Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Você já passou por isto?



Crônicas de um Chefe escoteiro.
Você já passou por isto?

Novo emprego.

                  Seu Chefe resolve apresentar você a todos. - Este é fulano. Um dos mais antigos, este é ciclano, entende de tudo, na dúvida pergunte a ele. E este é o Escoteiro. Trabalha bem, mas só fala em escotismo. Não gosta de outros assuntos. O Palmeirense tenta falar de futebol e ele fala em acampamentos. O Corintiano tenta falar do clássico de domingo e ele? Da excursão com seus lobinhos. Na mesa da hora do almoço fica anotando. O que é perguntam? Esboço da reunião de sábado. Preciso de um jogo novo! E por aí vai. E o pior ou quem sabe o melhor já levou mais de cinco daqui ao seu grupo. Se deixar ele monta aqui um Conselho de Chefes, mas olhe é bom sujeito. Trabalha bem e só falta para ir a Jamborees, Ajuris, Aventuras escoteiras, mas paga direitinho nas folgas. Enfim, eu mesmo já pensei em entrar no Grupo Escoteiro dele!

Reunião de pais no colégio.

               Só ele fala. A professora começa e ele pede a palavra. A diretora assiste a reunião e até gosta dele, mas o pai acha que tudo ele conhece. Um dos pais fala baixinho para uma mãe que está ao seu lado. – Quem é ele? – Chefe nos Escoteiros. Tem muitos anos que está lá. Dizem que os chefes dos escoteiros entendem tudo. Conhecem os jovens, sabem o que eles querem. – Mas aqui ninguém fala? – Claro que sim. Mas se prepare. Você fala e ele rebate. Numa boa, é educado. Mas como fala meu Deus! Eu já aprendi. É melhor ficar na minha!

Um domingo no ônibus.

             Você vai visitar um amigo, um parente, pega o ônibus ou o metrô e pensando na vida entra dois e param junto a você. Você não quer entrar na conversa, é educado. Mas não dá para evitar. – Eu disse a você, fala um – Eu sei que disse fala o outro – Valeu a pena o curso, você devia ter ido – Não deu mesmo. A família tinha um aniversário. Se faltasse já viu né? Precisava ver a equipe do curso. Nunca vi gente assim. Boa demais. – Conhecia alguns deles? - Não. Já vi um em uma assembleia, mas os outros não. – Todos tinham mais de três tacos? Só dois. Tinha um com quatro tacos. Menino! O cara era bom mesmo! Mas não vou desfazer dos outros. Um deles super técnico. Ensinou-nos técnicas que se hoje precisasse me virava bem em qualquer mata.
            Os dois descem na sua frente. Você fica allí matutando. Que diabo era aquilo? Curso? Que curso doido! Tacos? Vai ver eram jogadores de beisebol! Mas jogar com três ou quatro tacos? É cada doido que aparece que a gente fica doido também!

Sentado na praça do bairro.

              Gosto de ir à praça. Achar um bom lugar para sentar e pensar na vida. Alguns da minha idade vão jogar baralho, damas e eu não. Estava ali há meia hora. Atrás de mim sentou um menino. Onze ou doze anos. Falava baixinho. Não deu para evitar e ouvir – Prometo pela minha honra possível melhor, - não, não é assim. Acho que é prometo pela minha honra fazer o melhor possível – Não sabia o que ele estava fazendo. Continuou o menino – Vou ser leal, sincero, vou ter uma palavra, eu juro! - Caramba! O que ele estava a fazer? Um juramento secreto? Ele continuou – Serei puro nos meus pensamentos, nas minhas palavras e nas minhas ações! Não aguentei mais, me virei e perguntei – Menino desculpe, não pude evitar em ouvir, você está treinado alguma peça teatral? – Não Senhor, sou um Escoteiro, estou aprendendo. Sábado farei minha promessa. Terei orgulho dela e quero falar para todos ouvirem!
              Sem palavras. Dizer o que? Acho que este escotismo é diferente. Acho que vale a pena conhecer melhor!

