Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 30 de junho de 2012

"Velho", você ainda acha que é escoteiro?



"Velho", você ainda acha que é escoteiro?

Ei! Você ainda duvida? Claro que sim. Nem mais e nem menos que você. Mas eu sou de outra geração. Dos cabeças brancas. Aqueles que dizem tradicionalistas e só atrapalham os novos que gostam da modernidade. Mas acreditem, sou um Escoteiro do coração. E sei que voces também o são. Eu sei que amam o escotismo como eu. Eu sei que pensam nele todo o tempo e que a cada sábado ele vem forte trazer a alegria e a fraternidade dos amigos que juntos irão fazer atividades mil. Mas se me permitem, confirmo meu pensamento do escotismo e porque sou Escoteiro.

- Eu penso que um dia fiz uma promessa. Não brinquei de fazer. Levei a sério e a levo até hoje. E sei que muitos também são assim;
- Eu prezo o garbo e a boa ordem. Faço questão de vestir o uniforme com elegância. Do jeito que aprendi. Meu lenço quando coloco olho no espelho se está correto, bem postado, bem colocado. Meu cinto? Faço questão de limpar e engraxar. Meu sapato? Engraxado. Minha calça cinza de tergal comprida ou a curta caqui? Bem passada. Muito bem passada. Este será o meu uniforme. Não vou vestir outro;
- Horários? Em cima da hora. Nem um minuto mais nem um minuto menos. Pontualidade Escoteira para mim é mais que a inglesa. Se for chegar atrasado não vou. Se vai encontrar comigo não venha. Atraso? Nunca! Não gosto. Marque outro dia;
- Horários de reuniões? Só em casos especiais extrapolaram cinco dez minutos. Pedia desculpas aos pais quando atrasava;
- Cerimonial da bandeira? Um orgulho ver todos perfilados. Ninguém brincando, sérios e compenetrados com seu garbo e boa ordem. Sei que vocês também fazem assim;
- Inspeção? Adoro. Fiz muitas e até deixei que fizessem comigo muitas vezes. Porque não? Alegria quando um Monitor me olhava de cima em baixo, sério e compenetrado. Olhava o chapéu, o cinto. Os botões abotoados, os quatro dedos da quebra do meião, as listas corretas e quando me pedia para ver as unhas? Olhava se minhas orelhas estavam limpas? Risos. O Monitor ficava orgulhoso em inspecionar o Chefe e eu orgulhoso do Monitor;
- Alvorada no acampamento? Para mim sempre uma tradição. Seis horas. Seis e quinze ginastica. Feita pelos monitores. Eu os tinha adestrado antes. Horário de dormir? Sagrado. Nunca depois de onze horas;
- Decidir sozinho os destinos da tropa ou do Grupo Escoteiro Nunca. Sem os monitores não sabia o que fazer. Sem os chefes me sentia só. Aprendi assim. Mudar? NUNCA!
- Aceitar uniforme pela metade? Mal colocado? Camisa do lado de fora? Lenço torto? Nunca. Nada como chamar o jovem e educadamente ensiná-lo como se porta um uniforme, e contar o que BP disse sobre ele. “Meu jovem, quando você está uniformizado você representa toda a organização Escoteira”. Quem olha para você acredita que ali todos tem orgulho do seu uniforme e sabem que o escotismo é um exemplo de cidadania;
- Sou Escoteiro da maneira que aprendi. Com uma mochila nas costas e fazendo aventuras por este “mundão” afora. Nunca gostei de ficar dando ordens sentado em uma cadeira ou apitando em uma reunião escoteira. Isto nunca foi minha “praia”;
- Sou Escoteiro como diz o Roberto Carlos, a moda antiga. Daqueles que gostam de um sorriso. De um abraço gostoso. De dizer eu gosto de você. Dos que gostam de ser o primeiro a dizer Sempre Alerta. De dizer muito obrigado a todos com que convivo no escotismo e fora dele;
- Sou Escoteiro porque amo o escotismo. O amei desde o primeiro dia que eu vergonhosamente olhei de soslaio para o meu Akelá e ele me recebeu na Alcatéia sério sem me dar um sorriso e depois eu o amei para sempre;
- Portanto meus amigos se notarem que sou diferente eu sou mesmo. Não tenho protocolos, não tenho cara feia, não faço continência por respeito, mas sim por amizade e gosto disto!
- Sou Escoteiro porque gosto de cantar (uma voz danada de feia e rouca) e em qualquer tempo, seja com chuva e com sol eu cantava, e como cantava!
- Sou escoteiro porque acredito no movimento e como Escoteiro me dou o direito de discordar de tudo que eu achar errado. Detesto castas, detesto gente metida a “besta” só porque tem isto e aquilo. Não vão me ver nunca batendo palmas para dirigentes. Mas sempre irão me ver dando Anrê, palmas escoteiras, gritos de guerra a toda essa juventude que está firme nas fileiras escoteiras a qualquer tempo com sol ou com chuva;
- Sou Escoteiro porque depois que cresci acreditei que o escotismo é que precisa de mim e não eu dele. Mas me entreguei a ele de corpo e alma;
- Enquanto viver serei Escoteiro e não importa o que aconteça, pois mesmo não sendo flamenguista o hino deles eu canto Escoteiramente: – Uma vez Escoteiro sempre Escoteiro. Escoteiro eu sempre ei de ser, Escoteiro eu sou até morrer!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

