Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

O tempo não para... Tonico foi para o SENAI. - Uma pequena história perdida no tempo...



O tempo não para...
Tonico foi para o SENAI.

- Uma pequena história perdida no tempo...

                         Tudo aconteceu em um Acampamento no Rio Corrente. Tardinha no campo. Cozinheiros a postos. Gostosos sinais de fumaça subiam aos céus nos fogões nos campos de Patrulha. Cheiro de comida saborosa sendo preparada. Quatro patrulhas acampadas a uma légua da nascente do Rio Corrente. Avistei ao longe alguém vindo pela trilha da Fazenda Três Rios. Era o Pai de Tonico Ponciano sub monitor da Onça Pintada.

                          – Chefe Posso falar com Tonico? Notei que ele explodia de contentamento. – “Chefe ele passou na prova do SENAI para Torneiro Mecânico”... Contou com uma alegria sem par. Tem de ir segunda para a capital! Precisa ir para casa hoje para fazer as malas!

                          – Tonico olhou para mim sem saber o que dizer. Seu pai sorria e ele com lágrimas nos olhos.

                          – Chefe chegou minha hora? Disse ele.

                          - Eu sempre dizia que a hora de todos um dia ia chegar. Ele sabia que precisava crescer. Ficou alguns minutos chorando no meu ombro. Olhei para ele, dei um forte abraço e disse: Tonico, quando a vida te trouxer mil razões para chorar, mostra que tens mil e uma razões para sorrir!

                          - Ele partiu na garupa da biscicleta de seu pai e chorando nem olhou para trás. No campo Patrulheiros sem saber o que dizer dando adeus!

                          - E você meu amigo quando chegar sua hora chore. Mas também sorria, pois tudo tem uma razão de ser...

                         E por vários anos nunca mais vi Tonico. Como dizia o Chefe Mano Velho: - Vado Escoteiro, o destino não importa, siga seu coração e construa seu próprio caminho.

VIDA LONGA TONICO... A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS. QUANDO VOCÊ DÁ UM PASSO A FRENTE, INEVITAVELMENTE ALGUMA COISA FICA PARA TRÁS...

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Conversa ao pé do fogo. A Tropa de Monitores.



Conversa ao pé do fogo.
A Tropa de Monitores.

       Prefácio: - Você está sentindo que nem tudo está dando certo na sua Tropa escoteira? Os jovens estão desanimados, alguns saindo, uma evasão que não dá para estancar? É hora de ação, de mudar, se você quer dar um jeito nisto e acredita em seus monitores, este artigo pode ajudar você. Mas se você é um craque, se sua Tropa é um sucesso este artigo não é para você.
                    Sabe àquela hora de dar uma arrumada nas idéias? Pois é, a gente vai para a sede, olha a tropa e por mais que se dedique parece que nada dá certo. Quando inicia a reunião, faltam um, dois ou mais escoteiros de cada Patrulha. Os monitores perdem o sorriso. A formatura é feita de maneira desleixada. A inspeção é de tirar o ânimo. Aí você pensa: - Onde está o erro? Sua mente volta para o início do ano quando houve uma ótima participação e agora tudo se perdeu. Por quê?

                   Sabemos que durante o ano alguns desistem. Mas isto é certo? Até mesmo escoteiros que você confiava se foram. Você sabe que alguma coisa precisa ser feita, mas o que fazer? Já tentou mudar, novos jogos, técnicas, fez cursos, leu e até agora nada. Até mesmo o curso Ponta de Flecha (?) não adiantou muito.

                     O que fazer então? Se você tem em seu curriculum vários cursos de formação escoteira, se conversou com outros escotistas e nada resolveu então a “coisa tá braba”! - Precisa urgente de uma reciclagem e ou então se for IM lembre-se da sua canção de Gilwell que aconselha uma volta a Gilwell. Mas Existe um curso assim? Se existe não sei, mas vamos conversar melhor. Se você é daqueles que não desiste nunca o melhor mesmo é fazer uma reciclagem. Olhe em sua volta e seus aconselhadores estão bem perto de você. Onde? Seus monitores meu amigo. Isto mesmo. Eles são a solução de tudo. Mas eles? Sim senhor! Afinal eles são os responsáveis para conduzir suas patrulhas. Eles devem saber o que está acontecendo talvez melhor que você.