              Tenho muitas outras. Ficam para outro dia. Mas você sabe como é. Escoteiros são um “bicho” diferente. Não sabem falar outra coisa. O bichinho quando morde fica ali, não sai. Dizem até que isto não é bom. Parece coisa de alienado. Mas quem está lá não pensa assim. E viva os escoteiros! Deixem-nos! Adoram o que fazem e eu? Risos. Nem precisa falar precisa?

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Que alegria! Seja bem vindo a sede Regional!



Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Que alegria! Seja bem vindo a sede Regional!

                 Foi assim? Perguntei se foi assim que você foi recebido quando visitou sua região escoteira. Ou sua sede distrital. Ou a sede nacional em Curitiba. Os funcionários olharam para você e deram aquele sorriso? Logo te deram uma cadeira para sentar e um deles começou a perguntar como vai seu grupo, se está tudo bem, e que eles estão honrados com sua visita? Ofereceram um cafezinho? Disseram o que podiam fazer para ajudar? Afinal acredito que esta deve ser a postura dos funcionários de uma região não acham? Não dizem que os Grupos são a Célula Mater do escotismo? Não dizem que sem eles as regiões e distritos não existiriam? Eu não digo tanto. Nunca fui recebido assim. Sempre um ou outro levantavam um olho e abaixavam logo. Como se estivessem atarefados. Igual ao Coelho Maluco daquele filme. Se estivessem no telefone então... Ai é que a coisa “degringolava”. Como sabia como era eu dava risadas. Alí junto a eles. E eles me olhavam como se eu fosse também maluco!

               E os diretores? O Chefão? Ficaram surpresos em te receber? Ou perguntaram por que não avisou que ia? Quem sabe se soubessem poderiam programar um jantar no restaurante da esquina onde os escoteiros eram muito bem vindos. Afinal ele foi eleito por voces não? Ou será que foi balela e os votos foram uma questão de pró-forma? Não? Acho que não. Afinal eles e você sabem que temos um quarto artigo e que irão dar seu exemplo, pois são pessoas que alem de superiores (?) são amigos de verdade. De norte a sul temos muitas regiões. Algumas mais abastadas e outras menos. Algumas com dois ou mais funcionários outras só com um. Mas em todas elas acho que existe o respeito quando você adentra e eles sabem que você é um Escoteiro, pois não disse bem alto: Sempre Alerta? Se não foi assim tem algum errado.

               Olhe, nem vou falar na sede nacional. Nunca fui lá. Já vi em fotos. Parece linda. E por serem os maiorais do escotismo no país o tratamento deve ser soberbo. Soube que por telefone que informam tudo que perguntar. Resolvem todos os seus problemas. Acredito se der a sorte de encontrar lá um do quatorze formidáveis diretores do CAN então? E os mandachuvas do DEN? Minha nossa! Conhecer este pessoal vale por mil acampamentos no Pico da Felicidade. Eu mesmo se pudesse pegaria um avião e ia lá. Iria sentir honrado em conhecer algum deles, pois a maioria não se mistura a não ser em seu habitat onde vivem. Mas não vamos desfazer deles. Tenho certeza que na sede regional qualquer um que chegar lá terá um tratamento VIP. Não importa se você é o Zé das Quantas da cidade de Sapo Morto ou se você é recém-chegado do exterior onde era um CEO ou um BOSS famoso do escotismo de lá.

                Claro, sei que tem uns que só sabem reclamar. Afinal estes funcionários ganham pouco. Sacrificam tempo para ajudar você em seu grupo. E vamos entender que um diretor ou presidente não tem salário. Estão ali sacrificando seu lazer, sua família, enfim foram eleitos contra a vontade deles. Se pudessem passariam o cargo para frente na próxima eleição. Mas vamos ser sincero. Somos um movimento fraterno. Não sei se nestes órgãos somos reconhecidos como ponta de lança do escotismo. Mas olhem, eles estão lá para isto. E você sabe, não é você quem precisa do escotismo é o escotismo que precisa de você. E eles são o escotismo hoje. Portanto são eles que precisam de você. Não se engane. Se não é bem tratado abra a boca no mundo no próximo Conselho ou Assembleia. Afinal você também não tem salário e costuma gastar mais que eles não?

