Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

sábado, 21 de janeiro de 2012



Mudou ou continua a mesma coisa?

          Deve ter mudado sim. Não podia continuar eternamente. Afinal agora os tempos são outros. Não estão entendo? Estou falando de processos. Sim Processos de todos os tipos. De Condecorações, Liz de Ouro, Escoteiro da Pátria, Insígnia de BP. Existem outros?

         Lembro que na minha época precisávamos ter pessoas capacitadas para fazer tais processos nos grupos. Os responsáveis na liderança para decidir e julgar, sempre achavam uma maneira de devolver. – Falta isso, falta aquilo diziam. E pobre do jovem. E pobre do pioneiro e pobre do Escotista. – Mas vocês não sabem que a alínea A, artigo tal explica bem? Se você não se preocupou em fazer a ficha modelo 120 bem feita, agora agüente! E lá ia o pobre do chefe a refazer. Muitas vezes (sou testemunha) quando era aprovado o jovem não estava mais no movimento ou então o adulto tinha saído.

         Terminei hoje uma historia. Nada a ver, mas nela comentei da decepção de um jovem por terem recusado seu processo. Sua idade agora não dava mais. Aqueles que estão julgando não conhecem o jovem. Não sabem de seus ideais. Não sabem do seu amor ao escotismo. Não sabem que ele ou ela sonham dia e noite com tal concessão. Mas claro, isso não importa, importa sim, as datas corretas, as exigências cumpridas e olhem já tive o desplante de um deles me dizer – A culpa é sua! Você devia ter visto antes! Mea culpa.

          Dava risadas quando participava da elite (desculpe, sem ofensas). Em um Congresso alguém pediu o Tapir de Prata para alguém. O líder disse que precisava de um processo. Ele foi contra – Presidente! O Congresso é soberano! Aprovaram. Afinal tratava-se de uma figura escoteira proeminente. Lembrava-me de uma frase muito interessante – “Aos meus amigos tudo! Aos inimigos os rigores da lei! Que os digam aqueles que receberam nos últimos vinte anos.

          Mas hoje não deve ser assim mais. Os processos são rápidos. Não existe devolução. O líder sabe que aquele que mandou aguarda com ansiedade. Ainda bem. Mas será que estou errado? São quase 35.000 jovens nas tropas e muitos estão recebendo. Acho que mais de 500 por ano. E quantos escotistas já receberam sua medalha de bons serviços? Gratidão?  Risos. Não posso rir. Não conheço como anda a “coisa” e nem tenho dados para dizer isso.

           Dura Lex, sede Lex. Que assim seja. E não me venham dizer que não mudou e se não, não venham defender a quem tem o direito de decidir. Quem mandou fazer o processo errado? Devia ter aprendido agora agüente meu amigo. Agüente!

Dare a Cesare quel Che é di Cesare!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A LENDA DO COLAR DE DINIZULU (IM)





A lenda do colar de Dinizulu



Por Igor Martins em INSÍGNIAS DA MADEIRA DO BRASIL UEB- BRASIL


A lenda do colar de Dinizulu


Diz a “lenda”, entre os escoteiros, que  foi o próprio Dinizulu quem ofereceu o colar a B-P. Esta versão foi  passada pela associação escotista inglesa, a partir da década de 50,  devido ao embaraço causado pela versão anterior, segundo a qual B-P  ter-se-ia apoderado do colar, abandonado por Dinizulu numa cabana  especialmente preparada para ele.



 Réplica do suposto colar “isiqu” de Dinizulu, existente no Museu de Gilwell
Ilustração feita por B-P, representando o avanço sobre um refúgio de Dinizulu
Quando B-P chegou a uma zona de  penhascos, bastante arborizada e com cavernas, chamada “Ceza Bush”,  identificada como baluarte de Dinizulu e dos seus homens, já estes  tinham escapado para a República do Transvaal. Os britânicos só  encontraram cavernas abandonadas e cabanas queimadas, numa das quais B-P  terá - segundo contou ele próprio em 1925 - encontrado o colar “isiqu”  de onde provieram as primeiras contas da Insígnia de Madeira. Dinizulu  entregou-se 3 meses mais tarde ao Governador do Natal, em casa da  família Colenso, que apoiava a causa Zulu.



