Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

sábado, 8 de junho de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Diário de um Velho Chefe Escoteiro Tradicional.




Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Diário de um Velho Chefe Escoteiro Tradicional.

Nota – Um sábado modorrento sol em ponto morto vou lendo e absorvendo o que cada um pensou e postou na sua página de estimação. Sentado no banquinho com os dedos no teclado, vou escrevendo o que vi e o que aprendi deixando o vento me levar ao sabor da vida. E vocês meus diletos amigos escoteiros, tenham uma bela tarde, uma bela noite, uma linda madrugada e uma vida espetacularmente feliz!

- Varrendo meu subconsciente abstrato filosófico, porque não dizer subjetivo, nada melhor que fazer uma autoanálise dos últimos dias e anotá-los sabiamente no meu livro da vida: - De novo me disseram que devia procurar outra freguesia. UEB ou EB não têm interesse no meu passe. E daí? Ele estava à venda? Afinal sou um dos poucos produtos fabricados no antigamente que não dá lucro a EB e nem bate palma pelas idiossincrasias que andam escrevendo e determinando por ai.  Em 1947 mesmo sem registro fiz a promessa de lobo na UEB. Durante todos estes anos que sou escoteiro ganhei distintivos e fui agraciado com tanta honraria Uebeana que adquiri certos direitos queira uns e outros não. E viva Baden-Powell meu eterno e único Guru que está no céu.

- Admiro as outras congêneres escoteiras que fazem o escotismo que acreditam. Respeito apesar de ainda não bater um prego na porteira pensando que vai ser para sempre. Queira ou não sou UEB e não EB mesmo não fazendo o registro. Ora bolas, se um dia me escolheram como DCIM, me deram medalhas sem pagar, nomear como Comissário e o Escambal hoje não sirvo mais só porque não comungo com as diretrizes dos novos dirigentes? - Sou Facebocano desde 2009. Só escrevo Escotismo e nada mais. Aqui cada um escreve o que quer. Uns fazem politica, outros mandam bilhetes, falam de suas escolhas pessoais e religiosas. Afinal eu também não sou um tagarela nos meus escritos?  Minha caixa de mensagem vive cheia. Pena que não tenho tempo para ler tudo e enviar para todos os meus amigos como pedem. São muitos, pois é. E dizem que estamos sozinhos por aqui. Sei não.

- E vão comentando os prazeres abstratos dos lideres da Escoteiros do Brasil, alguns eleitos e outros mantendo a posição do poder. Privilegio de poucos. Passagens pagas, exigências de hotéis cinco estrelas, gastanças nas viagens internacionais. Danado de escotismo moderno, onde nem mesmo o respeito aos “escoteiros” que mal podem pagar e viajar por aí. Meteram os pés pelas mãos, tentaram absorver todos que discordaram, abriram processos pensando que seus egos seriam satisfeitos com o poder de ser dono do lugar. Perderam tudo. Gastaram sem consultar aos seus correligionários e hoje estão sujeitos a ressarcir a todos que prejudicaram.

- E quem vai me pagar os dissabores de ver uma associação que não faz mais parte do meu passado? Do meu velho caqui, do meu chapelão, da minha fleuma representativa de um passado que se perdeu? Agora tem presidentes, diretores e o escambal. O Velho Escoteiro Chefe, o Velho Comissário, o Velho Chefe de Grupo, minhas saudosas classes tão bem descritas no livro do meu amigo Floriano de Paula. O que existe na paginas do Velho Lobo no seu Guia do Escoteiro ficou no tempo na memória de quem teve o privilegio de ler. Agora tudo é moderno. Um “pimpolho” chamado de “diretor presidente” resolveu que podem usar como quiser seu vestuário tipo “bombacha” cuja confecção não vale o quanto pesa.

