Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 31 de março de 2012

As travessuras da Matilha Marrom



As travessuras da Matilha Marrom

O Balu e a Bagheera estavam descontentes com o acontecido. Não foi a primeira vez. Se continuassem deste modo às providencias de aconselhamento teriam que ser outras. Afinal deviam ter pleno conhecimento da Lei do Lobinho e a matilha Marrom não era formada por lobos novos. A Alcatéia era mista e na Marrom havia três meninas e três meninos. Quase todos com mais de um ano no Grupo Escoteiro.

O que fizeram, ora, ora! Estavam todos em uma esquina e esperando as pessoas iniciarem a travessia da Avenida e quando o sinal ficava verde, escolhiam pessoas idosas para irem por traz e buzinar com grande algazarra uma Guguzela, bem perto do ouvido. Porque fizeram isto? Perguntaram. Ora Balu o sinal podia abrir e os carros passariam por cima deles. Só ajudarmos!

Bela ajuda. Existiram outras. Entraram em um jardim de uma residência, e ali colheram todas as flores disponíveis. Como nada entendiam do corte e como fazer, destruíram boa parte do jardim. O proprietário vendo aquilo os pôs para correr e foi até ao Grupo Escoteiro reclamar. De novo? – Bagheera perguntou. Hoje é o dia da mulher e íamos distribuir rosas e outras flores para todas as senhoras que encontrássemos!

Sem contar a boa ação que disseram ter feito, de amarrar com sisal todos os cachorros que encontraram na rua, uns com os outros e quando tinham uma matula de mais de 15 cães, eles fizeram uma grande algazarra em frente a um posto médico. Ora! Que boa ação foi esta? Perguntou o Balu. - Era para facilitar os donos encontrarem quando procurassem seu cão perdido!

Agora a Akelá precisava ser informada. Devido à viagem urgente ao interior motivado por enfermidade na família havia viajado. Voltaria no próximo sábado. Comentaram com o Chefe do Grupo que deu boas gargalhadas. Depois viu que não tinha agradado aos chefes. Parou de sorrir e perguntou o que fizeram a respeito.

Até agora só aconselhamos, tiramos pontos deles na reunião, estão sem se classificarem na contagem final para receberem o totem do Lobo Gris. Dois deles tem a entrega da segunda estrela suspensa assim como a primeira estrela de uma lobinha. Não sei se vai adiantar. A Akelá vai chegar e vamos tentar novas reprimendas. Quando falamos em trocar alguns deles de matilhas, resistiram e choraram. Quem sabe é o corretivo que pode resolver? O Chefe de Grupo ficou pensativo. Nunca tinha visto nada igual.

Foi uma surpresa tudo aquilo. Pensando bem, eles não eram maus. Seus objetivos tinham finalidade e poderia se feito de outra forma com finalidades reais. Bastava ter criatividade sem prejudicarem a alguém. Sabia que eles tinham amor a alcatéia, ao grupo, e a sua maneira achava que cumpriam a Lei do Lobinho.

Mesmo com aquela idade não distinguia malicia nos seus atos. Claro que a vizinhança não pensava assim e tinham certas reservas. Isto podia prejudicar a imagem dos escoteiros. Assim sendo o assunto deveria ser tratado de maneira enérgica antes que o mal crescesse mais que a raiz.

A Akelá retornou e a colocaram-na ao par. Ela sorriu de leve e disse que não nos preocupássemos. Ela tinha uma boa idéia para isto e afinal, eles iriam mudar para sempre seus arroubos mirabolantes.  Não nos colocou a par do que seria.

Lili havia feito oito anos. Não demonstrava isto. Quem não soubesse afirmaria que passara dos dez. Seu raciocínio e desenvoltura corriam paralelos a um adulto. Seus pais já observavam isto. Quem sabe foi o motivo para a colocarem no Grupo Escoteiro. Ouviram da psicóloga sobre matriculá-la em uma organização, onde houvesse uma disciplina mais rígida, sem tolher sua liberdade e criatividade. 

Adorava seus amigos lobinhos. No inicio teve dúvidas. Com alguns meses já liderava a matilha Marrom. Não era a prima e nem segunda. Isto não importava. Todos ali gostavam dela e suas idéias eram acatadas sem discussão. Fora ela quem planejara todas as traquinagens da matilha. Nunca nenhum deles disse que ela é quem liderava. Assumiam juntos as responsabilidades.

Tinha uma grande admiração e amor pela Akelá. Quando a matilha fazia travessuras, Lili ficava com medo da descoberta pela chefe. Passou a organizar suas “expedições” em locais mais distantes. Já estavam agindo ha mais de quatro quarteirões da sede. Para isto chegavam sempre uma hora antes do início das reuniões.

Sabia de cor a Lei do Lobinho e em sua casa lera por inteiro o livro da Jângal. Conhecia de cor e salteado as aventuras da alcatéia de Sheone. Sonhava com Mowgly e sempre pensou porque Kipling não tinham posto na história uma lobinha, companheira de Mowgly.

