Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 19 de julho de 2014

O grande jogo do Ouro Misterioso.


Lendas Escoteiras.
O grande jogo do Ouro Misterioso.

                     Seria uma atividade de um domingo. Próximo ao Vale Cinzento. Disseram que seria filmado por uma emissora. Uma grande publicidade para o escotismo. Não podíamos ficar de fora. A vida pulsava com alegria em nossa tropa. Claro muitos esperando ansioso o dia em que iriam confraternizar com outras patrulhas. Diziam que estariam presente vinte ou trinta patrulhas. Talvez um pouco mais com as patrulhas femininas. Às oito da manhã partiram para a Matriz onde seria o ponto de encontro. Muitos lá estavam e como sempre a tropa do Chefe Jurema foi à última a chegar. Ele um rapagão de uns vinte e cinco anos, óculos escuros, chapéu de exploradores canadenses e uma vareta embaixo do braço. Chegou sem cumprimentar ninguém e deram o grito de tropa. Como sempre diziam que eram os melhores, iam arrasar. Nem o demônio podia com eles enfim um monte de asneira mais própria de times sem formação e que não sabiam ainda o que era uma fraternidade Escoteira.

           O distrital tomou a palavra e explicou o jogo. A conquista do Ouro Misterioso. Deu como ponto de partida uma parte do Vale Cinzento que ia da nascente até a estrada do Astro Rei que cortava boa parte do Vale. Ali estavam escondidos quinze lenços escoteiros. Todos numerados. As Patrulhas não precisavam seguir a ordem, mas para achar a pista final precisavam de pelo menos cinco lenços. Menos que isto não seria fácil chegar ao ouro perdido. A ordem era clara. Todos deveriam estar sempre juntos. Em cada ponto haveria um Chefe Escoteiro. Se a Patrulha dispersasse seria desclassificada. Às treze horas poderiam parar para o lanche. Obrigatório. Deu outras instruções e depois o debandar. Paulo Cobra Monitor da Caveira do Diabo (Como deixaram dar esse nome a uma Patrulha Escoteira ninguém sabia) se aproximou sorrindo e disse para Nonôvat – Não me esperava eim? Não tem para ninguém. Você sabe que somos os bons, os melhores da cidade. Melhor reconhecer agora e desistir! E começou a rir se dirigindo para sua Patrulha.

              O jogo começou guerra! Gritou o Comissário Distrital. Eram dez da manhã. Vai aqui, vai ali e a Patrulha Jaguatirica conseguiu achar três lenços. Faltavam ainda dois. Ao meio dia e vinte Nonôvat viu Paulo Cobra sozinho correndo sem a Patrulha. Não podia. Era contra as normas. Chamar um Chefe e dizer? Nonôvat preferiu ir atrás dele e ser sincero – Se continuar vou informar ao dirigente distrital. E ele sabia que faria isto. Correu atrás de Paulo Cobra que tinha subido em um penhasco proibido pela direção do jogo por oferecer grande perigo. Avisou sua Patrulha, deixou Leozinho no comando. Ao subir uns oitenta metros ouviu um grito de socorro. Avistou lá em bairro Paulo Cobra estirado em cima de um galho enorme de uma árvore. Desceu com cuidado.

              Paulo Cobra chorava. Gritava de dor. Dizia ter fraturado uma costela e o braço. Nonôvat achou que deveria ir buscar ajuda. Mas ventava forte e ele sabia que uma tempestade se aproximava. Deixar Paulo Cobra sozinho seria pior. Subiu na árvore. Galho por galho foi descendo Paulo Cobra. Ele gemia. Chorava e pedia sua mãe. Com muito custo chegou ao pé da árvore. A chuva caiu. Forte. Raios cortando pedras e árvores no fundo da garganta. Viu uma grande pedra que fazia uma espécie de caverna a uns quarenta metros. Pegou Paulo Cobra a moda Escoteira e o carregou ombro acima até a pedra. Não foi fácil. Ele era pequeno. Paulo Cobra forte, meio gordo. Nonôvat não desistiu. Chegou à pedra e protegeu o Paulo com sua blusa Escoteira ficando sem nada sobre a pele. Disse que ia buscar ajuda. Paulo gritou que não iria ficar só tinha medo. Muito medo.