                    Mãos a obra. Converse com seus assistentes. Diga a eles que vai precisar muito deles, pois durante certo tempo você vai viver mais com seus monitores. Explique por que. O programa não pode parar e os Subs monitores deverão substituí-los nos prováveis impedimentos que irão acontecer. Ideias feitas, programas na cachola parta com um sorriso para a próxima reunião de Tropa.

                    Comece normalmente. Deixe seus assistentes escoteirar. Mãos à obra. É hora de ouvir os monitores. Ouvir meu amigo e não falar! - Vá para um local calmo, sem barulho e comece assim – Amigos, vocês estão vendo que a tropa não anda bem. Muitos saindo. Outros desistindo. Crescimento nas etapas mínimo. Quero ouvir vocês para saber qual o melhor caminho para resolvermos a questão.

                   Eles irão olhar espantados para você. Sorria, não fale nada, só ouça. Não espere muitas respostas na primeira vez. Se não estão acostumados com uma dinâmica na tropa ou com os monitores a maioria irá ficar calada e outros dizer que ainda não pensaram bem. Na segunda e na terceira vez você vai ver a mudança. Prepare-se pode até ouvir o que não quer ouvir. Mas faz parte e, por favor, aceite!

                 Quando achar a hora certa pergunte a eles o que fazer. Anote tudo mesmo sendo coisas impossíveis de realizar. Conquistado a confiança comece com uma boa atividade. – Turma! Que tal uma excursão no próximo domingo só nossa? Vamos sair cedo, e voltamos à noitinha. Podemos quem sabe treinar um pouco de pista mateira ou fazer um fogão tropeiro, uma carne assada, um café que tal?

                 Anime, não fale com cara de tristeza, um sorriso conquista multidões. No caminho esqueça a fila, todos juntos cantando contando causos. Mostre agora que você é amigo e não um chefão. Na atividade deixe-os fazer tudo, se programaram. Esqueça os palpites, hora de fazer fazendo. Quer fazer? Invente algum para você mesmo e deixe-os criar e realizar o programa que fizeram. Um tapinha no ombro um parabéns, você está indo muito bem, canções, brincadeiras... É importante que você só oriente. Deixe-os aprender fazendo meu amigo!

                   A tarde chega, estão cansados, um cochilo. Um cochilo? Porque não? Meia hora faz muito bem para a saúde. Depois uma conversa ao pé do fogo. Trocar ideias, ouvir sugestões quem sabe um joguinho calmo. Hora do retorno hora da limpeza do campo. Viu que tudo foi improvisado. Qual o intuito? Se conhecerem melhor. Sempre achamos que conhecemos a todos e muita vez passam despercebidas outras tantas que desconhecemos. Ao chegar à sede tire meia hora para analisar com eles a atividade. Valeu? Que tal um acampamento?

                  É hora de sugerir a Patrulha de monitores. Você o Monitor um deles sub Monitor. Quem sabe um nome, um grito um lema. Vez ou outra pergunte se em algumas atividades os sub monitores deveriam participar. Bem você deu o inicio. A arrancada foi feita. É hora de partir para um bom programa de treinamento dos monitores. Mas não esqueça, ele é continuo. Nunca para. Se possível faça tudo para não prejudicar o andamento da tropa. Aos poucos procure ver se os monitores estão mais motivados, se conversam mais com seus patrulheiros, e se as reuniões de Patrulha acontecem normalmente com a participação de todos nas ideias e sugestões.