- E vai daqui vai dali, tanto que devemos ver na formação do jovem e vem à preocupação com os Agnósticos, LGBT e outras religiões não cristãs em ter uma promessa própria no escotismo. Abstenho-me de opinar e nem sei se vale a pena concordar ou não. Queira ou não sou um dinossauro saudosista que não sabe se isto vai dar nova dimensão ao Escotismo que acredito. Apego-me aos resultados. Só aos resultados. Vi que estão organizando uma nova associação: - AEA – Associação dos Escoteiros Ateus. Sucesso para eles. Será que vem também a AELGBT? E ainda dizem que alguns pretendem acabar com o uniforme caqui? Quem ganha com isso? Maneiramente parece que a EB lucra. Mais associados para comprar o vestuário. (Ops! Não se dão por satisfeitos, antes era vestimenta agora é vestuário – Putz grila!) Haja tostão para ser escoteiro hoje em dia. E inventam mil maneiras para enricar: - Novos distintivos, novas taxas e algumas em “dólar!”. Olhe eu não sei se a “mula manca”, o que eu quero é rosetar... E o salário Ó’!

- Vai ser danadamente desagradável para alguns que não me veem com bons olhos enquanto estiver vivo. Quando morrer paciência. Mas enquanto viver vestirei aquele que usei pela primeira vez em abril de 1951 quando fiz minha promessa escoteira, lá nas Minas Gerais, no rincão do Ibituruna em Governador Valadares onde o Rio Doce virou poeira e lama. Será que vão me processar? Putz grila, vai ser demais. Serei meu próprio “Devogado”. Não tenho um tostão para contratar outro. Agora ficar atrás das grades não sei se vai dar. Velho maniento cheio de lugar comum morre em doze horas lá. Bem cada um morre onde pode não é? Esqueça Vado Escoteiro, eles nem sabem que você existe!

- Quase encerrando às vezes penso que se fosse mais jovem iria formar uma tropa dos meus sonhos. Daquelas de adestrar monitores para que eles fossem os irmãos dos demais patrulheiros e fizer bons acampamentos, sem pais preocupados, deixando a vida deles ser feitas com crescimento do aprender fazendo. Posso? Não nunca seria filiado a EB e a nenhuma outra associação. Seria aquela que iria seguir sua trilha com pés no chão, responsabilidade no costado, fazendo escotismo na veia, no meio da poeira cantando uma bela canção. Quem dera! Os sonhos desta vez não passam de uma ilusão.

- Ah! Caro Velho Chefe Escoteiro. Não fique criando “calango” de beira de estrada que está de olho onde vai passar. Esqueça a “chicana” não vai achar a palavra certa para dizer a essa turma metida que nem sabe fazer um nó de cabeça para baixo e que quando armaram barraca foi no fundo do quintal da sede... Risos se armaram! Ainda fecho os olhos e vejo estrelas, lindas montanhas, florestas, vales e lindos riachos para nadar. “Bão demais!”. Pois é, nos meus sonhos ainda posso ver a beleza das flores, do vermelho ao nascer e do por do sol e do azul do céu. Colocaram-me um olho azul, agora tudo azul na vida do Velho Chefe Escoteiro. Vida longa a todos vocês!

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Meu melhor curso escoteiro foi com meus monitores.




Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Meu melhor curso escoteiro foi com meus monitores.

Prologo; - A divisão dos escoteiros em patrulhas permanentes, de seis a oito e lidar com elas como unidades separadas e independentes, cada qual com próprio Líder, responsável, é a chave do sucesso com uma tropa. Baden-Powell.