No seu livro “Lessons from the Varsity of  Life” (1933, capítulo V - Zululândia), BP relata o incidente em “Ceza  Bush”, mas não faz qualquer referência ao colar “isiqu”. Curiosamente,  nesse mesmo texto, conta como se apoderou de um colar de contas de uma  rapariga Zulu que foi atingida por uma bala perdida e faleceu durante a  noite, mesmo ao lado de B-P. Nos diários onde Baden-Powell descrevia  detalhadamente todos os pormenores da sua vida, também não foi feita  nenhuma referência ao colar.



Certo é que BP nunca conheceu Dinizulu.  Se o colar “isiqu” que BP levou para Inglaterra era mesmo de Dinizulu,  fica à imaginação de cada um.
Formato das contas



As contas que hoje ostentamos nos nossos  colares da Insígnia de Madeira são um pouco diferentes das primeiras.  Estas tinham um formado mais delgado na zona onde passa o fio de couro,  para o encaixe entre elas.


Formato das contas atualmente


A “falha” nas extremidades é natural. Ao  fazer os cortes em “V” nas extremidades, que seriam queimados, o  interior do cerne da madeira de salgueiro desfazia-se, dando origem às  pequenas “falhas”, características, também em “V”. Algumas das contas  que são produzidas hoje em dia, não trazem estas pequenas “falhas”,  sendo os cortes apenas pintados, e não queimados, exceto na zona da  “falha”, que fica da cor da madeira.
Exemplos de contas atuais, com tonalidades diferentes, algumas das quais sem a “falha” nas extremidades


Ps. Copiado do grupo Insígnias da Madeira   

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

UM ACAMPAMENTO REGIONAL IMPOSSÍVEL!!!



Um acampamento regional impossível!!!

        Hoje em dia eu vejo em todos os lugares, convites para atividades de pioneiros, escotistas uma infinidade delas. Cada uma mais deliciosa que a outra. A maioria de última hora. Nada a longo prazo. Claro, sei que são para rapazes e moças também acima de certa idade. Escotistas, pioneiros. Muitas são atividades que ficaria difícil a participação de jovens menores e barulhentos. Umas em locais aprazíveis, com folguedos, outras em atividades sociais enfim, refeição pronta. Tudo pronto. Uma gama enorme para que os escotistas possam se divertir de uma maneira agradável em companhia de outros da mesma idade.

          Fico pensando se isso poderia fazer-me sentir melhor e me motivar mais para que a seção ou grupo onde eu participava poderia seguir caminhando na trilha do sucesso. Não sei, fico em duvida. Quem sabe? Mas sou diferente de muitos. Essas atividades hoje não me motivam muito. Fico triste com fotos de jamborees onde só jovens maiores de 16 anos sorrindo e cantando. Não por eles claro e sim porque não vejo jovens menores. Seção Escoteira. Lobinhos. Acho que se me convidassem para uma atividade mateira, uma bela aventura em lugares inóspitos e nunca antes explorados, até que poderia me motivar mais.

          Mas sou um "Velho" escoteiro aposentado. Um saudosista. Hoje em nenhuma destas anunciadas eu poderia ir. Impossível estar presente. Afinal já não faço parte do escotismo moderno. Não é mais minha seara. Ainda fico nas minhas recordações que não motivam ninguém. Vejo o Escotista como um batalhador para os jovens não para si mesmo. Desculpem. Sei que estou errado. A internet está aí. A modernidade e o sucesso estão com a Luiza, e ainda bem que ela não está aqui. Está no Canadá. Risos.

