Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 11 de janeiro de 2014

Um relato do Chefe Alexandre Diniz.


Sempre é bom ouvir opiniões.
Um relato do Chefe Alexandre Diniz.

Hoje é sábado, dia de atividade e tenho pensado sobre o "ser chefe escoteiro"...

Todo sábado, às vezes domingo, e sempre durante a semana... Abrir mão de muita coisa, até mesmo dedicar fundos e reservas financeiras que um dia podem vir a me fazer falta... Programar, estudar, aprender, correr riscos e assumir a responsabilidade de cuidar dos filhos de outras pessoas... O movimento escoteiro transforma muito, melhora demais as pessoas... Eu mesmo mudei muito meu jeito de ser, de agir... Devo muito a ele! Cometi muitos erros no passado e venho sempre buscando melhorar... É e foi nele que encontrei soluções... Já fui jovem, fui escoteiro, depois sênior, aos 18 anos sai por desinteresse, ficou chato! Troquei o movimento por viagens de verdadeiras aventuras e desafios! Cada vez maiores... “quase morri muitas vezes”! Uma vez quebrei os dois braços os dois pernas na base do "aprender fazendo"! (risos) mas dói ate hoje! Enfrentei muita coisa, atravessei desertos, passei frio, fome e todas as intemperes "sem maiores problemas" obvio que não foi tão fácil assim, mas sempre estive preparado! O que aprendi no escotismo me proporcionou essa confiança e esse espirito! Hoje olhando para traz, só tenho coisas boas a contar e a lembrar... No momento atual sinto o peso de tudo isso e me pego pensando se já não é hora de agradecer e largar esse mundo... Trabalhar com o jovem é a melhor coisa do mundo! Agora lidar com adultos, manobras de associações, interesses pessoais, invejas, picuinhas... Não preciso disso... Tenho uma vida inteira pela frente. 

Será que devo ficar preso a essa rotina? Até onde vale esse mundo de egos e modelos?
14 de dezembro de 2013 

Obs. Sempre é bom saber que tem chefes que olham além da ponta do seu nariz como dizia BP. Sinto-me orgulhoso em ver um relato assim. Simples, despretensioso, mas objetivo. Mais e mais escotistas precisam acreditar que sem democracia não iremos a lugar algum. Nosso movimento está nas mãos de poucos que não aceitam opiniões e se aceitam elas são guardadas no fundo de um baú. O Chefe Alexandre me parece está sendo julgado em uma comissão de ética. Será que será um julgamento democrático? Ou será que vai ser condenado por suspeita?

Parabéns meu amigo Alexandre. 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O pequeno Jor-el, o menino Escoteiro que veio das estrelas.


Lendas escoteiras.
O pequeno Jor-el, o menino Escoteiro que veio das estrelas.

          Sabe Chefe, eu o vi pela primeira vez em uma tarde chuvosa, estávamos em atividade no salão da sede, e ele praticamente apareceu do nada e se plantou em um canto. Ninguém notou acho que só eu. Estávamos em um jogo que chamavam de pescaria e por lerdeza ou por ver aquele menino ali plantado fui pescado. O senhor conhece o jogo. Dormiu, o cachimbo caiu. Mas tudo bem me aproveitei enquanto estava fora do jogo e me aproximei dele. Chefe! Senti uma vibração que nunca senti antes. Ele me deu um sorriso e me abraçou! Diabos! Abraçar um desconhecido? – Ele com uma voz de anjo, e nem sei se anjo tem voz me disse que sua missão era ser um Escoteiro por algum tempo. Bela maneira de pedir para entrar.

                    Ele parecia encantar a todos, pois em poucos minutos uma roda se fez em sua volta. Chefe Nantes chamou as patrulhas. Ninguém se mexeu. Parecíamos estar hipnotizados. Apitou de novo e com má vontade saímos dali. Quando formamos para a bandeira, pois era o final da reunião olhei para onde ele estava e não havia ninguém lá. Quer saber Chefe? Como o Chefe Bob o aceitou não sei. Ele era um Chefe durão, sem pais nada de vaga! Dizia sempre. No sábado seguinte ele estava lá. Ele foi apresentado à tropa. Chefe, Deus do céu, precisava vê-lo de uniforme. Incrível! Ele estava com um lenço azul celeste bordado com estrelas douradas e seu arganel era feito de brilhantes. Todos os monitores correram para oferecer suas patrulhas. Chefe Nantes não sabia o que fazer. – Olhem, não é comum isto, mas o Chefe Bob me pediu que ele ficasse três reuniões em cada patrulha. Não entendemos nada. Mas Chefe é Chefe e assim foi feito. Não soube se a Corte de Honra discutiu o assunto eu era um simples Escoteiro segunda classe.