As etapas para receber os distintivos conforme o desenvolvimento na Alcatéia, ela sabia de cor. Não tinha idéia por que não entregava a ela tudo aquilo que julgava ter direito. Não entendia a tal de progressividade. Considerava os demais da matilha como seus irmãos. Talvez por ser filha única, ali se encontrou como se fossem da mesma família.

No sábado seguinte, após a reunião fora chamada para uma conversa em particular com a Akelá. Lili estava preocupada. Ninguém sabia que as idéias e as traquinagens eram dela. Mas a Akelá parecia saber. Pensou que seria afastada do grupo. Seu coração batia forte só em pensar nisto. Não poderia sair, ninguém tinha o direito de expulsá-la pensava.

Foi de cabeça baixa. Seus olhos estavam vermelhos. A Akelá a abraçou e disse para não se preocupar. Lili era tudo de bom que a alcatéia possuía. Sem ela dizia a alegria não seria reinante nas reuniões. Não entrou em detalhes de sua traquinagem e sua liderança sobre os demais. Somente a convidou para ir com ela ao Zoológico no domingo. E os outros perguntou? Só eu e você respondeu a Akelá.

Já falei com seus pais e eles deram autorização. Quero mostrar uma coisa para você que sei vai ajudá-la muito no seu crescimento e na sua forma de pensar e liderar. Não entendeu bem, mas adorava ir ao Zoológico. Dormiu pensando no passeio. A Akelá chegou cedo. Ela ainda não havia tomado café. Colocou seu uniforme e viu que a Akelá também estava uniformizada.

Conversaram pouco durante a viagem. Mas se soltaram quando lá chegaram. A Akelá pediu para ela prestar bem atenção de como os animais, pássaros, repteis e peixes diversos se comportavam. Porque será que cada um tem sua morada. Porque não os colocam juntos como na floresta. Ela não entendeu bem, mas tentou ao seu modo olhar de maneira inusitada para todos eles.

Ao meio dia, pararam para fazer um lanche em um quiosque. Após, a Akelá começou a contar para ela como os animais viviam em seus habitat naturais. Explicou como o Rei da Selva tratava os demais. Falou sobre o respeito, as normas – claro, eles também tem normas disse. E que ali viviam melhor que como os homens vivem.

Nenhum deles de maneira nenhuma iriam brincar com quem não fosse da sua família. Quando ela e a matilha Marrom saiam para alguma diversão, estavam entrando na vida das pessoas. Cada uma tem sua maneira de ver, de achar, de interpretar o que querem ou não querem. E como se o javali invadisse o lago de hipopótamos para brincar. Seria morto na hora não?

Lili ficou pensando nas palavras da Akelá. Achava que a mensagem transmitida da ida ao Zoológico tinha coerência. Em nenhum momento a Akelá deu exemplos do que fizeram, mas Lili sabia onde ela queria chegar. Prometeu a si mesmo que iria mudar. Afinal como ela disse todos nós temos nossos direitos e nossos deveres. Devemos ver onde começa e onde termina para não prejudicarmos ninguém.

Passaram-se dois meses. A Alcatéia vivia em plena harmonia. Não houve mais traquinagens. A matilha Marrom se transformou. Todas as demais notaram e se aproximaram mais dela. Lili ficou mais querida de todos os lobinhos e lobinhas. Recebeu sua segunda estrela e chorou de felicidade. Sonhava em ser uma lobinha cruzeiro do sul.

Não tinha a mínima idéia de como seria a tropa das Escoteiras. Sabia que um dia iria chegar lá. Mas o amanhã é outro dia. Lili vivia o presente, pensando nos erros do passado e tentando não errar para o futuro.

Seu pensamento agora era voltado para a grande aventura de sua vida. Iriam acantonar com mais cinco alcatéias com uma programação de quatro dias. A Akelá, o Balu e a Bagheera contaram como seria. Não disseram as surpresas, mas Lili vivia o presente pensando no mês seguinte. Como deveria ser maravilhoso. Conhecer mais de uma centena de lobinhos e lobinhas.

E a matilha Marrom continuou unida por muitos e muitos anos. Alguns passaram para a tropa, entraram outros, mas a amizade, a fraternidade e o respeito faziam parte da vida de cada um. Nas cerimônias do Grande Uivo, os marrons saltavam com alegria e vivacidade a dizer a plenos pulmões quem eram e o que seriam – “Melhor, melhor, melhor? – Sim, melhor, melhor, melhor e melhor”.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Chefe valeu a pena?



Chefe valeu a pena?

Para mim sim, e acho que no seu caso valeu também. Valeu mesmo. Cheguei a uma conclusão. Não devo parar. E você também. Os que não acreditam no escotismo de BP podem dizer e fazer o que quiserem. Eu continuarei a bater na mesma tecla. Sei que a trilha não é fácil, mas quantas trilhas eu percorri? Quantos caminhos me perdi? Desci a Serra do Mar e levei quatro dias para chegar ao litoral, (e não pedi ajuda) me perdi ao subir na Serra da Piedade e não desisti. Cai em minas velhas de ouro sem saber aonde iam dar lá pelas bandas de Ouro Preto. Percorri grutas em Lagoa Santa sem guia para me guiar. Fiquei cinco noites no Pico da Bandeira pensando em descer do outro lado e me enrolei. Desci em uma jangada feita de “piteiras” secas o Rio Doce por mais de cem quilômetros e quase morri afogado. Acredito que a minha velha “Silva” de guerra me ajudou a sair de poucas e boas enrascadas.