       Um dia quem sabe vou ver vários convites, aqueles que estão em meus sonhos, mas de outra maneira. Uma atividade distrital, regional ou mesmo nacional onde os dizeres seriam assim: – Patrulhas! Se preparem! Tragam suas barracas! Suas intendências! Vamos acampar em um local lindo, cheio de bambus, eucaliptos, uma bela de uma floresta, onde vocês poderão fazer seus fogões suspensos, cozinhar seu próprio alimento. E olhe, teremos um dia para que vocês possam construir grandes pioneiras.

         (Eu já fui intendente de patrulha. Saudades quando a chefia chamava a intendência para distribuir os alimentos do almoço e jantar. Vários ali como eu. Conversávamos, contávamos nossas habilidades como cozinheiros enquanto esperávamos o intendente chefe entregar. Uma época que ficou para trás com os pais hoje fazendo a alimentação para todos). Risos.

          Continuando. Iremos à noite fazer jogos noturnos de tirar o fôlego, mas treinem bem semáforas e Morse, sem eles vocês não irão conseguir nada. Não faltarão grandes jogos diurnos, mas quem vai preparar são vocês! Inclusive os grandes desafios. Podem ficar tranqüilos, o acampamento é para os jovens, os chefes que forem serão para trabalhar em prol da felicidade de vocês. Acreditem! Será uma bela confraternização. Um Fogo de Conselho fantástico! Prêmios lindos.
   
        E sabem do melhor? Fizemos uma grande campanha. As tropas que não puderem pagar serão recebidas com alegria. Será por nossa conta!!!  Transporte? Calma, vamos conversar com seus chefes. Vamos ajudar a todos. Ninguem irá faltar. Ninguém.  Meus jovens, o importante é vocês virem. Olhem, será no ano que vem. Vai dar tempo de se prepararem. Coloquem no programa anual. Nada de fazer as coisas de ultima hora!

       E você meu jovem amigo, que um dia me disse que não podia ir, não podia pagar a taxa e sonhava em ir ao tal Jamboree, lembro quando me disse com lágrimas nos olhos, agora não, você vai. Você é meu convidado. Só não vai se não quiser. Mas olhem todos! O uniforme é obrigatório. Nada de traje. Nada de camiseta e lenço. Não gostaram? Querem usar o que acham certo? Viram BP falar que só o lenço e uma camiseta nos identifica? Não sei. Só sei que nem sempre podemos escolher tudo na vida. A disciplina e as normas são importantes. Sei que vão compreender.

       Uma coisa posso garantir a vocês. Não haverá discursos. Não haverá chefe bravo, gritando e com cara feia. Não haverá palavrões. Vamos exigir da chefia um sorriso nos lábios quando cumprimentarem vocês. Ali todos nós seremos um só. Firmes com nossa atitude escoteira, pois afinal, o escoteiro e a escoteira não são puro nos seus pensamentos palavras e ações?

      Sonho? Deve ser. Metáfora? Quem sabe. Utopia? Deus me livre! Mas porque não? Afinal eu sei que sonhos se realizam. Basta querer. Quem sabe um dia todos irão pensar assim como eu? Risos. Impossível. Sei que não é verdade, não é Luiza?

Coloquem sua mochila, cantem uma bela canção e venham conosco para essa bela aventura!!!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O MOVIMENTO ESCOTEIRO E AS ELEIÇÕES



Acho que ao contrário de ficarmos reclamando devíamos arregaçar as mangas e cobrar dos políticos um lugar melhor

O Movimento Escoteiro é apolítico?

Não é um tema dos mais interessantes. Mas como teremos eleições neste ano, gostaria de expressar minha opinião, principalmente por ter vivido situações pitorescas em minha vida escoteira.

Nosso movimento tem por principio ser apolítico. Acha ele que devemos ficar a margem e não tomar nenhuma atitude em relação a A ou B dos candidatos ou mesmos dos partidos. A Escolha e decisão são individuais e cada um deve saber em quem votar. Até certo ponto concordo. Mas isto não acontece em muitos países que o escotismo cresceu e floresceu. Lá o escotismo deu um enorme salto. Certo ou errado não sei.

