Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Conversa ao pé do fogo. “A lona da COPA que não houve”


Conversa ao pé do fogo.
“A lona da COPA que não houve”

Prefácio: - Fiz esse artigo três meses antes do inicio da Copa do Mundo no Brasil. Encontrei-o folheando meus guardados. Simplifiquei e aqui está espero que gostem.

          - Quando do inicio da Copa no Brasil, me disseram que a FIFA convidou os escoteiros para serem voluntários a tirar a lona do campo quando terminassem as solenidades de abertura. A região de São Paulo aceitou convite. Obrigatório o uso do uniforme caqui. Seriam mais ou menos 250 jovens. A discussão dos manda chuvas foi supimpa. Entre os finalmentes vexame: - Votou-se para ficar na barraca e deixar a FIFA na mão. Foi uma bela demonstração dos escoteiros do Brasil para o mundo que não houve. Foi cancelada. Uma pena. São os ossos do oficio. 

Afinal o que é uma Lona?
         - A maior que vi foi do Circo Garcia. A minha de duas lonas era um tiquitito de nada. Dizem que tem outras enormes de circos “estrangeiros”, mas só vi de longe. Eu gostava da lona do circo. Ficava de longe com mais dois Escoteiros estudando como passar por baixo dela e assistir o espetáculo da noite de graça. Não podíamos pagar e o jeito era se virar. Não dizem que o mundo gira e o Escoteiro se vira? Eu sabia que fazer aquilo era contra os princípios Escoteiros, mas adorava o circo e eu precisava entrar. Palhaços, trapézios, equilibristas eram os meus preferidos. Não me culpem. Afinal meu rico dinheirinho era para comprar bugigangas escoteiras. Um dia quando da montagem do Circo Garcia, qual não foi à surpresa de chamarem a “molecada” para ajudar a desenrolar a lona e montar. Quem fizesse isso teria entrada de graça. Um sorriso enorme. Agora sim, não precisávamos mais passar por baixo da lona.

           - No dia do espetáculo a entrada cheia de gente, em cima de um caminhão os palhaços riam a valer e a mulher prego se mexendo toda. Puxa! Vai ser magra assim no inferno! Valeu o espetáculo – Respeitável publico! Aplausos para os maravilhosos artistas do Circo Garcia, o melhor do mundo! O dono do circo tinha um vozeirão danado. A banda deles tocava maravilhosamente. Na apresentação um tarol repicou como se fosse a nossa banda, mas coitado do Tarolista. Não se comparava ao Chico Zoiudo, ele sim o maior Escoteiro Tarolista do mundo.

         Minha lona do circo ficou no passado. Tempos bons. Era enfiar embaixo da lona e sempre um “paspalho” a me esperar. Segurava-me pela gola da camisa e a outra mão na minha orelha. Doía pacas, mas fazer o que? Não dizem que precisamos aprender a fazer fazendo? Mesmo com a dor lá estava eu de volta. De novo minha orelha pagando o pato por tudo. Até que escolhia o lugar certo. Proximo aos leões. Quase morri com um bafo de um, mas consegui.

         Quanta diferença das lonas de outrora para as lonas de hoje. Serão preciso duzentos e cinquenta parrudos escoteiros, ou melhor, quinhentos braços para arrastar uma lona. Será que aguentariam? Dizem que ela iria cobrir todo o campo. Vi no Google que o campo de jogo deve ser retangular, com a linha lateral (ou o comprimento do campo) sempre maior. Ela tem que ter, no mínimo, 90 metros e, no máximo, 120 metros. Já a linha de fundo (ou a largura do campo) é de no mínimo 45 metros (e de no máximo 90 metros). Em partidas internacionais, são recomendadas outras medidas: 100 metros, no mínimo, e 110, no máximo, para a lateral. Para a linha de fundo, 64 metros, no mínimo, e 75, no máximo. Putz! E a lona qual o tipo dela? Dizem que a de plástico é mais leve. Outros dizem que as melhores são as dos caminhoneiros. Alguém procurou saber qual lona os Hercules Escoteiros iram puxar?