                    Chefe meu amigo até hoje quando lembro fico paralisado. Sabe chefe eu nunca entendi aquele pequeno menino das estrelas que com um simples sorriso conquistava a todos. Ele começou com os Lobos e depois a Pantera. Eu era da Falcão e fiquei sabendo que seriamos os últimos a recebê-lo. Não antes da Tigre. Mas ele parecia não ter uma patrulha no coração, tinha todas. Sabia de tudo sobre elas. Um dia antes da reunião estávamos sentados embaixo da aroeira, uma rotina nos dias de calor ele começou a cantar uma canção linda. Chefe, meu Deus! Que voz ele tinha. E a canção? Falava de Escoteiros na montanha azul onde só o amor existe.  Os lobos largaram a Aquelá e vieram correndo. Os seniores e as guias deixaram a construção da quadra e vieram também. Ninguém falava, não havia barulho, só aquela voz maravilhosa que até hoje não sei explicar. Ele parou de falar e sem ninguém levantar começou a contar uma história. Que linda história. De um menino que conheceu centenas de planetas, que percorreu a via láctea, e todo o espaço sideral.

             Vi que ninguém piscava ninguém se mexia. Com um simples gesto ele colocou ali uma cópia do universo. Cópia? Não ria Chefe, eu sou péssimo em geografia e nada entendo de astronomia. Mas ele Chefe, falava de tal maneira que a gente parecia viver com ele à medida que explanava tudo do espaço sideral. Não vou dizer aqui os nomes de estrelas, de constelações e que em linguagem simples ele disse que se pode percorrer como se fosse nosso pensamento. Contou das belezas do universo e que um dia nós também iriamos ver com nossos próprios olhos. Sem ninguém perguntar Chefe ele contou de onde veio um planeta a bilhões de anos luz da terra. Não disse o nome, falou que não iriamos entender. Disse que sempre voltava ao seu lar após as reuniões. Só retornava quando precisava fazer algum estudo de comportamento humano.

          Levantou-se e pediu ao Chefe para continuar a reunião. Estava chovendo e ele olhou a chuva e ela parou. Um sol brilhou. Todos ficaram estupefatos. O menino Escoteiro das estrelas no primeiro acampamento vibrou. Chefe precisava o ver armando barraca com as próprias mãos. Contou depois que em seu lar no espaço ele usava a força do pensamento. Quando começou a montagem da Barraca suspensa Chefe, ele se jogava no ar e ria a valer quando fazia uma amarra, um nó, um arremate qualquer. As madeiras que ele cortou foram levantadas no ar com um simples olhar. Pode perguntar, não vou negar Chefe, ninguém ali duvidava de nada. Ninguém perguntou como ele fazia. Parecia que através do pensamento ele ia ensinando tudo sem falar diretamente. E como comia Chefe, parecia um esfomeado. Ria a valer quando mastigou pela primeira vez bife queimado do cozinheiro Jonny limbo.

         Foi no Fogo de Conselho que tudo aconteceu. Ele fez questão de preparar. Acendeu com um simples gesto. Levantou os braços e parecia que as estrelas dançavam no céu. Toda a área do fogo foi iluminada por uma luz brilhante. Parecia que do céu desciam anjos e estávamos todos parados, sem nada a dizer. Um silêncio rompido pelo canto da fogueira. Ele sabia, ele sabia! Cantava e nos animava a cantar. Pediu para Robespierre que tinha vindo dos lobos dançar a dança de Kaa. Mas ouve uma hora que ele disse – Meus irmãos Escoteiros é hora de partir, não vou dizer que é mais que um até logo, não será mais que um breve adeus, minha missão era alertar vocês que não estão sozinhos. Existem milhões de planetas com muitas pessoas fazendo o bem. Vocês ainda não chegaram lá. Lembrem-se é como uma escola, a terra ainda tem muitas etapas para cumprir. É como se ela estivesse fazendo o primeiro grau. Impossível levá-la a estudar com aqueles que estão fazendo pós-graduação. Não iria entender nada.

            Mas fiz questão de estar aqui com vocês. Por quê? Porque vocês tem uma lei. Uma lei que se pode dizer existe em todo universo. Palavra de honra, lealdade, cortesia, irmandade, disciplina, alegria e puro nos pensamentos nas palavras e ações. Não existe nada mais lindo que isto. Conheci o Chefe de vocês que criou na terra o escotismo. Ele veio para isto, era sua missão. Obra do altíssimo. Estivemos juntos em um planeta distante. Ele já está subindo degraus para chegar bem perto “Dele”. Nosso Deus supremo. Poderia ter feito esta jornada de outra maneira, mas fiz questão de estar aqui. De todos os excelentes Escoteiros do mundo senti nesta tropa uma força muito diferente do que encontrei em minhas viagens siderais. Aqui vocês tem o amor no coração. Não vi ódio, não vi rancores. Vi coisas que dificilmente se poderia esperar de alguém que mora em um planeta como a terra.