Temos como convicção, talvez a maioria de nós, que a palavra escoteira, tem muitas traduções e algumas delas seriam a honestidade, o caráter, a ética, a benevolência, o respeito ao próximo, as leis, enfim tudo aquilo que se espera de uma pessoa respeitada e digna na comunidade. Antônimo de muitos políticos que vemos hoje atuando. Claro, não são todos, têm muitos com excelentes qualidades, mas, não é fácil separar o joio do trigo.

É interessante, quando candidatos estavam sempre nos procurando, mas depois é o contrario. Prometiam como todo político, e depois desaparecem como poeira no ar. Dificilmente vemos na comunidade, na imprensa, qualquer menção de candidatos dizendo admirar o movimento. Difícil, no entanto é mostrarem seu currículo escoteiro, do tempo que colaborou da importância para ele da Lei e Promessa Escoteira, se orgulhar do que aprendeu no escotismo, trabalhando pelo nosso crescimento. (hoje seu currículo só é mostrando quando em algumas reuniões formais o convidamos a falar sobre seu passado).

Fazendo um pequeno retrospecto não se encontra em nosso país nenhuma organização, seja ela religiosa, empresarial, social entre outras que de uma maneira ou de outra não se envolvam na política, escolhendo seus candidatos e fazendo marketing deles, visando sempre se eleitos um futuro melhor seja financeiramente ou socialmente em proveito delas (as organizações) Isto não está errado.

No entanto o Movimento Escoteiro no Brasil não faz isto. Diz-se apolítico. Da maneira como estamos concordo plenamente. Não vejo até então alguém que tenha sido escoteiro e que após ter sido eleito, mostrou durante seu mandado que tem honra e honestidade (temos uns poucos casos como exceções) do ponto de vista da Lei e Promessa. Seria bom se tivéssemos condições de conhecer sua plataforma e se basear dentro dos princípios éticos, e que demonstrar ser admirado e respeito como Escotista. Seria o candidato ideal. Será que teríamos?

Nossa arregimentação de adultos na maioria dos Grupos Escoteiros é pequena e a participação quase nula. O que acontece hoje é diversamente contrário do que sonhamos, pois não temos força para reivindicações. Por outro lado sem conhecer profundamente o candidato poderíamos eleger alguém não condizente com os propósitos escoteiros. Isto seria uma decepção em nossos sonhos futuros.

Eu mesmo fico constrangido quando alguém próximo tenta me mostrar o valor do candidato que escolheu. Tento ver seu currículo, não aquele de rotina, dizendo eu fiz isto e aquilo, mas gostaria de saber do seu passado, onde pudesse pesquisar se realmente é uma pessoa com elevado Espírito Escoteiro e olhe, mesmo não tendo sido escoteiro.

Mesmo com um pequeno numero de adultos atuantes, tenho certeza que somos uma força respeitável de votos. Como usá-los é que sabemos. Quando descobrirmos isso um salto enorme se terá dado no escotismo nacional.  

Antes de encerrar, gostaria de comentar um filme que assisti a algum tempo, em preto e branco de 1939, onde um chefe escoteiro, estimado em sua cidade e no movimento escoteiro, (foi escoteiro toda sua juventude) e por um motivo ou outro foi “guindado” a Senador em seu país. Achou que encontraria algum em que pudesse acreditar e fazer dos seus sonhos realidade. Viu que não era nada disto. Se um dia encontrarem em alguma locadora aluguem. Vale a pena nestas épocas de eleições.
Mr. Smith goes to Washington –(em português a Mulher faz o homem) Direção de Frank Capra - 1939: EUA:  129 min: branco e –preto - Com James Stewart (Mr. Smith), - Jean Arthur (Clarissa), - Claude Rains (Senador Paine) e - Edward Arnold (Jim Taylor)

Sinopse - O escoteiro encontra as raposas

Somente escoteiros acreditariam na existência de políticos como o senador Smith. Ele é honesto, idealista e tem uma incrível disposição para lutar pelo que acha correto. Está certo que ele é um caipira ingênuo que caiu no ninho das velhas raposas de Washington, mas os filmes de Frank Capra são assim: falam sobre pessoas simples com valores simples.