             A chuva passou. Nonôvat pegou novamente Paulo Cobra e o colocou no ombro. Poderia ter ido buscar ajuda, mas Paulo Cobra choramingava, pedia para não ficar sozinho. Andava tropeçando. A cada cem ou duzentos metros parava para descansar. Viu que ia escurecer. Resolveu fazer um SOS. Acendeu um fogo com muitas folhas verdes. Com sua blusa presa em duas varetas tentava fazer no código Morse as letras S. O. S. difícil. Se conseguiu ou não a noite chegou. Mas menos de uma hora depois ouviu vozes.  Vários chefes chegando. Paulo Cobra foi levado por uma carroça de um sitiante. Nonôvat soube depois que quebrou duas costelas, uma fratura na coxa direita e no braço direito. Mas ia ficar bom. Levou sua Patrulha para visitá-lo em sua casa. Foi muito bem recebido. Paulo Cobra chorou varias vezes e pediu perdão por tudo que fez. Nonôvat o abraçou. Ficaram amigos para sempre.

                       Dois meses depois um “monte” de chefes adentrou a sede. Nonovat sabia que eram figurões da região e do distrito. A ferradura foi formada. O Chefe Ricardo usou da palavra para apresentar a todos. O Presidente Regional chamou Nonovat a frente. Ele se assustou. Que seria? Então ficou sabendo que iam lhe entregar a medalhar de valor. Ouro. Não era bronze e nem prata. Seria ouro mesmo. Acharam que ele mereceu. Nonovat segurou as lágrimas. Ele não era de chorar fácil. As patrulhas deram o grito. Nonôvat estava tremendo. Emocionado. Viu que seus pais também estavam lá. Todo o grupo se fechou em circulo fechado e deram o grito do grupo. Uma festa. Ele Nonôvat não sabia. No salão de festas muitos comes e bebes. Primeiro entraram os grandões, depois chamaram Nonovat. Ele educadamente disse que sua Patrulha fazia parte dele. Assim como as demais. Entraram todos. Até tarde da noite cantaram e brincaram. Nonôvat em hora nenhuma se sentiu superior. Ele sabia o que tinha feito. Ajudar um amigo Escoteiro. Não importa quem ele seja.

                       Nonôvat teve muitas outras histórias. Histórias que não serão contadas. Histórias de escoteiro de valor. História de Escoteiro amigo e fraterno. Aquele que pensa primeiro nos outros e que tem amor no coração. Dizem que cada coração tem uma sentença. Tem sim, Nonôvat tem a sentença de fazer o bem. Espírito Escoteiro antes de tudo. Soube que ele e seus patrulheiros sempre ficaram juntos mesmo quando passaram para Sênior. José Sanho, Marlon, Leozinho, Marcondes, Daniel um cozinheiro adorado e Zezé Ruaça. Uma vez eu disse para mim mesmo, tem gente que nasce para ser Escoteiro, tem gente que nasce para ser um grande Escoteiro e tem aqueles que nascem para dar o exemplo de humildade e amor com todos ao seu redor. Nonôvat, um Escoteiro que nunca será esquecido!  


Não vim a este mundo competir com ninguém. Quem quer competir comigo perde seu tempo. Estou neste mundo para competir somente comigo: Ultrapassar meus limites. Vencer meus medos, lutar contra meus defeitos. Superar dificuldades e correr em busca dos meus objetivos, já me ocupam muito tempo!

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Onde está o caminho a seguir?


Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Onde está o caminho a seguir?

Estava na praia com o meu pai, e ele me pediu para ver se a temperatura da água estava boa.
Ela estava com cinco anos, e ficou contente de poder ajudar; foi até a beira da água e molhou os seus pés.
 “Coloquei os pés, está fria", disse para ele.
O pai pegou-a no colo, caminhou com ela até a beira do mar, e sem qualquer aviso, atirou-a dentro da água.
ela levou um susto, mas depois ficou contente com a brincadeira.
 “Como está à água?" perguntou o pai.
 “Está gostosa", respondeu.
 “Então, daqui pra frente, quando você quiser saber alguma coisa, mergulhe nela".

Não sou mais o "Velho" estudioso do passado. Tento ler quando possível às novas mudanças, mas sinto dificuldades em interpretá-las. Meus olhos estão um pouco cansados. São tantas resoluções normas, artigos que fazem da minha cabeça um redemoinho. Sei que sem entender bem os novos ventos escoteiros não posso discutir os velhos ventos que já ser perderam no tempo. Antes achava tudo muito simples. Três ou quatro e o feijão com arroz ficava pronto. Hoje não.

