Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Crônicas de um Chefe Escoteiro. Chatos! Existem no escotismo?




Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Chatos! Existem no escotismo?

... - Descubra se você é um chato e qual o seu tipo preferido. Afinal o Chato é um indivíduo que tem mais interesse em nós do que nós temos nele. O maior chato é o chato perguntativo. Veja se você não é um chato discursivo ou narrativo, e se for escolha onde se dá bem sendo um chato!

                            Não sei. Alguns amigos dizem que sim. Dizem que eu sou um deles. Um até me disse que sou um “Chato de Galochas”. Poxa! Logo eu? Nunca tive uma galocha. Não sabia que era chato. Dizem que a palavra “Chato de Galocha” é aquela pessoa que mesmo num dia de chuva, põe sua galocha e vem exercitar sua “chatura” imitando Gene Kelly no filme “cantando na chuva”. Outros dizem que o Chato de Galocha é o chato prá chuchu que saiu do mundo agrário e ingressou na era moderna. Mas como sou Escoteiro e um chato por profissão, pensei comigo: - Será que tem chatos no escotismo? Pensando bem acho que sim. Já que me coloquei como um deles porque não dizer dos outros? Vejamos a descrição de alguns chatos e tenho certeza que você minha amiga e você meu amigo não se enquadram em nenhum deles. Ainda bem! Nota dez!

- Fãs de entendidos - São aqueles chatos que não podem ver um Escotista mais graduado que correm para conversar com ele. Ficam ali com aquela cara de besta que Deus lhe deu, como se fosse um aluno junto ao seu professor e querendo absorver toda a pose, todo sorriso e todo conhecimento do Chefão!

- Politizados em demasia – São aqueles chatos que defendem com unhas e dentes sua associação, seus superiores, suas ideias. Nunca admitem erros. Mesmo não tendo nenhuma experiência, jactam-se de tudo que falam. Os dirigentes adoram estes chatos.

- Carentes – Estes chatos estão sempre reclamando. Reclamam de tudo. Do Chefe, dos assistentes, do Diretor Técnico, Do Presidente do Grupo do Comissário dos acampamentos ruins, dos Jamborees e das taxas baratinhas cobradas, enfim reclamam de tudo. Quando te pegam na esquina para reclamar haja “saco”!

- Amigos do passado – Gosto destes chatos. Se te pegam na rua, logo convidam para uma cerveja, uma pizza, e sempre pagam as despesas. O ruim é que ficam lembrando-se do passado e você olhando para o relógio sem jeito de sair.

- Viciados em aplicativos – Estes não são “moles”. Adoram te mandar recadinhos para aplicativos no Facebook e no Messenger. Você acessa sua conta ou o celular e vê um monte de notificações, sugestões exigência que começa assim: - Avisa a todos os seus amigos... E quase sempre são aos mesmos. Não adianta deixar recados. Todo o dia lá estão eles. Ora são Irmãos de farda e melhor é calar e não convencê-los que são chatos.

- O olheiro – Desculpem. Não é do meu tempo. Hoje o chamam de Assessor Pessoal de Formação. Desde que criaram a função de assessor para tudo logo o escotismo também criou o seu. A diferença é que o nosso é de graça! O chamo de olheiro porque ele vive de olho em você. Quer ser seu orientador, dizer o que fazer. Ensinar a você o caminho para o sucesso, mas quase sempre é o caminho que ele imaginou e o que o dirigente ensinou a ele. Muitos nem tem exemplos a dar. Até que gosto da ideia destes chatos. Mas desculpem, não deixam de ser chatos.

- O metódico – É o Chefe que tem o jeito dele de trabalhar, de fazer as coisas. Ele já tem na cabeça o seu jeito certo de realizar suas tarefas. Nunca pede ajuda. Quando estão juntos acampados ele acha que você faz tudo errado. Com aquela “fleuma” Escoteira de Escoteiro bem educado, ele te enche as “paciências”.

- O perseguido – Fica o tempo todo falando que existem complôs contra ele. É o seu Chefe, seu Presidente, seu distrital, enfim querem tirá-lo do escotismo. Não sabe o que fazer. Pensou em mudar de lado, mas soube que do outro lado seria a mesma coisa. Não sabe se sai ou se fica. Que medo ele tem de ser demitido ou levado a tal comissão de ética! E o salário oh!

- O nervoso – Nuca está satisfeito com nada. Explode por qualquer coisa. Reclama que não recebeu um agradecimento, uma condecoração. Reclama que já devia ser o Chefe da tropa, do Grupo, reclama que Já devia ter recebido sua insígnia. Reclama de tudo!