                  Ei Chefe, não é uma pegada de um Quati? – olhei com calma, nunca tinha visto uma, mas se o Escoteiro dissera eu acreditava. Paramos, analisamos o peso a altura, as passadas e assim fomos aprendendo a seguir pistas de animais. Eu e meus amigos monitores e Submonitores. Junto a eles eu estava na melhor escola escoteira que tinha conhecido. – Chefe? É um ninho do Inhambu? Dizem que ele não se preocupa muito e junta umas folhas próximo a uma árvore disse Niltinho um Monitor da Gavião. Nunca fui expert em ninhos só sabia que Gill um sub Monitor um dia me contou que o ninho do João de Barro dava uma mão de obra danada para o casal. Barro húmido, esterco e palha. Fazem centenas de viagens para terminar. Mais ou menos com 30 cm de diâmetro. O casal de João de Barro amassa as bolas de barro com os pés. Tem área para colocar os ovos, tem porta de entrada sempre em direção contrária a da chuva e de difícil acesso para predadores. Nunca usam a casinha mais de uma vez. Após o crescimento dos filhotes eles voam para outras plagas. Os monitores me olharam espantados. Ficamos ali naquela floresta conversando sobre pássaros por muito tempo.

                 Ei Chefe, sabe o Zózimo? Olhei para Bob Low um Monitor da Quati. O que tem ele Bob? Na eleição passada ele foi eleito Monitor e não queria – Por quê? Perguntei. Ele disse que ser Intendente/almoxarife era melhor. – Não acreditei e insisti – Como? Ele acha que o intendente é a alma de uma patrulha. Um bom acampamento depende dele, se faltar material ele é culpado. Se sumir ele é culpado. Se alguém precisa tem de falar com ele. E ele se preocupa muito com a guarda e a limpeza do material. Os escoteiros pata tenras são mestres. Vão cortar um bambu e o facão ôh! E olhe Chefe ele me disse que na sua barraca de intendência tem de tudo. A alimentação fica fora das formigas e animais do campo. Lazinho o Cozinheiro o adora. Sabe que ele é chato, pois quer as panelas nos trinques. Nada de carvão! E eu sei que nem precisa falar com ele o que levar no acampamento. Ele sabe o que levar para um acampamento longo e um curto. Pois é Chefe, se não fosse ele nosso material já teria sumido e estragado.

                O que eu mais gostava deles era à noitinha em uma gostosa conversa ao pé do fogo. Cada um se abria, contava histórias, falava dos seus amigos, das namoradas com olhares piscantes, dos seus pais, da escola e dos seus sonhos. Chefe fiquei sabendo que o Lindolfo da Pantera jurou que ia ser médico. Disse Matusalém da Anta. Era o nosso enfermeiro e aproveitava também para ser o bombeiro e lenhador. Era outro que Lazinho o cozinheiro adorava. Nunca faltava lenha seca e agua à vontade. Seu lenheiro era perfeito. Podia chover canivete. Ele era um bamba e sabia escolher a melhor lenha, aquela que durava mais. Cozinheiro que se preza não fica sem um bom bombeiro e lenhador. Quem sopra muito é cozinheiro novato usando graveto fino e palha de capim seco. Observem que ele está sempre com os olhos cheios de lágrimas. Risos. Quer saber? Eu nem sabia disto. Eles é que me ensinavam. Uma patrulha que alguém preferia ser o intendente? - Foi Joel quem contou sobre Lazinho o cozinheiro. Ele Chefe é demais. Sabia surpreender a patrulha com suas iguarias. – Chefe ele encheu as “paciências” de sua mãe. Aprendeu tudo. Era um mestre cuca como ele gostava de ser chamado dos melhores. Chegou a fazer um forno de barro e fez um bolo fantástico!

                      Uma vez resolvemos fazer uma mesa com toldo e bancos reclináveis. Queríamos bater todos os recordes de tempo na construção. Claro eu sempre deixei que eles começassem que discutissem entre eles como iam fazer projetos e coisa e tal. E corta daqui, e corta dali o madeirame estava pronto. Ajudei pouco. Afinal era o Monitor dos meus monitores. Sabia bem as amarras. Sabia do acabamento, pois era uma exigência entre os Escoteiros. Ajudei somente na costura de arremate no tampo da mesa redonda. Nem peguei no cipó (adorávamos o cipó e nada do sisal) e um Monitor logo disse – Chefe, não é assim. O acabamento é de terceira qualidade. Faça no final do arremate um volta de fiel duplo. A tampa vai ficar firme! Eu nos meus tantos anos sorria. Contradizer? Nunca. Eles eram meus mestres meus formadores.

