Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Conversa ao Pé do fogo. Pioneiros.


Conversa ao Pé do fogo.
Pioneiros.

Prefacio: - Artigo um pouco longo. Mas não dá para escrever sobre pioneirismo telegraficamente. Pouco tenho escrito sobre pioneiros. Apesar de ter sido um, eram outros tempos. Gostávamos de aventuras e ainda não era autorizado à participação feminina. Sei que hoje mudou muito. Quem sabe minhas escritas não coadunam com o pioneirismo moderno. Para os que desconhecem a pratica do Clã Pioneiro dedico estas explanações. Aos pioneiros desejo sucesso.

O Clã Pioneiro é voltado aos jovens de 18 a 21 anos incompletos, de ambos os sexos. O programa educativo dessa faixa etária visa aumentar a integração do jovem ao mundo, voltando-se ao serviço à comunidade e ao exercício da cidadania com base nos valores da Promessa e da Lei Escoteira. O lema do pioneiro é SERVIR. A unidade onde ficam os pioneiros e pioneiras é chamado de Clã Pioneiro. A Comissão Administrativa do Clã ou o Conselho do Clã é a autoridade para tratar de todos os assuntos internos de administração, finanças, disciplina e programação.

No Clã Pioneiro os jovens já se tornaram efetivamente adultos na sociedade e estão concluindo a formação dos seus valores e princípios. Por isso, os pioneiros possuem um elevado grau de liberdade, trazendo consigo responsabilidade para, inclusive, programar suas próprias atividades, dentro e fora do Escotismo. Dessa forma, os jovens dessa faixa etária, ao invés de possuírem um Chefe, são orientados por um Mestre Pioneiro e/ou uma Mestra Pioneira. Essas pessoas têm por objetivo instruir os jovens nos bons caminhos e só têm poder de deliberação em casos excepcionais.

O ideal do programa educativo do Movimento Escoteiro é que o jovem que ingresse no Escotismo, independentemente da idade, permaneça até o final de sua vida pioneira, para que vivencie o máximo que o Movimento tem a oferecer. O Livro do fundador Caminho para o Sucesso é base do que B-P pensava sobre o movimento Pioneiro.

A PROMESSA E A LEI PARA OS PIONEIROS E PIONEIRAS SÃO AS MESMAS DOS ESCOTEIROS.

O LEMA DO PIONEIRO É SERVIR!
A ORIGEM DO LEMA.
O Lema Pioneiro "SERVIR" foi adotado por B.P. com base no escudo de armas do Príncipe de Gales, título que até hoje é utilizado pelo futuro herdeiro da Coroa Britânica.

Se observarmos atentamente o escudo, nos depararemos com um detalhe curioso: a inscrição que se encontra no liste diz "ICH DIEN", que não é um termo da língua inglesa, mas do alemão antigo. Esse escudo pertencia ao rei João de Luxemburgo, filho do Imperador Henrique VII, da Prússia (atual Alemanha). O rei João foi morto na batalha de Crecy quando combatia a Inglaterra, que estava sob o comando do filho do Rei da Inglaterra, chamado de Príncipe Negro. Terminado a batalha de Crecy, os estandartes ingleses anunciavam a vitória do Príncipe Negro, que cavalgando pela arena, encontrou o corpo do Rei morto. Sendo informado dos pormenores da morte do Rei, ficou impressionado com a nobreza e dedicação de João, pelo que decidiu levar seu escudo daquele lugar.

Tempos depois, o escudo do Príncipe de Gales estava formado por uma coroa adornada por três plumas de avestruz, em posição assemelhada de uma flor de lis, tendo na parte inferior um listel com os dizeres "ICH DIEN", "EU SIRVO", em língua alemã. B.P. considerou que a herança que guarda a palavra "SERVIR" é digna de ser portada por todos aqueles que, em suas ações e palavras, demonstram, com orgulho e honra o espírito de ser um Verdadeiro Pioneiro.

