de julho de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. “Alexandre Fejes Neto” Vulgo Chefe Lecão.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
“Alexandre Fejes Neto” Vulgo Chefe Lecão.

Dizem que amizades levam tempo para se concretizar. Mas tem amizades que se conquista em minutos.  Eu posso dizer de cátedra, pois aprendi a reconhecer amizades só no olhar nestes 78 anos de vida. Interessante que a gente houve falar de formadores, de chefes diretores, presidentes, Insígnias e aqueles mais simples nem são comentados. Exceto os dos seus círculos escoteiros e amigos quem poderia contar a vida do chefe Lecão? Quem era ele? Onde estão suas histórias, suas comendas que ele merecia? Sinceramente não sei se ele recebeu os méritos que merecia. Ele é como aqueles viventes na Legião Escoteira dos Esquecidos.

Sem escárnios ou ironia... Vamos falar do Chefe Lecão somente. Pois é, cheguei em SP por volta de 1977 e logo conheci os figurões escoteiros. Chefe Lecão não estava no rol dos maiorais. Pelo menos para mim que tantos cursos dei aqui e poderia tê-lo aproveitado no rol dos adestradores pelos seus altos conhecimentos. Isto ele tinha para dar e vender. E eis que 40 anos depois resolvi aceitar um convite dele no Facebook para um encontro de antigos escoteiros em um Fogo de Conselho em seu Grupo o Tabapuã. Mesmo com a saúde ruim lá fui eu para lhe dar um abraço. Surpresa, um homem simples, amigo, simpático, educado e prestativo me foi apresentado.

Só depois daquela estupenda batota de sete, eu ele, e mais três chefes aí incluído a Célia e meu filho que me levou até lá, fizemos um fogo de conselho. Lindo, maravilhoso, o local do grupo na SABESP era espetacular. Fiquei maravilhado com tudo com sua educação e fidalguia. Nem parecia que ali estava um jornalista, radialista escritor e Escotista brasileiro, que tinha por hábito difundir gratuitamente seus vários livros sobre escotismo e ecologia. Eu só fiquei sabendo disso tudo depois, mas nas pesquisas que fazia na internet.

De família de imigrantes vindos da Hungria, Alexandre era filho do sr. Alexandre Fejes Filho e da Sra. Rosália Anna Balogh Fejes. Cresceu em São Paulo se formou em ecologia, foi fotografo amador, videomaker, escritor pesquisador independente produtor de informática e de radio. Puxa! Chefe Lecão era um “Faz tudo” Um pedagogo e ninguém me disse nada? Foi lobinho, escoteiro até chegar a mestre pioneiro e Chefe de seu grupo. Fez vários cursos, mas nunca reconhecido como um dos maiores chefes do estado de São Paulo. Deram a ele a medalha gratidão bronze e mais nada. Não sei se ele merecia a Bons Serviços, a cruz São Jorge, a Tiradentes? Sem falar no Tapir de Prata. – Não sei. Ele não tinha tacos e nem cargos para tal honra. Falar mais sobre ele é falar em alguém que merecia muito mais do que foi homenageado.

Expert em Radio Amadorismo criou uma estação de Radioamador que recebeu da Anatel o indicativo de chamada PY2GET e incentivou a criação de um minicurso destinado ao aprendizado de radioamadorismo voltado ao Escotismo. No dia 25 de março de 2017 a Câmara Municipal de São Paulo conferiu ao Chefe Lecão (in memoriam) o prêmio Escotista Mario Covas Junior de Ação voluntaria. Profícuo escritor tem dentre suas obras escoteiras: - Milagres da Cozinha Mateira, espiritualidade Escoteira, biscoitos escoteiros, Scouts Song Book em dois volumes e Bamboo – Cultivo e pioneirías. Todos editados em PDF. Não sei se suas obras constam das publicações da Escoteiro do Brasil.

Quem diria que naquela noite, calma, serena, em volta de uma fogueira eu estava junto a um dos maiores escoteiros da atualidade. Um BP escondido em um grupo pouco conhecido e pouco reconhecido pelas suas qualidades escoteiras. Ali na minha frente, naquela fogueira Chefe Lecão com seu uniforme caqui simples não se mostrava um professor na minha presença, humilde ouvia mais do que falava. Foi uma honra ter estado lá naquele dia. Ter apertado sua mão e lhe dado um abraço. Pena que logo após aquele encontro ele veio a falecer.

Contar de seus prêmio literários científicos e tecnológicos seria falar de um “bom vivant” Escoteiro que vivia a incentivar os jovens a viverem na natureza e para a natureza, e sempre que possível fazendo atividades ao ar livre. Na SABESP onde fica o grupo Tabapuã é como se estivéssemos em um bosque, todo arborizado onde os funcionários e chefia admiravam e apoiavam as ações do Chefe Lecão nas suas lides escoteiras.

Não está mais entre nós. Deve estar fazendo suas atividades escoteiras de boa ação no céu. Para ele eu faço questão de ficar em posição de sentido e tirar o meu chapéu gritando solenemente Anrê, bravoô e Parabéns Chefe Lecão.

Nota – Chefe Lecão participou do movimento escoteiro desde lobinho e faleceu em janeiro de 2017. Intelectual autor de várias obras escoteiras teve uma vida cheia de atribulações como radialista e jornalista que era. Tive a honra de apertar sua mão e lhe dar um abraço. Um simples chefes que para mim irá ficar para sempre na história do escotismo brasileiro.