O Pernilongo, a Muriçoca, o carrapato e outros bichos.



O Pernilongo, a Muriçoca, o carrapato e outros bichos.      

           Isto é coisa do demônio, dizia a Chefe Mercedes. Chefe “gente boa” a Chefe Mercedes. Entrou com idade avançada e logo conseguiu sua Insígnia de Madeira. No entanto ela detestava estes insetos que ela chamava coisas do Demônio. No primeiro acampamento os pernilongos se deliciaram. Em outro uma “tropa de carrapatos fez dela seu ninho”! Risos. Eu dizia a ela que pernilongos muriçocas e muruins parecem ser da mesma família, mas não são. Risos. São escolados e cada um tem sua maneira própria de morder e chupar o sangue dos pobres dos escoteiros, escoteiras e lobinhos. Coitada da Chefe Mercedes. Seu braço ficou todo mordido e suas pernas também, pois achou que podia usar calças curtas. Risos. Danado de insetos chupa sangue. Adoram escoteiros e escoteiras quando vão acampar. Dizem que os jovens ficam tão encantados com o campo que se esquecem de tudo e os pernilongos e carrapatos se deliciam.
          Acampei muito em minha vida. Sem falsa modéstia quase 800 noites de acampamento. Nunca gostei muito destes “bichos”. Insetos chupa sangue não é o meu forte. Hoje a modernidade trouxe o repelente, na minha época não tinha. Dava cinco e meia da tarde lá íamos nós ver onde soprava o vento e com ele a favor no campo de Patrulha colhíamos folhas verdes, e fazíamos um fogo com uma fumaceira infernal. Enquanto durava a fumaça os demoniozinhos fugiam a espera quando pudessem voltar. Uma vez descobri que existem diferença do pernilongo da cidade e o do acampamento. O do acampamento ataca, morde e você sente logo. Nós os antigos os chamamos de muruins. Com um raminho na mão a gente os espanta. Os da cidade não. São covardões. Vivem escondido em baixo da cama, de um móvel qualquer.  Primeiro zumbem no seu ouvido e somem. Você acorda com uma coceira danada. Pronto, ele já encheu a pança de sangue e se foi.
           Uma vez acampei próximo as barrancas do Rio das Velhas, bem perto da Barra do Guaiçuí onde se podia avistar o São Francisco. Era uma fazenda de um membro da diretoria do grupo onde tinha uma bela floresta nas suas margens. O local era de tirar o queixo. Lindo mesmo. Perfeito para um grande acampamento.  O capataz da fazenda nos preveniu. Olhe Chefe, lá a noite é um inferno. De cinco e meia as sete ninguém aguenta, as muriçocas são sedentas de sangue. Rimos dele. Não sabia que éramos da tropa dos valentes e intrépidos seniores escoteiros. Primeiro dia, barraca, algumas pioneirias, uma mesa e deixamos do lado centenas de boas folhas verdes. Que venham estes malditos demônios, dissemos. Vão enfrentar uma tropa que não tem medo de nada!