                Seja pessoalmente, seja por telefone você é membro do escotismo, e você paga uma taxa anual. Seja o mais simples lobinho ao mais alto dirigente todos tem os mesmos direitos. Não são vendedores de lojas que estão sempre com um sorriso, mas são escoteiros! Devem dar a você um tratamento formal e alegre e sejam eles funcionários ou diretores. Afinal não dizem que o exemplo vem de cima? Se não conhece ninguém e tiver a felicidade de participar de um curso escoteiro, não vá pensando que o dirigente ou o formador líder é alguém do outro mundo. Ele é como você. Tem pernas, braços, cabeça, alma e coração. Está ali para ajudar você e nunca para ser endeusado. Espere que ele lhe dê as mãos, as boas vindas. É obrigação dele. Sem essa de que ele poderia estar com a família, pois ele gosta do que faz. Adora isso. E olhe tem muitos que darão tudo para estar ali no lugar dele e a fila é grande. Você sabe disto. Portanto levante a cabeça, não seja orgulhoso, não diga nada, deixe que eles digam e se aproximem de você. Isto é escotismo. Uma mão lava a outra e duas lavam o tacho, não é assim que dizem?

                Escotismo. Uma escola de cidadania, de respeito de amor e fraternidade. Todos deveriam pensar assim. E olhe, seja bem vindo aos meus escritos, uma honra ter você como leitor. Se pudesse iriamos tomar um cafezinho juntos para realçar a bela amizade que vai existir entre nós!  E que a alegria reine no mundo encantado das regiões e da direção nacional. E como diria o falecido Chico Anísio - ”É verdade istoTerta?”.   

A chuva.



A chuva.

      Ela chegou. Uma espera inolvidável. Quanta espera. Chegou agora. De mansinho, dizem que é das boas. Daquelas que chegam sem barulho. Duram horas, dias e tem casos de semana. Adoro a chuva. Não importa onde. Pode ser em casa, viajando de trem. Nem posso falar. Pela janela do trem ver a chuva cair é um espetáculo inesquecível. Alí vai ele, o trem. A correr pelas campinas sempre ao lado de um rio caudaloso ou não e a chuva cai. Que saudades!

      Estava na varanda, pensando no vento que soprava. Devagar. Calmo. E eis que ela chega. Trás uma gostosa brisa. Fresca. Espanta um pouco o calor de trinta e seis graus. Gostosa. Doce. Me lembrei de acampamentos. Quantos e quantos a chuva chegou. Às vezes brava. Gritante. Raios enormes e trovões que ribombavam o céu. Outras aquelas que não faziam barulho. Simples. Calma como a dizer não se assuste Escoteiro. Só vim molhar a terra. Estava seca. Precisava de mim.

      Na barraca, ouvir os pingos na lona, é uma musica suave, gostosa, como um cantar da mamãe nas noites de chuva para me fazer dormir. Tempos que já se foram. As madrugadas, a chuva não para. Abrir a porta da barraca, sentir o cheiro da terra! O farfalhar das árvores, a floresta falando baixinho chove chuva. Maravilhoso! Chove chuva. Quantas melodias me vêm a memoria. Prefiro uma só. Saudades de tantas, deixa chover!

Chuva
O céu está fechado escuro me parece vai chover no meu jardim
Depois que você me deixou nunca mais choveu em mim
Como esquecer todas as noites que a gente se amava sem pensar
Não tinha luz fazia frio e a chuva nos molhava.

Chove chuva, chove vem lavar esta saudade.
Leva do meu peito as lembranças que me invadem
Chove chuva, chove vem lavar esta saudade.
Lava do meu peito as lembranças que me invadem
Por favor.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O escotismo e as eleições.



Crônicas de um Chefe Escoteiro.
O escotismo e as eleições.