Mas e daí? Dai que vou brigar eternamente pelo escotismo de aventuras. Acredito nele. Tive o prazer de fazer uma ponte com a Patrulha que serviu a toda uma comunidade. Foram oito dias e mais cinco em duas etapas. Precisavam ver o sorriso deles. Já dormi em muitas barracas suspensas nas mais altas árvores. Riram quando disse que fazia muitos nós de olhos fechados e até na boca com barbante. Para que isso serve meu caro Osvaldo disseram. Para sentir-me orgulhoso de mim mesmo. Alguns acham que nesses tempos usar um canivete Escoteiro não vale a pena. A faca é um enfeite. Aprender a afiar ou achar o fio da lâmina na faca, facão ou mesmo da machadinha não é mais necessário. Dizem - Os tempos são outros. Pode ser. Mas eu lhe pergunto meu caro, já lavou panelas em um riacho distante? Chovendo? Sem Bombril e sabão? Não? Ainda tem muito que aprender.

Se hoje eu fosse hoje um jovem, mesmo com toda essa modernidade, não trocaria um Jamboree pelo acampamento que fiz na Mata do Morcego. Oito dias. Só levando sal e óleo. O resto que se vire. E nos viramos. Não trocaria uma jornada de bicicleta por mais de 600 quilômetros percorrendo três estados com duas patrulhas seniores. Não trocaria nunca as centenas de noites de acampamento onde aprendi tantas coisas. A velejar em sonhos pelo espaço sideral, atrás das Três Marias, do Escorpião, Andrômeda, Ursa Maior, ver a Coroa Boreal, o Cruzeiro do Sul, a Cabeça de Cavalo e outras centenas de constelações.

Você já serrou uma árvore? Aprendeu a usar o traçador? Ora, ora para que isso nos dias de hoje? Construir um Ninho de Águia? É piada? Um "Chefe" Escoteiro me disse que a possibilidade de se perder em uma floresta é a mesma que acertar a Mega Sena.  Isso é perda de tempo me disseram. Esqueça como fazer macas, usar o lenço como tipoia ou em diversas formas de socorro, isso não precisa mais. Ligue no seu celular para o Samu ou similar e pronto. Logo tem gente para socorrer. E se alguém por acaso tiver uma fratura no acampamento, não precisa se preocupar. Não faça de modo nenhum um torniquete ou uma tala. Já sabe. Ligue 191. Agora você está coberto com o seguro escoteiro.

Cobras venenosas? Esqueça. Você só vai ver em fotos ou no Butantã. A vida delas, o que fazem, onde moram, quais as que atacam quais as venenosas não importa. Agora você vai com todo mundo acampar em um campo de futebol, próximo a uma fazenda, ou num parque pronto para isso. E lá estará o seu "Chefe" Escoteiro a dizer o que fazer e o pior, se ele resolver fazer por você. O que? Fazer um frango no barro? Ovo no espeto? Arroz sem panelas? Ou quem sabe fazer um belo forno de campo para deglutir um delicioso bolo de Chocolate? Ou gostosos biscoitos de polvilho ou amanteigados? Pescar? Que isso companheiro. Não precisa mais. O peixe vai ser levado no carro do "Chefe" Escoteiro. Lavar nossas roupas? Passar com elas esticadas em pioneirias próprias para secagem? Tudo mudou me dizem. A Patrulha fica numa “boa”. Elas não cozinham mais. Os panelões que os pais levam resolvem tudo. E eles mesmos cozinham. Risos.

Mas mesmo com tudo isso eu garanto, se fosse jovem hoje não trocaria nunca a vida que vivi em minha Patrulha. Onde decidíamos. E ninguém decidia por nós. Andávamos com nossas pernas e não era o "Chefe" Escoteiro a fazer tudo. Tempos do passado que poderia ser do presente. Ainda me dizem que tudo mudou. Hoje é um escotismo moderno. Moderno? Onde dizem onde pisar e o que devemos fazer? Afinal pensamos ou fingimos que pensamos? Fico a imaginar no fazer fazendo de BP.  Em deixar que o jovem seja responsável pela sua formação. Agora não o "Chefe" Escoteiro virou um professor. Um pedagogo. Tem assessor, tem curso para aprender normas, estatutos e tantas “cositas, mas”.