           Seis horas o inferno desceu entre nós. Não era um, não eram dois e sim mais de cem mil. Milhões quem sabe. Você olhava e via aquela nuvem cinzenta e não havia onde correr. Mas nós corremos. Até a sede da fazenda, mais de quatro quilômetros. O capataz riu a valer. Voltamos ao campo lá pelas nove da noite. A paz desceu a terra! Mas desistimos de dormir ali. Procuramos uma área próxima à fazenda e lá ficamos. Mas querem saber de uma coisa? Pernilongo e muriçocas avisam quando vão atacar e quando não avisam pelo menos só coça. Risos. Mas e o danado do carrapato? Este sim é o satã em pessoa. Não grita, não canta, não fala e procura um lugar para se esconder no seu corpo ficando lá dias e dias. A principio uma coceira gostosa. Você coça e para. Até o dia que descobre o bicho gordo, cheio de sangue como a dizer a você – Seu idiota enchi de sangue seu. Agora posso morrer! Risos. E morre mesmo. Você não perdoa.
             Para dizer a verdade nunca levei repelente. Achava que se os heróis da floresta, os bravos sertanejos ou os mateiros não usavam isto eu também não o faria. Mas dizem e não sei quem disse que isto não é coisa de escoteiros. Quem ainda não enfrentou saudáveis pernilongos, alegres muriçocas, carrapatinhos gentis, e aranhas lindas nas suas teias nas florestas à noite no rosto, dançando ou rindo de você, então você ainda não foi batizado Escoteiro. Meus amigos, quantas coisas contamos para nossos escoteiros para reafirmar aquilo que ele é. – Escoteiro não anda voa! Escoteiro não ri, dá gargalhadas! Escoteiro não chora, dá pernadas na dificuldade! Escoteiro não tem medo, luta até a morte! Escoteiro não corre dos insetos ou animais peçonhentos, enfrenta por toda a vida!
              Não sei não. Coitado do Escoteiro quando dizem isto para ele. Ele vai ficar assustado. Sabe que nem seus super heróis são assim. Sabe que ele é humano como os outros. Eu prefiro dizer calmamente que ele não se preocupe com as dificuldades, elas passam e reafirmo a eles – Se você tem amor no coração, sabe ser fraterno, se você sabe sorrir com o zumbido da noite, sabe apreciar o orvalho de madrugada, você é um Escoteiro.
Até outro dia meus amigos e minhas amigas. Tantas coisas a dizer o que seria um bom Escoteiro que prefiro um dia fazer outro artigo. E viva os pernilongos! Viva as muriçocas! Bem vindos os carrapatinhos espertos! No fundo no fundo sou Escoteiro e adoro eles!  Até breve, portanto!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

PONTUALIDADE, UMA QUESTÃO DE HONRA PARA NÓS ESCOTEIROS.




Pontualidade é a arte de não desperdiçar o tempo alheio.
Anônimo
A pontualidade é uma demonstração de respeito pelo outro e pela vida.
"A pontualidade é cortesia dos Reis e obrigação dos educados"
Provérbio Inglês

PONTUALIDADE, UMA QUESTÃO DE HONRA PARA NÓS ESCOTEIROS.