              Tema difícil. Danadamente difícil. Votar? Escolher? Sujam minha varanda de papeis, passam gritando na rua. Propostas e mais propostas dos candidatos. Cada um alardeando mais e mais o que vão fazer e sabemos de antemão que não irão fazer nada. Principalmente vereadores. A função deles é outra, mas poucos sabem disto. Prometem fazer coisas que nem o prefeito vai conseguir fazer. Este é o nosso país. Temos que escolher. Nenhum deles até agora disse o que fará para a juventude. Só pensam em escola o que é importante, mas não o excencial. E o escotismo? Esqueçam. A maioria nem sabe o que é isto. Nunca foram do movimento.
       
               Temos alguns candidatos escoteiros espalhados pelo nosso país. Não conheço suas propostas. Poucos procuram a gente para dizer o que vão fazer. Acho que só pessoalmente. Eles têm receio de se aproximar. Ainda com aquela mentalidade retrógada do passado achando que não devem.  Amigos já deram a ideia de uma união em torno deles. Sei não. Somos escoteiros, mas poucos lutam para termos representantes que podem lutar por nós onde estiverem. Somos tão fracos que a própria UEB tenta fazer uma frente parlamentar Escoteira. É uma tentativa válida. A dúvida é se ela vai falar somente nas eleições e depois desaparece. Se muito deles não tiveram uma formação Escoteira quando jovem não será fácil montar esta frente.

              Enquanto religiões, organizações diversas como sindicatos e ONGs tentam colocar lá seus candidatos e lutam por eles nos nada fazemos. De quem é a culpa? Claro que é nossa. Não engajamos na proposta. Diziam antes que somos apolíticos e estamos aí ao Deus dará! Temos receio de ser ludibriados e cá prá nós, a maioria já escolheu seus candidatos e não vão mudar. Estou em Osasco SP. Aqui não vi falar se tem alguém. Quando digo alguém deveria ser um Escoteiro ou um ex-Escoteiro, que viveu no movimento pelo menos por dois anos. Só ouço um barulhão e panfletos à vontade sujando tudo pela frente. Promessas mil. Em São Paulo uns dois ou três candidatos que foram ou são escoteiros. (Não sei se tem mais). Um deles ex-presidente da Região. Boa pessoa. Se estiver engajado nas ideias de BP seria uma boa escolha. Mas seu trabalho junto aos escotistas dizendo do seu programa eu desconheço. Entre eles existem um medo generalizado de postagens nas redes sociais principalmente as predominantes escoteiras e ficarem mal vistos.
              
              Nada mudou com nossos adultos escoteiros. Brigam com qualquer um que discordam de suas ideias. Quando se fala em candidatos escoteiros poucos se manifestam. Muitos defendem de corpo e alma que o escotismo não deve se meter em politica. Mas sabem? Nos grupos, nos distritos, nas regiões e na própria UEB se faz politica. E muitas vezes da pior qualidade. Neste caso todos se calam. Um amigo comentou que são poucos que discutem ou se importam com diversas situações por que passa o movimento escoteiro. Eles partem da premissa que, por sermos escoteiros, somos todos bons, e a isso somamos o temor reverencial que têm alguns por nossos dirigentes, e o que vai acontecer ao movimento não importa e sim o que fazem no momento. Acostumaram que em nossa instituição tem muitos na direção que estão lá há mais de vinte anos mandando e desmandando. Para estes pouco importa se há continuidade ou continuísmo.

              Mas precisamos repensar o escotismo. Começar a mudar nem que seja por parte de uma meia dúzia. Lutar por nossos direitos e podemos começar escolhendo alguns destes candidatos escoteiros mesmo que possam trazer decepções futuras. Se não procurarmos eleger um deles outros serão eleitos. Esqueçam-se da Mulher Abóbora, do Ponta de lança do time tal, Do Palhacinho Troca Letras. Não é hora de repensar e acreditar que só lutando podemos conseguir ter o apoio que precisamos? Até hoje não tivemos. Nossa autoridades educacionais não nos dão valor. É isto que queremos para toda vida? Vamos dar um crédito de confiança. A luta é árdua. A cada dois/quatro anos nova escolha, mas não podemos desistir. Sei que a maioria não vai se importar, mas tem que haver um começo e o começo pode ser agora. Quem sabe isto vai significar muito para os nossos netos escoteiros do futuro?