COMO SURGIU O CLÃ
A 1ª guerra mundial, de 1914, impediu que muitos jovens prosseguissem em seus grupos e ao seu término eles começaram a retornar, porém sem idade para serem escoteiros. Assim, em setembro de 1918, foi escrito um folheto intitulado "Regulamento dos Rovers" (Pioneiros), dentro do Movimento Escoteiro. Em 1920 foram publicados, em duas partes, "Notas sobre o Adestramento dos Rovers". O passo seguinte, importante para o desenvolvimento do Pioneirismo, foi à publicação por Baden Powell de seu livro "Caminho para o Sucesso", com o objetivo de estimular, inspirar e aconselhar livro totalmente voltado para o desenvolvimento do Ramo Pioneiro. No Brasil, o Ramo Pioneiro começou a ser organizado na década de 20 pela Federação Brasileira de Escoteiros do Mar que mantinha um "círculo de pioneiros - CIP", onde reunia os pioneiros de diversos grupos, ao redor da Mesa Pioneira com as virtudes.

O primeiro Clã Pioneiro do Brasil foi o Clã Tiradentes do 10º Grupo Escoteiro do Mar Décimo/RJ, que hoje se encontra como responsável pela Mesa Pioneira histórica do CIP.

SÍMBOLOS DO RAMO PIONEIRO 
A Flor-de-lis:  símbolo  do  Movimento  Escoteiro,  variando  de  associação   para associação, provem de antigos mapas que a utilizam na rosa dos ventos para indicar o Norte. Segundo Baden Powell, representa "o bom caminho que todo escoteiro há de seguir".

 A FORQUILHA: a forquilha encerra em seu simbolismo o firme propósito do Pioneiro investido em continuar enriquecendo o processo de sua vida por pensamentos e ações melhores. A forquilha varia de tamanho, de acordo com a estatura do pioneiro, devendo o seu comprimento ser igual à medida do chão à axila do seu portador. A forquilha é feita de um galho de árvore e se constitui de quatro partes:

A MESA PIONEIRA: A mesa pioneira usada nas reuniões tem um tampo circular, dividido em setores, cada um representando uma virtude que deve ser exercitada e vivida pelo (a) Pioneiro (a). Essa mesa é uma reminiscência da "Távola Redonda" criada pelo Rei Arthur. Seus cavaleiros se colocavam em volta de uma "Távola" (mesa) redonda, circular, como prova de igualdade, sem preferências.

 VIRTUDES PIONEIRAS.
1- Verdade - O escoteiro tem uma só palavra e sua honra vale mais que sua própria vida.
2- Lealdade - O Escoteiro é leal.
3- Altruísmo - O Escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica diariamente uma boa ação.
4- Fraternidade - O Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais Escoteiros. O Escoteiro é cortês.
5- Perfeição - O Escoteiro é obediente e disciplinado. 
6- Bondade - O Escoteiro é bom para os animais e as plantas.
7- Consciência - O Escoteiro é econômico e respeita o bem alheio
8- Felicidade - O Escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades.
9- Eficiência
10- Pureza - Escoteiro é limpo de corpo e alma.
  
A CAVERNA PIONEIRA.
É uma sala junto à sede do Grupo Escoteiro, usada para as atividades internas do Clã e dos pioneiros, como: reuniões, debates, jogos, etc.. A decoração, manutenção e limpeza da caverna deve ser de responsabilidade do Clã. Os elementos para a decoração devem ser buscados na Mística e nas tradições do Clã.
A CARTA PIONEIRA:
É o regimento interno do Clã e deve representar a opinião de todos os Pioneiros (as), contendo os princípios nos quais os Pioneiros vão basear sua conduta e as disposições consideradas necessárias para que possam reger o Clã. A Carta não pode entrar em desacordo com o P O R nem com os estatutos da UEB ou com o regulamento do GE.

As CERIMÔNIAS:
As cerimônias no ME têm profundo valor psicológico. Devem ser curtas, simples e sinceras para marcar o indivíduo para o resto de sua vida. Devem ser evitados os excessos e simbologias ou tradições inadequadas e, às vezes, até contrárias ao espírito escoteiro.