Asseguro, no entanto que valeu a pena o meu passado. Valeu minha discordância em tudo que os dirigentes fazem por todos, sem consulta direta a quem de direito, a resolver em nome de muitos qual o melhor caminho. Como se eles fossem os únicos que sabem o caminho para o sucesso. Valeu meu mote da democracia Escoteira, valeu os bons fluidos que escrevi dos meus contos escoteiros. Valeu meu aprendizado de Morse, e que nas Semáforas consegui bater meu recorde de 45 letras por minuto. Valeu os dias que transmitimos de morros distantes por horas e horas, em um grande jogo inesquecível. Valeu dormir sobre as estrelas, das pioneirias que fizemos. Uma época que sabíamos fazer em qualquer tempo uma oca, uma taba. Fabricar arcos, flechas e jangadas era para pata tenras.

Não sei se valeu minhas 34 especialidades. Muitos disseram que eu não merecia. Outros disseram que meus cursos de IM de lobos, escoteiros, Chefe de grupo e dois avançados não vale tanto assim hoje. Não vale minha biblioteca escoteira com mais de cem livros escoteiros. (li todos) Também não valeram os mais de 200 cursos que colaborei e dirigi. As viagens que fiz pelo Brasil e Exterior. Acho que não valeu mesmo. Agora sem poder andar junto com os outros só posso dizer, vou continuar minha senda. Senda de poder pensar, digitar e ter onde postar o que sinto. Esta agora é minha sina, meu único elo onde posso mostrar e colocar temas para que o escotismo não siga um rumo sem volta e um dia se perder na memória do tempo.

Como nas minhas histórias, ainda vou viver meu último acampamento. Quero sentar numa rocha e ver o horizonte. Sentir o vento acariciar meu rosto naquele pico distante. Quero ficar ali até o sol se por em uma tarde de outono. Quero ver a passarada cantar nas árvores das florestas distantes. Quero ainda encontrar a Coruja Buraqueira a me olhar com seus olhos sonhadores. E se possível deitar na relva e olhar as estrelas no céu, pois se falo tanto delas pretendo incrustar na minha mente essa visão celestial. Quero viver o sonho de esperar o dia amanhecer. Olhar no horizonte e ver o sol nascer. Sentir o orvalho cair e molhar minha face. Ver o sol chegar de mansinho e olhar a gota d’água brilhante presa num fio quando o sol quente a encontrar. E então direi, Valeu amigo. Valeu mesmo. Agora posso sentir o perfume das flores do campo e partir em paz. E neste caminho torço para que você também fique todo o tempo que fiquei no escotismo e ao chegar à minha idade poder dizer como eu – Valeu! E se valeu!  

quinta-feira, 29 de março de 2012

TREM BÃO É SER VÉIO!


Excelente artigo que me foi enviado pelo amigo Elmer, DCIM de São Paulo.
Uma homenagem aos velhos escotistas.

TREM BÃO É SER VÉIO!

Eu nunca trocaria meus amigos surpreendentes, minha vida maravilhosa, minha amada família por menos cabelo branco ou uma barriga mais lisa.  Enquanto fui envelhecendo, tornei-me mais amável para mim, e menos crítico de mim mesmo.  Eu me tornei meu próprio amigo.

Eu não me censuro por comer biscoito extra, ou por não fazer a minha cama, ou para a compra de algo bobo que eu não precisava, como uma escultura de cimento, mas que parece tão “avant garde” no meu pátio.  Eu tenho direito de ser desarrumado, de ser extravagante.
Vi muitos amigos queridos deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento.

Quem vai me censurar se resolvo ficar lendo ou jogar no computador até às quatro horas e dormir até meio-dia?  Eu Dançarei ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 60 & 70, e se eu, ao mesmo tempo,  desejo de chorar por um amor perdido...  Eu vou.
Vou andar na praia em um short excessivamente esticado sobre um corpo decadente, e mergulhar nas ondas com abandono, se eu quiser, apesar dos olhares penalizados dos outros no Jet set.

Eles, também, vão envelhecer.
Eu sei que eu sou às vezes esquecido.  Mas há mais, alguns coisas na vida que devem ser esquecidas. Eu me recordo das coisas importantes.

Claro, ao longo dos anos meu coração foi quebrado.  Como não pode quebrar seu coração quando você perde um ente querido, ou quando uma criança sofre, ou mesmo quando algum amado animal de estimação é atropelado por um carro?  Mas corações partidos são os que nos dão força, compreensão e compaixão.  Um coração que nunca sofreu é imaculado e estéril e nunca conhecerá a alegria de ser imperfeito.

Eu sou tão abençoado por ter vivido o suficiente para ter meus cabelos grisalhos, e ter os risos da juventude  gravados para sempre em sulcos profundos em meu rosto.
Muitos nunca riram, muitos morreram antes de seus cabelos virarem prata.
Conforme você envelhece, é mais fácil ser positivo.  Você se preocupa menos com o que os outros pensam.  Eu não me questiono mais.  Ganhei o direito de estar errado.
 Assim, para responder sua pergunta, eu gosto de ser velho.  Ele me libertou.  Eu gosto da pessoa que me tornei.  Eu não vou viver para sempre, mas enquanto eu ainda estou aqui, eu não vou perder tempo lamentando o que poderia ter sido, ou me preocupar com o que será.  E eu vou comer sobremesa todos os dias (se me apetecer).
Que nossa amizade nunca se separe porque é direto do coração!

quarta-feira, 28 de março de 2012

Sonhos de um jovem Escoteiro VOCE SABE O QUE É BOA AÇÃO?