Jefferson Smith é um inocente homem do interior que é levado a Washington por um grupo de políticos para se tornar senador dos Estados Unidos da América. Mr. Smith (James Stewart) foi designado para o senado americano após a morte do titular da cadeira. O governador que o indicou queria apenas um fantoche para terminar o mandato que não atrapalhasse os planos dos donos do poder local. Mr. Smith foi para Washington e ficou deslumbrado com todos aqueles símbolos patrióticos que ele só conhecia através dos livros escolares e de sua vida escoteira.

Os problemas começaram para ele quando resolveu apresentar um projeto no senado. Sua intenção era construir um acampamento para escoteiros em seu estado natal (espécie de campo escoteiro para ser usado por vários grupos em qualquer tempo). Até aí, nada de errado, mas infelizmente, seu projeto seria erguido em uma área que o poderoso magnata Jim Taylor (Edward Arnold) queria inundar com a construção de uma represa.

O senador Smith, que até então só divertia os jornalistas políticos com sua ingenuidade, passou a ser uma pedra no sapato do homem mais poderoso de seu estado. Só vendo o filme para saber como Mr. Smith enfrenta a confusão. Eles o querem transformar em uma marionete a serviço de seus interesses. Aos poucos, o homem vai percebendo o mar de lama em que se enfiou e que seria capaz de destruir tudo o que sempre acreditou em relação à bondade e ao caráter dos semelhantes.

Começamos pelo idealismo, depois vamos ficando mais e mais pragmáticos, até que no final nos tornamos só ambição e cobiça? Bem, talvez o idealismo não seja apenas uma febre juvenil. O que o mestre Frank Capra nos dá a entender é que o povo quer líderes entusiasmados que lutam pelos valores básicos que qualquer escoteiro conhece. Talvez esse filme pareça ingênuo a muita gente, mas é essa pureza que o mantém década após década na lista dos melhores filmes de todos os tempos.

Tudo o que peço aos políticos é que se contentem em mudar o mundo sem começar por mudar a verdade.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

PATRULHAS, EXISTEM MESMO?



Aqueles que têm um grande autocontrole, ou que estão totalmente absortos no trabalho, falam pouco. Palavra e ação juntas não andam bem. Repare na natureza: trabalha continuamente, mas em silêncio.

Patrulhas - existem mesmo?

                       Falar aqui sobre o Sistema de Patrulhas é como falar para o presidente de um banco e ensiná-lo como ganhar dinheiro. Nem pensar. Impossível imaginar que alguém no escotismo não saiba o que significa.  Mas vejamos, será que todos tem consciência da importância de uma patrulha completa na tropa? Por anos e anos com os mesmos patrulheiros? Seja masculina ou feminina? Ou mesmo em matilhas na Alcatéia? Como manter a unidade?

                       Quando fiz meus primeiros cursos no inicio da década de 60, senti na pele o que era conhecer e manter a unidade na patrulha. Em um dos cursos ficamos oito dias juntos acampados. Interessante, no primeiro dia todos com um cavalheirismo e com uma cortesia sem par. – Ei! Deixa para mim, eu faço. Quem? Claro pode contar comigo, serei o lavador de panelas. Claro irei correndo buscar na intendência! Lenha? Sou perito. Lavar roupa de todos? Sem problema, minha mãe me ensinou. Todos rindo. Todos irmãos. Beleza! Como dizem os jovens hoje.