                   Durante uma vez por mês, faça uma atividade só com eles. Pode ser de poucas horas ou de um dia e não esqueça se quer conhecer a cada um para ser seu amigo e irmão mais velho, o acampamento é o lugar certo. Discuta com eles um acampamento para fazer história. Quem sabe um feriado, uma jornada, uma grande atividade aventureira. Só com eles. Não faltaram oportunidade com a tropa escoteira.

                        Lembre-se eles irão dar as melhores idéias para os programas de reuniões. Afinal eles sabem o que querem. Se conseguem ficar com a turma do bairro por anos fazendo seus programas porque agora não podem colaborar? Dê os retoques necessários, quem sabe atividades surpresas que eles gostam, mas sem imiscuir em suas ideias. Eles entraram no escotismo pensando em atividades aventureiras. Serviços comunitários, participação em atividades religiosas uma vez por ano. Repetir sempre? Veja a foto da atividade que fez há dois anos, quando foram fazer uma atividade comunitária. Quantos escoteiros ainda estão naquela foto hoje?

                       Meu amigo, a tropa quer ir para o campo. Querem atividades aventureiras. Os jovens adoram ter um facão na mão. Querem comer arroz queimado, querem fazer o que muitos contam que fizeram. Sentar em volta do fogo, cantar, sorrir e contar seus causos. Assim dê a eles o que eles querem. Não invente! Portanto conte sempre com eles para sugerirem e faça da sua Patrulha de monitores seus novos colaboradores.

              O importante para estancar o desanimo é fazer e não imaginar. Não prometa nada. Você já prometeu tanto e ação é melhor que promessas. Confie nos seus monitores. Deixe-os agir, comentar e sugerir. Faça as correções necessárias. mas sempre ouvindo o lado deles. Desejo a você sucesso na sua lide escoteira!

domingo, 4 de novembro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Os tempos são outros.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Os tempos são outros.

Prefácio: - Domingo, levantei com o novo horário de verão. Velhos Escoteiros não tem hora para dormir ou acordar. Na minha varanda me pus a meditar... Será que o Escotismo de hoje caminha para o Sucesso como pensou Baden-Powell? Quem viver verá!

                   - Chefe! Disse-me uma Chefe de Lobinhos. Os tempos são outros. Tudo nesse mundo tem que evoluir! É mesmo? Os meus ficaram no tempo que não volta mais. Mesmo sendo ainda teimoso determinado vou aos poucos moldando meu estilo e aceitando o que nunca aceitaria quando jovem escoteiro. Ops! Com ressalvas, por favor! Aceitando as mudanças sem concordar com elas. São tempos novos Chefe! Repete ela. A época do Brucutu já passou! Deixe as diligencias nos museus onde o escotismo do passado foi enterrado! Errado seria eu não aceitar.

                     Mas é tão difícil assim? Não seria eu um velho soldado escoteiro rabugento, cheio de manias querendo que tudo fosse como eu conheci e aprendi? Ah o lenço! O lenço era e foi para nós um símbolo do maior respeito. Promessa feita, o Chefe do Grupo (hoje mudaram para Diretor Técnico e dizem já mudaram de novo para não sei o que) orgulhosamente o colocava e dizia: Escoteiro, com este lenço você agora representa o Grupo Escoteiro em todo lugar aonde for. Honre seu lenço. Você só o recebia quando da promessa e só o colocava bem uniformizado. Lenço sem uniforme? Nem pensar. Hoje? Fizeram dela a sombra do meu passado. Usam-no de qualquer jeito. Arre! Tremo só de ver e pensar!

                    Promessa? Coração batendo, esperando chegar o grande dia. Um dia só meu, minha promessa o Chefe dizia: - Escoteiro será para sempre! Está preparado? Vibrar em frente à bandeira do Brasil, com o Monitor me apoiando com a mão no ombro e o Chefe me encarando: - Conheces a lei? Estás disposto a cumpri-la? E a gente com voz tremida dizia a lei de cor e salteado. E quando chegava a hora, tremendo de emoção fazendo à saudação a gente dizia sem repetir: - Prometo pela minha honra! Fazer o melhor possível, para... Não a gente prometia. E o Chefe completava: Escoteiro a promessa é para toda vida!