                 - Chefe! Que tal fazermos um programa diferente nas férias de julho? Humm! A última surpresa deles nós caímos numa gelada. Um frio de rachar. Bob Low riu, ele nunca esqueceu o frio que passamos. Chefe está na hora de aprendermos a fazer fogo. Fogueirinha de fogão e Fogo do Conselho todo mundo sabe. Lembra-se do acampamento nas Montanhas geladas do Rio Pequeno? Morremos de frio porque éramos pata tenras. – Concordei com ele. – Pois é Chefe, poderíamos treinar muito como evitar isto, eu li muito sobre fogo Espelho. Garantem se bem feito no frio pode se dormir de short sem camisa! Sabendo a técnica e ter cuidado para medir a distancia e não colocar fogo na barraca! E eles riram a valer.

                 Eu posso dizer que meus melhores cursos foram com meus amigos monitores. Aprendi muito com eles. Trocamos tantas ideias e aprendemos tanto uns com os outros que fiquei perito em pioneirías. Amigos são assim. Sempre fazer e insistir a acertar quantas vezes for preciso. Lembro que um deles resolveu surpreender em um fogo de conselho. Uma bola de papel bem encharcada de querosene, um galho em forma de F encurvado e pequeno para correr preso em um cipó liso segurando a bola de fogo que na imaginação dele iria surpreender todo mundo. Ele todo posudo, em frente ao fogo, todos nós sentados em volta gritou: - “Que os ventos do norte! Que os ventos do sul” Quem os ventos do este e do oeste nos traga hoje o espirito da paz e que BP nos guie pelas sendas da vida e que Deus nos proteja! Ascenda-te fogo! E a bola de fogo que foi acesa por outro encarapitado em uma árvore desceu a toda velocidade até onde estava o fogo e logo as chamas subiram aos céus!

         Quem sabe se não fosse por eles eu não saberia do valor de uma patrulha, de um patrulheiro intendente, de um bombeiro lenhador, de um cozinheiro, do sanitarista, do aguadeiro, do construtor de pioneirías e de tantos outros. Foram eles que me ensinaram e com eles fazendo e ouvindo eu aprendi. Lembro-me de uma noite de fogo de conselho onde resolvemos trazer o espirito da floresta na forma da Lei Escoteira. Foi lindo. Aprender com eles, sentar a moda índia em um fogo estrela, comer uma batata quente, beber um café de bule na brasa, deixar que eles cantem que eles riem de suas piadas, que eles inventem aplausos, canções e que a noite para eles seja uma criança. Deixar que eles mesmos pudessem contar estrelas, descobrir novos caminhos e assim quem sabe, eu no alto da minha enorme idade e sabedoria irei aprender com eles na tenra idade de um escotismo que resolvi adotar. Aprender com monitores! Uma técnica que poucos até hoje não querem enxergar! 

terça-feira, 4 de junho de 2019

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Páginas da vida.




Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Páginas da vida.

Prólogo: - No retrato que me faço, - traço a traço - às vezes me pinto nuvem, às vezes me pinto árvore... Ás vezes me pinto coisas, de que nem há mais lembrança... Ou coisas que não existem, mas que um dia existirão... E, desta lida, em que busco - pouco a pouco - minha eterna semelhança, no final, que restará?
Um desenho de criança... Terminado por um louco! Mario Quintana

                      O poeta O S Marden escreveu um dia que quando na vida uma porta se fecha para nós, há sempre outra que nos abre. Em geral, porém, olhamos com tanto pesar e ressentimento para a porta fechada, que não nos apercebemos da outra que se abriu. Acredito que todos nós temos uma porta. Muitos a mantém fechada outros não. Somos milhares de adultos no escotismo. Cada um interpreta a sua maneira como viver escoteiramente para ser feliz. Uns mais outros menos. Um dia também fechei a porta que sempre deveria ficar aberta como escoteiro. Tentei ao meu modo deixar que só aqueles e, que eu acreditava passassem pela porta para abraçá-los. Vi que com o passar dos anos sem perceber, alguns não quiseram passar por aquela porta. Significa que na vida deles eu não tinha mais direitos em entrar.