                      Três dias depois começávamos a nos conhecer. Cada um com seu dom de analista, dom que todos possuem, analisavam agora tudo diferente. O numero um, um preguiçoso. O numero dois um mandão. O numero três um dorminhoco. O numero quatro um bobão. O numero cinco o puxa-saco da chefia. O numero seis metido a sabe tudo. O numero sete sempre dizendo que doía aqui e ali. Só eu era perfeito! E assim ia. Aquela amizade inicial ia se desmanchando. Mas no sexto dia, tudo mudava, sentíamos diferente. Mais humanos mais escoteiros. Já admirávamos a todos pela sua maneira de ser. Uma união se formava. Aprendemos a respeitar a individualidade do outro.

                      E no último dia, este era especial. Um amor enorme na Patrulha. Um orgulho de ser um Touro, ou um Morcego, ou um Lobo, enfim, uma união que achamos que ia durar para sempre. Foi assim que vi de forma diferente, o meu tempo de patrulheiro. Diferente porque fazíamos escotismo todos os dias, estávamos sempre juntos, decidíamos, a casa de um e outro podia ser a sede para uma reunião.

                     Atuando em Grupos Escoteiros, vi que muitas vezes os jovens eram advindos de comunidades diferentes. Normas de condutas diferentes. Formação individual diferente. Não se conheciam. Claro, aquelas características em que vi no curso deviam existir entre eles e acredito que de forma diferente também faziam suas análises. E infelizmente por falta de atenção da chefia abandonavam a tropa. Encontrei algumas patrulhas que davam pena. Serviam apenas para jogos, para alegria do chefe em ver um grito de patrulha e a sua satisfação em receber uma apresentação dos meninos.

                      Patrulha? Não. Nenhuma delas tinham entre si jovens que permaneceram por muitos anos. Contava-se a dedo aqueles que participaram de vários acampamentos na mesma patrulha. E tropas novas? Sempre desmanchando as patrulhas para formar outras. Jogos? Os touros tem três? Tira dois da lobo. Por quê? Por quê? Para que viviam em uma patrulha? Para serem jogados aqui e ali? Melhor sair da tropa. O programa na minha rua é melhor. Lá meus amigos me respeitam.

                      - Olhem, dizia o chefe. Sábado como sabem iremos para um acampamento. Como a lobo e pantera estão com poucos elementos (elementos? Pensei que eram escoteiros) vamos dar uma mexida e tirar uns daqui, outros dali e assim teremos três patrulhas completas!!! – Formidável! Perfeito! Encontrou o ovo de Colombo! Um novo BP! Um sistema de patrulhas que devíamos orgulhar!

                          Porque não analisar a saída de alguns, o motivo, ouvir o próprio jovem ou a jovem, e ver onde está o erro? Dele? Dela? Seu? Do monitor? Reuniões ruins? Você já foi a casa deles e procurou saber os motivos reais?  – Meu jovem, o que houve? Qual o motivo? Depois, sim depois mudar se necessário. Claro, você está ali para eles não para sua satisfação pessoal. Eu digo sempre. Tropa com patrulhas de três ou quatro significa mau programa, má formação dos monitores (ou mau chefe, risos) enfim, uma série de fatores que só mesmo os dirigentes da tropa podem analisar.

                         É um tema extenso. Em cursos muitos diretores ficavam além do tempo que tinham para dar suas sessões a contendo. Risos. Precisava interferir se não ficavam horas e horas. E não é aqui que iremos chegar a uma análise completa. Não sei se fui muito direto. Vejo fotos e são centenas onde a tropa formada se apresenta com dois, três ou quatro patrulheiros (as). Desculpas existem. Todos tem. Mas elas não levam a lugar algum.

                       Se isso acontece com você é hora de mudar. Mudar rápido. Como? Ponha seus conhecimentos a funcionar. Você não fez cursos? Não tem uma biblioteca escoteira em sua casa? E afinal não conhece um bom assessor? (risos). Mas desculpem, estou falando para poucos. A grande maioria dos que me lêem sabem como fazer e fazem certo. Pena que estes outros ainda não chegaram à conclusão que eles são grandes responsáveis pela evasão no Movimento Escoteiro.