Sonhos de um jovem Escoteiro

VOCE SABE O QUE É BOA AÇÃO?

A campainha tocou e Silvinho sorriu. Passou toda a aula da professora Doralice a sonhar com a bela mochila e o cantil que vira ontem nas lojas Abil. Não era e nunca foi um mau aluno. Suas notas eram as melhores da classe. Chefe Marcio sorria sempre quando ele apresentava seu boletim, pois sabia que isto dava pontos a sua Patrulha. Os Morcegos eram amigos de fato. E ele os considerava a todos seus irmãos.

Saiu apressado da escola e logo via as Lojas Abil. Entrou sem correr. Não queria que pensassem que era um moleque qualquer. Não era. Era um Escoteiro, e dos bons. Foi logo onde expunham os materiais de camping. Viu alegre a mochila verde acolchoada pendurada. Seus olhos brilhavam. Lá estava o cantil. Lindo. Dois litros. Todo com capa impermeável. Ainda não tinham vendido. Já tinha visto o preço. A mochila duzentos e cinquenta e o cantil sessenta.

Um dia iria comprar os dois, prometera a si mesmo. Seu pai nunca teria essa quantia, pois eram pobres muito pobres. Uma pequena Sapataria e pouco a fazer. Mas ele se orgulhava do pai. O achava o melhor pai do mundo. Que o Chefe Marcio desculpasse, mas seu pai era seu herói. Não demorou muito na loja. Sua mãe ficaria preocupada se chegasse tarde. Saiu assoviando. Gostava de assoviar. “Vem depressa correndo Escoteiro, ajudar o cozinheiro a fazer o jantar!”. Gostava dessa música.

Desceu a Rua dos Caracóis e ao atravessar a ponte notou debaixo de uma lata vazia uma carteira. Foi lá e viu que estava recheada. Achou que tinha mais de oitocentos reais. Uma fortuna para ele e para o pai dele. Muitos documentos. Chegou a casa e pensou – Poderia ficar com esse dinheiro e comprar minha mochila e o cantil, o que sobrar dar para a mamãe fazer a feira. Mas ele no fundo sabia que não faria isso. Não tinha como explicar e sabia que o Escoteiro é leal, tem caráter e ética.

Procurou seu pai. Explicou. Ambos olharam os documentos. Dr. Mario Marcelo, dentista. O endereço no Bairro Palmeiras, Rua do Lavrador 115. Seu pai só tinha quinze reais para o ônibus ida e volta. Era para a carne que pretendia comprar para a janta. Fica para outro dia. Silvinho, vamos lá entregar? Claro papai. E lá foram eles abraçados, alegres e o pai até cantava com ele uma canção que aprendeu há muito tempo com seus avós. “A montanha feliz”.

Chegaram ao endereço indicado. Silvinho foi de uniforme. Era seu dia. Sua boa ação. Fazia questão de se apresentar assim. Bateram a porta. Uma moça atendeu. – Poderia falar com o Doutor Mario? – Ele está ocupado respondeu ela. Podem falar comigo. Preferimos que seja ele. Ela nem respondeu e fechou a porta. Os dois ficaram ali esperando e sentaram no meio fio da rua.

Uma hora depois ele gritou na porta do seu consultório – O que querem comigo, falou bruscamente. Estou muito ocupado! – Silvinho se aproximou – Doutor desculpe. Achei sua carteira e vim devolver. Por favor, meu pai insistia. Verifique se não está faltando nada! – O doutor olhou, e falou. Tudo bem não falta nada. Agora me deixem em paz, estou ocupado com dois clientes me esperando. E fechou a porta na cara dos dois.

Silvinho olhou para seu pai e perguntou? Está certo assim pai? Claro filho. Fez o que devia fazer. Se ele não reconheceu não importa. Importa seu ato de caráter. De dignidade. Eu tenho o maior orgulho de você e olhe, prometo que um dia vou lhe dar aquela mochila e o cantil. Quem sabe ganho um dinheiro a mais?

E foram os dois cantando pela rua afora, sem ao menos guardar o menor rancor do doutor Mario. Silvinho sentia-se feliz. Ia contar a boa ação para seu Chefe. Sabia que ele iria gostar. Não iria vangloriar e nem contar que o doutor fora mal educado. Ele sabia que o importante foi o que fez. O que os outros fazem e se você não pode ajudar, deixa para Deus resolver.

“Acende o fogo, põe a panela, e dentro dela, o feijão cozinhar!”

terça-feira, 27 de março de 2012




O diário secreto de Marly, a escoteirinha feliz.

Uma deliciosa fábula Escoteira.