O dono do mundo – Este chato é um perigo. Considera-se o maioral. Dizem que a maioria já tem a medalha “Velho Lobo” e se tem o Tapir acredita que está acima da lei e quando ela não lhe agrada sempre cria uma nova. Não quer perder o seu cargo e finge ser seu amigo para se perpetuar no poder, mesmo com sua idade avançada.

A carpideira. – São aqueles que ficam de olho no que você escreve. “Catam” grupo por grupo, pagina por pagina para comentar e desfazer do que você escreveu. Alguns fazem questão de escrever como se fosse uma piada e outros pisam no pé do escritor e muitas vezes são mal educados e prepotentes. Não se conhece o que ele fez, quanto tempo de escotismo tem, mas ele sabe tudo de escotismo. É um chato em todo sentido da palavra.

            É, tem muitos outros tipos de chatos que eu poderia ficar aqui o dia inteiro falando sobre eles. As assembleias Escoteiras estão cheias de chatos. A chatice é tanta que eles adoram ser importantes, fingem sempre estar a trabalho, carregam uma pastinha e alguns sempre anotando. Os chatos amigos são aqueles que lhe dão beijinhos na frente e que fazem nas suas costas você não sabe. Tratam-te com carinho e lá no futuro preparam sua cama de pregos para ver você dormir e não voltar mais!  O folgado, que não levanta a bunda para fazer nada e sempre lhe pedindo para fazer tudo. Tem muitos mesmos. Mas o pior deles é o Capachão. Que chato puxa saco meu Deus! Os diretores, dirigentes, formadores adoram estes tipos. Ele quer a todo custo ser um deles! Haja paciência com eles, pois pior que eles só eu mesmo. Como sou chato. Sempre dando exemplos de BP da Lei da Promessa e metendo o pau nos dirigentes escoteiros que só querem fazer o bem... “deles” kkkk. Mas meu conselho é um só, Corra destes tipos! Só não sei como você vai correr de você mesmo! Risos.

          Enfim, é melhor ser como eu. Um chato de galocha! Um chato rei dos chatos. Risos. E viva os chatos, ainda bem que o escotismo não vive sem eles! E não esqueçam, Há duas espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e... Os amigos, que são os nossos chatos prediletos. Kkkkkk! 

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

A boa ação escoteira. Por Lord Baden- Powell.




A boa ação escoteira.
Por Lord Baden- Powell.

- Impressões do Chefe: - Recentemente um amigo Chefe Escoteiro publicou um artigo sobre a Boa Ação, representada pela moeda estupendamente reconhecida em vários países onde se pratica o escotismo. Poderíamos completar com o nó na ponta do lenço, com a vareta mágica, com a volta da moeda do bolso direto para o esquerdo várias vezes ao dia. A Boa Ação faz parte de nossa educação escoteira e é como o lema Sempre Alerta muito reconhecido por parte da comunidade internacional. Ela é constantemente lembrada aos jovens, dando exemplos e a mais célebre é ajudar os velhos a atravessarem um sinal de transito ou em uma rua qualquer. Um site que acredito desconhece nossas habilidades em ajudar ao próximo, disse: - Nós todos queremos fazer o bem, seja para nós, nossos entes queridos, o planeta, ou a sociedade em geral. E ideias de boas ações não faltam! Não importa quão grande ou pequeno, boas ações sempre têm um impacto positivo. Pelo lado espiritual sabemos que sem caridade não há salvação. A boa ação precisa ser viva, exercida e praticada, não pode ser só meditada, admirada, contemplada... Ela precisa ser atuante. Quando a boa ação não está viva em nossa vida, o nosso espírito cristão arrefece.

Sabemos que em muitos países se valoriza o trabalho voluntário principalmente os voltados para a caridade. Escotismo através do seu método desenvolve o espírito da boa ação, do amor, e da fraternidade. É doar sem receber e passar isso para os jovens é nosso principal objetivo. Devemos incentivar a boa ação individual, a boa ação por Patrulha, a feita pela sessão seja de lobos escoteiros seniores e os pioneiros que se identificam com o lema “Servir”. Existe a boa ação feita por todo o grupo e esta todos comparecem. Entretanto a individual tem por principio maior validade. Desperta o amor, a ajuda ao próximo e a alegria no jovem participante do escotismo, e de ter ajudado a alguém. Vejamos o que conta a história sobre ela vivida pelo nosso fundador Baden-Powell.