       Fico aqui pensando o trabalhão para dobrar esta lona. Dizem que o tempo será milimétrico e se der errado uma vaia pode acontecer. Afinal estariam no campo do “Curintians” e a turma é braba. E o treino? Quantos dias? Dizem que a escoteirada aprende rápido. Claro eles serão mandados, pois ali nunca terão direito a voz e voto. Estão acostumados, pois nunca são consultados. A escoteirada será só masculina. As meninas não teriam vez. Será que a chefaiada nos treinos iriam apitar feito uns condenados? Chefes gostam de apitar. Rarará! Enfim, a conversa dos prós e contra venceu os contra. O maior Marketing Escoteiro da história ficou para o dia de São Nunca. Sinceramente nunca vi aberturas de grandes espetáculos alguém ficar famoso ou ser reconhecido porque correu metade de um campo arrastando uma lona. Quem sabe com a escoteirada seria diferente com o dono do Circo Garcia e seu megafone enorme gritando a plenos pulmões:

RESPEITÁVEL PÚBLICO! COM VOCÊS OS VALENTES ESCOTEIROS DO BRASIL E SUA LONA VARONIL! 

              E tome aplausos (ou vaia?) – Enquanto esperariam o jogo acabar fora do estádio para colocar a lona de novo, (não sei se seria assim) os bravos Caqueanos contariam estórias, causos, outros levaram seus celulares e ficariam ali vendo o que acontece lá dentro. Bem pode ser que um dos Xangri-las da FIFA como dizem meus amigos revoltosos os levariam para o teto do estádio. Ver lá de cima é melhor. Engana-me que eu gosto! Enquanto isto lá dentro do Estádio o time do Brasil penou e dançou. Sete a um no lombo sem choro e nem vela. Marketing gente é isto. O bom de tudo é que seriam todos de caqui... Adoro! Sou caqueano de coração. Vestimenta? Custa uma nota e eu sempre fui duro nas paradas financeiras. Tremo só em pensar em estar lá sujando meu caqui de linho feito na medida. Por preocupação levo o chifre do Kudu para não apitar. Rarará!

               Depois do enterro da lona e do futebol do Brasil, não tivemos o marketing de ser vistos por mais de 160 países. Dizem que seriam mais de dois bilhões de espectadores. A escoteirada de caqui iria brilhar na telinha. Já pensou? Todos que eram escoteiros pedindo para ser Caqueanos também? Final da história que não houve. O mundo todo gostou tanto do caqui dos Escoteiros brasileiros que soube que a meninada de BP fez um levante para que seja o uniforme oficial da União Galáctica dos Escoteiros do universo. Se for assim eu aplaudo os carregadores de lona! Rarará!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. O quarto artigo da lei segundo Baden-Powell.



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
O quarto artigo da lei segundo Baden-Powell.

A maior ameaça a uma democracia é o homem que não quer pensar pôr si mesmo e não quer aprender a pensar logicamente em linha reta, tal como aprendeu a andar em linha reta. A democracia pode salvar o mundo, porém jamais será salva enquanto os preguiçosos mentais não forem salvos de si mesmos. Eles não querem pensar, desejam apenas ir para frente, seguindo a ponta do nariz através da vida. E geralmente, estes, alguém os guia puxando-os pelo nariz”! - Saia da sua estreita rotina se quer alargar sua mente. Lord Baden-Powell.

Prefácio: - Lei escoteira é um código de conduta, assumido ao se realizar a Promessa escoteira, onde se retêm as principais características do movimento escoteiro, a honra, a palavra, dignidade, lealdade, prestabilidade, amizade, cortesia, respeito e proteção da natureza, responsabilidade, ânimo, bom-senso e respeito.

                                  Lord Robert Baden-Powell teve uma visão fantástica ao criar o movimento escoteiro. Ele acreditou em uma grande fraternidade mundial, através da conscientização da Lei Escoteira, principalmente levando em consideração o Quarto Artigo da Lei: O Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros.

                                  A lei e a Promessa são os esteios de tudo que ele nos deu, mesmo considerando seu método incrivelmente fabuloso na formação da juventude que até hoje se mantem à frente de todas as demais associações para jovens em tudo o mundo. O Escotismo segundo sua Lei e Promessa é único em todos os países onde é praticado. Honra, integridade, lealdade, presteza, amizade, cortesia, respeito e proteção da natureza, responsabilidade, disciplina, coragem, ânimo, bom senso e autoconfiança.