                Eu não sei por que resolvi escrever sobre a pontualidade. Não é um assunto de adestramento, de técnica, de programas, mas acredito ser da formação escoteira e de formação moral. Não sei se será bem recebido pelos meus amigos leitores. Vejamos bem, somos exemplos, somos vistos como perfeitos, muitas vezes pela comunidade, pelos pais, pelos membros juvenis e estamos a toda hora lançando a semente da responsabilidade, da amizade e confraternização. Na Lei Escoteira incentivamos as atividades religiosas, escolares e de cidadania. Portanto, somos responsáveis pela formação de nossos jovens nestes aspectos sem sombra de dúvida.
               No entanto a falta de pontualidade é sempre um sinal de desrespeito pelo próximo e pela organização social e está presente em nosso meio. Ela está presente nas rotinas, nas tarefas que desempenhamos, nos desafios e nos objetivos que nos propormos realizar. De todos os recursos a que temos acesso, o tempo é um dos mais relevantes pela sua natureza volátil e, para muitos de nós, perdermos horas à espera de outros, significa desperdiçar um precioso bem.
              Também é importante que devemos perceber e assumir que a forma como lidamos com o relógio, diz muito sobre a nossa educação e temperamento. Numa sociedade tão exigente e complexa como a nossa, é uma questão de procurarmos definir prioridades, sabendo de antemão que nunca iremos ter tempo para fazermos tudo o que precisamos ou gostaríamos de fazer.
              Ninguém gosta de ficar à espera. Se nos pusermos no lugar do outro poderemos vir a constatar que esta atitude não é um pormenor sem importância, mas constitui de fato uma falta de civismo e respeito. Vejamos algumas situações no dia a dia das reuniões de seções ou acampamentos:

- O horário de inicio da reunião é 14h30min (hipotético) alguns pais trazem os filhos nos horários, outros não. Será que é devido às falhas anteriores por parte dos escotistas responsáveis?
- O tempo de duração da cerimônia de bandeira (hipotético) é de 10 minutos, mas foram gastos mais de 20 minutos. Nestes casos os programas feitos pelas seções não terão a continuidade esperada.
- A inspeção, ou o Grande Uivo era de 10 minutos, mas se gastou 15 ou mais.
- O jogo inicial era de 10 minutos, mas se gastou muito mais.
- O adestramento de base ou de patrulha/matilha era de 15 minutos, mas se gastou muito mais.
- Diversas outras atividades programadas tiveram que ser canceladas ou substituídas por falta de tempo, já que ele foi gasto em outras atividades.
- E finalmente, o encerramento atrasou e os pais que estavam à espera ficaram inconformados, pois muitos deles tinham outro compromisso.
Agora, vejam bem, foi feito um programa, distribuído tarefas junto aos assistentes, preparou-se material para isto e boa parte foi perdida. Esticar o horário, mudar à hora de encerramento? E os pais?
É importante esclarecer que temos praticamente uma atividade por semana, com tempo determinado e muitas vezes perdemos um programa por não sabermos como utilizá-lo.
- Eu pergunto como fica a motivação dos assistentes quando sua atividade é cancelada? – Como fica o programa de progressividade nas etapas e provas? – Não seria o caso de quem sabe, perdendo boa parte do programa, com consequente atraso no progresso do jovem este é induzido a sair do movimento? 
                      Eu posso dizer que vivi muito tal situação. Alem das atividades escoteiras nos grupos, também atividades distritais, regionais ou nacionais não começavam no horário. Os jogos e atividades programadas se extrapolaram. Chegamos a tal ponto, que diversos cursos de adestramento que dirigi, tinha alunos que chegavam atrasados. Mandá-los de volta, recusá-los? Como disse acima, é uma falta de respeito para com aqueles que chegaram no horário. Isto não pode fazer parte do dia a dia de nossas atividades escoteiras.
                     Nos adultos somos o exemplo. Temos que manter nossa fleuma de uma pontualidade “britânica” para mostrar que os outros podem contar conosco. Nos Grupos Escoteiros que participei, havia flexibilidade para um pequeno atraso, mas que não extrapolasse o essencial.
                    Tenho certeza que a maioria de vocês que me leem, aconteceu um pequeno ou um grande atraso na chegada de um acampamento, de uma excursão, de um bivaque ou mesmo acantonamento. Coloquem-se no lugar dos pais que estão à espera, sem nenhuma notícia. Acredito inclusive que a decepção pode em alguns casos ser superior à alegria e motivação do jovem no seu retorno. E na saída então, esperamos este, aquele e no final, saímos com total desrespeito com aqueles que chegaram no horário, prejudicando todo o programa que havia sido feito.
                   Conheci um executivo escoteiro profissional, que conseguiu ser recebido por um presidente de uma multinacional e cujo intuito era de conseguir meios e locais para alojar em sede própria um Grupo Escoteiro da comunidade. Ele se prontificou em receber e ouvir e até quem sabe ajudar.  Infelizmente ouve um atraso de 30 minutos e a reunião foi cancelada. Que belo exemplo ele deu. Acredito que daí para frente aquele Presidente olharia com desconfiança para o Movimento Escoteiro.
                    Temos diversas situações de escotistas que divergem de tal situação, chegando mesmo a pedir demissão pela falta dos responsáveis do Grupo Escoteiro em não tomar providencias. Como sempre, é mais uma cisão e mais outro grupo sendo organizado e quem sabe pode não haver frutos do que existe e no que está começando.
                     Não é preciso dizer, que muitos de vocês leitores não se coadunam com o que aqui escrevi. Conheço uma centena ou mais de Grupos Escoteiros responsáveis e acredito que todos lutam para que fatos como este não aconteçam.  Infelizmente, pela minha experiência pessoal passei e ainda passo por convites de escotistas que ainda não se espelham com os dizeres sagrados da pontualidade. (e francamente, detesto ficar esperando!).