                     Sempre quando celebramos datas especiais que falam do escotismo estamos vendo adultos e jovens enaltecendo o que se passa em seus corações. São palavras lindas e tenho certeza à maioria a tirou dentro de sua alma. Mas o escotismo é isto? Tudo é maravilhoso? Não existem portas fechadas? Portas que não se abrem? – Vez ou outra costumamos ver aqui e ali insatisfeitos. Por quê? Não se deram bem com os demais irmãos onde montaram barraca? Graças aos céus que temos condições de analisar o bom e o mau. Assim dizem. Seremos maus? Seremos bons? Difícil dizer. Onde está a verdade? Com aquele ou comigo? Temos amigos ele também tem.

                Um dia fizemos a mesma promessa, a Lei Escoteira nos foi apresentada e todos nas entrelinhas disseram um dia cumprir. – Deixe-me entrar em sua porta? Posso? Não? Você não me acha merecedor? E eu o que acho de você? Um incapaz? Alguém sem Espírito Escoteiro? Não são todos com as portas fechadas. Em muitos grupos escoteiros vemos no dia a dia o afastamento de um e outro. Tentou entrar em portas daqueles que considerou amigo e não conseguiu. Afastou-se. Foi para casa. Outros não desistiram e abriram novas portas. Portas que sempre aceitava os que quisessem entrar. Mas e os mais novos também não se sentiram do lado de fora? Esperamos muito. Muito dos adultos. Nem perguntamos o que eles esperam de nós. Cada um tem sua maneira de agir, de pensar, de analisar e estamos deixando de lado um fato, um ato que esquecemos completamente.

                  Ouvir. Ouvir sempre. Augusto Branco um sábio comentou o que seria saber ouvir: - Saber ouvir e saber calar: nisto consiste o supremo valor do silêncio. Ouvir, silenciar, pensar, falar, silenciar e pensar outra vez evitaria muita coisa dita em vão. Por falar apenas e pouco pensar, pessoas cometem erros difíceis de reparar depois. E por ouvir tanto menos do que pensam, piores erros cometem ainda... O escotismo se cercou de alguns que falam muito. Esqueceram-se de ouvir. Resolvem, tomam atitudes, decidem e até falam palavras que machucam assustando uns e afastando outros que muito teriam a contribuir. A cada mês, a cada ano as cisões nos grupos escoteiros fecham portas que não vão abrir a não ser para quem os donos das chaves acham que merecem. A cada temporada de novos grupos que surgiram sempre estarão ali os insatisfeitos, os que queriam entrar por uma porta e a encontraram trancada.

                    Seria este o escotismo que queremos? É tão difícil compreender? Elogiar alguém mesmo que não o achamos merecedor? Norman V. Peale disse que o mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela critica. Verdade? Assim confirma Sigmund Freud que disse também – Contra os ataques é possível nos defendermos: contra o elogio não se pode fazer nada. Precisamos mudar para acreditar em nós mesmos. Sei que é difícil. Um grande poeta Chico Anísio já falecido (risos, grande sim) dizia que palavras são palavras, mas outro que desconheço emendaram: – Agua mole em pedra dura tanto bate até que fura. Não custa nada, faça um elogio honesto e sincero e vais ver quantos amigos podem passar pela sua porta para lhe abraçar e agradecer. Ou nos conscientizamos que somos irmãos escoteiros mesmo com nossas deficiências, ou então as portas do futuro estarão sempre fechadas para nós.