                                 Quando Baden-Powell idealizou a Lei Escoteira decidiu não estabelecer leis proibitivas, mas conceitos para formação de pessoas benévolas, para que, desta forma, o jovem escoteiro tivesse onde se espelhar e pudesse se orientar. Assim vemos que o Chefe escoteiro tem enormes responsabilidades na formação do jovem... Exemplo que todos irão seguir principalmente sob a égide da Lei e da Promessa Escoteira.

                                  Eis que venho sucessivamente deixando mensagens em negrito, sobre temas que acho importante para estabelecermos parâmetros com o escotismo do fundador e o chamado escotismo moderno. Nossos lideres hoje em dia tem se esquecido de suas responsabilidades principalmente no que diz Amigo de todos e irmão dos demais escoteiros. Quem diligenciou as respostas em todas minhas páginas e grupos sentiu o pensamento e ação de muitos que ali deixaram suas impressões.

                                  Fico feliz em ler que a maioria disse sim: - Você é amigo e irmão dos demais escoteiros independente da Associação no Brasil e no mundo? Bom saber que temos milhares com espírito escoteiro dizendo sem sombra de duvida que á amigo de todos. Outros pelo sim pelo não se desgastaram com seus pares, ou direções distritais regionais e ou nacional, dizendo que em termo. Mea-culpa... Escrevi pensando na liderança nacional que não reconhece as demais associações preferindo os caminhos dos tribunais sem dar liberdade ao direito de escolha.

                                  Se tivessem feito uma consulta ou pesquisa com os associados da EB (Escoteiros do Brasil) é possível que tais ações não tivessem sido aprovadas. Gastou-se uma quantia que poucos sabem quanto tentando manchar a honra de outros, acusando-os de se apropriar de bens e nomes escoteiros. Pergunto-me se Baden-Powell deu procuração a eles para tal ato. Em vez de unir, dando liberdade de ação e escolha, convidando para atividades conjuntas, preferiu o caminho da grosseria que nada produziu a não ser inimigos e com isto perder em todas as instâncias.

                                  Vejo com pesar que tais voluntários que se dizem escoteiros estão locados em todas nossas lides diretivas do Movimento Escoteiro. Muitos chefes e jovens abandonaram o movimento por se considerarem perseguidos, estigmatizados ou mesmo execrados por uma conduta de quem só se interessou em colaborar com os jovens. Parasitas que emporcalharam o outro irmão sem ao menos oferecer a mão e a amizade para ajudar. E nossa direção nada faz para mostrar que nossa fraternidade é cheia de amor e paz, e dando exemplos mostrando que somos irmãos.

                                 Não são todos. Uns poucos que se acham possuídos pelo conhecimento do que é bom para o Escotismo Nacional, evitando ouvir e consultar seus pares em todos os órgãos nacionais. Tomam atitudes inócuas sem mesmo ver se o que fizeram trouxe resultados satisfatórios a toda Associação Escoteira. Infelizmente esqueceram o quarto artigo aos que escolheram outra associação para pertencer.

                                Escotismo é amor é fraternidade. Os valentes que se julgam melhores que os demais não são dignos de serem chamados escoteiros. Ninguém em sã consciência pode dizer que não é amigo e irmão dos demais se não sabe dar um abraço, a mão escoteira e dando o exemplo aos seus jovens que têm neles a figura de alguém a seguir... Um excelente escoteiro, um bom cidadão.

                                Em todos os idiomas onde o escotismo é praticado o quarto artigo da Lei é enfático: O Escoteiro e amigo e irmão dos demais escoteiros não importando que país, classe ou credo que o outro possa ter (Tradução do que Baden-Powell escreveu).




segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Crônicas de um velho Chefe escoteiro. Profissionais escoteiros.



Crônicas de um velho Chefe escoteiro.
Profissionais escoteiros.

Prólogo: Profissional é um adjetivo que se relaciona com determinada profissão. É aquele que é remunerado regularmente pelo trabalho que executa ou atividade que exerce (em oposição ao amador). Também pode ser definido como aquele que tem conhecimentos da sua profissão, ou especialista.

                   Um Chefe meu amigo publicou em meu e-mail uma comunicação da Região Escoteira de São Paulo que procura um profissional escoteiro. Deram outro nome, mais pomposo, mais moderno. Teria como função desenvolver uma área especifica por determinado tempo dando apoio aos Grupos Escoteiros existentes e organizar outros tantos. Salário médio. Pelo valor vai interessar a quem esteja desempregado e precisa garantir o sustento da família.