EU APOIO CANDIDATOS QUE FORAM ESCOTEIROS POR PELO MENOS DOIS ANOS.

Carta aberta ao Senhor Baden Powell.



Carta aberta ao Senhor Baden Powell.

Prezado Senhor Baden Powell.

                Desculpe esta liberdade de lhe chamar pelo nome e não pelos títulos que recebeu aí na sua boa Inglaterra. Sei que foi homenageado pela Câmara dos Lords e pela Rainha recebendo os títulos de Lord e Sir pelo seu relevante trabalho junto aos jovens, alem do que foi aclamado como herói desta nação pela sua brilhante passagem no exército inglês. Inclusive me perdoe por escrever ao meu amigo diretamente sem usar os trânsmites legais aí no céu. Mas saiba que não tenho nenhuma pretensão de ser além do que sou. Não tive o prazer de conhecê-lo pessoalmente. Nasci cinco horas depois que o meu amigo partiu para a eternidade. Acho que no dia oito e nove de janeiro do próximo ano ambos completaremos 72 anos, claro eu de idade e o Senhor da partida aqui do planeta terra.  Mas vou ser sincero. Parece que o conheço de longa data. Li muito ao seu respeito. E desde que entrei para o escotismo como menino que tento ser conforme o Senhor deixou em seus ensinamentos.

               Mas vamos ao assunto principal desta humilde missiva. Sei que não me conhece e acho que nunca ouviu falar de mim. Meu nome é Osvaldo Ferraz, moro em São Paulo capital, em um lindo país chamado Brasil. Estou preocupado com os rumos que está tomando o escotismo aqui. Eu nada posso fazer a não ser escrever e postar em blogs e no facebook o que penso. Risos. Desculpe. Blogs e Facebook surgiram agora numa maquinha que tem a internet como diretriz para aposentados como eu. Essas maquinhas dizem alguns falam muitas “asneiras”, mas com fundo de verdade. Para lhe ser sincero não sei como anda o Movimento Escoteiro lá na sua terra e em outros países. Aqui temos um Diretor Internacional que sabe de tudo e ajuda sempre nas mudanças que está havendo no escotismo por aqui. Ele é um expert em mudanças copiando dos outros suas alterações. Olhe Senhor Baden Powell aqui está mesmo tudo mudado. Os que estão hoje na liderança adoram mudar e sempre em nome dos novos tempos. Já mudaram tantas coisas que me sinto um peixe fora d’água.

               Se tiver tempo dê uma olhada no site da UEB. Acho que aí no céu deve ter internet banda larga não? O senhor vai encontrar dirigente trajando uniformes conforme suas escolhas pessoais. Tem agora um tal traje. Coloca-se uma camiseta com um símbolo Escoteiro e mais um lenço e pronto. Está devidamente trajado ou uniformizado. Tem outros com chapéus esquisitos. Não acredita? Veja no tal site que lhe indiquei. Vai ver foto de dirigente assim. E as atividades nacionais? Mais de trinta por ano. Não só deles da UEB e sim de cada região e cada distrito. São várias. Todos querendo mostrar que a sua é melhor e dizem por aí não tenho certeza e nem posso afirmar que a maioria é para fazer caixa. Não sei se é verdade, pois agora muitos vivem disto. Eles dependem dos registros para sobreviverem e com o preço nas alturas muitos não se registram mais. Claro a UEB dá uma colher de chá para os pobres. Coitados dos grupos escoteiros pobres. Dizem por aqui que escotismo é só para ricos. Não sei não. Muitos lutam para conseguirem manter seus meninos e meninas, ah! Desculpe. Agora as meninas tem vez nas patrulhas junto com os meninos. O Senhor sabe as Girl Guides para nós Bandeirantes foi criada para isto, mas como o modernismo hoje está de vento em popa agora nós temos as meninas. A FBB ainda existe, resolveu também ter os meninos. E olhe Senhor Baden Powell elas as meninas são o máximo. Em muitos casos superiores aos meninos. Ah! Esqueci, mande minhas lembranças a Lady Olave.