A VIGÍLIA.
Embora seja uma atividade do Programa Pioneiro, a vigília pode ser considerada um marco simbólico do Ramo Pioneiro, pois é a partir dela que o jovem define seus valores, sua conduta e sente-se capaz de assumir um compromisso para seu futuro. A vigília é um processo de auto avaliação, na qual o (a) pioneiro (a), através de uma reflexão individual, mas orientada, faz uma avaliação de seu passado, de sua vida presente e o nível de engajamento no Clã, no ME e na sociedade, como cidadão que é. Após fazer esse exame de consciência e procurar definir-se, o jovem faz uma projeção do que pretende que seja o seu futuro e que compromissos buscará assumir diante de si mesmo, de sua família e do Clã.

A CORUJA:
Por ver no escuro e ser considerada séria e dada à meditação, a coruja é símbolo da sabedoria que atravessa a escuridão da ignorância, por isso sua ligação com a vigília pioneira. Os demais símbolos são: uniforme ou vestimenta, lenço escoteiro, aperto de mão, saudação, cadeia da fraternidade, fogo de conselho e grito do Clã (ou a canção criada pelo Clã).

Aguardem para breve outros artigos interessantes sobre o Pioneirismo.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Conversa ao pé do fogo. Você sabe viver com a natureza?



Conversa ao pé do fogo.
Você sabe viver com a natureza?

Prefácio: - A natureza tem e nos dá coisas incríveis, quando achamos que já vimos tudo, somos surpreendidos. Ela não tem pressa de nos mostrar as grandiosidades que tem.
                      
                           Ainda me pergunto se ainda existem os Escoteiros sonhadores, aqueles que amam estar junto ou ver a natureza em seu esplendor ao vivo e a cores. Será possível que com esta modernidade ainda temos Escoteiros assim? Escoteiros e Escoteiras que amam a natureza, que a respeitam que procuram lugares maravilhosos para conhecer excursionar e acampar? Lugares onde podemos ficar horas observando as paisagens, o verde da floresta, respirando fundo para sentir o cheiro da terra. Piscar levemente quando estiverem em uma campina verdejante, cheia de flores silvestres, borboletas de todas as cores e tamanhos esvoaçando. Isto dá um frenesi na pele, sem perceber vem um sorriso, um encantamento e uma vontade de numa mais sair dali.

                           Dizem que assim fazem os escoteiros poetas, os que tiveram grandes amores, os amantes e pensadores, prosear e contar suas histórias para quem quiser ouvir. Era uma vez... Quantas vezes ele começa assim? - Em um vale perdido na montanha da lua, eu vi um bosque que nasceu em gargantas enormes, despenhadeiros que nos fazia tremer, picos distantes para sentir e ver a interminável obra de Deus...
                          
                           Será que ainda encontramos chefes e Escoteiros caçadores de aventuras? Aqueles que fazem as fotos mais lindas encontram paisagens fantásticas, curtem as cores do arco íris, adoram a vida selvagem e lutam para estar em uma natureza intacta em uma floresta perdida neste mundo de Deus? Acredito que sim. Acho que ainda tem aqueles escoteiros que não desistem do sonho da aventura. Que procuram ver uma aurora no inverno ou um lindo por do sol no verão. E tem aqueles que gostam de sentir o vento no rosto, a brisa da madrugada, o cantar da passarada, um frio de pétalas do orvalho caindo e sorrir ao ver o alvorecer.

                           Quantos tiveram a felicidade em estar em uma colina, ver uma águia no céu com seus olhos negros perscrutando o espaço em busca do seu alimento. Quem sabe sentir que pode tocar no animalzinho da floresta. E sentir através da audição o bater das asas de um beija flor ao levantar voo tão próximo que você nunca mais vai esquecer aquele momento único. Tão lindo que você pode pensar que pode voar com ele também.  