- No Centenário do Escotismo comemorou-se cem anos após o Acampamento Experimental de 1907, mas, quanto ao início das ideias de Baden-Powell para a juventude, que terão estado na origem do Escotismo, torna-se mais difícil uma localização no tempo. O Cerco de Mafeking fez de B-P um herói nacional, conhecido além-fronteiras e venerado no Império Britânico - tanto por adultos, como por jovens. Por essa altura, coexistiam na Inglaterra várias associações e clubes dedicadas à formação dos jovens, como a YMCA (Young Mens. Christian Association) e a Boys’ Brigade. Um desses clubes escreveu a B-P, que se encontrava a braços com a formação da Polícia Sul Africana, pedindo-lhe que enviasse uma mensagem para os seus rapazes. B-P respondeu a 21 de Julho de 1901, a partir de Zuurfontein, no Transvaal (África do Sul), com uma mensagem alusiva a um dos aspectos que mais contribuiu para imortalizar a imagem do escoteiro: a Boa Ação!

Meus caros rapazes,
O regulamento da vossa associação obriga-vos a manterem-se longe das bebidas, do tabaco, do jogo ilícito, do uso dos palavrões, etc. Não há nada melhor do que seguir essas regras e admiro-vos por as seguirem. Outros rapazes, que não têm a coragem de se juntar a vocês nem de se manterem fiéis a essas regras, provavelmente ganharão maus hábitos dos quais nunca se conseguirão libertar e, em muitos casos, as suas vidas tornar-se-ão histórias de miséria e fracasso: enquanto que vocês, saindo do vosso clube sóbrios e com a mente limpa, provavelmente sair-se-ão bem na vida, quando crescerem – se continuarem a aderir a essas regras.

Mas lembrem-se disto: Quando os soldados defendem um local, não ficam sentados, mas lançam contra-ataques para fazer debandar o inimigo. Por isso, não devem contentar-se em ficar sentados para se defenderem dos maus hábitos, mas devem também ser ativos para fazer o bem. Por “fazer o bem” quero dizer tornarem-se úteis e fazerem pequenos gestos de bondade a outras pessoas – sejam amigos ou desconhecidos. Não é algo difícil, e a melhor maneira de concretizá-lo é decidirem fazer pelo menos uma “boa ação” a alguém todos os dias, ganhando, assim, o hábito de fazerem sempre boas ações. Não importa o quão pequena possa ser a “boa ação” – nem que seja apenas ajudar uma senhora de idade a atravessar a rua, ou dizer uma palavra amiga em favor de alguém que foi difamado. O importante é fazer algo.

Quando um homem está a morrer, não está com tanto medo de morrer como de sentir que podia ter feito melhor uso do seu tempo enquanto viveu. O homem que fez “boas ações” toda a sua vida não tem nada a temer quando estiver a morrer.  Se esse homem sentir que fez algo de bom aos seus semelhantes sentir-se-á ainda mais feliz do que aquele que apenas se manteve afastado dos maus hábitos. Por isso, sugiro a cada um de vós, que leem esta carta, que devem, não só afastar-se da bebida e dos maus caminhos que lhe estão associados, mas também tentar.  “Fazer boas ações às pessoas à vossa volta”. "Podem começar já hoje e, se quiserem escrever e contar-me sobre a vossa primeira “boa ação”, terei todo o gosto em conhecê-la.”.

domingo, 12 de janeiro de 2020

Crônicas de um Velho Escoteiro. Quando o futuro chegar. As fotos que um dia correram o mundo.




Crônicas de um Velho Escoteiro.
Quando o futuro chegar.
As fotos que um dia correram o mundo.

... - “As fotos - Caro Osvaldo Ferraz... As fotos... ah! essas fotos que acompanham seus escritos... Ate o prazer de vê-las será tirado das próximas gerações escoteiras, pois as da geração atual não se prestam mais... quer pela roupa usada, quer pela ausência de relatos fotográficos como os do nosso tempo”... (de um leitor amigo).

                     È mesmo, as fotos são documentos importantes para mostrar as gerações futuras de onde viemos o que somos e para onde vamos. Elas significam um retrato vivo de um escotismo autêntico, onde o jovem aprendia a fazer fazendo, acampava diferente dos dias de hoje e sua sede de aventuras não tinha impedimentos legais para que não se fizesse como devia ser. Elas tinham um “que” saudosista que marcava uma época onde todo o método Escoteiro exalava verdades no campo ou na sede. Era uma forma de estar presente em qualquer ato ou fato, onde se era reconhecido pelo chapéu, pelo lenço e pelo uniforme impecável na sua apresentação. Uma disciplina aceita e não imposta, uma aceitação sem obrigação. Onde a Lei e a Promessa ainda não tinha discussão se deveria ser alterada ou não.