Terça feira – 18/05 seis horas da manhã – Meu querido Diário. Hoje foi um dia normal. Acordei alegre. Minha festinha de aniversário foi linda. Todos meus amigos presentes. Do Grupo Escoteiro vieram mais de vinte. A Chefe Marlene passou e me cumprimentou. Apaguei as doze velas com facilidade. Ganhei muitos presentes. Sabe meu diário estou feliz muito mesmo.

Terça feira – 18/05 sete horas da manhã – Tomei café e fui ao meu quarto pegar minha mochila. A perúa da escola ia passar em cinco minutos. Uma discussão enorme. Gritos, palavrões, meu pai e minha mãe pareciam que iam se matar em seu quarto. Estava acontecendo ultimamente. Não sabia o porquê. Comecei a chorar. Minha mãe gritou que queria o divorcio. Se eles vão se divorciar prefiro morrer. Peguei minha mochila, tirei os cadernos e coloquei uma manta, vesti meu uniforme de Escoteira, passei na cozinha peguei biscoitos, enchi meu cantil e sai de casa.

Terça feira – 18/05 oito horas da manhã – Cheguei à estação de trem. Peguei o primeiro. Sem rumo. Desci numa pequena estação. Não parava de chorar. No trem alguém me perguntou o que ouve. Não respondi a ninguém. Aprendi a não conversar com estranhos. Vi uma pequena estrada rumo onde o sol nascia. Andei bastante, uma casa aqui e outra ali. A estrada acabou. Agora era uma trilha, linda, flores silvestres, um perfume inebriante. Andei um pouco mais e vi um escoteirinho sentado em baixo de uma aroeira frondosa. Ele chorava copiosamente.

Terça feira – 18/05 onze horas da manhã – Porque choras escoteirinho? – Ele respondeu – Minha mãe e meu pai me deixaram. Procurei-os e não encontrei. E o escoteirinho chorava e chorava. Meu coração não aguentou. Abracei-o. Disse não chores. Eu também estou chorando com você. Olhe que eles vão aparecer. Não sei – disse. Estávamos em nosso automóvel indo para a praia em férias, um caminhão nos fechou. Caímos da ponte e nosso carro afundou no rio. Acordei aqui debaixo dessa aroeira frondosa. Sozinho. Não posso ficar sem eles! E chorava e chorava.

Terça feira – 18/05 meio dia em ponto – Estava a chorar com o escoteirinho embaixo da aroeira frondosa. Meus olhos desciam lágrimas de tristezas. O Escoteirinho gritou! – Lá vem minha mãe e meu pai! – Graças a Deus. Deus nunca me abandonou. E o escoteirinho correu ao encontro deles abraçando. Eles o pegaram e subiram em uma nuvem e se foram. Fiquei ali sozinha. Uma brisa gostosa me trouxe o perfume das flores silvestres. Orvalhos caídos de uma nuvem branca molhavam meu rosto. Achei que era o sinal do escoteirinho. Olhei para o céu, vi pássaros lindos voando e fazendo acrobacias. As nuvens ficaram atônitas e os pássaros pararam em pleno voo e sorriram no ar.

Terça feira – 18/05 duas horas da tarde - Estava de volta. O trem chegou à estação. Estava sorrindo. Não chorava mais. Porque chorar? O problema do escoteirinho era maior que o meu e ele acreditou. Eu também não podia acreditar? Quando cheguei próximo à casa muita gente lá. Meus pais me viram. Abraçaram-me. Minha mãe chorava. Filha, não faça mais isso. Nuca mais farei mamãe. Juro pela minha Promessa Escoteira.

Terça feira – 18/05 – Sete horas da noite. Tinha tomado banho. Estava eu mamãe e papai na mesa de jantar. Todos calados olhando para mim. Mamãe me serviu uma deliciosa sopa de ervilha. Meu prato predileto. Ela sorriu, ele sorriu. Eu sorri também. Papai pegou na mão de mamãe e beijou. Um beijo lindo. Sorri mais ainda. Meus pais que eu amava. Sabia que nunca mais iriam se separar.

Terça feira – 18/05 – Dez horas da noite. Estou deitada em minha cama. Não choro mais. Eu sou uma escoteirinha feliz. Tenho os melhores pais do mundo, amigos lindos, uma Patrulha da Raposa que amo. Jurei a mim mesma e você meu diário querido vai ser a prova do que eu jurei. Nunca mais farei isso outra vez. Não existe problema que não tenha solução. Sabe meu querido diário, você lembra do poema que disse no Fogo do Conselho no verão passado?

“Minha mãe sempre diz: Não há dor que dure para sempre!
Tudo é vário. Temporário. Efêmero. Nunca somos, sempre estamos!
E apesar de saber de tudo isso, porque algumas dores duram tanto?
Porque alguns sentimentos (diga-se de passagem, os mais ridículos) demoram tanto a passar?
Porque olhar pra ele reaviva esperanças perdidas e suscitas lágrimas quentes até então contidas?
Porque o cérebro ainda não inculcou no coração que esquecer faz bem a saúde?
Porque tudo não pode ser como um bonito filme francês?”