                   Lembrei-me dos profissionais escoteiros que conheci no passado. O Chefe Hélio da UEB foi um deles. Abnegado, um primor na apresentação e na uniformização dava apoio a todas as regiões que o procurassem. DCIM era um profundo conhecedor do Escotismo. Houve outros, mas não como o Chefe Hélio. Adoto a politica de profissionais. Eles dão apoio, desenvolvem, recrutam interessados, fazem proselitismo enfim se encontrarem um bom assim contratem. Vale a pena.

                     Os países mais avançados que praticam o escotismo tem seus profissionais escoteiros. Colaboram no desenvolvido do escotismo, dão apoio aos Grupos e seus distritos, tudo dentro da camaradagem que se espera conforme o sexto artigo da lei. Nos Estados Unidos eles dão apoio nas atividades escoteiras, conduzem acampamentos (desde que contratados) excursões em locais inóspitos. Naquela época disseram-me que eram mais de 5.000 profissionais escoteiros, hoje não sei mais. Na Inglaterra Bear Grylls ficou famoso pelas suas apresentações em documentários na TV e como se tornou um profissional Escoteiro dando uma nova conotação de marketing Escoteiro do escotismo inglês.

                   Lá pelos idos de 1973 conheci um que pecava pela fidalguia e cavalheirismo. Era um profissional do CIE (Conselho Interamericano de Escotismo). Refiro-me ao Projeto 2.000. No inicio despertou duvidas e em alguns casos invejas por parte de alguns mais retrógrados que não aceitavam aquela “modernidade”. Fui informado pelo escoteiro Chefe de sua visita. Pedia para ouvi-lo e consultar a Executiva da Região. Devíamos analisar e estudar os resultados do Projeto 2.000 todo ele financiado pelo CIE durante certo tempo e depois auto financiado.

                  O profissional escoteiro foi durante todo o tempo gentil e ficou conosco vários dias explicando e dando sugestões relevantes para a implantação do projeto. A contratação do executivo não traria para nós despesas alguma. Comprei a ideia de aceitar a oferta. O Projeto 2.000 tinha essa denominação, pois pretendia alcançar em dois anos de atividade, a organização de pelo menos 15 Grupos Escoteiros e no final conseguir pelo menos 2.000 membros. Era um programa e tanto.

                  Tínhamos em mente muitos escotistas que poderiam usufruir dessa contratação. Mas depois de longas e delongas por parte de muitos, o projeto em Minas Gerais ficou no vazio. Nos finalmente a duvida em alcançar o objetivo proposto fez com que o projeto fosse arquivado. Até hoje não me esqueço deste projeto e fico pensando se ele não teria revolucionado o escotismo na época. Não sei se ele seria bem aceito hoje, talvez sim, pois a UEB determina, manda, realiza planos sem consultar a ninguém.

                  Naquela época tínhamos autonomia, e éramos consultados em tudo. Não se mudava nada sem ouvir os interessados. Se hoje nossa direção tem um esquema brilhante para a escolha de profissionais escoteiros desconheço. Se ainda existe o compadrio nestes casos não posso afirmar. De uma coisa eu sei. Para termos qualidade e quantidade precisamos de muitos bons profissionais escoteiros. Para mim eles são muito bem vindos.

                  O tempo dirá se a Região de São Paulo terá sucesso. Eu desejo que seu projeto de um profissional tenha êxito. Não é um projeto 2.000 onde se tem uma meta para alcançar o objetivo, mas tem sua validade. Se em outros países eles os profissionais são de extrema valia, a implantação em nosso país poderia dar um passo maior na qualidade e quantidade. Minha dúvida é, haverá espaço para consultas? Haverá espaço para diálogos?

                  A favor dos Profissionais, que a Escoteiros do Brasil repatrie o dinheiro gasto com processos para direcionar em boas contratações. Essa briga idiota não tem boas perspectivas e já está sendo olhada como um passo mal dado no caminho a evitar. O que se gastou até hoje quantos profissionais poderiam ter sido contratados? Vamos lá Região de São Paulo, dê seu exemplo e mostre do que é capaz!