Outro dia recebi um email de um jovem Escotista. Dizia – Leio seus escritos. Alguns bons outros não. Se não vai até um grupo trabalhar, melhor não ficar dando opinião. Eu estou em uma tropa. Amo o escotismo. Porque não faz como eu?  O passado Osvaldo ficou para trás. Agora temos outro escotismo. Mais moderno mais atual. Tente conhecer melhor para não ficar só fazendo críticas. Chamava-me de Osvaldo. Não chefe Osvaldo ou senhor Osvaldo. Até aí tudo bem. Fiz um exame de consciência. Tentei me colocar com a idade que tenho como um novo voluntário em um Grupo Escoteiro qualquer. Sabem? Eu não saberia preencher a tal ficha de inscrição. Muito complicada para mim. Tentei mas achei que não iria me enquadrar em nada. Mas suponhamos que fosse aceito. Teria um “assessor pessoal”, ele iria dizer no final se seria aprovado ou não. Afinal não é assim que funciona?

Passado alguns meses, vi em sonhos o assessor pessoal dizendo ao seu superior o seguinte – Olhe chefe, acho que o "Velho" não serve. Não me ouve e sempre discute comigo o que tento passar para ele. Veja, ele no primeiro dia já criticou a forma com que fazemos o cerimonial. Disse que devíamos ter uma patrulha de serviço ou matilha. Pode isso? Deixar para os meninos tamanha responsabilidade? O pior, nas reuniões fica dizendo aos chefes que não devem ficar dando palestras, por mais de 10 minutos, e que quando fizerem isso procurem um local adequado, etc. e etc. Completou. Depois de 10 minutos ninguém está mais prestando atenção!

E sabe o que mais? No acampamento. Criticou o tempo todo porque levamos os lobinhos, escoteiros, seniores todo mundo junto e fazíamos jogos e atividades escoteiras e devíamos fazer em separado. E olhe, falou um monte dos pais fazerem as refeições para todos. Usem as patrulhas, elas devem ser autônomas. Uma piada chefe. O cara não dá. É “carne de pescoço” vive cobrando que façamos pelo menos uma reunião de chefes por mês. Reclama de tudo. Acha que somos ásperos de vez em quando. E ainda quer que nos transformemos em anjos. Detesta uma piadinha e reclama dos meninos e meninas dizerem de vez em quando uns palavrões! E a Lei escoteira? Só reclama.

Cobra da gente tudo. Boa ação, treinamento dos monitores, um pouco de autonomia as matilhas, mais atividades e menos papeis coloridos. Fala sempre numa tal pontuação mensal. Reclama por que nos os chefes arrumamos a sede. Fala com nosso Diretor Técnico como se ele fosse sim o professor. Vive enchendo a paciência que não somos democráticos. Não ouvimos o que os meninos têm a dizer. Outro dia fizemos a promessa de seis de uma vez. Foi uma festa. Eles nos procuraram claro, sei que nosso grupo é bom. Sei que muitos estão saindo, mas eu disse a ele que nem todo mundo nasceu para ser escoteiro. Se quiserem ir embora xau!

Reclama sempre porque o distrito faz muitas atividades. Reclama mais ainda porque nós os chefes sempre vamos a Jamborees, Grande atividades escoteiras e os meninos não vão. Pode? Afinal somos adultos. Podemos pagar. Para isso trabalhamos. Quando eles crescerem poderá fazer o mesmo não acha? Olhe se fosse enumerar tudo o mandaria para a “Tonga da milonga do cabuletê”. O cara é carne de pescoço mesmo! E olhe, fique lá conosco uma reunião e você vai ver o "Velho". Só “enchendo o saco”!

É, o melhor é ficar na minha. São tantas atribulações e exigências que não iria ser aceito mesmo. Eu sei que sou um "Velho chato” mesmo. Não vou parar. Podem me chamar do que quiserem. Minhas idéias do que aprendi eu irei insistir até o fim da minha vida. Não sou perfeito eu sei, mas queira ou não é a única coisa que posso fazer. Lutar pelos meus ideais!


E por fim, o velho chato. Vocês conhecem um Velho Escoteiro chato? Ele é aquele que já viu de tudo, sabe de tudo, comeu de tudo, trabalhou de tudo na vida. Foi sapateiro, fazendeiro, caminhoneiro, lenhador, pescador, dentista e quem sabe Escoteiro. Na época dele ele serviu o exército e fez maravilhas que nem o Indiana Jones faria. Os peixes que ele pescava mal cabiam no mar. Adora falar sobre a guerra e sempre te dá conselhos QUE VOCÊ NÃO DEVE SEGUIR. A esposa dele não é chata, ela é uma velhinha carinhosa e cansada, sentada numa cadeira, fazendo tricô, que só quer te oferecer bolinhos, biscoitos e cafezinho. Se a velhinha é viúva, aí lascou tudo... Ela é boazinha, mas é triste e solitária, quando recebe uma visita faz questão de te tratar como um príncipe, mas você não gosta de velhinhas e tá morrendo de pressa! Só passou na casa dela pra fazer algum favor pra sua mãe. A principal função dos velhinhos chatos é tomar o seu tempo e gastar os seus ouvidos!