                    Tivemos homens que se dedicaram a mostrar como se fazia escotismo através das fotos. Pierre Joubert um ilustrador Francês, divulgou o Escotismo na França e no mundo com seus desenhos, levando milhares de jovens durante várias gerações as aventuras vividas pelos Escoteiros. Dizem que suas pinturas eram iguais ou melhores que Norman Rockwell. Estes e outros famosos ilustradores fizeram uma geração aprender a fazer fazendo só olhando suas fotos e desenhos. Na série Signe de Piste Pierre se supera. Seus desenhos ricos em detalhes são acessórios importantes para os textos dos livros que ilustram. Vários desenhos no novo (antigo) Manual do Escotistas do Ramo Escoteiro lançado em parceria com a Oficina Scout foram inspirados nos desenhos de Joubert.

                      Uma foto faz que as pessoas lembrem-se do que fez, do seu presente, do seu passado e ficam conscientes de quem são. O conhecimento do real e a essência de identidade individual dependem da memória. A memória vincula o passado ao presente, ela ajuda a representar o que ocorreu no tempo, porque unindo o antes com o agora temos a capacidade de ver a transformação e de alguma maneira decifrar o que virá. A fotografia captura um instante, põe em evidência um momento, ou seja, o tempo que não pára de correr e de ter transformações. Ao olhar uma fotografia valorizamos o salto entre o momento em que o objeto foi clicado e o presente em que se contempla a imagem, porém a ocasião fotografada é capaz de conter o antes e depois.

                      São as fotos nosso marco da história. Seja ela de quem for. Na fotografia encontramos a ausência, a lembrança, a separação dos que se amam, as pessoas que foram para outra vida, as presentes e as que desapareceram. As fotografias nos mostram a realidade do que foi e do que será. Mostre uma foto de Escoteiros de alguns anos passados e qualquer um irá identificar que aqueles eram meninos aventureiros, Escoteiros que sorriam no perigo, não tinham medo da noite e das florestas. Uma foto de um campo de patrulha, de uma jornada, da alegria em alcançar o pico da jornada, da velha carrocinha que tantas saudades nos deixaram, da ponte construída, do ninho de águia da escada de cordas e tantas outras construções que ficaram na história.

                     Um Velho amigo me corrige a dizer que isto não acontece mais. O que foi não volta mais, o que será daqui para frente só as gerações futuras poderão dizer. Já não se vê fotos de patrulhas com suas bandeiras a escalar montanhas, em suas barracas nos seus campos de patrulha, da cozinha fumacenta das artimanhas e engenhocas que tantas saudades nos trazem. Brincar em arvores com suas cordas solta no ar. Correr atrás das borboletas, colher flores silvestres para enfeitar a mesa rústica do jantar. Lavar sua própria roupa, dobrar nas técnicas aprendidas, vestir o uniforme com orgulho para se apresentar a quem nos quer ver. São as fotos os documentos do passado. São as fotos que dizem o que fomos e são elas que trazem recordações de cada um que tiveram o orgulho de estarem presentes nas grandes atividades Escoteiras.

                    Esperemos que as gerações futuras possam ver o escotismo de Baden-Powell como ele foi e como ainda deveria ser. Estamos esquecendo que os meninos daquela época eram sonhadores aventureiros e falamos para os de agora outra linguagem. Não deixemos que eles só fiquem no sonho de ser heróis, que gostariam de fazer uma grande aventura. Em nome de novos tempos vamos dar a eles a sede da descoberta, da aventura e isso faz parte no desejo do jovem de ontem e no de hoje. Ouvir os jovens não deve ser somente uma metáfora. Precisamos reverter à burocracia em um escotismo de aventuras, fora da sede, no campo ou onde seja possível ir. Precisamos dar a nova geração o sonho dos jovens meninos ingleses quando colecionavam o “Aids to Scouting (Ajudas à Exploração Militar) ou mesmo o Scouting for Boys (Escotismo para rapazes). Quem sabe posso estar enganado. E o escotismo vai procurar seu verdadeiro objetivo, o objetivo criado por Baden-Powell. Ainda acredito em um futuro maravilhoso e os meninos e meninas desta e de outra geração iram sorrir com suas fotos, com suas lembranças e com o escotismo aventureiro que sempre sonharam.

                   E eu, um Velho Chefe Escoteiro saudosista vou tentando achar aqui e ali, as fotos que um dia vivi e sei que muitos viveram comigo. Elas fazem parte da minha, da sua e de toda histórias dos Velhos Escoteiros que como eu ainda tem sonhos. São elas as fotos que como comentou o meu amigo, ainda dão o prazer de vê-las e sonhar com o passado trazendo verdades ao presente.