                        Uma outra vez continuaremos o tema. Claro, se não receber uma série de reprimendas dos meus queridos escotistas que amam e vivem suas vidas pensando e agindo como acreditam na grande filosofia escoteira. Acreditem, não tenho a última palavra, sempre digo e afirmo e repito o que BP disse – Os resultados é que são importantes!

Sempre Alerta!

Existe trabalho que é trabalho e diversão que é diversão; e existe diversão que é trabalho e trabalho que é diversão. E somente em uma destas opções reside a felicidade.

domingo, 15 de janeiro de 2012

FRASES DE RUDYARD KIPLING




Joseph Rudyard Kipling (30 de dezembro de 1865, em Bombaim, Índia - 18 de janeiro de 1936); escritor britânico, nascido na Índia

Kipling, um dos maiores escritores o qual devemos muito.  Tem tantas frases lindas que deixei para lembrar só essas.

“Quem ao crepúsculo já sentiu o cheiro da fumaça de lenha, quem já ouviu o crepitar do lenho ardendo, quem é rápido em entender os ruídos da noite;... deixai-o seguir com os outros, pois os passos dos jovens se volvem aos campos do desejo provado e do encanto reconhecido...”

“A EMBRIAGUEZ DA PRIMAVERA
“O homem ao homem! É o desafio do Jângal!
Já parte aquele que foi nosso irmão.
Ouvi, então, julgai, ó vós, gente do Jângal
Respondei: quem irá detê-lo então?
O homem ao homem! Ele soluça no Jângal!
O nosso irmão se aflige dos males supremos.
O homem ao homem!  Nós os amamos no Jângal!
Esta é a sua trilha e nós não mais o seguiremos.


O abutre Chill conduz a noite incerta
E que o morcego Mang ora liberta -
É esta à hora em que adormece o gado,
Pelo aprisco fechado.
É esta a hora do orgulho e da força
Unha ferina, aguda garra.
Ouve-se o grito: Boa caça aquele
“Que a Lei d Jângal se agarra”.
Canto noturno da Jângal.

Oooo

“- Boa sorte para todos, ó chefe dos lobos!! exclamou o vulto. E também boa sorte e rijos dentes para esta nobre ninhada, a fim de que jamais padeçam fome no mundo.”

Tenho comigo, seis servos leais (que me ensinaram tudo que aprendi); Os seis nomes são: O QUE, POR QUE e QUANDO, COMO, ONDE e QUEM.

Nenhum homem tem o dever de ser rico ou grande ou sábio: mas todos têm o dever de serem honrados.

Não há prazer comparável ao de encontrar um velho amigo, a não ser o de fazer um novo.

As palavras são a mais poderosa droga utilizada pela humanidade.

Preencha o minuto em que você acha impossível perdoar por 60 segundos de distanciamento.

Se
Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses, no entanto achar uma desculpa.

Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.

Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.

De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta à vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.

Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!

UM CONTO MARCIANO



Artigo de Rogério Joaquim  Sarczuk


- Sabes, eu já estou começando a me encher com o nye barn. Esse dreng passa as noites nessas tais de natklubber, ou então em casa jogando spil.

- Se, sei... O meu também está nessa mesma fase. Só que ele é pior ainda. Fica andando de cykel e acho que já anda com uma turma bebendo Øl.

- Precisamos achar uma solução, senão a nossa ungdom vai acabar sendo a última.

- Já falei com o nosso psykolog e ele também está preocupado com o rumo que as coisas estão tomando. Se continuar assim, somos uma raça em extinção. Nossos unge não tem mais nenhum objetivo na vida.

Bosætter 3.12.DR8 e Bosætter 2.15.CF3 estavam preocupados e com razão, pois a juventude de seu planeta, que já não era muita, estava cada vez menos interessada nos problemas de sua raça e resolvida a deixar de lado toda e qualquer responsabilidade que pudessem vir a ter.