Teoria é quando se sabe tudo e nada funciona.
Prática é quando tudo funciona e ninguém sabe o por que.
Neste recinto, conjugam-se teoria e prática: nada funciona e ninguém sabe porque.
(Escrito num cartaz de uma repartição pública de Brasília)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O grito de Patrulha.



O grito de Patrulha.

              O escotismo é interessante. À medida que vamos conhecendo seus estilos, seus fatos, suas histórias e tradições mais e mais vamos entregando nossos corações. Ele nos conquista de tal maneira que para muitos é difícil explicar. A cada dia que vamos prestando atenção a tudo que acontece em volta, uma marca vai ficando e nunca mais sai do nosso ser. E como marca. Hoje resolvi comentar sobre o Grito de Patrulha. Isto mesmo. Sei que vocês também sabem seu valor. Aqui comento sem o intuito de ensinar. Não se ensina o que todos conhecem tão bem como eu. Gritos são tradições imutáveis. Existem para dar vida a Patrulha. É como se ela quisesse dizer: - Jovens, se unam como um todo em volta da fraternidade, aqui somos um só. E como é delicioso, agradável quando se vê uma Patrulha orgulhosa dando seu Grito de Patrulha.
             Cada tropa tem seu estilo. Cada uma tem sua história. Tem aquelas que as patrulhas ficam em circulo fechado, bastão ao meio, todos ali segurando e o Monitor eleva acima o totem da Patrulha e dão o grito. Tem outras que se formam em linha e todos olhando a frente com o Monitor com bastão levantado dão seus gritos sorrindo deliciosamente. Não importa como. Mas prestem atenção quando do grito. Por ele sabemos se a tropa está firme nos seus ideais, se a Patrulha é unida, se o oitavo artigo está ali presente sempre. Os gritos mostram muito. A valentia simpática do Monitor e o prazer e alegria do mais novo em participar.
            E quando terminam? Uma apoteose. Vejam o olhar! Vejam o orgulho de pertencer a Patrulha. Só quem esteve lá sabe como é. Não importa se o grito é longo, curto, se é em português, latim, francês, inglês, ou mesmo em linguagem galáctica ou em tupi-guarani. Não importa mesmo. Mas sabem o que é mais importante? Nunca aceitar que troquem o grito. Ele é uma tradição e tradições se mantem firmes no coração de cada um. Alguém que assumiu a monitoria não gosta? O Chefe também? Mas meu amigo, quantos ali passaram e deram este grito? Você está esquecendo que eles um dia junto a outros escoteiros que aí não estão mais gritaram alto, com toda a força dos seus pulmões? Sentiram a vibração da Patrulha? O orgulho de pertencer a ela? Portanto grito não se muda nunca. É eterno. Para sempre. Forever!
           Quando Escoteiro o grito era dado sempre quando se formava. Sempre quando o jogo terminava, sempre do inicio de uma atividade. E o grito ao levantar no acampamento? Alvorada, cedo, orvalho caindo, um frio danado e lá estávamos nós. Bastão ao meio, totem levantado e gritava! Que sono meu Deus! Que frio danado! Mas o grito era dado. Com chuva ou sem chuva lá estava a Patrulha a mostrar que tinha orgulho, tinha união e seu grito nunca podia ser esquecido. Nosso grito foi marcado em montes e vales, em altas montanhas, em diversos estados, dentro de vagões em viagens intermináveis, em ajuris, em ARP, e olhe uma vez eu e um membro da Patrulha com orgulho demos nosso grito orgulhoso quando estivemos ao lado de um candidato a presidente do Brasil. Depois de eleito foi uma decepção. Mas ele ouviu nosso grito, se assustou sorriu e disse – Sempre Alerta!
          Eu sei que existem os gritos de tropa, de grupo claro todos são importantes, mas o Grito da Patrulha é único. Ele dá uma comichão no corpo, uma sensação deliciosa de ser mais um. E quando alguém vai embora? Nunca mais volta? Dá-se o grito da despedida. Sem choro, ali escoteiros e escoteiras não choram. É só uma maneira de homenagear, de mostrar que ele foi importante assim como o foi quando adentrou a Patrulha e o Monitor explicou a ele o porquê do grito, como era feito e que agora ele era mais um. E amigos, é preciso ver o olhar de um jovem novato quando do primeiro grito. Não existe nada que possa substituir o olhar, o sorriso a voz ao gritar, o ser a vibrar por dentro e dizer, agora eu sou mais um.
          Que as patrulhas gritem. Alto e em bom tom. Que mostrem a todos sua força, sua vontade seu orgulho em ser Escoteiro. Grito de Patrulha, quem já deu nunca mais vai esquecer!