                 Pois é, eu nunca me esqueço de BP com sua frase mais famosa – A verdadeira felicidade é fazer a felicidade dos outros. É ótimo ver os olhos sorrindo. Mesmo que estejam rindo de mim, das minhas palavras, dos meus escritos me sinto feliz. Obrigado, entre, pois minha porta sempre estará aberta para você!

domingo, 2 de junho de 2019

Conversa ao pé do fogo. Sinais de pista. Técnicas escoteiras, uma maneira de divertir aprendendo.




Conversa ao pé do fogo.
Sinais de pista.
Técnicas escoteiras, uma maneira de divertir aprendendo.

Prólogo: - Sobre a personagem Kim descrito neste artigo: Publicado pela primeira vez em 1901, A história de Kim vem encantando e seduzindo várias gerações de jovens e adolescentes em todo o mundo, com as aventuras e a absoluta disponibilidade de Kim, o menino que podia se mover livremente por todo o território indiano, disfarçar-se, viver ao ar livre, sem entraves, quase sem regras.

              Pistas... Já foi feito em sua tropa isto eu tenho certeza. Mas agradou? Os Escoteiros e Escoteiras gostaram da atividade? Você repetiu? Bem vejamos o que BP dizia sobre pistas: - “Para um bom explorador, seguir as pistas torna-se um costume. Sem saber, ele está sempre em busca de ”pistas”, enquanto se ocupa de outros serviços”. O Escotismo é uma arte em que a gente se exercita a vida toda, mas dificilmente um homem “branco” chega àquela perfeição a que tem um indígena (sudanês Bosquímano da África do Sul, Gonds da Índia ou negro Australiano). Onde o branco supera o indígena é no uso da inteligência para descobrir o significado dos sinais. Pôr pistas, não se entende só os passos, tudo aquilo que envolve sentidos, é pista. – E BP completa: - Uma vez, uma menina inglesa me desafiou na interpretação de pistas. - A filha do Lorde Meath, um dia no Jardim, descobrindo pistas no chão perguntou-me que pistas eram. - Respondi: “do gato comum” - E ela: - De que cor era o gato?”- Olhei no chão e nos galhos das arvores vizinhas. Não havia nenhum sinal”. “Então ela me respondeu:” O gato era de cor morena clara”. Perguntei-lhe -” Como é que você sabe? - e ela: - “Eu vi o gato passar”. Portanto se ainda não chegou a este ponto quem sabe uma boa conversa com seus monitores não iriam surgir novas ideias?

                Comecemos com uma tropa que já tem uma boa ideia sobre pistas. Ela já seguiu por mais de dois quilômetros e se saiu bem. Agora é hora de subir um degrau na arte de seguir pistas. Vamos treinar a todos a seguir e entender as pegadas em suas diversas situações. Comece em uma pequena estrada, quem sabe próximo a uma fazenda ou um sitio. Se não encontrar um trecho molhado e com barro faça com eles um trecho assim, não é difícil. Quem sabe uns dez metros para começar. Primeiro passa um Escoteiro o menor da tropa e por ultimo o maior. Depois ao lado das pegadas deixadas faça de novo, desta vez com as mochilas. E para encerrar com um Escoteiro correndo e depois carregando outro. Todas as patrulhas em volta prestando atenção como se fosse um jogo de Kim. Após as patrulhas fazerem um relatório sobre o que observaram. Qual a diferença de pegada por pegada? Altura, peso, idade, andando ou correndo? Estas técnicas de pistas devem ser feitas pelo menos uma vez a cada três meses. Exercitar, fazer discutir em Patrulha e em uma dinâmica de tropa. Toda vez que as patrulhas estiverem em marcha de estrada convide a eles que relatem o que viram.