                 Bem, já falei do uniforme não? Totalmente descaracterizado. Uma barafunda sem tamanho e já estão fazendo outro. Eles adoram fazer isto. Mas sabe Senhor Baden Powell, aqui em meu país não conseguimos crescer. Já pensei em vários motivos e que são de domínio geral. Providencias? Algumas a quatro paredes feitas pelos dirigentes. Desculpe. Eles decidem tudo sozinhos. Os demais chefes acostumaram a receber a marmita pronta. Risos. E o pior poucos reclamam os demais aceitam orgulhosamente. Não sei se tomou conhecimento de um Chefe de Campo de Giwell Park, o Senhor John Thurman que em 1957 mostrou o que estamos fazendo e errando. Falou e escreveu coisas ótimas que os dirigentes atuais não levam em consideração. Uma pena. Já escrevi aqui sua carta diversas vezes. Não adiantou. Mas voltando ao crescimento. Hoje seu programa praticamente não existe mais. Por quê? Meu caro Senhor Baden Powell, dizem que vivemos uma nova era. Tudo moderno. Acampar como o Senhor fez em Browsea? Nem pensar. Sistema de Patrulhas? Alguns ainda fazem e faz pena ver tantas tropas onde o Monitor não é nada. Apenas um representativo de uma Patrulha de dois ou três que fica na frente com o seu bastão totem esperando o discurso do Chefe.

                   Olhe Senhor Baden Powell, sem querer ser dedo duro, tem alguns que me disseram que o senhor está ultrapassado. Dizem a boca pequena que o Senhor sempre foi “milico” e só sabe dar ordens e viveu a vida inteira marchando! Risos. Desculpe Senhor Baden Powell. Mas eles agora sabem como salvar o escotismo e olhe poucos ainda falam em seu nome. Quando mudam dificilmente colocam seu nome. Seus livros servem para sabe o que foi no passado e não como deve ser agora. As etapas de classe? Esqueça Senhor Baden Powell. Aqui no Facebook fico sabendo que os jovens agora tem especialidade a escolher em ciências, tecnologia, desportos, e habilidades escoteiras. Neste último quase ninguém tem ou se interessa em ter uma de Acampador, Socorrista, Sinaleiro, Construtor de Pioneirias, Cozinheiro, Mateiro enfim aquelas velhas atividades que nós os velhos escoteiros tínhamos no passado. Sabe Senhor Baden Powell acampar hoje é um emaranhado de misturas de lobinhos, escoteiros seniores e pais. Aqueles acampamentos só com a tropa quase não existem mais. Pudera. Tem tantas normas que muitos desistem de antemão.

                      Senhor Baden Powell sou sincero. Quando ainda temos a frente das tropas ou alcateias Escotistas que se preocupam em reconhecer o valor do escotismo aventureiro, ainda vá lá, mas se quiser percorrer as fotos que andam por aí só verá chefes fazendo. É Chefe aqui, Chefe ali, caramba! Pensei que o escotismo era para os jovens e não os chefes!  Aprender a fazer fazendo? Nunca. O chefão sempre é quem faz mostrando para os meninos e as meninas que ele é o maioral. Morro de rir deles Senhor Baden Powell. Falam de tecnologias, de modernidade e quando estão em bandos (nunca em patrulhas) sabem o que fazem? Brincam no barro, rastejam, andam nas Falsas Baianas, Comando Crow, enfim não sabem fazer outra coisas.  Desculpe Senhor Baden Powell eles não tem culpa e saiba que tem muitos ainda que fazem um bom escotismo dentro do método que o Senhor nos deixou. Agora temos cursos diferentes do passado. São cursos para administração, para assessores, e alguns técnicos, mas sem aquele “Tchan” aos moldes dos aplicados em Giwell Park. E os manuais? Uma infinidade. Livros? Nunca vi tantos. Mas olhe Senhor Baden Powell os cursos são mesmos diferentes. Lembra quando começou com eles em Giwell Park? Quando ficávamos em uma Patrulha acampados, vivendo o que o menino e a menina deveriam viver em um sistema de patrulhas? Mudaram tudo. Agora impera as novas normas técnicas de ensino. Cozinhar no campo ficou no passado. Dormir sob barracas nunca. Têm dormitórios, lanchonetes, refeitórios e se podem pagar uma taxa as comodidades de um mundo moderno está lá. Um deles me disse que o preço é pequeno. Inferior a um hotel cinco estrelas. Que coisa eim?