                          Fico pensando se a modernidade tirou os sonhos de outrora, de ver sem ser visto no campo, de olhar o crepitar de uma fogueira sorrir ao ver a beleza das fagulhas subindo aos céus, lentamente levada pela brisa e fechar os olhos tentando acompanha-las. Olhar na chama do fogo, o sorriso da Escoteira, o cantar do Escoteiro, vendo nos seus olhos o sonho de se imaginar como um grande acampador. Quem sabe enquanto eles cantam, naquela noite faceira, estrelas piscando ao longe, uma lua que ainda não veio um cometa que passou um sorriso de madrugada, um alegre despertar e ver de novo o nascer sol, vermelho como se foi no “antante” e na volta do “seguinte” para trazer alegria.  

               Eu posso ate pensar que existe algum escoteiro que viu um grande e belo arco íris, na garganta montanhosa... Viu a jaguatirica de longe parada olhando para onde ir... Quem sabe viu um bando de andorinhas entre nuvens esvoaçantes, fazendo um balé no céu? Meu caro escoteiro um dia você experimentou imitar um pássaro qualquer? Como se estivesse na montanha do Eco ouvir a sua resposta? Ver um canário amarelo com a sua cara metade no seu ninho assustado, protegendo sua pole sem saber o seu fim? Melhor é colocar no lago gelado, os pés do andar de cansado, tentar compreender na pedra, um sapinho que toma sol, ver com carinho gostoso uma cachoeira caindo, peixes que estão subindo a procura do seu habitat.

                   Meu amigo Escoteiro, eu posso lhe garantir, não existe nada mais belo. Sem vozes humanas, sem barulho, sem telefone, sem televisão e só você a sentir a natureza assumindo e encobrindo você da cabeça aos pés. É nesta hora que se adquire a percepção da visão, do olfato, do tato e do paladar e a audição é perfeita. Ninguém mais para dizer sim ou não. À noite, sem falar, sem se mexer a ver o balet dos vagalumes, os grilos saltitantes no meio deles, as formigas serviçais, um tatu que é iluminado nos seus olhos pela chama da fogueira. É incrivelmente belo.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. Quando termina a motivação o que fazer?



Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Quando termina a motivação o que fazer?

Nota - Precisamos mudar, quando? Quando cada um que se julga importante no escotismo olhar sem próprio umbigo e disser: - Somos irmãos de sangue, tu e eu... Afinal pertencemos ou não a grande Fraternidade Badeniana?

                                  Chegando o final de ano. Mais uma leva de chefes entrando para a Legião dos Esquecidos. Quem são eles? São os que desistiram. Tiveram seus motivos. Sabemos que a UEB as Regiões e Distritos não se preocupam com eles. Nem uma cartinha nem um e-mail agradecendo. Os grupos prejudicados correm a procurar substitutos. Quantos já se foram? Mil? Dois mil? Não sei. Poucos irão saber, pois tais informações e senso nunca serão exibidos. Não precisamos estar presentes em cada Grupo Escoteiro para saber como se dá a evasão de adultos e jovens.

                                   Tivemos um crescimento do escotismo em nosso país, uma procura razoável de novos voluntários, principalmente os pais dos novos jovens recém-admitidos. A maioria chegou sorrindo querendo ajudar. Com o tempo o sorriso desapareceu e muitos preferiram deixar o sonho que um dia acreditaram ser para sempre. Hoje após ler um artigo de um que deixou as fileiras da Escoteiros do Brasil fiquei pensando quantos como ele também deixou o escotismo.   

                                 Em alguns Grupos Escoteiros a motivação com o tempo nem sempre acontece e não é fácil aconselhar a ficar quem está decepcionado. Quem não passou por isto? Tem hora que você desanima. Dá vontade de largar tudo e sair por ai. Outros ainda insistem, mas sabem que o caminho a seguir se perdeu. Se procurarmos um serviço de autoajuda para explicar esta evasão, se ouvirmos as belas frases de efeito nem sempre ajudam a voltar atrás.  

                                  Quando entramos no escotismo tudo são flores, sorrisos, promessas de uma nova vida uma filosofia que encanta. Alguns deixam as amizades que tinham em troca de novas que conquistaram. Nos primeiros meses, e até nos primeiros anos aqueles mais chegados que não foram catequisados espantam com tanto carisma, com tanta alegria e demonstração de afeto que ele alcançou um novo patamar, uma nova vida. Agora sou feliz ele pensa. Será mesmo?