Terça feira – 18/05 seis horas da manhã – Meu querido Diário. Hoje foi um dia normal. Acordei alegre. Minha festinha de aniversário foi linda. Todos meus amigos presentes. Do Grupo Escoteiro vieram mais de vinte. A Chefe Marlene passou e me cumprimentou. Apaguei as doze velas com facilidade. Ganhei muitos presentes. Sabe meu diário estou feliz muito mesmo.

Terça feira – 18/05 sete horas da manhã – Tomei café e fui ao meu quarto pegar minha mochila. A perúa da escola ia passar em cinco minutos. Uma discussão enorme. Gritos, palavrões, meu pai e minha mãe pareciam que iam se matar em seu quarto. Estava acontecendo ultimamente. Não sabia o porquê. Comecei a chorar. Minha mãe gritou que queria o divorcio. Se eles vão se divorciar prefiro morrer. Peguei minha mochila, tirei os cadernos e coloquei uma manta, vesti meu uniforme de Escoteira, passei na cozinha peguei biscoitos, enchi meu cantil e sai de casa.

Terça feira – 18/05 oito horas da manhã – Cheguei à estação de trem. Peguei o primeiro. Sem rumo. Desci numa pequena estação. Não parava de chorar. No trem alguém me perguntou o que ouve. Não respondi a ninguém. Aprendi a não conversar com estranhos. Vi uma pequena estrada rumo onde o sol nascia. Andei bastante, uma casa aqui e outra ali. A estrada acabou. Agora era uma trilha, linda, flores silvestres, um perfume inebriante. Andei um pouco mais e vi um escoteirinho sentado em baixo de uma aroeira frondosa. Ele chorava copiosamente.

Terça feira – 18/05 onze horas da manhã – Porque choras escoteirinho? – Ele respondeu – Minha mãe e meu pai me deixaram. Procurei-os e não encontrei. E o escoteirinho chorava e chorava. Meu coração não aguentou. Abracei-o. Disse não chores. Eu também estou chorando com você. Olhe que eles vão aparecer. Não sei – disse. Estávamos em nosso automóvel indo para a praia em férias, um caminhão nos fechou. Caímos da ponte e nosso carro afundou no rio. Acordei aqui debaixo dessa aroeira frondosa. Sozinho. Não posso ficar sem eles! E chorava e chorava.

Terça feira – 18/05 meio dia em ponto – Estava a chorar com o escoteirinho embaixo da aroeira frondosa. Meus olhos desciam lágrimas de tristezas. O Escoteirinho gritou! – Lá vem minha mãe e meu pai! – Graças a Deus. Deus nunca me abandonou. E o escoteirinho correu ao encontro deles abraçando. Eles o pegaram e subiram em uma nuvem e se foram. Fiquei ali sozinha. Uma brisa gostosa me trouxe o perfume das flores silvestres. Orvalhos caídos de uma nuvem branca molhavam meu rosto. Achei que era o sinal do escoteirinho. Olhei para o céu, vi pássaros lindos voando e fazendo acrobacias. As nuvens ficaram atônitas e os pássaros pararam em pleno voo e sorriram no ar.

Terça feira – 18/05 duas horas da tarde - Estava de volta. O trem chegou à estação. Estava sorrindo. Não chorava mais. Porque chorar? O problema do escoteirinho era maior que o meu e ele acreditou. Eu também não podia acreditar? Quando cheguei próximo à casa muita gente lá. Meus pais me viram. Abraçaram-me. Minha mãe chorava. Filha, não faça mais isso. Nuca mais farei mamãe. Juro pela minha Promessa Escoteira.

Terça feira – 18/05 – Sete horas da noite. Tinha tomado banho. Estava eu mamãe e papai na mesa de jantar. Todos calados olhando para mim. Mamãe me serviu uma deliciosa sopa de ervilha. Meu prato predileto. Ela sorriu, ele sorriu. Eu sorri também. Papai pegou na mão de mamãe e beijou. Um beijo lindo. Sorri mais ainda. Meus pais que eu amava. Sabia que nunca mais iriam se separar.

Terça feira – 18/05 – Dez horas da noite. Estou deitada em minha cama. Não choro mais. Eu sou uma escoteirinha feliz. Tenho os melhores pais do mundo, amigos lindos, uma Patrulha da Raposa que amo. Jurei a mim mesma e você meu diário querido vai ser a prova do que eu jurei. Nunca mais farei isso outra vez. Não existe problema que não tenha solução. Sabe meu querido diário, você lembra do poema que disse no Fogo do Conselho no verão passado?

“Minha mãe sempre diz: Não há dor que dure para sempre!
Tudo é vário. Temporário. Efêmero. Nunca somos, sempre estamos!
E apesar de saber de tudo isso, porque algumas dores duram tanto?
Porque alguns sentimentos (diga-se de passagem, os mais ridículos) demoram tanto a passar?
Porque olhar pra ele reaviva esperanças perdidas e suscitas lágrimas quentes até então contidas?
Porque o cérebro ainda não inculcou no coração que esquecer faz bem a saúde?
Porque tudo não pode ser como um bonito filme francês?”

segunda-feira, 26 de março de 2012

NADA A DECLARAR!