                      Bem Senhor Baden Powell não vou me alongar mais. Sei que já falei muito e até acredito que alguns amigos meus que estão por aí no céu contaram o que está havendo. Breve eu estarei aí também. Mas quem sabe aqui eles conseguirão acertar? Claro, nada como antes em que cada um era responsável pela sua autoeducação e que os chefes se preocupavam com os meninos, sendo amigo, irmão mais "Velho" e sem pensar em escalar cargos como agora. Os insígnias Senhor Baden Powell a maioria só se preocupam em ser formadores, em pertencer à alta direção e meu amigo Senhor Baden Powell tem cada um lá que faz pena. Colocam-se como se fosse uma cópia do Senhor que nada tem a ver com sua figura. Uma arrogância desnaturada, um tal de dizer que eu sei o que os jovens precisam e consultas? Só rindo Senhor Baden Powell. Eles não fazem. São mais que o Senhor. Sabem tudo.

                      Senhor Baden Powell eu teria muito mais coisa a dizer. Ficaria longo demais. Eu agradeço pela sua atenção em ler esta missiva que não é mais que um desabafo, de um "Velho" Escoteiro que ainda sonha que podemos fazer o escotismo conforme o Senhor idealizou, com seus métodos e programas claro, pequenas adaptações da época moderna. Eu senhor Baden Powell acredito que se déssemos aos jovens um pouco do passado com alguns toques do presente iriamos acertar em cheio. Mas do jeito que anda as coisas em breve todos os jovens estarão fazendo escotismo virtual, sentados em uma poltrona e sonhando com o que não tiveram oportunidade de ter. Sabe Senhor Baden Powell eu gostaria mesmo de fazer esta experiência. Uma nova tropa fazendo o escotismo do passado, aventureiro, acampador e provar para os dirigentes que isto sim, é o que os jovens querem. Atividades escoteiras verdadeiras, pois o modernismo eles já tem em suas casas, na escola e junto aos amigos. Deixem-nos fazerem lá suas atividades modernas. No grupo e no campo irão aprender cidadania, atividades mateiras, aventureiras e tenho certeza que a evasão cairia pela metade ou muito mais. Mas enfim, não sei se isto um dia vai acontecer.  

                      Vou terminando por aqui. Desculpe ter tomado seu tempo ai no céu. Receba meu abraço cordial e sinceras manifestações de amor e consideração. Receba também o meu Sempre Alerta (desculpe aqui no Brasil é SAPS) Do seu amigo,
Osvaldo Ferraz.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Os Sete Perigos




Acredito que muitos novos amigos não conhecem este artigo de John Thurman. Nada melhor que republicar aqui. John Thurman foi durante muito tempo Chefe de campo de Giwell Park. Tem muito ainda de atual. Nada que possamos dizer – Não somos mais assim! Será?