                    Hoje? Muitos renovando a promessa. Por quê? Renovar? Um simbolismo de dizer sempre alerta que ainda somos escoteiros? Mas eu o velho Chefe me calo. Se acham certo renovar bato palmas, mas eu, eu não. A minha foi para sempre!

                   Uniforme? Orgulho demais. Chapéu de abas retas, calça curta sim senhor, calça comprida nem pensar. Camisa bem passada e dentro da calça (Arre! Arrepio-me quando vejo o que acontece hoje). Uniforme é para usar e não ficar guardado. Em todas as horas, nas serras distantes, nas trilhas nas planícies, nas reuniões a gente sempre com ele. Se precisasse sabíamos lavar, passar ao sol. Camisetas? Alguns com elas por baixo e mais nada. O lenço de bolso o pente (obrigatório) unhas aparadas, sapatos engraxados, meiões nos padrões.

                 Não havia invenções. O lenço, o cinto, o sapato, o chapéu era colocado de olho no espelho. Hoje? Inventaram tanto para delicia dos novos dirigentes, os inventores, os novos Baden-Powell. Dizem que agora estão na moda mundial de alguns países que dizem ser do primeiro mundo. Tenho que respeitar, mas só fico pensando... E a camisa fora da calça? Coisa de primeiro mundo? Aceitar?

                  Respeito, quanto respeito. Até para o Monitor dizíamos sim senhor! Apresentar com estilo, nome, graduação era para nós uma honra. – “Terceiro escoteiro escriba da Patrulha Lobo se apresentando Chefe”! E lá vai a saudação, o aperto de mão sem esquecer um abraço e um sempre alerta dito gostosamente como a dizer: Eu estou bem preparado e tu? Hoje? Formações sem muita postura, Monitor dormitando escorado no bastão. Correto? Deve ser... Tudo agora é moderno.

                  Correção e guarda do material era questão de honra. Fui há tempos visitar um acampamento e vi coisas do arco da velha. No final da atividade no meio da ferradura havia diversos garfos, colheres, pratos, copos e até algumas peças de roupas para ver se tinham dono. Será que caíram do céu? Ora eles não foram parar ali por magia. Não houve inspeção? Que tipo de acampamento foi esse? Uniforme? Alguns sujos, mal cuidados, e o Chefe: - Ora meu caro Chefe Osvaldo, eles estão voltando de um acampamento, devemos considerar... Vá dizer isso para o meu Chefe Jessé ou João Soldado meu amigo.

                   Melhor parar por aqui. Não dá para engolir esses novos tempos. Novos? Se isto for garbo e boa apresentação eu tiro meu chapéu para o Escoteirinho de Brejo Seco. Humilde, com um sorriso nos lábios, uniforme bem postado velho sim senhor, mas limpo bem passado e bem postado. Afinal ele tinha um Chefe que o ensinou a ter garbo e boa ordem. Um dia me disseram para ficar calado, isto é o que os manda chuvas de hoje querem. E o que eles dizem e fazem é o exemplo para todo mundo. Eles? Aprenderam em que escola? Na minha não foi e garanto que na de Gilwell também não.

                   Não estou na ativa, mal consigo caminhar alguns passos, mas sou da velha guarda e não me calo, não mais fico “abestado” a aceitar com ressalvas. Na minha consciência meu velho e gostoso escotismo não vai mudar. Lenço? Promessa? Lei? Respeito? Uniforme? Para mim é como se fosse no passado, é ponto de honra. Mas você meu caro amigo tem todo direito de colocar o chapéu que quiser usar o lenço conforme acredita ser correto e escorar no pobre do bastão quando quiser. Não é o meu caso. Ah! Velhos e gostosos tempos de uniforme bem postado bandeiras ao vento para o acampamento nas terras do meu Brasil!