NADA A DECLARAR!

Quem dizia isto? Acho que poucos se lembram. O ministro Armando Falcão foi quem cunhou a frase que ficou célebre. E hoje eu estou plagiando pois não tenho nada a declarar. (mais tarde ele escreveu um livro – Tudo a Declarar, mas não declarou nada. Risos). Declarar o que? Desculpem, acho que tenho muito a declarar. Estou lendo o inicio de uns artigos que postei em meus blogs e pensando.

“Castas” – existem mesmo no escotismo? – Castas em sociologia, são sistemas tradicionais, hereditários ou sociais etc. e etc. É um artigo longo. Comparei esse sistema com a maneira com que funciona a direção no nosso escotismo. Sei que muitos não concordam, mas a uma luta desigual para atingir esse privilegio.

Democracia Escoteira um artigo – Sempre falo nisto. Também muitos discordam, chegam mesmo a me dizer que devia ver como foi conduzida na maior lisura tal e tal reunião ou Congresso. Nossos dirigentes são como nossos pais, (apenas um exemplo) sempre estamos ali agradecendo o que eles fazem em nosso beneficio. Um chocolate para adoçar a boca. Não perguntam o que queremos, apenas decidem e como somos obedientes e disciplinados, aceitamos sem discutir.

A Ilusão dos Iludidos – Quando escrevi esse artigo foi interessante. Na época disse que era um tema polemico. Muitos discordaram. Sempre aqueles que dizem - Devemos preocupar com os jovens, deixar de lado os que querem dominar. Que eles se entendam. “Eu estou fora”. Isto até soa como subversão para mim. Afinal de que valeu meus 64 anos atuando no escotismo? Tenho que ficar “na minha” e bater palmas para os que dirigem? Afinal não os escolhi. E estão sempre lá se reelegendo ou mesmo indicando quem deve assumir em seus lugares. É difícil pensar que alguém se preocupa. Lembra-me um adágio do Velho cego conduzindo outro cego e ambos caíram em um buraco.

O Escoteiro que luta só foi outro artigo – Sei que tem muito com eu. Uns poucos dizem o que pensam outros nada dizem. Alguns sempre a me mostrar que estou errado, que não é assim, e tem cada um com palavras lindas que quando olho suas fotos me parecem ver auréolas brilhantes sobre suas cabeças (risos). Queria ser assim. E aqueles que dizem – "Chefe" Escoteiro, esqueça isso, vá procurar um grupo, veja o sorriso da meninada! Nestes dou risada. Afinal várias centenas de jovens cresceram no escotismo que colaborei. E quantos milhares de sorrisos. Tenho resultados. Muitos.

São tantos e tantos artigos. Palavras ao vento. Existe uma aceitação que me amedronta. Não vejo ninguém se preocupando com a estrondosa rotatividade dos jovens no escotismo. Nem estão nem aí com as mudanças, se estão ou não acabando com as tradições. Não enxergam este número sazonal de vai e vem em registros na UEB. Uns defendendo que estamos crescendo (?) Não existem consultas e quando existem são para uma minoria. Não existem uma maneira mesmo que razoável em acreditar em democracia.

Um diz que foi julgado em uma Comissão de Ética e não sabia. Não fora informado. Graças a Deus que foi absolvido. Não é preocupante isso? Afinal quantos estão sendo julgados nessas comissões? Sem direito de defesa? Mas eles batem palmas. Dão-se por satisfeitos. (quem sabe eu estou lá sendo julgado e condenado?). E assim segue uma liderança que sempre é escolhida por eles mesmos e nunca será substituída. A capitania hereditária existe no escotismo nacional. Talvez em algumas delas um ou outro perca o poder. Mas quem o adquiriu sabe, vai lutar até as últimas consequências para ficar lá.

E se alguém como eu levantar a voz, centenas dirão – Cala-te "Chefe" Escoteiro! Não sabes que o Escoteiro é obediente e disciplinado? Não sabes que eles podem te processar? Já pensou? Você não poder falar mais nada? Não sabe que na nossa promessa dissemos que devermos servir a União ados Escoteiros do Brasil? E lá vamos todos a continuar como seguidores. Poucos levantarão a voz. Mas eu não. Agora vou dar um tempo. Estou escrevendo muito. Contos, histórias, todas vendo os meninos e meninas com a mente sã. Vivendo a plenitude do que é o sonho de todos os jovens escoteiros.

E amigos, podem pisar no meu “calo”. Vou ficar quieto por algum tempo. Vou assistir de “camarote” e rir de mim mesmo com essas bravatas que estou lendo. – Foi tudo lindo! Uma democracia perfeita! Tudo muito bem estruturado. Direitos iguais! Risos. Mas os mesmos da corte foram reconduzidos. E viva a democracia Escoteira! Antes que esqueça – Foi distribuído lá uma profusão de medalhas! Risos.

"O que mais preocupa não é nem o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons"
 (Luther King)