             Chefe, oh! Chefe! Ele falou tantas coisas bonitas e antes da chegada do vento sul que começou a soprar calmamente ele partiu. Seu pensamento vibrava com o nosso. Ali só se falava de amor ao próximo, de ajuda ao próximo. De ser um bom Escoteiro, um bom filho e um bom aluno. Piegas Chefe? Pode até parecer, mas quando aquele menino Escoteiro das Estrelas veio ao nosso grupo pela primeira vez, já sabíamos que ali estava um espírito de luz, tanta luz que como ele disse, teríamos que estudar muito e crescer além da imaginação para chegar lá. Mas um dia, um dia iremos chegar!

Lord Baden-Powell, cidadão do mundo.



Lord Baden-Powell, cidadão do mundo.
(22/02/1857 – 08/01/1941)

Será que hoje todos os Escoteiros do mundo estarão reunidos com as mãos entrelaçadas cantando uníssemos a linda Canção da Despedida? Até que pode ser, até que poderíamos cantar que não é mais que um até logo, não é mais que um breve adeus. As lembranças do nosso Impeesa o Lobo que nunca dorme permanece vivo na mente de todos os Escoteiros deste pequeno planeta que habitamos. Na mente, no coração o espirito de BP é imutável e acredito que de todos os heróis do mundo ele será lembrado por toda a eternidade.
  
Lord Robert Baden-Powell "BP" - Chefe Escoteiro do Mundo, o nome de Baden-Powell é conhecido e respeitado em todos os lugares como o homem que, em seus 83 anos levou duas vidas separadas e completa, um como um soldado lutando por seu país, e outra como um trabalhador para a paz através da fraternidade do Movimento Escoteiro. Fundador original do Escotismo, Lord Robert Baden- Powell viveu por um lema interessante: Nós só temos um pouco tempo de vida, por isso devemos fazer as coisas que valem a pena, e fazê-las agora. Essa crença influenciou claramente sua visão da organização que ele estava a criar. Mas também continua a definir a verdadeira importância do Escotismo, a relevância e o impacto de seus programas, bem como o papel vital que os nossos grandes voluntários desempenham na tomada de Scouting o que é hoje. Em oito de janeiro de 1941, aos 83 anos de idade, BP morreu. Ele foi enterrado em uma cova simples no Nyeri dentro da vista do Monte Quênia. Em sua cabeça de pedra são as palavras "Robert Baden-Powell, Chefe Escoteiro do Mundo".

Ele sabia que ia partir e nos deixou a célebre mensagem de Peter Pan que todos conhecem. Hoje faz 73 anos que ele se foi. Saudades correm pelas fronteiras do mundo. No céu milhares de jovens transmitem suas mensagens de amor, amizade e fraternidade. Seu sonho de ver através do seu querido movimento Escoteiro uma união fraterna de todos os povos do mundo não acabou e nunca vai acabar. Ele vive na mente, no espírito e no coração dos jovens e adultos que participaram e participam deste movimento sem similar. Seu exemplo de vida ficará marcado para sempre no panteão dos heróis. Todos conhecem sua ultima mensagem. Mas aqui em nome de todos vocês eu faço questão de lembrar o que disse. Existem homens que sabem sua rotina e existem homens que fogem da rotina e estes se transformam em heróis da humanidade:

Escoteiros:
 Se porventura vocês tiverem visto a peça "Peter Pan", deverão estar lembrados de que o chefe-pirata estava sempre fazendo o seu "discurso de moribundo", porque receava que, possivelmente, quando chegasse a hora de ele morrer, não tivesse mais tempo para dizer tais coisas. Acontece quase a mesma coisa comigo e, assim, e embora neste momento eu não esteja morrendo - qualquer dia destes eu morrerei - , quero enviar a vocês uma palavra de despedida. Lembrei-me de que será a última vez que vocês ouvirão minhas palavras. Portanto, pensem bem nelas. Eu tenho tido uma vida muito feliz e quero que cada um de vocês também tenha uma vida feliz. Acredito que Deus nos colocou neste mundo alegre para que sejamos felizes e para gozarmos a vida. A felicidade não provém do fato de ser rico, nem meramente de ter sido bem sucedido na carreira; e, tampouco, de sermos indulgentes para com nós mesmos. Um passo na direção da felicidade é o de tornar-se saudável e forte enquanto se é ainda um jovem, de sorte que possa vir a ser útil e, dest'arte, gozar a vida quando for homem.
O estudo da natureza mostrará a vocês quão repleto de coisas belas e maravilhosas Deus fez o mundo para vocês gozarem. Alegrem-se com o que receberam e façam bom proveito disso. Olhem para o lado brilhante das coisas, ao invés do lado sombrio delas. Contudo, a melhor maneira de obter felicidade é proporcionar felicidade à outras pessoas. Tentem deixar este mundo um pouco melhor do que o encontraram e, quando chegar a vez de morrerem, possam morrer felizes com o sentimento de que, pelo menos, não desperdiçaram o tempo, mas sim fizeram o melhor que puderam. Estejam preparados, desta maneira, para viverem e morrerem felizes, sempre fiéis à Promessa Escoteira de vocês, até mesmo depois que deixarem de ser jovens - e que Deus os ajude a cumpri-la. “Vosso amigo, Baden-Powell.”