                                 Dizem os poetas que o que mais sofremos no mundo não é a dificuldade, é o desânimo em superá-la. Não é a provação, é o desespero diante do sofrimento. Não seria o fracasso e sim a teimosia de não reconhecer os próprios erros. Eu já passei por isto. Inúmeras vezes. Os problemas são diversos. Familiar, profissional, falta de ética, de amor, tratamento diferenciado, de sinceridade dos que se dizem irmãos de uniforme e de sangue e tantos sorrindo para você e você querendo chorar. Sabe da vontade de encontrar um buraco e se enfiar nele. Claro tem os mais fortes. Eles não transmitem para ninguém seus desânimos. São fortes. Tem sempre uma explicação para tudo. Mas será que dizem a verdade?

                              Temos uma matemática Escoteira simples. Trinta e poucas reuniões por ano. Some as reuniões de sede, acampamentos e excursões. Será que chegaremos a aproximadamente quinhentas horas anuais? Vamos considerar pelo menos quatro atividades extra sede de mais ou menos 20 horas por dia, reuniões e atividades distritais, regionais e nacionais. Tudo isto tudo em mais ou menos nove meses, pois muitos têm férias em julho, dezembro e janeiro. Acredito que dedicamos cerca de vinte a trinta dias por ano ao escotismo. Sei de abnegados que dedicam muito mais.  

                             Mas porque então o desanimo? Motivos diversos. O principal deles é a decepção com o ser humano. Querer abancar o mundo e dizer que o líder é aquele que sabe liderar e ser liderado é fácil de dizer. Mas nem todos estão preparados para atuar em liderança principalmente com voluntários. Com o tempo nos sentimos ameaçados daqueles que dizem ser nosso amigo e irmão escoteiro.

                            Nestas horas é que todos nós sentimos a falta de um aperto de mão carinhoso sincero. De um abraço, um sorriso uma palavra de carinho. Afinal o Grupo Escoteiro não é considerado uma grande família? Tem aqueles que nos consideram importantes, mas tem aqueles que queremos distância. Eles nos veem como indesejáveis, subservientes, dispensáveis, e se pudesse diriam: - Vocês estão aqui para servir e mais nada! Lembrem-se da promessa! Para ser como eu tem que “ralar”. Eita desanimo. Dá vontade de sumir de mandar todo mundo às favas.

                           Ninguém sai ao primeiro embate. Insistem, querem ver se eles não estão errados. Afinal fizemos uma promessa e ela nos deu a primazia de sonhar cm um mundo melhor. Insistimos e tentamos dar a volta por cima. Nem todos conseguem. Quem sabe estão aí os motivos desta evasão de adultos e jovens. Quando se vão ninguém se lembra deles mais, parece que não fazem faltas ou estão mortos.

                                Dizem que o programa, os gastos extras, as taxas de cursos, a mensalidade dos filhos mesmo sendo um voluntário poderia explicar a saída. Sinceramente não acredito nisso. Claro que mesmo pagando para ajudar somos tratados como subservientes, como aprendiz, como se o Escotismo fosse um Grande Castelo de Sonhos a explorar. Os mais antigos se sentem importantes. Sempre Alerta Chefão! Alguns adoram isso.

                               Nos cursos alguns gostam de serem bajulados, reconhecidos como mestres, Grandes chefes, Velhos Lobos e se posam como se fossem nosso fundador Baden-Powell. Querem ser o professor ou o chefe que nunca foram. Dificilmente nas horas difíceis virão alguns deles para nos dizer: Aceite meu aperto de mão, meu abraço e saiba que você é muito importante para nós... Contamos com você!

                               Se isso fosse real, se não tivéssemos tantos egoístas e arrogantes para sujar o todo da associação, se o desanimo fosse substituído por um estímulo tão próprio do Movimento Escoteiro isto poderia ser evitado. Cada dia mais aumenta os que deixam nossas fileiras. As novas Associações estão aí para oferecer um cantinho, uma palavra de carinho e conquistam de maneira escoteira os que se foram.