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Opiniões? Eu as tenho, mas acho que todos também têm.


Opiniões? Eu as tenho, mas acho que todos também têm.

                   Gosto de escotismo e falo muito sobre ele. Acredito que conheço o movimento como todos, melhor não, mas tecnicamente falando me considero um estudioso e expert no tema. Escotismo para mim não tem segredos. Afinal foram mais de sessenta e cinco anos e centenas de acampamentos, excursões viagens e dezenas de atividades aventureiras. Porque escrevo isto? Bem porque não até o momento não me imiscui em assuntos da copa do mundo e passo ao largo das eleições deste ano. Claro que sou brasileiro como qualquer um, mas sofri e torci pelo meu time. Não deu. Vou me esganar por isto? Daqui a um mês todos voltam aos seus times e apesar das tristezas a vida continua. Sou daqueles que ganhe o melhor e o melhor queira ou não foram os Alemães.

                     Está vindo ai as eleições. Opinar? Será que todos não têm já uma opinião formada? Cada um sabe onde aperta o calo e no fundo já tem seu candidato. Se gostar do que existe bata palmas e se não gostar pense se pode mudar seu modo pensar. O que não entendendo em nosso país é que bons candidatos como pedagogos, professores, outros profissionais que são homens e mulheres de caráter são preteridos por alguns que nada oferecem. Basta à fama para serem eleitos. Eleger um analfabeto que se diz “estudado”, eleger um cantor, ou jogador de futebol se ele merece tudo bem. Mas só porque canta bem? Só porque joga bem ou é divertido?

                      Nas últimas eleições escrevi um artigo em que dizia sobre escolhas e porque não os oriundos do escotismo? Bem ou mal eles são ou foram escoteiros. Mas eles não foram eleitos. Nunca são. União dos Escoteiros? Sei não. Dizem que somos apolíticos. Acreditam? Sei de muitos que aproveitam do escotismo nas eleições. Em nossas lideranças regionais e nacionais tem vários exemplos. Agora eu pergunto: - Porque eleger o Zé das Quantas quando podemos eleger alguém nosso, ou quem sabe quase nosso? Veja esta bancada Escoteira no Congresso Nacional que dizem trabalhar por nós, alguém já viu o que fizeram? Agora nas eleições eles irão aproveitar nosso potencial (se o tivermos é claro) e falarem que são Escoteiros para angariar nossos votos?

                     Que cada um faça suas escolhas, não importa o partido, mas, por favor, procurem ver um pouco da Lei Escoteira em cada um. Não vá você colocar um lenço no pescoço de um candidato. Seu lenço tem honra, tem glória e tem passado. Pelo menos respeite o esforço dos chefes e jovens do seu Grupo Escoteiro que um dia lutaram para fazer uma promessa e ter orgulhosamente o símbolo do grupo no pescoço. É rotina sempre nesta época nos aconselharem, a saber, o que nossos candidatos fizeram nos últimos quatro anos. Se alguém faz isto não sei, mas eu faço e por isto já apaguei da minha lista muitos deles. – Mas Chefe, o fulano me faz muitos favores! Tudo bem, mas ele é probo e tem a Lei Escoteira como principio de vida?

                       Eu não dou conselhos e nem aponto escolhas. Só lembro que em toda minha vida lutando pelo escotismo foram poucos que se declararam Escoteiros não só nas eleições, mas em toda sua vida. Repito sempre que não temos pessoas bem colocadas na sociedade brasileira, que vem dar testemunho do valor do escotismo na imprensa falada, escrita e televisada. Claro que temos excelentes homens, honestos, caráter ilibado que sabem do nosso valor e alardeiam aos quatros ventos. Mas os que são altos dirigentes empresariais, os altos dirigentes políticos e aqueles que se assanham com o poder nada dizem e nada fazem. Mesmo aqueles que já se foram procurem saber o que fizeram pelo escotismo.

                  Nosso país carece muito de homens dignos que foram Escoteiros e nos dão valor devido. Qualquer estudioso sabe que nos demais que tem o escotismo como fato que são bem aquinhoados com cidadãos que alardeiam sua condição Escoteira. Temos muito que mudar, mas por onde começar que cada um comece agora. Escolha bem e lembre-se nas eleições Escoteiras pense bem se o que você está elegendo merece seu voto. Se ele vai dar transparência em seus atos e se vai prestigiar você ouvindo suas opiniões.


Abraço fraterno a todos.