 

Os Sete Perigos

Por John Thurman - agosto de 1957 (chefe de campo de Giwell Park)

Recuperado pelo Chefe Maurício Moutinho

Existem sete perigos para o Escotismo, para os quais, me parece, devemos estar alertas e tomar cuidado:

1. Complacência, do tipo de pessoas que pensam: "há cinqüenta anos temos trabalhado assim e temos feito um bom trabalho, portanto continuemos assim". Recordemo-nos que o trabalho para os rapazes de hoje tem que ser feito pelos homens do presente. Estou tão orgulhoso, como qualquer outro Escotista, do nosso passado, mas isso não nos leva a parte alguma. Há, hoje, muito mais a ser feito do que houve em qualquer outra época e o máximo que o passado pode fazer para nós é inspirar-nos para um maior esforço;

2. Centralização. Acampamentos Nacionais, Regionais e Jamborees são muito bons, mas quando muito freqüentes, podem ser desastrosos. Devemos dar ao Escotista a maior oportunidade possível para trabalhar com a sua Tropa e infundir-lhe os bons princípios e não juntar os rapazes em grandes massas para um grande espetáculo. Às vezes existe tal número de atividades organizadas pelo Distrito ou Região que praticamente não resta tempo ao Escotista para trabalhar com as Patrulhas ou Alcatéias;

3. Super administração e não suficiente capacitação. Gostaria de sugerir-lhes dar uma olhadela nos orçamentos e balanços, para verificar se aquilo que gasta com papelada e administração está equilibrado com o que se emprega na capacitação técnica. Ambas as coisas são necessárias, porém mantenhamos o equilíbrio.

4. Seriedade Demasiada. O Escotismo é algo sério, contudo, uma das grandes coisas é a alegria de participar dele, isso tanto para os dirigentes como para os rapazes. Em alguns países, há o perigo de se pensar em termos educacionais ou psicológicos e, enquanto fazemos isso, perdemos muito da nossa condição de "amadores". E vocês todos sabem que como amadores somos bons, mas como profissionais somos péssimos. Somos uma parte complementar na vida do rapaz; complementar na escola, dos pais, da igreja, e, mais tarde, do trabalho.

6. Austeridade demasiada. Acho que tendemos a nos fazer demasiado respeitáveis e a nos converter em um movimento para apenas os rapazes bons, em vez de levar o Movimento para os rapazes que dele necessitam. O Escotismo nasceu em 1907 entre meninos pobres e, se economicamente os rapazes melhoraram desde então, por outro lado moral e espiritualmente existem rapazes tão pobres como naquela época, que necessitam do Escotismo.

7. Trabalhar para fazer super escoteiros. Devemos estar conscientes, no que diz respeito a adestramento, de não tratar de começar um curso a partir de onde deixamos o anterior, sem pensar que necessitamos começar e recomeçar sempre pelas bases e os princípios para progredir a partir destes.

Para terminar, recordemo-nos que Baden-Powell, em 1938, proclamava com orgulho e alegria o número de três milhões e meio de Escoteiros no mundo. Agora podemos ver um movimento que ultrapassou os oito milhões, (1957) devido justamente à sua simplicidade e ao prazer dos rapazes que tem sido contínuo.

Sem dúvida, Baden-Powell tocou o dedo em algumas das mais formidáveis idéias e práticas que levam os rapazes a segui-las com entusiasmo, e nos métodos, e modo de manejar e guiar os rapazes. É por isso que devemos nos manter o mais possível dentro da simplicidade, da alegria e do entusiasmo que ele inspirou.

OS ÚNICOS CAPAZES E POSSÍVEIS DE PÔR O ESCOTISMO A PERDER SÃO OS PRÓPRIOS CHEFES E DIRIGENTES.

Se nos tornarmos arrogantes, complacentes e a nos fazermos passar por demasiado auto-suficientes, então - e apenas com essas coisas - poderemos arruinar o Movimento.

Feliz palavras de John Thurman. O mundo está mudando, e a mudança que o escotismo tem feito não está dando certo. Muitos rapazes e moças estão saindo. Reclamam das atividades. Precisamos meditar.

Afinal estamos em 2012 não? O ano da esperança!

UM MILHÃO DE ESCOTEIROS EM NOSSO PAIS! IMPOSSÍVEL? NÃO!