                  Interessante é a diversificação. Pegadas descalço, pegadas com sapato, com tênis ou chinelo. Botina ou bota é uma boa. Agora é hora de tentar descobrir pegadas de animais. Se conhecerem algum fazendeiro lá é o local ideal. Pegadas do gado, de porcos, de galinha, de cães enfim toda a bicharada do habitat. Hora de usar a memória para identificação. Uma pegada de um cão, daqueles maiores se aproxima um pouco do de uma onça. A diferença é que a onça anda devagar e quando corre é em saltos. Seguir também pistas feitas sem usar as conhecidas. Um pequeno galho quebrado apontando a direção. (quebrado da altura da mão esticada do escoteiro pode se saber a altura). Um galho virado para o chão explica que houve uma parada dos que faziam a pista. Nada de riscar ou chapiscar árvores. Cada patrulha deve ter seu estilo e o bom mesmo é se ela criou seus próprios sinais. Se as outras não souberam pode dar um excelente jogo de seguir pista.

          Pegadas, pistas simples ou não. Estas sempre devem ser cobradas em marcha de estrada ou mesmo uma jornada ciclística. Um lembrete já conhecido de todos, mas que sempre é bom lembrar: - Pista não é para um somente. Pelo menos dois para evitar desacertos. Os sinais são feitos à direita dos caminhos. No inicio da aprendizagem os sinais devem ser visíveis. Quando venta não pode ser utilizados papéis ou folhas. Os sinais não devem ser traçados a mais de um metro de altura do solo. Nos cruzamentos de estradas deve sempre ser colocado o "caminho a evitar" nas que não vão ser utilizadas. Nos lugares de movimento devem ser feitos muitos sinais. Os sinais devem ser traçados obedecendo às condições do terreno: em terrenos difíceis de cinco em 5 metros, nas rochas de dez em dez, nas matas de 20 em 20, nos campos de 30 em 30 metros.

           Jogos de sinais de pistas sejam eles dentro dos padrões conhecidos da tropa sempre chamam a atenção principalmente se antes de seguir o Chefe conta uma boa história sobre o tema. Kim para quem leu e conhece é perfeito para isto. Kim é um órfão irlandês, o “amigo de todo mundo”, que vive ao deus-dará pela cidade de Lahore, na Índia dominada pelos ingleses, até que se torna o discípulo de um lama, um sábio tibetano engajado numa busca mística. Ao mesmo tempo, aproveitando seu grande talento para o disfarce e a facilidade que tem de dominar vários dialetos, torna-se agente do coronel Creighton, o sagaz chefe do Serviço Secreto que investiga os detalhes de uma conspiração na qual espiões russos estão envolvidos. Kim se entrega de corpo e alma ao que, ao longo da narrativa, é chamado de Grande Jogo. O livro foi escrito por Rudyard Kipling, o mesmo que escreveu o Livro da Jângal.

             Criando situações reais ou imaginárias dos perigos que estão em volta das pistas na trilha ou estrada o sucesso é garantido. Quando uma patrulha está seguindo uma pista evitar outra junto a ela. Dar certa distância entre as patrulhas. Lembrar ao Escoteiro ou Escoteira que ao seguir uma pista, não se deve chamar atenção falando alto, gritando e comentando. Use da imaginação com seus monitores. Pistas são excelente meios para desenvolver a mente.  Kipling célebre escritor britânico, escreveu diversos livros e no escotismo dois são bastante utilizados. O Livro da Jângal e a novela Kim que celebrizou o menino observador. Aconselho aqueles que puderem adquirir este ultimo livro que ele denominou de novela a ler com atenção. Baden Powell em Brownsea já comentava as utilidades do menino Kim na arte da observação e dedução.

De Rudyard Kipling: - Nenhum homem tem o dever de ser rico ou grande ou sábio, mas todos têm o dever de serem honrados... Tenho seis regras que me ensinaram tudo que sei: O que? Por quê? Quando? Como? Onde? E quem?