Marte já era um planeta onde a vida aos poucos estava se extinguindo. Seu solo já não apresentava a fertilidade de antes. O deserto avançava cada vez mais e a água era cada vez mais escassa, com a evaporação e a perda no espaço. Esse era um problema que não conseguiam resolver mesmo após gerações de estudos e pesquisas. As perspectivas não eram das melhores. Mesmo com o sistema de clonagem altamente desenvolvido, os cérebros pareciam que haviam chegado a um limite onde não era possível ir além.

Um pequeno planetóide havia sido capturado e colocado em uma órbita baixa. Por enquanto ele ainda mantinha uma atmosfera rica em oxigênio, água e vegetação, tudo mantido artificialmente pelas várias máquinas ali instaladas. O curioso e que essas máquinas somente funcionavam naquele pequeno planetóide, recusando-se a funcionar no solo do planeta.

A situação era deveras crítica.

- DR8, a nossa observação do terceiro planeta continua em andamento e ele apresenta todas as condições necessárias a nossa sobrevivência – falou CF3 – se não fosse por um pequeno detalhe. A raça que lá habita é extremamente numerosa e em alguns casos muito belicosa. Seríamos completamente devastados se lá tentássemos colocar os pés.

- Isso de fato é angustiante CF3, temos a salvação tão próxima e ao mesmo tempo tão longe. Se pelo menos conseguíssemos trazer um pouco dessa energia e vontade de lutar para os nossos filhos, talvez tivéssemos alguma chance de sobrevivência.

- Tenho estudado essa raça já faz um tempo DR8 e tenho notado que em uma determinada ilha, a juventude deles também estava quase que nas mesmas condições que as nossas, guardadas as devidas distâncias tecnológicas. E o efeito foi contido pela atuação de um habitante que de alguma maneira conseguiu fazer com que a juventude deles saísse daquela estagnação. Seus resultados foram muito bons. Acho que valeria a pena se pudéssemos estudar com mais afinco seus métodos e verificar a possibilidade de aplicação aqui.

- Quem sabe pudéssemos fazer um clone desse habitante, trazendo todo o seu conhecimento para cá? Achas que valeria a tentativa?
- Do jeito que as coisas estão, pior não vão ficar. Quanto tempo levaria até o clone estar pronto?

- Contando a ida, coleta de material, volta e o processo de clonagem, alguma coisa em torno de 90 a 100 dags.
- Tão rápido assim?

- Já temos equipes indo e vindo de lá. É só encaixar a missão.
- Certo então. Vamos ver no que vai dar. Pode acionar o projeto.

Decorridos cerca de 120 dags, eles novamente se encontram.
- DR8, o nosso projeto Opstandelse está concluído.

- Demorou um pouco mais que o previsto CF3. Houve algum problema?

- Apenas conseguir encontrar o nosso alvo sozinho pelo tempo necessário para pegar as amostras. Ele sempre tinha alguém à sua volta. Mas agora já está resolvido.
- DR8, tenho o prazer de lhe apresentar o terráqueo Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, responsável pelo reerguimento da vontade de viver da juventude de sua época...

Do escritor:

Pronto. Te entreguei BP em Marte sem passar pela U.E.B., com todo o seu conhecimento.

Daqui para a frente é contigo. Aumente, incremente, diminua, faça o que quiser. Divirta-se. E por favor, não tive nada a ver com isso. A idéia é tua.

Sugestão: Use o planetóide como Brownsea. E torne os jovens marcianos verdadeiros exploradores espaciais em busca de um novo planeta para viver.

PS1: As palavras diferentes estão em Dinamarquês.

PS2: Alguma coisa contra uma bombinha no Escritório Nacional na tua história? E nem precisa ser atômica.

Risos, é meu amigo Rogerio. Eu é que te entreguei. Agora nós dois iremos sofrer as conquencias. E seja tudo como Deus quiser. Não tirei nada dos seus escritos. Foram tão bons que deixei a continuação da historia para você escrever proximamente.