domingo, 24 de junho de 2012

AS SEMENTES AFRICANAS NO ESCOTISMO.



Um pouco de historia de Baden Powell (BP)

AS SEMENTES AFRICANAS NO ESCOTISMO.

Indo em direção ao Outspan Hotel em Nyeri os visitantes se defrontam com esta placa fixada em uma árvore numa curva da estrada. O Outspan tem um monte de visitantes: alguns que vão lá enquanto visitam Nyeri a serviço ou negócios, outros que vão em férias, há aqueles que a usam como base para a escalada do famoso monte, e há aqueles que lá vão especialmente para conhecer a famosa "Paxtu", a última casa de Baden-Powell, fundador dos Movimentos Guia e Escoteiro.

B-P visitou a África oriental pela primeira vez - cada um dos atuais países do Quênia, Uganda and Tanzânia - em 1906, e registrou as suas impressões tanto em palavras quanto em imagens em seu livro Sketches in Mafeking and East África, publicado em 1907.
Ele não retornou lá até 1935 quando ele realizou inspeções de escoteiros em gincanas organizadas em todo o país. Ele então visitou o seu velho amigo, Major E. Sherbrooke Walker, M.C., que foi o primeiro secretário particular de B-P após a fundação do Movimento Escoteiro e que tinha posse da primeira Fiança de Escotista (n.t.: nomeação?) emitida. Após numerosas aventuras Erie Walker construiu o Outspan Hotel in Nyeri e o ainda mais famoso Treetops.
B-P mais uma vez apaixonou-se pela "bela visão das planícies até o topo careca e nevado do Monte Quênia", descrita após a sua visita em 1906, e então quando no inverno de 1937 foi aconselhado pelo seu médico a descansar foi para Nyeiri que ele foi.
`Quando ele nos deixou', escreveu Erie Walker em seu livro Treetops Hotel descrevendo a partida de B-P do Quênia em 1938, `Lord Baden-Powell estava envelhecido. (Ele estava com 81 anos). "Quanto mais próximo de Nyeri, mais próximo da felicidade", ele disse, "Eu voltarei para passar o resto da minha vida no Outspan.”.
'E então ele nos pediu que construísse uma casa de campo antes dele voltar para aquela que ele disse seria a sua terceira e última vez. Ele marcou um lugar no jardim. "Quanto", ele disse, custará para construir uma pequena casa com uma sala de estar, uma ampla varanda, dois quartos, dois banheiros e duas lareiras?
`Eu fiz um cálculo rápido. "Doze mil pés quadrados, a dez shillings por pé quadrado", Eu respondi, "chega a seiscentas libras". (O que nós construiríamos a este custo agora!).
`Ele consequentemente adquiriu ações em nossa pequena companhia com aquele valor, com a qual nós construiríamos a casa, mobiliaríamos, e faríamos um jardim privado, com alegres flores, e com uma fonte e banheira de pássaros em frente à varanda. Ele tinha debatido como chamar a casa e pensou em vários nomes. 'Finalmente ele disse: "Eu chamei aminha casa em Bentley `Pax' por que eu a comprei no dia do Armistício após a Primeira Guerra Mundial. Eu acho que vou chamar a minha casa aqui de `Pax', também (too em inglês).”.