Sempre Alerta meu grande Chefe. O escotismo graças a você ainda existe e nunca vai acabar!

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

O esforço para fazer a promessa.


Conversa ao pé do fogo.
O esforço para fazer a promessa.

- Eu me lembro até hoje de como foi difícil para “tirar“ as provas de Noviço.  Uma época que tínhamos de “ralar” para se conseguir um distintivo, uma especialidade. Quando você via um com Segunda Classe podia se orgulhar. E a Primeira Classe? Ali estava um Escoteiro padrão. Era função do Monitor e eu sempre a pedir a ele para me aprovar logo. – Calma Escoteiro, ele dizia. Vamos com calma, dê tempo ao tempo. São três meses para você fazer seu “estágio”. Eu louco de vontade de vestir meu uniforme. Foi conseguido com sacrifício, pois era de família pobre. Comprei peça por peça. Todos os dias eu o olhava com carinho. Estava perfeito no guarda roupa. Engomado. Aprendi com o Monitor como passar e engomar quando necessário. O cinto já havia recebido várias “graxas” para “amaciar” o couro e fazê-lo durar mais. O metal brilhava, pois eu não economizava na pasta de dente (usada naquela época para manter o metal e seu brilho). 

Aguardava com ansiedade o dia da minha Promessa. Já sabia ela de cor e salteado e tinha até treinado em frente ao espelho, a “pose” que iria fazer. Só quem passou pôr isso sabe o valor da Promessa. Naquela época ninguém vestia o uniforme antes da promessa. Acho que foi por isto que sempre me orgulhei em vesti-lo. Lembro-me do Chefe mandando voltar para casa, jovens que chegavam com ele. A disciplina fazia parte da nossa tropa. Nosso Chefe dizia que precisamos aprender o tempo certo para tudo. – Você não precisa correr para alcançar seus sonhos. Sua luta no dia a dia lhe dará força para conseguir todos eles, os sonhos de sua vida.

- Entendia perfeitamente o significado da Promessa e da Lei Escoteira. - Era sempre assunto no “Conselho de Patrulha”. A Corte de Honra tinha aprovado minha promessa e o próprio chefe conversou diversas vezes comigo a respeito. Mamãe ria quando me via no espelho - De novo filho? De novo sim. Eu sempre me olhava com o uniforme e me orgulhava. Lembro-me que o Chefe disse um dia que Baden-Powell nosso fundador dizia que o uso correto do uniforme e a elegância na aparência, tornam-nos motivo de credito para o movimento. Por outro lado um Escoteiro desleixado, mesmo vestido, pode causar aos olhos do público uma péssima impressão sobre todo o movimento Escoteiro. E ele dizia que se lhe mostrassem alguém assim ele iria provar que aquele Escoteiro não conseguiu pegar o verdadeiro Espírito Escoteiro. Completava – Ele não se orgulha de ser um membro da nossa grande Fraternidade.

Marcou-me profundamente estas palavras. Daí em diante iria me portar com um verdadeiro Escoteiro, não só nas palavras e ações, mas também na minha apresentação pessoal. E Quando chegou o dia da minha promessa foi o mais feliz em minha vida. Aquele uniforme tinha um valor tremendo. Lutei pôr isto. Mereci usá-lo. Os desafios das demais provas seriam mais fáceis agora.

Nunca mais esqueci aquele dia. A Promessa Escoteira marca por toda a vida! Ela nunca vai ser esquecida e olhe, não importa a idade. Desde menino até a idade da saudade. Quem fez sabe disto.

“Prometo, pela minha honra, fazer o melhor possível para cumprir meu dever para com Deus e a minha Pátria. Ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião e obedecer a Lei do Escoteiro”!