`Após isto ela sempre foi conhecida como "Paxtoo", ou "Paxtu”. '
B-P. e Lady B-P comemorou suas bodas de prata em 1937 e escoteiros e bandeirantes de todo o mundo coletaram um fizeram uma coleta para presenteá-los.
`Nós utilizamos parte do presente de bodas de prata dado pelos Escoteiros e Bandeirantes' escreveu B-P em O Scouter de Maio de 1938, 'para construir para nós mesmos uma casa de campo em Nyeri. Nós a chamamos de "Paxtu", desde que ela será uma segunda "Pax" para nós (two=dois em inglês), e uma lembrança permanente da generosa boa vontade do Movimento. '
Em outubro de 1938, ele retornou para Nyeri para viver em Paxtu, e jamais deixou a África Oriental outra vez.
A casa permanece quase igual quando ela foi construída, apesar do velho teto makuti ter sido substituído por um metálico, e o jardim foi drasticamente arrancado em 1964, mas a fonte e a banheira de pássaros permanecem. A casa agora está junta ao bloco principal do hotel com uma série de apartamentos.
Uma descrição da casa foi feita por B-P em uma carta ao ator, Cyril Maude, em1939:-
`Nós nos sentamos aqui sob um contínuo brilho de sol (com mangueiras para regar nosso jardim) e jamais, desde que nós chegamos aqui, quatro meses atrás, falhamos em ter um dia ensolarado para um desjejum na varanda. Eu anexo uma foto da cabana que nós construímos para nós e achamos ótima de todas as maneiras. Uma sala de estar no centro, com toda a frente aberta, com portas de vidro dobráveis. Em cada lado um quarto de dormir com closet, banheiro, lavatórios, etc. e dependências de empregados ao fundo, com um caminho coberto até o hotel, 200 jardas adiante, de onde vem todas as nossas refeições. Nós temos água quente e fria, com luz elétrica e aquecimento, um jardim encantador (cresceu muito após a foto) e uma gloriosa vista através da floresta e planície até o Monte Quênia com o seu pico nevado. '
Por vinte anos, até a morte da Srtª Miss Corbett em 1963, a casa foi habitada por Jim Corbett, velho amigo de B-P, autor de Man-eaters of Kumaon e outros livros conhecidos, e sua irmã Maggie.
Em 1964 Escoteiros e Bandeirantes do Quênia contribuíram para a compra de um marco que foi colocado no jardim em frente à casa, o qual porta a seguinte inscrição:
"Este monumento foi doado pelos Escoteiros e Bandeirantes do Quênia em memória de Lord Baden-Powell of Gilwell, seu primeiro Fundador, que viveu aqui de outubro de 1938 até a sua morte em oito de janeiro de 1941."
Ao mesmo tempo o sinal na alameda de entrada e a placa esculpida em cedro (ilustração nesta página) na própria casa foram doados pela Associação Escoteira do Quênia para manter viva a memória do Fundador, e para guiar os incontáveis visitantes que vêm de toda a parte do globo para visitar a última morada do Fundador e sua tumba no cemitério perto dali.